Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
Objetivos Especificos:
Proporcionar uma vivência em diferentes dimensões de atuação profissional;
Possibilitar ao usuário informações de como prevenir ou cuidar da saúde;
Realizar dinâmicas educativas com familiares e pacientes na sala de espera.
REFERENCIAL TEÓRICO
Desde o momento em que a saúde no Brasil começou a tomar novo rumo, instituindo
novos conceitos e implantando ações que visassem a melhoria da qualidade de vida das
pessoas, o serviço social vem marcando presença na realização de trabalhos articulados com a
população usuária, na luta pela garantia dos direitos sociais e na construção de novos sujeitos
cidadãos.
Isso significa dizer que o/a assistente social vivencia os mesmos dilemas da relação de
compra e venda da mercadoria força de trabalho como o conjunto da classe trabalhadora. O
desemprego, as formas de contratação precárias, baixos salários, desvios de função, entre
outros aspectos, fazem parte da realidade de inúmeros/as assistentes sociais no Brasil no
âmbito das políticas sociais no cenário de desmontes neoliberais.
Dentro dessa relação também está incluso os objetivos para o qual é contratado/a o/a
assistente social que nem sempre vão em direção ao projeto ético-político profissional que
tem como premissa fundamental a defesa intransigente dos direitos da classe trabalhadora e a
emancipação humana.
A relação política social e Serviço Social, no Brasil, surge a partir da década de 1930
com o incremento da intervenção estatal, através de processos de modernização conservadora
no Brasil. Essa expansão do papel do Estado envolveu também a área social, tendo em vista a
necessidade de enfrentamento das expressões da questão social, e foi acompanhada pela
profissionalização do Serviço Social, como especialização do trabalho coletivo (BEHRING;
BOSCHETTI, 2008).
Apesar de haver uma ligação entre a constituição das políticas públicas e o surgimento
da profissão de Serviço Social na divisão social e técnica do trabalho, a introdução da
temática da política social nas pautas profissionais ocorreu tardiamente. Até meados de 1960,
as funções desempenhadas pelos assistentes sociais estavam relacionadas diretamente com a
integração dos indivíduos e a normalização de suas condutas (MIOTO; NOGUEIRA, 2013).
A saúde é a área que mais absorveu o profissional de Serviço Social no Brasil, a partir
da década de 1940. A partir do Movimento de Reforma Sanitária, com a Constituição Federal
de 1988 e a criação das leis orgânica da saúde, que apontaram para um novo modelo de
assistência à saúde voltada para sua promoção e para a superação do modelo centrado na
doença e nas ações curativas, é que o assistente social passou a ter maior importância na área
da saúde, sendo chamado, principalmente, para compor equipes de trabalho
multiprofissionais. Essas inovações, que exigiram a intervenção de um profissional capacitado
para atuar nas múltiplas expressões da questão social originadas nas relações sociais que
afetam a saúde, desafiaram o Assistente Social para uma prática comprometida com as
camadas populares e influenciaram sua contratação como um dos promotores na consolidação
do SUS e de seus princípios e na articulação da saúde com as demais políticas públicas
(IAMAMOTO, 2009).
O assistente social inserido na saúde respaldado pelos princípios do seu Projeto Ético-
Político e da Reforma Sanitária, tem subsídios para realizar seu trabalho na perspectiva da
universalidade de acesso, segundo a qual todos devem receber atendimento,
independentemente de raça, classe social, religião, etc.; e da integralidade da assistência, que
preconiza que seja considerada, por todos os profissionais da saúde, a realidade econômica e
social do usuário, visando, com isso, a um atendimento articulado e contínuo das ações e
serviços de saúde. Também contribui levantando dados sobre a realidade socioeconômica dos
usuários, divulgando e propiciando o acesso às informações pelos usuários, visto que o
assistente social tem a seu favor sua prática educativa, que traz a informação perpassada em
todas as suas atividades; e incentivando a participação da comunidade junto a órgãos
legitimados de participação e controle social, ampliando com isso seu campo de atuação.
Sendo assim, o profissional pode contribuir para a participação social, a acessibilidade,
o vínculo e a integralidade da atenção, uma vez que desenvolve ações de cunho educativo na
prestação de serviços sociais que viabilizam o acesso aos direitos e aos meios de exercê-los,
cooperando para que as necessidades e os interesses dos sujeitos de direito ganhem
visibilidade na cena pública e possam ser reconhecidos. Assim, os profissionais afirmam o
compromisso com os direitos e interesses dos usuários e com a qualidade dos serviços
prestados (IAMAMOTO, 2006).
O que de novo se coloca na inserção atual do assistente social na área de saúde é o fato
de que essa “ prática” não é mais mediada pela ideologia da ajuda e sim pela perspectiva da
garantia de direitos sociais. Atua justamente nas contradições existentes no SUS, dentre as
quais constam a exclusão no acesso, a precariedade dos recursos e da qualidade dos serviços,
a excessiva burocratização e a ênfase na assistência médica curativa e individual.
É dentro da relação de dever/direito à saúde que o trabalho dos assistentes sociais vem
se desenvolvendo e, a cada dia, tem se tornado uma “prática” necessária para a promoção e
atenção à saúde. Sua intervenção tem se ampliado e se consolidado diante da concepção de
que o processo de construção da saúde é determinado socialmente, e reforçado pelo conceito
de saúde que passa a considerar o atendimento das demandas do setor sob o enfoque relevante
das condições sociais.
A inserção do Assistente Social na área da saúde vem sendo inscrita ao longo dos anos
a partir da caracterização de um profissional que, articulando o recorte social nas diferentes
formas de promoção da saúde, vem contribuindo para identificar as causalidades e
multiplicidade de fatores que incidem na qualidade de vida da população.
Neste contexto, quando nascia um novo modelo de atenção à saúde, o Sistema Único
de Saúde, universal, equânime, integral e resolutivo com serviços regionalizados e
hierarquizados com controle social e definição de responsabilidades entre os serviços de
saúde e a população, registrou-se uma maior visibilidade da prática profissional do assistente
social, enquanto trabalhador da saúde.
METODOLOGIA
ARAÚJO MB. A Equipe de Saúde no PSF: mudando práticas? Estudo de Caso no município
de Natal/RN [dissertação]. Natal (RN): Departamento de Enfermagem da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte; 2004.
BRAVO, Maria Inês S. Social e reforma sanitária : Lutas sociais e práticas profissionais. São
Paulo, Cortez, 1996.
KRÜGER, T. R. Serviço social e saúde: espaços de atuação a partir do SUS. Revista Serviço
Social & Saúde, Campinas, v. 9, n. 10, p. 123-145, dez. 2010.
MBRHY, Emerson Elias. O SUS e um dos seus dilemas de mudar a lógica do processo de
trabalho (um ensaio sobre a micropolítica do processo de trabalho em saúde). In: FLEURY,
Sônia (org.). Saúde e Democracia: a luta do Cebes. São Paulo: Lemos Editorial, 1997
MENDES, Eugênio Vilaça. Distrito Sanitário: o processo social de mudanças das práticas
sanitárias do Sistema único de Saúde. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro, Abrasco, 1993.