Você está na página 1de 9

Fernando M.

Buacala
Licenciando/doutorando em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane

EXAME DO FINAL DO CURSO- 19 DE SETEMBRO DE 2018

“O incumprimento voluntário da obrigação de prestação alimentícia/de


alimentos devida a menores. Meios legais e sua eficácia ”

1. Aspectos Introdutórios do Trabalho (2 minutos): O trabalho divide-se em 3 partes


principais: na primeira parte tratam-se os assuntos genéricos relativos à origem e
fundamentos da obrigação de alimentos devidos a filhos menores; na segunda procuramos
fazer uma descrição teórica a respeito do incumprimento da obrigação alimentícia e
trazendo um caso prático real para ilustrar da melhor maneira possível o tema em estudo e,
por fim, no capítulo terceiro, irei abordar os mecanismos legais dos direitos brasileiro e
português.
2. Apresentação do trabalho (13 Minutos)
3. Considerações gerais (3 minutos)
NB: Poderei não seguir a sequência numérica mas englobar muitos números num
capítulo e resumi-los.

I PARTE

Origem e Fundamento (ponto 5): Os alimentos radicam da filiação como vínculo natural ou
jurídico entre uma e outra pessoa (artigos 6, 8, 15/LF ); esta relação de filiação tem como
efeito o dever constitucional dos pais de proverem o sustento dos seus filhos (dever de
solidariedade familiar) porque os pais lhe deram o ser e a vida, dita a razão natural que
sejam obrigados a conservarem-lha e assim caberá a esta família a protecção destas crianças,
sem discriminação da sua origem, por forma a conferir um desenvolvimento harmonioso
dentro dos valores patrióticos, sociais, culturais no quadro da Constituição (artigos 27/2 da

1
Fernando M. Buacala
Licenciando/doutorando em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane
Convenção sobre Direito das Crianças, 119, 120 e 121/1, 3 da CRM e 4, c) e d), 284, 285, 286
da Lei da Família).

1. Alimentos NO SENTIDO JURIDICO: são obrigações de prestação de coisa (de dare),


traduzidas em obrigações pecuniárias ou de prestação de facto (de facere), que tem por
objectivo satisfazer o sustento, o vestuário e, se o alimentando for menor, a sua instrução e
educação (conceito legal- artigo 407 da LF).- REMÉDIO MARQUES.

SUSTENTO- abrange não apenas alimentação mas ainda as despesas com a


assistência médica e medicamentosa, deslocações, divertimentos e outras quaisquer
(como o dinheiro do bolso ou pocket Money) desde que inerentes à satisfação das
necessidades da vida quotidiana, correspondentes à condição social do alimentando
(Acórdão da Relação de Coimbra de 26/05/2009) com vista ao normal
desenvolvimento físico, intelectual e moral da vida do alimentando (Acórdão do
TRC de 24/02/2005).
INSTRUÇÃO- traduz-se na diuturnidade, na actividade de aquisição de
conhecimentos, qualquer que seja o ramo do saber, desde as noções mais elementares
às mais complexas;
EDUCAÇÃO- dirige-se à preparação do educando e do seu carácter no tocante ao
modo-de-ser-com-os-outros, à vida em relação ao agir livre, ao abrir de horizontes, ao
fazer respirar os estímulos exteriores, ai onde o educador intervém ainda antes da
liberdade (e concomitantemente responsabilidade) do educando ter nascido.
A educação tem como limite último a consciência jurídica nacional que deve
garantir a realização profissional e de participação na vida cívica do país.

ANTUNES VARELA: os alimentos são prestações destinadas a satisfazer as necessidades


primárias da pessoa que não tem condições de viver e que a lei impõe à pessoa que a deva
realizar, por virtude dos laços familiares que as unem.

 Os alimentos derivam da responsabilidade parental ou princípio da solidariedade


familiar que obriga os membros da mesma família a responder às necessidades básicas que
qualquer um deles tiver e que não consiga satisfazer por si só. Radica dos arts. 284-286, 290-
292/LF com o intuito de assegurar um nível de vida minimamente digno ao alimentando,
decorre do conteúdo do direito à vida e à sobrevivência.

