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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE MARILÂNDIA DO SUL – PR.

LUCAS GABRIEL DE OLIVEIRA MELO, brasileiro, menor,


inscrito no CPF/MF sob o nº 142.416.709-46, nascido no dia 01 de junho de 2018,
atualmente com 05 (cinco) anos e 01 (um) mês de idade, conforme Certidão de
Nascimento com Matrícula n.º 081489 01 55 2018 1 00015 005 0004375 23, do
Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais de Mauá da Serra - PR, neste ato
devidamente representado por sua genitora THALIA KAUANE PAULA DE
OLIVEIRA, brasileira, portadora da cédula de identidade civil RG nº 15.276.361-1
SSP/PR, inscrita no CPF/MF sob o nº 141.937.989-50, ambos residentes e
domiciliados na Rua Artur Joaquim Rodrigues, nº21, CEP 86.828-000, na Cidade de
Mauá da Serra, Estado do Paraná, por intermédio de sua advogada dativa, conforme
termo de nomeação, com endereço a Rua Jupiter nº 32, Jd. Vale do Sol, CEP 86.803-
090, na cidade de Apucarana, Estado do Paraná, e endereço eletrônico:
laiz_modesto@hotmail.com, onde recebe notificações e intimações, vem
respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 229 da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, na Lei 5.478/68, no art. 22
do Estatuto da Criança e do Adolescente, e nos arts. 1.566, 1.634, 1.694 ao 1.696
do Código Civil, PROPOR:

AÇÃO DE ALIMENTOS

Em face de GABRIEL DE FARIA MELO, brasileiro, cujo


número de identidade e CPF são desconhecidos pelo Requerente, residente e
domiciliado na zona rural Caete Mirim, na chara de lazer Água das pedras, na cidade
de Ortigueira, Estado do Paraná, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

Telefone: 43 9 9984-0653 / E-mail: laiz_modesto@hotmail.com


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I – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A representante do Requerente declara ser pobre na acepção


jurídica do termo, não possuindo condições econômicas e financeiras para arcar
com às custas processuais sem prejuízo do sustento próprio e da família.

Conforme preceitua o art. 5º, inc. LXXIV da Constituição


Federal: “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos”.

Para tanto, requer a concessão dos benefícios da Justiça


Gratuita, nos termos do arts. 98 e 99, §§3º e 4º, do Código de Processo Civil e da
Lei nº 1.060/50.

II – DOS FATOS

Conforme faz prova a Certidão de Nascimento com Matrícula


n.º 081489 01 55 2018 1 00015 005 0004375 23, do Cartório de Registro Civil das
Pessoas Naturais de Mauá da Serra - PR, o Requerente é filho legítimo do Requerido,
fruto do relacionamento entre a Genitora do Infante, e o Requerido.

Há cerca de 1 ano e 3 (três) meses, em decorrência de


divergências conjugais, chegou ao fim o relacionamento mantido entre os mesmos.

Sendo assim a Requerente ficou responsável e com os


cuidados da criança. Desde então o Requerido não procurou o filho, tão pouco
ajudou com despesas do infante.

A Genitora atualmente encontra-se desempregada, e dispõe-


se integralmente aos cuidados do filho, que somente tem 05 (cinco) anos e 01 (um)
mês de idade.

A criação do Requerente não deve recair exclusivamente sobre


a responsabilidade de sua Genitora, que são muitas e notórias, como por exemplo:
alimentação, vestuário, moradia, assistência médica, dentre outras.

Telefone: 43 9 9984-0653 / E-mail: laiz_modesto@hotmail.com


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Sobre a situação financeira do Requerido, não se tem
conhecimento. A Genitora do Requerente teve por meio de conversas com
conhecidos apenas a informação de que o Requerido está residindo na cidade de
Ortigueira, na região conhecida como Caete Mirim. Portanto, não resta outra
alternativa senão a propositura da presente ação.

III – DO DIREITO

Com relação ao pedido de alimentos, a obrigação alimentar


está fundamentada em interesse superior, que é a preservação da vida humana e a
necessidade de dar às pessoas certa garantia no tocante aos meios de subsistência.

O Código Civil, por sua vez, confere a quem necessita de


alimentos, o direito de pleiteá-los de seus parentes, em especial entre pais e filhos,
nos termos do art. 1.694 e 1.696:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou


companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que
necessitem para viver de modo compatível com a sua
condição social, inclusive para atender às necessidades
de sua educação.

Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco


entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes,
recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em
falta de outros.

