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CURSO DE DIREITO
BOTUCATU
2023
BANCA EXAMINADORA
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Prof. (Tatiana Stroppa)
Afiliações
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Prof. (Nome do professor avaliador)
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Prof. (Nome do professor avaliador)
Afiliações
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Prof. (Nome do professor avaliador)
Afiliações
01/12/2023
RESUMO
O presente trabalho busca apresentar a eficácia, ineficácia e a adequação
das medidas de prisão civil como meio coercitivo para o cumprimento das
obrigações de alimentar, considerando as implicações legais e os impactos sociais
desta abordagem, sendo levantado a discussão sobre outros métodos de coerção
da falta de pagamento de alimentos devidos. Foram utilizadas decisões judiciais e
doutrinais para abordar o tema e explicar suas origens jurídicas e como isso reflete
na dignidade humana. Desta forma, o trabalho passa pelas características da
obrigação de alimentar, classificação dos alimentos, a ineficácia da prisão civil e
outros métodos alternativos e por fim a prisão civil durante a pandemia da COVID-
19.
ABSTRACT
1.INTRODUÇÃO................................................................................................................. 5
4. CONCLUSÂO................................................................................................................ 30
5. REFERÊNCIAS............................................................................................................. 32
5
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho propõe-se a uma análise meticulosa das bases legais que
fundamentaml a prisão civil por inadimplência alimentar, explorando suas
implicações sociais e as nuances que permeiam sua aplicação prática.
Essa modalidade de sanção revela-se como complexa, com grande
relevância social e revela-se não apenas como um instrumento jurídico, mas sim
como uma peça crucial na engrenagem que busca conciliar a tutela da dignidade
humana, expressa no direito à alimentação, e a guarda dos princípios fundamentais
da liberdade individual onde existe um país marcado pela diversidade dos arranjos
familiares e pela dinâmica das relações interpessoais e afetivas.
A proteção do ser humano se desdobra em várias atuações e preocupações
cabendo considerar a ação de alimentos via garantidora da dignidade da pessoa
humana. A existência de normas tem o condão de enunciar e declarar direitos e
deveres, entretanto, a garantia, e efetiva aplicação destes demonstra complexidade
jurídica, posto que, mesmo existindo leis que asseguram o direito a alimentos como
direito humano, demonstra realidade diversa com inúmeras situações em que a lei
não é capaz de atender as necessidades vitais do alimentando. A proteção de
mandamentos normativos em determinadas situações exige atuação contundente
do Estado. Deste modo, a prisão civil apresenta-se como medida coercitiva
necessária que se justifica pelo caráter ímpar da obrigação alimentar, visando
proteger e assegurar a dignidade e o direito à vida do alimentado.
Almeja-se explorar esta temática, estabelecendo um percurso argumentativo
entre a restrição da liberdade individual e a potencial violação dos direitos e
garantias fundamentais que são inerentes ao cidadão. Além disso, pretende-se
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investigar se existem abordagens mais eficazes para abordar esse dilema social, o
que, reflete uma possível ineficácia da prisão civil do devedor de alimentos.
A prisão civil é uma medida excepcional em nosso sistema jurídico, pois a
Constituição Federal geralmente proíbe sua aplicação com base em dívidas
contraídas. No entanto, sua utilização é justificada pela ponderação de princípios
que visam proteger os interesses do alimentante, assegurando que ele não fique
desamparado. Essa medida busca, principalmente, dar efetividade ao preceito
normativo em situações de gravidade considerável. O Estado deve buscar a
efetivação dos direitos e deveres previstos na Constituição, recorrendo a
mecanismos, inclusive coercitivos, para garantir a observância dos fundamentos. A
obrigação alimentar, que transforma o dever moral de assistência em uma
obrigação jurídica de alimentos, pode ser sujeita a medidas coercitivas para
assegurar o cumprimento adequado e efetivo do mandamento legal, permitindo o
uso rigoroso e a força do estado quando necessário.
Apesar de as disposições do Código Civil de 2015, nos artigos 528 ao 533,
não apresentaram inovações significativas sobre o assunto, a intenção é
proporcionar uma perspectiva renovada a este objeto de estudo, cuja origem
remonta a instituição da obrigação alimentar e culmina na imposição da prisão civil
por dívida.
O presente trabalho visa contribuir para um entendimento mais profundo e
abrangente sobre a prisão civil do devedor de alimentos, e alternativas, além de
apresentar o conceito de alimentos, classificação de alimentos e prisão civil durante
a pandemia da COVID-19 alinhando-se a busca por uma sociedade justa, solidária e
igualitária.
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Por outro lado, conceito de alimentos, pode ser entendido de forma extensiva:
O artigo (1.724) do Código Civil, traz um rol sobre os deveres nas relações:
“Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres
de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos”
(BRASIL, 2002).
A respeito do comprometimento ao vínculo de alimentar, é descrito por Dias
(2006, p.34): “Assim, quem ama, seja quem for, assume deveres, encargos e
obrigações. Quem é amado tem direitos. Como o afeto gera ônus e bônus, aí situa-
se a natureza da obrigação alimentar”.