 A obrigação de prestar alimentos radica no facto de o ser humano para continuar a

2
Fernando M. Buacala
Licenciando/doutorando em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane
viver, precisar, no mínimo, de satisfazer a suas necessidades básicas, como comer, beber,
vestir-se, ter habitação. Assim, o dever de prestar alimentos baseia-se no direito à vida, sendo
aquela obrigação repartida entre o Estado e a família.

 A prestação de alimentos e o dever jurídico de a realizar não surgem apenas no âmbito


das relações familiares, mas não há dúvidas de que é no direito de família que a obrigação de
alimentos encontra hoje o seu lugar de eleição.= Pois esta obrigação advém não só do direito
matrimonial (entre marido e mulher) mas também na relação de filiação (faz parte do
conteúdo do poder parental- arts. 284-286 da LF) e até da filiação adoptiva.

 O direito aos alimentos é um prolongamento do direito à vida e à integridade física


(artigos 40 da CRM, 70/CC) - RABINDRANATH CAPELO DE SOUSA

2. FIM DOS ALIMENTOS


 A obrigação alimentícia VISA ATENDER AS NECESSIDADES DO
ALIMENTANDO NO SEU TODO E NÃO SOMENTE AS SUAS
NECESSIDADES BÁSICAS, i.e., além do indispensável para a sua sobrevivência,
o alimentando precisa de tudo o que, com vista à promoção do seu
desenvolvimento físico, emocional e intelectual, ajude a construir uma vida
conforme as suas capacidades, a sua idade e o seu estado de saúde- beneficie da
vida de qualidade, deslocações, dinheiro do bolso. (MARIA CLARA
SOTTOMAYOR)
 QUANDO OS PAIS E FILHOS MORAM NO MESMO TECTO, tal obrigação
dilui-se no dever de assistência a que uns e outros estão reciprocamente vinculados
(artigo 280 da LF); QUANDO É O INVERSO, ESTE DEVER, TORNA-SE
NUMA OBRIGAÇÃO AUTÓNOMA DE PRESTAR ALIMENTOS, dentro do
quadro das responsabilidades parentais com o correspondente direito do filho
exigir tais alimentos1.
 O QUE HÁ DE TÍPICO NA RELAÇÃO DE FILIAÇÃO É O DEVER
UNILATERAL E ESPECIAL DE RESPEITO FILIAL, assente no fenómeno
transcendente da procriação e destinado a facilitar o processo de autonomização
gradual e progressiva do menor, ou seja, cabe aos pais educar, instruir os seus
filhos, protegendo-os de todos os obstáculos que atrapalhariam o crescimento
saudável, psíquico, emocional e físico, por forma a garantir a realização das
1
MARQUES, Remédio, Algumas sobre Alimentos (devidos a menores), 2ª edição, Coimbra Editora, Coimbra,
2007, p.114

3
Fernando M. Buacala
Licenciando/doutorando em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane
legítimas expectativas que se esperam de um filho na sociedade e esse dever é
incondicional.
2.1. Modo de os prestar- artigo 409/LF
 Os alimentos são prestados tendo como critérios fundamentais a
RAZOABILIDADE e PROPORCIONALIDADE na medida em que os alimentos
não podem ser fixados em montante desproporcionado com os meios de quem se
obriga, mesmo que desse modo não se consiga eliminar por completo a
situação de carência da pessoa a quem a prestação é creditada.
 Os progenitores não contribuem na proporção da metade das suas
possibilidades, por isso na determinação da necessidade do menor deverá
atender-se ao seu padrão e á ambiência familiar, social, cultural e económica que
está habituado e seja justificável pelas possibilidades de quem está obrigado a
prestar alimentos (Acórdão de STJ de 23/09/1997), como bem diz-se o obrigado
deve prestar alimentos de acordo com a sua condição da sua vida, do seu
património e dos meios de ganho, abrangendo a obrigação de alimentos tudo o
necessário para a satisfação das exigências da vida do alimentando,
correspondente à situação económica e social da família e, por conseguinte,
também as despesas voluptuárias.- Acórdão da Relação de Lisboa de 14-2-1968.
A ideia de proporcionalidade a que alude o art.° 408/1 da LF inculca que o
vinculado a alimentos não deve apenas entregar ao alimentando o
indispensável, mas mais deve ver diminuído o seu nível de vida para assegurar
a esse alimentando nível de vida idêntico ao seu, o que constitui o conceito de
alimentos paritários (Acórdão do Tribunal da Relação do Porto, de
26/05/2009).
 Não há critérios/fórmulas quantitativos e assim as decisões judiciais fazem-se
caso a caso, baseiam-se no costume e nas intuições dos juízes e apresentam
uma variabilidade situações semelhantes, não assentando em critérios
objectivos e racionais. REMEDIO MARQUES…P.295. A Maria Sottomayor
defende a criação de fórmulas.