Além da relação de parentesco, é imperativo que haja


necessidade do alimentando, conforme preconiza o art. 1.695 do Código Civil, in
verbis:

Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os


pretende não tem bens suficientes, nem pode prover,
pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem
se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do
necessário ao seu sustento.

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Em razão do poder familiar, cabe aos pais conjuntamente
prover o sustento dos filhos menores, consoante preleciona o art. 22 do ECA e o art.
229 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:

Art. 22 – Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e


educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir
as determinações judiciais.

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os


filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar
e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

O Código Civil assim assevera, ainda a respeito desse dever


dos pais com os filhos, in verbis:

Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:


(...)
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
(...)

Assim, o dever alimentar compete a ambos os pais, não


somente a Representante do Requerente que vem arcando sozinha com os custos
do filho. E essa obrigação é proveniente do poder familiar, cujo o exercício deste,
encontra-se regulamentado no Código Civil, no art. 1.634, I:

Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja


a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder
familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
I - dirigir-lhes a criação e a educação;

O ônus da criação dos filhos, assim, deve ser repartido entre


os seus genitores, não sendo justo sobrecarregar a Genitora.

A obrigação alimentar tem como pilar sólido a fixação do valor


da pensão na proporção da necessidade de quem a reclama e da possibilidade do
alimentante.

Preleciona o civilista Yussef Said Cahali, que na determinação


do quantum, há de se ter em conta às condições sociais da pessoa que tem direito
aos alimentos, a sua idade, saúde e outras circunstâncias particulares de tempo e

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lugar, que influem na medida. (in Dos Alimentos, 4ª Edição, Editora dos Tribunais,
pág. 726).

Coaduna com este entendimento a jurisprudência pátria.


Confira-se:

TJDF, 2.ª TC: Na fixação dos alimentos, não se leva em


conta apenas o necessário à subsistência, em sentido
estrito, mas o que é necessário também para prover o
lazer, vestuário, necessidades eventuais e a mantença de
um padrão de vida conforme as possibilidades do
alimentante. (AC 29.243, 09.03.1994, DJU III 11.05.1994,
p.5.141).

AI - ALIMENTOS PROVISÓRIOS. BINÔMIO


NECESSIDADE/POSSSIBILIDADE.
1. A teor das disposições do artigo 1695 do Código Civil
"São devidos os alimentos quando quem os pretende não
tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu
trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se
reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do
necessário ao seu sustento".
2- Os alimentos provisórios devem ser fixados tendo em
vista as necessidades do alimentando e às possibilidades
financeiras do alimentante.
3- Agravo de instrumento conhecido e provido em parte.
(20060020006159AGI, Relator NIDIA CORREA LIMA,
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios 3ª
Turma Cível, julgado em 03/05/2006, DJ 20/06/2006 p.
106).

Importante salientar, por fim, que, ao tratar do tema, o Código


Civil ampliou o seu campo de abrangência, passando a pensão alimentícia englobar
as necessidades para se viver de modo compatível com a condição social do
alimentando, nos termos do art. 1694 do Código Civil.

Deste modo, além das necessidades básicas de habitação,


alimentação, vestuário e saúde, inclui-se o mínimo para o lazer, essencial ao
desenvolvimento regular e sadio do menor.

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Devendo o Magistrado se guiar pelo disposto no §1º do art.
1.694 do CC, in verbis:

Art. 1.694. (...)


§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada.

Nesse sentido, constata-se que, muito embora se desconheça


por completo a real situação econômica do Requerido, o Requerente tem uma série
de gastos inerentes a sua tenra idade: médico, vestuário, alimentação, entre outros.

O critério adotado então, é o equilíbrio entre as necessidades


do menor, e a possibilidade de pagamento do Genitor, muito embora se desconheça
a situação do Requerido, não se sabe ao certo o salário do mesmo, sendo assim,
requer a título alimentar, quanto ao infante, o valor de R$ 400,00 (Quatrocentos
reais) mensais, correspondendo à 30% do Salário mínimo nacional.

E mais, nas ações de alimentos, o Magistrado deve, desde


logo, fixar os alimentos provisionais, nos termos do art. 4º da Lei 5.478/68:

Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo


alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo
se o credor expressamente declarar que deles não
necessita.

No caso sub examine, resta translúcida a necessidade de


fixação de tal provisão legal, face à dificuldade financeira enfrentada pela Genitora
do Menor em decorrência do seu desemprego, o que fatalmente dificulta o sustento
do Requerente.

Ademais, não há qualquer dúvida sobre a paternidade do


Requerente, o que demonstra que a inércia do Requerido dá-se, tão somente, por
má-fé, o que priva o Requerente de alguns bens necessários. Assim, deve-se fixar,
de plano, os alimentos provisórios.

