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KARINA DOS SANTOS

ADVOGADA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____
VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA REGIÃO METROPOLITA
DE CURITIBA - ESTADO DO PARANÁ
 
 

GABRIEL VARGAS LABA, brasileiro, solteiro, menor impúbere,


residente e domiciliado na Rua Anna Gbur Barcik, 221 bloco b, apto 305,
no bairro Santo Inácio, no município de Curitiba – Estado do Paraná e
SONIA MARA VARGAS, brasileira, solteira, comerciante, inscrita no
CPF sob o nº. 650.214.2-0, portadora da cédula de identidade sob o nº.
031.521.859-28, residente e domiciliada no mesmo endereço do
alimentando, por sua advogada que ao final assina, conforme
instrumento procuratório em anexo, com endereço profissional localizado
na Rua Carlos Dietzsch, nº 475, conj. 303B, Portão, nesta capital, local
onde receberá as intimações que se fizerem necessárias, vem, pela
presente, com fundamento nos arts. 1º ss da Lei no 5.478/1968, nos
arts. 319 ss do CPC e nos demais dispositivos legais aplicáveis à matéria,
propor:

AÇÃO DE ALIMENTOS c/c GUARDA COMPARTILHADA

em face de MARCUS VINÍCIOS DE SOUZA LABA brasileiro,


solteiro, bancário, inscrito no CPF sob o nº. 6.287.553.19-72, portador da
cédula de identidade sob o nº. 3.949.668-2/SSP-Pr, residente e
domiciliado na Rua Margarida Dallarmi, 544 casa, Santa Felicidade, CEP
82015-690, Curitiba - Estado do Paraná, de acordo com os motivos
fáticos e jurídicos abaixos aduzidos:

PRELIMINARMENTE

DA CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

(Leis no 1.060, de 05.02.1.950, 7.210, de 04.07.1986 e artigo 5° inciso


LXXIV, da Constituição Federal).

Vale-se a parte autora da legislação


referida para requerer que sejam concedidos os benefícios da justiça
gratuita uma vez que não reune quaisquer condições de custear as
despesas decorrentes do processo.

O artigo 4º da Lei 1.060/50, bem como o


art. 4º da Lei 7.510/86, disciplina que: “A parte gozará dos benefícios da
Assistência Judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição
inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os
honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família”.

Nossos Tribunais têm -se manifestado


acerca do assunto com carrada de julgados; a saber:

“Justiça Gratuita. Requerimento feito por advogado. Validade.


Inteligência do art. 42 da Lei 1.060 de 1.950. A Lei não obsta a que o
requerimento do benefício de assistência judiciária que faz por patrono da
parte, regularmente constituído, pouco importando que o beneficiário não
tenha formulado ou assinado o pedido. Importa, sim, o exato
entendimento do art. 4o da Lei 1060 de 1950, a demonstração clara de
pobreza no sentido legal.” (AC. 1a Câm. do TAMG, Com. de Belo
horizonte, de 10.09.1975, cf. ADCOAS 1976 No 43456, pág. 501).

“Para a concessão do benefício da justiça gratuita à pessoa física, basta a


simples afirmação da parte de sua pobreza, até prova em contrário” (STJ –
1a Turma, Resp. 386.684-MG rel. Min. José Delgado, j. 26.2.02, deram
provimento, v.u., DJU 25.3.02, p. 211). Neste sentido: STF-RT 755/182,
STF-Bol. AASP 2.071/697j, RSTJ 7/414, STJ-RF 329/236...).

Desta forma, requer os Requerentes lhe


sejam deferidos os benefícios da justiça gratuita, pelos motivos já
alinhavados e, ainda, por ser a única forma de lhe proporcionar o mais
amplo acesso ao poder judiciário, garantia essa que a Constituição
Federal elegeu no inciso LXXIV, do artigo 5º.