3. CARACTERÍSTICAS
 Patrimonialidade- no sentido de que os alimentos são avaliáveis em dinheiro,
portanto uma obrigação pecuniária de prestações mensais (artigo 409/1,1ª parte

4
Fernando M. Buacala
Licenciando/doutorando em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane
da LF). Excepção: os alimentos serão prestados em espécie 2, por acordo, e
nos casos de insuficiência, o menor pode permanecer em casa do pai,
incapacitado economicamente a prestar os alimentos, e na sua companhia
(número 2 do artigo 409 da LF). É neste sentido que se diz que o
cumprimento da obrigação pode ser pode ser mista no sentido de que o juiz
pode decretar simultaneamente que a prestação de alimentos seja fixada em
dinheiro e em casa e companhia de um dos progenitores3.
 Periodicidade- uma obrigação pecuniária de prestações mensais (artigo
409/1,1ª parte da LF). Excepção: havendo acordo ou disposição legal em
contrário, os alimentos podem ser prestados de outra forma como
quinzenalmente, semanalmente (2ª parte do número 1 do artigo 409 da LF).
 Variabilidade ou revisibilidade os alimentos podem ser alterados na
verificação de alterações das circunstâncias que serviram de base à fixação
da prestação dos alimentos, esta pode modifica-se, como agravação das
condições de vida, desemprego de quem prestava a prestação alimentícia,
aumento ou diminuição de taxa de inflação, depreciação do valor da
moeda (artigo 551/CC), alteração das circunstâncias do obrigado…e a lei
permite que o quantitativo da prestação se adapte a todo momento à
evolução desses factores. Se o credor tiver melhorias da vida, o obrigado
pode reclamar ao tribunal a sua redução; do contrário, cabe ao
alimentando requerer o aumento (quantitativo) da prestação estabelecida
da prestação estabelecida. Artigo 416/LF
CARLOS MONDLANE: Porque estamos em sede de processos de
jurisdição voluntária, não é aplicável o princípio do caso julgado podendo
as decisões serem alteradas sempre que se verifiquem as alterações
supervenientes que estiveram na sua base (artigo 1411 do CPC).
Trata-se de caso julgado sujeito à clausula “ rebus sic stantibus”, ou seja, um
caso julgado com efeitos temporalmente limitados, atentos à alteração das
circunstancias que a determinaram ou ditaram mas a decisão mantem-se com os
seus efeitos em relação às partes como terceiros afectados pela mesma (artigo
671/CPC) e ate o próprio tribunal (artigo 666/1 do CPC).
 Caracteres de irrenunciabilidade, impenhorabilidade e indisponibilidade (apenas
2
VARELA, Antunes, LIMA, Pires, Código Civil Anotado, V, 3ª edição, Coimbra Editora, Coimbra, 1995, p.583-
584
3
MARQUES, J.P. Remédio, Algumas Notas..op cit., p.320

