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CENTRO UNIVERSITÁRIO CIDADE VERDE

CLERES DO NASCIMENTO MANSANO

O DIREITO DE FAMÍLIA EM TEMPOS DE PANDEMIA COVID-19: O INSTITUTO


DE PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS

MARINGÁ
2021
CLERES DO NASCIEMENTO MANSANO

O DIREITO DE FAMÍLIA EM TEMPOS DE PANDEMIA COVID-19: O INSTITUTO


DE PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS

Projeto de trabalho de conclusão de curso


apresentado ao Centro Universitário Cidade
Verde - UniFCV, no Programa de Graduação
em Direito.

Orientador: Profº Me. João Francisco Toso

MARINGÁ
2021
SUMÁRIO

1 DELIMITAÇÃO DO TEMA .............................................................................................03


2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................04
3 OBJETIVOS DA PESQUISA .............................................................................................05
4 METODOLOGIA ...............................................................................................................05
5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ..................................................................................06
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS..................................................................................07
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1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A obrigação de prestar alimentos é um tema essencial no âmbito do direito de família,


tal destaque se deve ao crescimento, cada vez maior, de um modelo familiar que cada vez mais
se torna diversificado, sem um padrão definido, mas que de todo modo envolve na maior parte
das vezes a relação daqueles que tem o direito de terem suas necessidades existenciais
garantidas e daqueles que tem a obrigação de garanti-las.
No entendimento de Gonçalves (2002, p.131) “Os alimentos são prestações para a
satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si”.
Para Fiuza (2002, p.842) os alimentos são as prestações periódicas concedidos por uma
pessoa a outra, para suprir as necessidades existenciais do ser humano, desde a comida, bebida,
moradia, educação, lazer e vestuários.
Esta obrigação é exigível para que aqueles que não tenham condições de sustento
próprio tenham garantidos os seus direitos fundamentais, pois
[...] o ser humano, desde o nascimento até sua morte, necessita de
amparo de seus semelhantes e de bens essenciais ou necessários para a
sobrevivência. Nesse aspecto, realça-se a necessidade de alimentos.
Desse modo, o termo “alimentos” pode ser entendido, em sua
conotação vulgar, como tudo aquilo necessário para sua subsistência.
No entanto, no Direito, a compreensão do termo é mais ampla, pois a
palavra, além de abranger os alimentos propriamente ditos, deve referir-
se também à satisfação de outras necessidades essenciais da vida em
sociedade (VENOSA, 2004, p. 385).

No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou no dia 11 de março de


2020 a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2).
O contágio estava em níveis preocupantes e os líderes de diversos Estados adotaram
medidas para o enfrentamento do problema, tal como no Brasil em 20 de março do mesmo ano
foi publicado Decreto Legislativo n.º 6, que reconhece para fins do art. 65 da Lei Complementar
n.º 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) a ocorrência do estado de
calamidade pública, em decorrência da COVID-19.
Posteriormente, diante do cenário da pandemia, em vários setores observou-se
mudanças e impactos advindos da pandemia, entre eles o econômico e o Jurídico, este teve que
muitas vezes se adaptar para dar conta das demandas legais que surgiram, para isto houveram
alterações tanto na legislação que rege a vida pública quanto a privada.
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Uma destas mudanças ocorreram no Direito de Família em especial na obrigação de


prestar alimentos, tais como revisão de pensões, a prisão domiciliar para questões de falta de
pagamentos dos alimentos, entre outras.
Contudo, independentemente da situação que vivenciamos os pais têm obrigação de
sustento para seus filhos menores de idade e a crise econômica em razão da pandemia tem
afetado diretamente esta obrigação tão importante ligada ao direito de à vida.
Neste contexto, o Direito de Família também teve que se reinventar, pois o Poder
Judiciário precisou agir para resolver os conflitos entre a obrigação e a condição de prestar
alimentos, já que os impactos econômicos foram notáveis para os brasileiros.

2 JUSTIFICATIVA
A importância desta pesquisa se reflete em estudar o conflito entre os entendimentos
a obrigação de prestar alimentos e a condição de fazê-la, pois envolve peculiaridades entre
partes que se encontram nos opostos da relação jurídica.
De um lado os que têm o direito de receberem os alimentos, pois as crianças ou
adolescentes que necessitam do devido amparo na sua formação; de outro muitas vezes os que
têm a obrigação satisfazer esta necessidade, mas que se encontra em condições de desemprego
ou diminuição de ganhos.
No entanto, como já mencionado a pandemia trouxe vários impactos na vida dos
brasileiros, inclusive na área do direito de família, que nas quais as mudanças são sentidas a
curto tempo, sendo necessário superar os desafios oriundos da crise epidemiológica que o
mundo vivência, a chamada pandemia da COVID-19 , para Daneluzzi (2020) “[...] é notório
que o direito à saúde é o mais afetado, porém não se pode olvidar que outros direitos como os
de liberdade, contratuais, familiares, sucessórios e potencialmente os reais podem ser
igualmente prejudicados”.
Quanto à obrigação, a ação de alimentos é disciplinada pela Lei de Alimentos, Lei nº
5.478/68, onde direito aos alimentos consiste em princípio de direito natural. Sua característica
primordial é a de ser um direito extremamente pessoal, no qual o Código Civil de 2002 aduz
em seu Art. 1.695 “São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens
suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se
reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento”.
Diante desta nova realidade advinda da pandemia, Fonseca (2020), afirma que