I - SÍNTESE DOS FATOS

1. O autor é filho do requerido e da sua


representante legal, conforme se extrai a informação da certidão de
nascimento anexada aos autos, e atualmente encontra-se com 08 (oito) de
anos de idade. Os genitores do autor não celebraram núpcias, entretanto
mantiveram união estável por 09 (nove) anos.

2. Por razões pessoais, a genitora e o


requerido decidiram pelo término da relação de União Estável de tal
sorte que se faz imprescindível e necessário regularizar questões
referentes o menor no que diz respeito à sua guarda, alimentos, bem
como regulamentação das visitas, motivo pelo qual a representante do
menor propõe a presente Ação.

II – DA GUARDA PLEITEADA

3. A genitora, ora representante legal, já


exerce a guarda de fato do menor, e almeja com a presente ação, alterar a
guarda do menor para a modalidade compartilhada.
4. O artigo 227 da Constituição Federal
assegura à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade:

“o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à


profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão”

5. O Estatuto da Criança e do Adolescente


em seu artigo artigo 7º e seguintes, abrangeu o instituto constitucional
acima o transformando em Direito Fundamental da Criança e do
Adolescente. Veja-se:

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à


saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso,
em condições dignas de existência.

6. Todos os dispositivos acimas, vêm


consolidados pela primeira parte do artigo 229 da Carta Magna, ao
dispor que: 

“Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos


menores”.

7. O art. 1.634 em seu inciso II, do Código


Civil Brasileiro preconiza que ter a companhia e a guarda dos filhos é
complemento do dever de educá-los e criá-los, eis que a quem incumbe
criar, incumbe igualmente guardar; e o direito de guardar é
indispensável para que possa, sobre o mesmo, exercer a necessária
vigilância, fornecendo-lhes condições materiais mínimas de
sobrevivência, sob pena de responder pelo delito de abandono material,
moral e intelectual.
8. Ainda, conforme se verifica do
artigo 1583 do Código Civil, § 2º e § 3º, alterado pela lei 11.698/2008, a
guarda unilateral ou compartilhada será atribuída ao genitor que revele
melhores condições para exercê-la, senão vejamos:

Art. 1583. A guarda será unilateral ou compartilhada.[...]


§ 2º. A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele
melhores condições para exercê-la e, objetivamente, mais aptidão
para propiciar aos filhos os seguintes fatores:
I – afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar;
II – saúde e segurança;
III – educação.
§ 3º. A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a
supervisionar os interesses dos filhos.

9. Por fim, em razão da narrativa fática que


envolve o presente caso, com amparo nos dispositivos legais
preambularmente invocados, requer a representante legal a regularização
da guarda compartilhada, e que o termo de acordo entre os genitores
seja ajustado da seguinte forma:

a). Finais de semana intercalados, um com a mãe e o outro com o


pai, devendo avisar a genitora caso se ausente da comarca com o filho;
b). Feriados intercalados;

c). Festas de final de ano intercaladas;


d). No aniversário da criança, o pai poderá visitar o filho em sua
residência, sem alterar a programação e ou eventual comemoração,
podendo levá-lo para almoçar fora, com a obrigação de devolvê-lo na
casa materna até as 18 (dezoito) horas do mesmo dia. No dia das
crianças, passará em companhia do pai nos anos pares e da mãe nos anos
ímpares ou de acordo com os interesses do menor.

III – DOS ALIMENTOS

10. O dever alimentar dos pais está previsto


expressamente no art. 229 da Constituição Federal de 1988. No mesmo
diapasão, o artigo 1.634,  em seu inciso I, do Código Civil de
2002 dispõe que a criação e a educação dos filhos menores competem
aos pais.

11. Este dever de sustento, criação e educação


também é previsto no art. 22 do Estatuto da Criança  e do
adolescente. (Lei 8.069/90).

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras


providências. 
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação
dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a
obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos
iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na
educação da criança, devendo ser resguardado o direito de
transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os
direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016)

12. Verifica-se, portanto, que compete a


ambos, na medida das suas possibilidades e da necessidade do filho,
prover-lhe o sustento, todavia, esta obrigação recai a demais familiares
que melhor tenha condições de fazê-lo .