Assim complementa o autor, a respeito do subsídio necessário fornecido a
criança;
O alimento, em Direito, denomina-se a prestação fornecida a uma
pessoa, em dinheiro ou em espécie, para que possa atender às necessidades
da vida. A palavra tem conotação muito mais ampla do que na linguagem
vulgar, em que significa o necessário para o sustento. Aqui se trata não só do
sustento, como também do vestuário, habitação, assistência médica em caso
de doença, enfim de todo o necessário para atender às necessidades da vida;
e, em se tratando de criança, abrange o que for preciso para sua instrução
(RODRIGUES, 2004, p.374).
Segundo Dias (2017) não é a partir da lei que os alimentos são definidos,
muito menos as despesas fornecidas, mas sim definida diante a doutrina
determinada, “A lei não define alimentos e nem delimita a extensão das despesas a
serem atendidas a tais títulos. A distinção é feita pela doutrina.” (DIAS, 2017, p.307).
A autora complementa descrevendo que a doutrina subdivide os alimentos em
quatro formas: quanto à natureza, quanto à causa jurídica, quanto à finalidade e
quanto a forma de pagamento.
Complementa Dias (2017), A doutrina é classificada a partir da natureza dos
alimentos em duas espécies: os naturais e os civis. Os alimentos naturais ou
necessários são aqueles providos somente na proporção do mínimo indispensável e
necessário para a subsistência do alimentando, ou seja, comida, vestuário, lazer,
habitação, saúde e educação. Enquanto alimentos civis ou côngruos devem ser
suficientes para cobrir todas as necessidades do alimentando.
O autor Cahali (2009) acrescenta em relação aos alimentos côngruos;
Por alimentos côngruos entende-se o dever de ministrar comida,
vestuário, habitação e demais recursos econômicos necessários, tomando-
se em consideração a idade, a condição social e demais circunstâncias
pertinentes ao familiar em situação de necessidade. De modo diverso,
vestuário, habilitação, reclamados pelo alimentando, devem ser calculados
à base do mínimo indispensável para qualquer pessoa sobreviver, sem
tomar em consideração as condições próprias do beneficiário. (CAHALI,
2009, p.18).
em vigor o (art.19) da Lei de Alimentos, que prevê a prisão do devedor por até 60
dias.
A prisão deve ser cumprida em regime fechado de acordo com (art. 528, §4º),
ficando o preso em cela separada dos outros presos. Apesar de se sujeitarem a
protesto as decisões judiciais transitadas em julgado (CPC, art.517), em sede de
alimentos, decisões não definitivas podem ser levadas a protesto (CPC, art.528).
Dispõe o credor de uma série de opções executórias: Desconto em folha de
pagamento (CPC, art. 529 e 912), desconto de rendimento ou suas rendas (CPC,
art.529 §3), expropriação de bens (CPC, art. 528 §8º).
Outras medidas, apesar de não servirem para a satisfação do encargo
alimentar, são meios de coerção para que o devedor voluntariamente faça o
pagamento. Para isso serve: O protesto, a inscrição no cadastro dos
inadimplementos, o aprisionamento.
Exclusivamente dívidas recentes, vencidas até três meses, autorizam o uso
da execução sob a ameaça de prisão. Esse não senso formou-se na via
jurisprudencial, tanto que o Superior Tribunal de Justiça simulou esta orientação. O
Código de Processo Civil de 2002 atendeu esta limitação, restringindo a cobrança
do débito pelo rito da coação pessoal a três prestações (CPC, art 528 §7º). A
eleição do meio executório depende do número de parcelas não pagas.
O Código de Processo Civil de 2002, dedica uma seção ao processo de
cumprimento de sentença que reconhece a exigibilidade da obrigação de fornecer
alimentos e uma seção separada para a execução de acordos extrajudiciais que
envolvem a obrigação alimentar.
A modalidade de cobrança depende do período de inadimplência. Somente
as três prestações mais recentes autorizam a cobrança pelo rito da prisão. Débitos
mais antigos obrigatoriamente são cobrados por vias expropriatórias. Mas o credor
pode renunciar à ameaça da prisão e promover a cobrança mediante a penhora de
bens.
É fundamental esclarecer que, quando os alimentos são determinados
judicialmente, a cobrança é realizada no mesmo processo, uma vez que se trata da
execução de uma sentença com trânsito em julgado. Se a obrigação alimentar foi
19
legal na utilização desse recurso. Contudo, a visão de que a prisão civil não tem
caráter de pena, mesmo a própria norma processual civil, utilizando-se da
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Como descrito por Azevedo (1993) A prisão civil por débito alimentar não
corresponde à pena, mas como meio coercitivo de execução para compelir o
modo que a sua adoção somente é possível quando não existirem outros
meios idôneos à tutela do direito. Isto pelo simples motivo de que os meios
de execução se subordinam às regras do meio idôneo e da menor restrição
possível. (MARINONI; ARENHAT, 2008. p. 390-391)
de seu tempo, por algo que não lhe trará lucros, porém o cumprimento de suas
obrigações.
Essa tese é igualmente defendida por Maria Berenice Dias (2020), quando
diz que:
4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Álvaro Vilaça. Prisão Civil por Dívida. 3ªed. São Paulo: Atlas,
2012.
CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos. 6. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2009.
DIAS, Maria Berenice. Manual do direito das famílias. 4. ed. atual. e ampl.
São Paulo: Editora dos Tribunais, 2007.