[...] caberá, assim, ao Poder Judiciário, atento a essa nova realidade,


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atuar de forma a restabelecer o equilíbrio desta relação, readequando-a


ao chamado trinômio necessidade x possibilidade x proporcionalidade
que deve pautar toda e qualquer obrigação alimentar. Tudo, aliás, sem
fechar olhos para possíveis tentativas oportunistas, de aproveitamento
da delicadeza do momento para extração de vantagens indevidas.
Nesse viés, muitas das decisões preferidas pelo Poder Judiciário sobre
casos que envolvem obrigação alimentar, tratam da execução dos
alimentos, Sob pena de prisão civil do devedor, caso este não venha a
prestar tal obrigação.

Neste contexto, para o instituto da prestação de alimentos, também trouxe impactos e


se tornou um tema emergente, tão importante quanto delicado, pois está ligado diretamente à
direitos fundamentais que asseguram o direito à vida. Além do mais algumas medidas jurídicas
tomadas como emergencial poderão se tornarem entendimento jurídico mesmo após a
pandemia, já que até o presente momento não existe certeza sobre até quando ela perdurará e
nem até quando seus efeitos afetarão a população mundial e brasileira.

3 OBJETIVOS DA PESQUISA

3.1 Objetivo geral

A pesquisa objetiva compreender como os tribunais brasileiros têm decidido com


relação a obrigação alimentar durante a pandemia da Covid-19, já que vem sendo instado a agir
como mediador para resolver tais conflitos e se alterações advindas deste momento serão
precedentes para que o Poder Judiciário mantenha este entendimento posterior a pandemia.

3.2 Objetivos específicos

Para alcançar o fim esperado, objetiva-se tratar dos seguintes aspectos:


3.2.1 analisar o tratamento jurídico e conceitual referente à obrigação alimentar no Brasil,
notadamente seu conceito;
3.2.2 compreender os impactos da pandemia na sociedade brasileira, de modo geral, nas
questões econômica e no Direito de Família, em especial na obrigação alimentar.
3.2.3 demonstrar as principais demandas do Poder Judiciário ligada aos alimentos quais
sejam, a prisão civil do devedor de alimentos e a ação revisional durante o período de
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4 METODOLOGIA

Em termos metodológicos de uma pesquisa básica, com abordagem qualitativa, baseada


no direito de família, estendendo-se para o direito constitucional, o civil e o processual civil.
No atinente aos procedimento, a técnica de pesquisa será a bibliográfica aliada à uma
revisão sistemática sobre a pandemia da Covid-19 e decisões judiciais referente ao instituto da
prestação de alimentos, nas esferas doutrinária e jurisprudencial.
A presente pesquisa será dividida em três etapas.

Na primeira etapa será verificada o tratamento jurídico referente à obrigação alimentar


no Brasil, notadamente seu conceito, sua natureza jurídica, os sujeitos que compõe, suas
características e seus dispositivos legais.

Posteriormente, analisará a os impactos da pandemia na sociedade, de modo geral, nas


questões econômica e no Direito de Família, em especial na obrigação alimentar.

Por último, analisaremos as principais demandas do Poder Judiciário ligada aos


alimentos no cenário pandêmico, quais sejam, a prisão civil do devedor de alimentos e a ação
revisional, ou seja, como o Poder Judiciário tem decidido casos que envolvem os temas.

5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O cronograma de execução compreende as seguintes fases:

ANO 2022
Mês/atividade Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Planejamento X
Pesquisa X X
bibliográfica
Fichários X X
bibliográficos
Análise crítica X X
Fichas de X X
síntese pessoal
Contatos com X X X X X X X
orientador
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6 BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRÁFICA

DANELUZZI, Maria Helena Marques Braceiro. As implicações da COVID-19 no direito


civil.2020. p. 126. Disponível em: https://livros-e-revistas.vlex.com.br/vid/as-implicacoes-da-
covid-845384765. Acesso em: 07 abr. 2021.

FIUZA. César. Direito Civil – Curso Completo. 7. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.

FONSECA, Priscila M. P. Corrêa da. Os impactos da pandemia na obrigação alimentar.


2020. Disponível em: http://priscilafonseca.com.br/?page_id=205. Acesso em: 27 abr. 2021

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil: Direito de Família. v. 2. 8 ed. São Paulo:
Saraiva, 2002.

VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. v. 6. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

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