5
Fernando M. Buacala
Licenciando/doutorando em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane
alimentos legais mas não contratuais do artigo 418/LF)....proibição de auto-exclusão
dos direitos de personalidade-artigo 81/CC.... (nos termos do artigo 412/LF, o direito a
alimentos é irrenunciável, não sendo transmissível nem vida nem por mortis causa. A
excepção da irrenunciabilidade consta das prestações alimentares vencidas- artigo
412/1, 2ª parte da LF- que o credor não reclamou na altura própria e sem as quais
acabou por viver4. Quer isso dizer que a renúncia ao respectivo direito, se fosse válida,
significaria praticamente que o respectivo encargo ou recairia ao Estado, através do dever
geral ou tombaria sobre um familiar mais afastado, o que seria manifestamente injusto. Já
em relação à indisponibilidade prevista no artigo em discussão, respeita apenas aos
alimentos legais, não abrangendo, portanto, os contratuais que, por virtude do artigo
414/1 da LF, podem ser objecto de remissão5 e de novação6]7.
 Pessoalidade/intransmissibilidade ou incedibilidade de crédito de alimentos- dada a sua
afectação pessoal, o crédito alimentício não pode ser cedido embora seja comum nos
demais créditos (artigos 577/1 do CC) haja vista que os alimentos se destinam à
subsistência do alimentado, constituem um direito pessoal, intransferível porque sua
titularidade não passa a terceiro, deve ser exercido por aquele que não tem condição de
prover seu próprio sustendo, só o titular dos alimentos podem recebê-los e ninguém mais,
no caso o menor, ou seja o crédito alimentício, mercê da sua afectação estritamente
pessoal ou visceralmente ligado à pessoa do credor, não pode ser transmitido a terceiro e
que o mesmo crédito cessa com a morte do titular ou devedor do mesmo, em
princípio-artigo 407/2, 417/1, a) LF.
O princípio da incedibilidade previsto no número 1 do artigo 412 tem também sua base
na afectação estritamente pessoal a que os alimentos se baseiam, pelo que não podem
estes serem transmitidos a terceiro porquanto são intuitus personae.
 Caducidade/imprescritibilidade (o direito a alimentos não tem um prazo para propor a
acção mas o direito a alimentos pode caducar quando o facto gerador da obrigação deixa
de existir- artigo 417/1 da LF); As prestações alimentícias vencidas prescrevem no
prazo de 5 anos (artigo 310, alínea f) do CC) e este prazo não corre contra menores
4
VARELA, Antunes, et al, op.cit., p.589
5
Em Direito Civil substantivo, designa-se esta figura a extinção de um contrato bilateral de execução duradoura
através do pagamento de uma prestação que representem a compensação daquelas que sobreviriam. In VARELA,
Antunes, LIMA, Pires de, Código Civil Anotado, II,4ª edição, Coimbra Editora, Coimbra, 1997, pp.150-1. Já no
processo civil a remissão é o direito que têm o cônjuge, os descendentes e os ascendentes do executado de
preferir na venda executiva ou na adjudicação dos bens penhorados, pagando o preço porque a venda ou a
adjudicação tiverem sido feitas (artigos 912 e seguintes do CPC).
6
Prevista nos artigos 857 e seguintes do CC, a novação é uma causa extintiva da obrigação, consistindo no
acordo pelo qual as partes extinguem uma obrigação entre elas existentes, substituindo-lhe uma obrigação.
7
ALMEIDA, L. Moutinho, Alimentos no CC de 1966, Ordem de Advogados, Lisboa, 1967, p.100

6
Fernando M. Buacala
Licenciando/doutorando em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane
enquanto não tiverem quem os represente ou administre os seus bens (artigo 320/1
do CC).
 Exigibilidade- os alimentos são devidos desde a propositura da acção ou, caso estejam já
fixados pelo tribunal ou por acordo, desde que o devedor se constituiu em mora, como
estabelece o artigo 410 da LF); A obrigação alimentícia não é autónoma, está ligada a
uma relação jurídica especial onde tem a sua fonte e, por isso, precisa ser cuidada de
modo particular nos pontos em que a sua origem tende a reflectir-se no seu regime.
Assim, é necessário que o devedor se constitua em mora.
 Duração indefinida- a obrigação alimentícia é uma obrigação por TERMO
INCERTO pois se prolonga no tempo consoante for a duração da carência como a
sua cessação está normalmente dependente da manutenção das possibilidades
daquele que os presta, até porque os mesmos perduram até a maioridade no caso até
a pessoa necessitada terminar a sua formação (artigo 286/LF). A obrigação
alimentar subsiste porquanto se mantiverem os pressupostos que lhe deu origem.
 Para além destes caracteres ou princípios temos o princípio da irrestituibilidade dos
alimentos ou não compensação dos alimentos- este princípio é inerente à própria
natureza da obrigação alimentar o de que os alimentos não se restituem, quer sejam
definitivos ou provisórios mesmo que o autor decaia na acção principal (artigo 411/2 LF).
A razão de ser deste princípio é a de os alimentos se destinam a ser consumidos por
aquele que deles carece. Daí que não estamos em sede enriquecimento sem causa
(artigo 473/CC) e repetição do indevido (artigo 476/CC).

