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- Conforme Art. 2º, § 2 da Lei nº 11.

346:

É dever do poder público respeitar, proteger, promover, prover, informar, monitorar, fiscalizar e avaliar
a realização do direito humano à alimentação adequada, bem como garantir os mecanismos para sua
exigibilidade. (BRASIL, 2006, não paginado).

- A miséria é consequência direta da política econômica capitalista. Que existe e sempre existirá
enquanto este modo de produção não for superado.

- É de suma importância para quem deseja compreender a fome, em especial, os Assistentes Socias que,
dado o caráter interventivo da profissão, devem tomar a frente no processo que conscientização e
combate a fome, a compreensão integral desse processo. Nesse sentido, durante a vigência do
feudalismo a fome se dava em decorrência da escassez de recursos que impossibilitava o atendimento
total da demanda por comida que existia na época.

- Desde a imposição do capitalismo como sistema ecônomico, político e socail, a fome deixou de ser
motivada por escassez e passou a ser alimentada pela acumulação do capital. A crueldade desse
processo se expressa de diversas formas, dentre elas, pode-se citar o descarte que é feito de produtos
que estavam em boas condições para serem consumidos, porém, são jogados foras para assim diminuir
a oferta do produto e aumentar o seu valor de mercado.

Art. 4º Constituem competências do Assistente Social:

I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública,
direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;

II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de
atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil;

Questão social apreendida como o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista
madura, que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho tornase mais
amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma
parte da sociedade. (IAMAMOTO, 2004, p. 27).

Após compreender o conceito de serviço social, vale destacar a relevância da profissão do Serviço Social
neste contexto da Política de Segurança Alimentar e Nutricional devido à característica interventiva
desta profissão, assim como a defesa do projeto ético-político da categoria em luta e defesa
intransigente dos direitos.

4.3.3 O Assistente Social Inserido na Política de Segurança Alimentar e Nutricional

Tendo o Serviço Social estabelecido uma reflexão crítica e transformadora da realidade posta,
contribuindo para o empoderamento dos grupos sociais envolvidos, gerando oportunidades para os
sujeitos individuais e coletivos, bem como a efetivação dos direitos inerentes a pessoa humana, a
profissão se insere na atuação junto a Política de Segurança Alimentar e Nutricional.

Diante da problemática da Segurança Alimentar e Nutricional, é fundamental 61 ressaltar o direito à


alimentação enquanto direito humano, visando uma política de distribuição equitativa de alimentos que
garanta a toda sociedade acesso permanente a uma alimentação de qualidade.

Neste sentido, o Assistente Social apresenta-se como um significativo instrumento de combate a


situação de pobreza e desnutrição que afligem a sociedade, ampliando as condições de acesso aos
alimentos, a função de realizar mediações que visem à viabilização de direitos, contribuindo com a
inclusão e diminuição da desigualdade social.

Para uma operacionalização eficaz na política, o profissional inserido na mesma deve possuir clareza
acerca do seu funcionamento e efetividade. Logo, foi indagado aos entrevistados no que diz respeito a
compreensão deles sobre a Política de Segurança Alimentar e Nutricionais, que mantêm as suas
respostas em linha com as questões acerca da Soberania Alimentar e do enfrentamento da fome e da
insegurança alimentar e nutricional

SUJEITO A: “A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) compreende a realização do direito de todos ao


acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o
acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde
que respeitem a diversidade”.

SUJEITO B: “A Política de Segurança Alimentar e Nutricional garante direitos as pessoas que vivem em
situação de insegurança alimentar e nutricional, além de nortear as ações nesta área”.

SUJEITO C: “A Política de Segurança Alimentar e Nutricional como já pontuado é uma Política transversal
a Política de Assistência Social que garante o direito à Alimentação na quantidade adequada e
permanente as pessoas que vivem em situação de insegurança alimentar e nutricional”.

Sendo assim, o Serviço Social se contextualiza no âmbito desta política por meio de um canal de acesso
ao direito à alimentação, como porta de entrada que, em conjunto com outras políticas, buscam
resgatar a autonomia e o empoderamento da população beneficiada com o Programa Mesa Brasil por
meio das capacitações sistemáticas e oficinas.