Em corolário, requer que Vossa Excelência condene o


Requerido a pagar a título alimentar o valor de R$ 400,00 (Quatrocentos reais),
correspondente a 30% do Salário mínimo nacional, como alimentos provisórios, e

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ao final da instrução processual, após conhecido a remuneração do Requerido,
condene o mesmo ao pagamento de 30% sobre tal verba, e assim convertê-los em
definitivos.

Requer, ainda, seja fixado a correção anual dos alimentos


baseado no percentual que determina a correção do salário mínimo nacional,
fixando, ainda, o mês de janeiro de cada ano para atualização dos valores devidos a
título de alimentos.

IV. DA TUTELA DE URGÊNCIA

Embora a presente demanda seja para satisfazer o interesse do


Requerente, convém salientar que este não pode esperar pelo provimento
jurisdicional, tendo em vista que suas necessidades são perenes e urgentes, até pela
tenra idade.

Com isso, a concessão da Tutela de urgência para que o


Requerente tenha sua satisfação atendida é medida que se impõe, sob pena de ter
sérios prejuízos. Neste sentido o art. 300, do CPC, é expresso ao afirmar que:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
§ 1° Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode,
conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória
idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir
a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte
economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
(...)

Desta forma, o Requerente por meio de sua Representante,


requer a Tutela provisória de urgência sem a oitiva prévia da Parte contrária,
conforme o exposto no art. 9°, § único, I c/c art. 300, §2° do CPC, in verbis:

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes


sem que ela seja previamente ouvida.

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Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
(...)
§ 2° A tutela de urgência pode ser concedida
liminarmente ou após justificação prévia.

Assim, verifica-se o atendimento aos requisitos da prova


suficiente dos fatos constitutivos do direito do Requerente, para que o MM. Juiz
possa firmar seu convencimento da verossimilhança e conceder a tutela provisória
de urgência.

De consequência, faz se necessária a fixação dos alimentos


provisórios por meio de decisão judicial, nos termos do artigo 4º 1 da Lei 5.478/68,
para que o Requerido seja compelido a efetuar o pagamento de alimentos ao filho
menor.

V – DOS PEDIDOS

Pelo exposto, considerando que a pretensão do Requerente


encontra-se respaldada nas disposições do artigo 227, § 6º da Constituição Federal,
artigo 1.606 do Código Civil, Lei 8.560/92 e Lei 5.478/68, pede se digne Vossa
Excelência em, liminarmente inaudita altera pars antecipar os efeitos da tutela, para
deferir os alimentos provisórios no valor de R$400,00 (Quatrocentos reais) mensais
e, ao final, JULGAR TOTALMENTE PROCEDENTE a presente ação.

Ainda requer:

a) Expedição por meio de carta precatória para o Fórum de


Ortigueira, localizado na Rua Bem-te-vi, nº 141 - Centro, na

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Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente
declarar que deles não necessita.
Telefone: 43 9 9984-0653 / E-mail: laiz_modesto@hotmail.com
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cidade de Ortigueira, Estado do Paraná, em conformidade com
o disposto no art. 246, I do CPC/15, a fim de contestar, se
houver interesse, ou que recaia aos efeitos da revelia, se nada
fizer;

b) Deferimento da Gratuidade de Justiça ao Requerente, com


base no art. 98 do CPC/15 e na Lei nº 1060/50;

c) Com a instrução processual, determine a conversão dos


alimentos provisórios em definitivos a serem pagos
mensalmente para o Requerente, no valor correspondente ao
percentual de 30% (trinta por cento) sobre o salário mínimo
nacional, mediante depósito na conta corrente da Genitora do
Requerente, qual seja, Favorecida: THALIA KAUANE PAULA DE
OLIVEIRA, Conta nº 791862365-8, Agência nº 3880, Op. 1288,
da Caixa Econômica Federal;

d) A intimação do ilustre representante do Ministério Público


para intervir no feito como fiscal da lei, nos termos do art.
178, II, do CPC/15;

e) A condenação do Requerido ao pagamento de custas


processuais e honorários sucumbenciais.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em


direito admitidas, além dos documentos que ora junta, depoimento pessoal do
requerido, sob pena de confesso e também da oitiva de testemunhas arroladas
oportunamente, bem como as que se fizerem necessários.

Dá-se a presente causa o valor de R$ 4.800,00 (Quatro mil e


oitocentos reais), para todos os efeitos legais.

Nestes termos,
Pede deferimento.
Apucarana/Marilândia do Sul, 03 de setembro de 2023.

LAIZ CRISTINA MODESTO


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OAB/PR 99.465

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