4. Pressupostos
São os pressupostos: existência de um vínculo entre o alimentando e o alimentante,
vínculo esse que seja gerador de tal obrigação, esse vínculo é de familiaridade que tem
como fonte o parentesco, adopção nos termos dos artigos 6 e 413 da LF; necessidade do
reclamante (credor) - como se pode notar, não se pode pedir só porque deseja-se tê-los,
os alimentos são devidos para o sustento ou satisfação das necessidades do menor- artigo
407/1 e 408/1, 2ª parte da LF- cujo fim como dissesse acima é de assegurar os meios
necessários à vida a quem, por si, não dispõe deles; possibilidade do alimentante (este é
o critério previsto no artigo 408/1, 1ª parte, em que antes de se fixar a medida dos alimento
há que se olhar para as possibilidade ou os meios do alimentante e também olhando para a
escala dos obrigados no artigo 413/1, se algum deles não puder saldar, o encargo recai
sobre os onerados subsequentes-artigo 413/4 da LF; não só se olha para o plano do
7
Fernando M. Buacala
Licenciando/doutorando em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane
alimentante como a do alimentando, como prescreve a parte final do número 2 do artigo
408/2 da LF querendo dizer que o julgador ou tribunal deve atender, na fixação dos
alimentos, a possibilidade financeira do próprio alimentado de puder pagar determinadas
expensas suas); proporcionalidade- neste ponto, deve-se atender à necessidade do
alimentando e daquele que vai prover- artigos 408- ou seja, não se pode determinar uma
certa quantia que seja demasiadamente superior aos ganhos ou à própria subsistência do
alimentante, além de prover sustento para o alimentando, o próprio obrigado a prestar
alimentos tem suas necessidades que devem igualmente ser atendidas).
Os recursos financeiros do alimentante devem ser detidamente analisados para
definição do quantum obrigatório de prestação alimentícia pelo juiz em questão.
Nesse mister é verificado não apenas os bens os quais o devedor possui e o
trabalho que está a exercer, e sim também o que o mesmo poderá vir a ganhar
monetariamente. Cabe ressaltar que, o alimentante cumprirá seu dever de
prestar a verba alimentícia, entretanto, não poderá haver desfalque do que for
necessário à sua própria subsistência, daí ser preciso verificar sua capacidade
financeira, porque, se tiver apenas o indispensável à própria manutenção, injusto
será obrigá-lo a sacrificar-se e a passar privações para socorrer parente
necessitado, tanto mais que pode existir parente mais afastado que esteja em
condições de cumprir tal obrigação alimentar, sem grandes sacrifícios.

5. ORIGEM (Ponto 1)
6. Cessação
Artigo 417/LF
Outras causas: trânsito em julgado da sentença que julgue procedente o pedido de
impugnação da paternidade, maternidade ou perfilhação, trânsito em julgado da
sentença que determine a revisão da sentença que tenha decretado a adopção plena; a
declaração de morte presumida do alimentado ou devedor de alimentos; a celebração
pelo credor de alimentos de novo casamento; inicio de uma união de facto, etc.

II PARTE
1. Violação do dever de prestar alimentos: causas e seus efeitos no menor (complica a vida
do menor que carece dos alimentos, colocando em causa a vida e integridade físicas do menor)
2. GARANTIAS/MEIOS COERCIVOS E SUA EFICÁCIA

8
Fernando M. Buacala
Licenciando/doutorando em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane
 Acção de alimentos- artigo 128 da LOTM
Descontos directos a partir da entidade empregadora- uma vez vencidas as
dívidas no prazo de 10 dias, o tribunal faz requisição às entidades
empregadoras para que sejam fiéis depositárias mediante desconto no
vencimento e as prestações vincendas e serão entregues directamente a quem
deva recebê-las. O mesmo ocorre quando o obrigado recebe rendas, comissões.

A) Acção executiva especial por alimentos- artigo 1118 e seguintes do CPC

A execução por alimentos tanto pode abranger as prestações vencidas como as


vincendas, devendo-se requerer a nomeação dos bens à penhora, bens suficientes para o
pagamento daquelas e requerer como garantia de pagamento das segundas…. (artigos
880/CPC, 660/2 do CC).

Não se admite a prestação de caução para suspender a execução, não se aplica o


artigo 818/CPC. A oposição à oposição pode ser efectuada num prazo de 5 dias.

i. A pena de prisão- artigos 131/OTM e artigo 3/1, 2 da LOTM

Você também pode gostar