13. De fato, o Código Civil de 2002, confere o


direito de pleitear alimentos dos parentes, notadamente entre pais e
filhos nos termos dos arts. 1.694 e 1.696, ambos do Código Civil
Brasileiro.

14. Atualmente, o genitor, que é funcionário


da Caixa Economica Federal, possui um salário de aproximadamente R$
8.000,00( oito mil reais), enquanto a genitora possui uma renda
aproximada de R$ 1.700,00 ( mil e setecentos reais), sendo que esse
valor utiliza para pagar suas contas básicas, bem como suportar todos os
gastoss inerente a criação do menor, entretando, o réu está arcando
finaceiramente apenas com o pagamento da mensalidade escolar, e cede
o cartão alimentação para a mãe utiliza-lo em benefício do menor,
entretanto, necessário que os pais entrem em um acordo judicial para
ajustar a responsabilidade de cada um, uma vez que o genitor não
colabora pontualmente com suas obrigações, e em que pese todas as
dificuldades financeiras as quais a genitora vem enfrentando, todos os
outros gastos, como vestuário, material escolar, medicamentos,
tratamento odontológico, lazer e despesas superfluas estão sendo
suportadas por ela, pois o genitor além de se negar muitas vezes a cuidar
do menor, se nega a pagar qualquer outra despesa da criança, sendo
assim, a genitora do menor não viu alternativa senão a de ajuizar a
presente ação e requerer que além da mensalidade escolar, que o autor
contribua com a quantia de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais)
mensalmente para ajudar nas demais despesas do menor, as quais estão
sendo suportadas apenas pela genitora, sendo essas, as quais:
- LAZER R$ 500,00 ( quinhentos reais)

- VESTUÁRIO R$ 100,00 (cem reais) a R$ 250,00(duzentos e


cinquenta reais).

- ATIVIDADES EXTRAS: R$ 200,00 ( NATAÇÃO)

- GASTOS ODONTOLÓGICOS E MEDICAMENTOS, quando


necessários, sempre são suportados pela genitora.

15. O art. 1.695 do Código Civil de 2002,


determina que:

“São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens


suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria
mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem
desfalque do necessário ao seu sustento.”

16. Desta forma, a representante legal do


menor, ora genitora, requer que seja arbitrado ao requerido que o
mesmo continue pagando a mensalidade escolar, e que contribua com o
montante de R$ 1.500,00 reais (mil e quinhentos reais) de forma mensal
para as demais despesas inerentes a criação do menor.

IV - REQUERIMENTOS FINAIS:

Diante do exposto, as partes requerem:

a) Que a ação seja julgada procedente.

b) Sejam concedidos aos Requerentes os benefícios da justiça gratuita,


haja vista que não tem condições econômicas e/ou financeiras de arcar
com as custas processuais e demais despesas aplicáveis a espécie, sem
prejuízo próprio ou de sua família, nos termos da inclusa declaração de
pobreza, na forma do artigo 4o da lei n.1.060, de 05 de fevereiro de 1950,
e artigo 1º, da lei n. 7.115 de 29 de agosto de 1983.

c) Citação do Requerido MARCUS VINÍCIOS DE SOUZA LABA


para que compareça a audiência de conciliação com data determinada
por esse juízo e que conteste a presente ação, sob pena de revelia ou que
concorde com os pedidos.

d) Determinar a intimação do representante do Ministério Público nos


termos do artigo 698 do Código de Processo Civil, para que se manifeste
no feito em razão do interesse do incapaz;

e) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito


admitido, sem exceção, em especial a documentação inclusa e
apresentação dos demais documentos que forem solicitados para o
deslinde da ação, depoimento pessoal das partes e testemunhas
eventualmente que poderão ser arroladas.

Dá - se a causa o valor de R$ 18.000,00 ( dezoito mil reais) .

Nestes termos,

Pede deferimento.

Curitiba, 12 de setembro de 2017.


KARINA DOS SANTOS

ADVOGADA

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