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AO DOUTO JUÍZO COORDENADOR DO CENTRO JUDICIÁRIO DE SOLUÇÃO

DE CONFLITO E CIDADANIA – CEJUSC DA COMARCA DE GOVERNADOR


VALADARES – MG

JOSE ANTONIO JUNIO BOECHAT BATISTA, brasileiro, solteiro, micro


empreendedor, CNPJ 40.345.483/0001-80, portador do RG 2926594 e inscrito no CPF
sob n° 098.359.536-43, residente e domiciliado na rua Adolfo Perim, n° 535, Bairro Vale
Verde, Governador Valadares/MG, CEP 35059-520, e VIVIANE DE OLIVEIRA DONDE,
vendedora, portadora do RG – MG 13946294, e inscrita no CPF sob o n° 087.375.346-
10, por si e representando Ester Boechat Donde, brasileira, menor impúbere, nascida
aos 01 de novembro de 2017, ambas residentes e domiciliadas na Av. Lisboa, n° 356,
Bairro Grã-Duquesa, Governador Valadares/MG, CEP: 35057-450, vem, à presença de
Vossa Excelência, por intermédio de suas procuradoras in fine, com fulcro nas
disposições do art. 15 da Lei n.º 6.515, de 26-12-77 e pelo procedimento dos arts. 693
e seguintes do CPC, propor REQUERIMENTO DE MODIFICAÇÃO E
ADITAMENTO DA CLÁUSULA DE REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS, na
forma que segue:

As partes acima qualificadas, firmam por meio deste adendo, a modificação


parcial do Acordo de Reconhecimento e Dissolução de união estável com
partilha de bens, guarda regulamentação de visitas e alimentos, protocolado em
19 de agosto de 2022, procedimento n° 5026525-04.2022.8.13.0105.

I. CLÁUSULA MODIFICADA

Pelo presente adendo, fica alterada o item 6.1, alínea a. e b. e acrescido a alínea
i. do Plano de Convivência, a qual passa a valer com a seguinte redação:

a. Em dias de semana o pai terá direito de conviver com a filha nas


terças e quintas feiras, desde que respeitados os horários escolares e de
sono.
b. Em finais de semana alternados o pai terá direito de conviver
com a filha de sextas-feiras a domingo, acompanhado de uma babá e até
às 20h, sem pernoite, devendo o genitor buscá-la na residência da
genitora e devolvê-la até as 19h. Não obstante, poderá a menor
pernoitar na residência do genitor sempre que a progenitora paterna da
menor, Sra. Elba Sales Boechat Batista ou as irmãs do Genitor estiverem
na cidade, sendo certo que nesse período a menor ficará sob os cuidados
da Avó ou Tias paternas;

i. As partes ajustaram uma nova reunião daqui a 06 (seis) meses, visando uma
nova análise sobre o andamento do acordo no que concerne a
regulamentação de visitas, precificando se está atendendo o melhor
interesse da criança em consonância ao direito dos pais de convivência,
ficando pactuado a impossibilidade de retrocessão no plano de convivência
já ajustado pelos genitores.

Ficam ratificadas todos os demais itens e condições do instrumento de acordo.


E, por assim estarem em comum acordo, as partes assinam o presente acordo
para

II. DO CABIMENTO JURÍDICO

II.1 – Da possibilidade de modificação

Em que pese haja um prévio acordo de vontades entre as partes


pactuantes, a sua homologação pelo juízo configura a prolação de uma
sentença que, por ser irrecorrível, transita em julgado na data da sua
publicação (art. 487, III, do CPC).

Diante disso, esta, a princípio, somente poderia ser impugnada mediante


ação rescisória (art.966 do CPC) ou ação anulatória (art. 966, §4º, do CPC).

Assim, considerando que as cláusulas do acordo estabelecidas por autor


e réu são parte integrante da sentença que o homologou, qualquer decisão
posterior que as altere, e que não seja efetuada por meio dos instrumentos
acima, violará a coisa julgada (artigo 5º, inciso XXXVI, da CF).

Todavia, conforme se verifica do presente procedimento o acordo


celebrado entre as partes não foi homologado ainda por V. Exa., não se
operando, portanto, a coisa julgada. Sendo assim, o pedido de modificação não
precisa ser realizado em procedimento autônomo.
Além disso, a regulamentação de visitas deve tutelar o melhor interesse
da criança, não estando sob o pálio de regras rígidas, conforme entendimento
do Eg. Tribunal de Justiça de Minas Gerais:

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE


MODIFICAÇÃO DE VISITAS - PRINCÍPIO DO MELHOR
INTERESSE DA CRIANÇA - ART. 1.589 DO CC/02 - AUSÊNCIA DE
REGRAS RÍGIDAS - ACORDO JUDICIAL HOMOLOGADO -
NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA - RECURSO PROVIDO. 1. A
regulamentação de visitas deve tutelar o melhor interesse da criança,
garantindo-lhe o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, em condições de liberdade e de dignidade (art. 3 do ECA). 2.
Não existem regras rígidas para a regulamentação das visitas
(art. 1589 do CC/02), devendo o Juiz fixá-las de acordo com as
especificidades do caso, buscando um sistema que melhor
concilie os direitos dos pais com os interesses do filho,
propiciando que aquele genitor que não detenha a guarda possa
conviver com o filho, contribuindo para a formação e desenvolvimento
dele, sem causar-lhes, todavia, prejuízos. 3. Dar provimento ao
recurso. (TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.21.040958-
7/001, Relator(a): Des.(a) Teresa Cristina da Cunha Peixoto , 8ª
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 14/06/2021, publicação da súmula
em 22/06/2021)

Assim, a regulamentação de visitas deve tutelar o melhor interesse da


criança, não estando sob o pálio de regras rígidas, devendo ser fixadas pelo
Juiz ou estabelecida pelas partes de acordo com as especificidades do caso,
buscando um sistema que melhor concilie os direitos dos pais com os
interesses do filho(a).

II.2 – Da modificação das visitas


Os artigos 1.589, do Código Civil, e 19 do Estatuto da Criança e do
Adolescente, versam que é direito fundamental da criança e do adolescente ser
criado e educado com a sua família, sendo assegurada a convivência familiar,
e que aquele que não detém a guarda, poderá visita-los e tê-los em sua
companhia.
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos,
poderá visitá-los e tê-los em sua companhia, segundo o que acordar
com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua
manutenção e educação. (grifei)

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no


seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta,
assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que
garanta seu desenvolvimento integral. (grifei)

Diante disso, as partes em comum acordo decidiram modificar a


regulamentação de visitas da criança, visando seu bem-estar psicológico e
emocional.

III. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) Que se ouça o Ilustre Representante do Parquet;


b) A procedência do pedido, com a modificação do ítem 6.1, alíneas a. e b.
e aditamento da alínea i., permanecendo inalterado os demais itens do
acordo, com a homologação de TODOS OS TERMOS DO ACORDO
constante dos itens 4 a 8, nos termos do artigo 725, inciso VIII, do Código de

Processo Civil.
c) As partes renunciam, expressamente, ao prazo recursal.

Nestes termos, pedem e esperam deferimento.

Governador Valadares, 21 de Outubro de 2022.

Géssyka Ákyla da Silva Oliveira


Advogada – OAB/MG

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