Vale ressaltar que é necessário primar-se pelo caráter da intersetorialidade no exercício profissional
vinculado a SAN, ou seja, políticas intersetoriais articuladas entre diversos setores e âmbitos da
sociedade, que ofereçam condições concretas e profissionais atuantes nesta área aptos ao
conhecimento da realidade, para que diferentes grupos sociais e suas especificidades possam ter o
pleno acesso ao direito humano a alimentação adequada, conforme aponta o sujeito A da pesquisa.

SUJEITO A: “Com a ampliação do conceito da SAN no cenário nacional, relacionando-o com a promoção
da saúde e a questões de caráter Inter setorial, a atuação do assistente social necessita estar em
consonância com as atuais políticas públicas e com as diretrizes que norteiam a sua formação
profissional”.

A SAN não pode ser visualizada como questão individual, de responsabilidade única do indivíduo, mas
sim de responsabilidade coletiva e de um conjunto em consonância com as atuais políticas públicas, com
base em efetivar as práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e
que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis.

Contudo, mesmo com todo avanço e reconhecimento da profissão inserida neste campo específico
através de profissionais que executam o direito à alimentação de diversos usuários de forma indireta,
não deixa ser uma política nova em consonância com a atuação profissional.

SUJEITO B: “Ainda é um campo de atuação novo, porém com muitas oportunidades frente a uma
demanda pouco estudada mais com uma enorme importância”.

SUJEITO C: “Sendo esta uma política nova para a atuação do profissional assistente social este se depara
com novos desafios. O Serviço Social é uma profissão que está inserida na questão social que é dinâmica
e responde as demandas postas”.
Os entrevistados salientam a questão do novo, mas também assumem uma postura de credibilidade a
este campo que possui uma enorme demanda posta e uma importância significativa de enfrentamento
a questão social.

Neste sentido, após compreender as ações desenvolvidas pelos profissionais de Serviço Social, inseridos
em uma equipe multiprofissional e num trabalho intersetorial, foi indagado a respeito as dificuldades, os
limites e desafios presentes no cotidiano de atuação, referindo especificamente aos desafios
relacionados às particularidades do Serviço Social.

SUJEITO A: “O reconhecimento tanto das políticas públicas voltadas ao tema quanto da formação
profissional estão presentes nas articulações, porém com percepções contraditórias. Percebemos 63
uma limitação de ações na instância pública como uma barreira importante da atuação do assistente
social”.

SUJEITO B: “Os desafios e dificuldades são a inserção do profissional neste campo/ área, pois a profissão
é pouco conhecida pelos gestores o que acaba dificultando o acesso dos mesmos às áreas tão
importantes como a política de SAN”.

SUJEITO C: “Outra dificuldade é a realização dessas ações de forma transversal as outras Políticas como
saúde, educação e assistência, fato este que tais secretarias já estão sobrecarregadas e desconhecem a
SAN enquanto Política Pública e pelo desconhecimento ou impossibilidade transferem a
responsabilidade única e exclusiva a Secretaria da Agricultura deixando de comparecer em reuniões de
Conselho, Conferências, etc.”.

Contudo, a promoção da soberania alimentar através do alimento que chega onde precisa, a educação
alimentar e nutricional, o combate à fome e ao desperdício, a superação da subnutrição, são avanços
alcançadas, que se apontam como potencialidade do Programa Mesa Brasil SESC.

No entanto, é pertinente que as ações dos assistentes sociais estejam coerentes com as mudanças na
conjuntura socioeconômica do país, tendo o Serviço Social a função de realizar mediações que visem à
viabilização de direitos, contribuindo com a inclusão e diminuição da desigualdade social.

Ou seja, dar acesso ao alimento de qualidade e de forma sistemática complementando e enriquecendo


nutricionalmente a refeição oferecida nas Instituições Sociais, além de promover o desenvolvimento e
autonomia dos gestores sociais por meio das capacitações mensais, é o resultado que se tem com
profissão do Serviço Social inserida neste campo.

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