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CONCEITO DE CIDADANIA;
A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE CIDADANIA
OBSERVÂNCIA E REFLEXÃO SOBRE ART. 5° DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
1. O que é cidadania?
Conceitos de cidadania:
1. O termo cidadania tem origem etimológica no latim “civitas”, que significa "cidade".
Estabelece um estatuto de pertencimento de um indivíduo a uma comunidade, um país, e
que lhe atribui um conjunto de direitos e obrigações, sob vigência de uma Constituição.
2. Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “cidadania é a qualidade
ou estado do cidadão”, e entende-se por cidadão “o indivíduo no gozo dos direitos civis e
políticos de um estado, ou no desempenho de seus deveres para com este”.
3. De acordo ainda com Janoski (1998) cidadania é a pertinência passiva e ativa de
indivíduos em um estado - nação com certos direitos e obrigações universais em um
específico nível de igualdade:
4. Conjunto formalmente definido de direitos e obrigações de um indivíduo perante a
sociedade. Um conjunto de direitos e liberdades civis, políticas, sociais e econômicas, já
estabelecidos ou não pela legislação.
5. Cidadania - É um conjunto de direitos e deveres que nos permite participar das
decisões da sociedade em que vivemos. Ela é construída no nosso dia a dia, a partir da
nossa capacidade de participação social e colaboração para o bem comum.
É importante notar que a cidadania é um processo contínuo e em constante
transformação. O poder emana do povo, que se submete à organização do Estado para
que esse possa garantir os seus direitos e o bem de todos.
1.Conduta cidadã
Uma conduta cidadã é toda conduta do ser humano, no sentido de observar as normas, leis,
direitos e demais atitudes que venham a colaborar para uma relação harmoniosa e pacífica entre
todos aqueles que fazem parte de uma mesma sociedade.
Exercer a função de um agente da segurança pública (policial militar) requer um
comportamento especial perante os demais cidadãos, e consequentemente, um dever
individual de conduta e um dever coletivo de agir em prol do bem-estar da sociedade e do
bem comum.
A decisão de ser um policial militar é pessoal e voluntária. No entanto, quando se assume
uma função pública de um agente da segurança pública, também se assume deveres e
responsabilidades perante o Estado e a sociedade.
O exercício de qualquer função pública é regido por uma série de regras e normas que
disciplinam a conduta do profissional da segurança pública, em especial, de um policial militar.
A própria Constituição Federal dá o norteamento dessas ações, além de legislações,
regimentos e regulamentos internos.
Contudo, não basta somente agir conforme a lei e as normas para que a função de um
agente da segurança pública seja alcançada com excelência. Pois, é necessário ter uma
conduta íntegra, pautada, também, nos princípios e valores, que balizam o mister de um
policial a serviço da sociedade.
Uma conduta íntegra do policial militar, significa desempenhar sua função com moral,
retidão, responsabilidade, honra e honestidade em suas ações, atividades e comportamento,
pois tudo isso gera confiança por parte do cidadão.
Se as nossas condutas já estão em consonância com a lei, por que então devemos agir de
forma íntegra? Primeiro, porque a integridade está além da ética e da lei. Segundo, sem uma
conduta íntegra não se alcança a finalidade principal, que é ser um agente da segurança
pública, a serviço da sociedade.
Portanto, ter uma conduta íntegra, seja como cidadão e como agente da segurança
pública, possibilita:
I - Ser uma pessoa de confiança para si e para os outros, pois, saberão que não tomará
decisões ou atalhos desonestos, incorretos ou desleais;
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II – Ficar com a consciência tranquila e limpa, sabendo que sua conduta não prejudicou
ninguém, nem trará danos a si mesmo nem ao coletivo;
III – Atrair pessoas, por sua empatia e honradez, diante de suas qualidades pessoais;
IV – Alcançar objetivos e metas, profissionais e pessoais, de modo mais rápido e seguro;
V – Ter reconhecida sua reputação pessoal e funcional, contribuindo para o seu
desempenho profissional e histórico laboral;
VI – Excluir qualquer ameaça de sanção administrativa, disciplinar, civil ou penal.
Originado na Grécia antiga (1100 a.C. até 146 a.C.) o termo cidadania indica aquele que
habita uma cidade (civitas) e dizia respeito à sua atuação efetiva o que significava dizer que
nem todos eram cidadãos, mas somente aqueles que usufruíam de privilégios em
determinadas classes sociais. O conceito, naquela época excluía mulheres, crianças e escravos
e incluía somente os homens totalmente livres, ou seja, aqueles que não precisavam trabalhar
para viver. Imagine que o número de cidadãos era bem reduzido.
Na Roma Antiga, cidadania estava relacionada ao exercício de direitos políticos, civis e
religiosos atribuída somente aos patrícios (homens livres, descendentes dos fundadores da
cidade); negada aos plebeus (descendentes de estrangeiros) assim como aos escravos (todos
aqueles que não saldavam suas dívidas, os traidores e os prisioneiros de guerra). Com a
expansão militar romana, o advento da Lei das Doze Tábuas (450 a.C.) assegurou aos plebeus
o acesso ao exercício da cidadania.
Império Romano - O direito romano definiu a cidadania como um estatuto jurídico-político
que era conferido a um dado indivíduo, independentemente da sua origem ou condição social
anterior.
Com a queda do Império Romano e o início da Idade Média, as relações entre o cidadão e
o Estado passaram a ser controladas pela Igreja Católica e com o Feudalismo, a vassalagem
estabeleceu uma relação intensa de dependência do camponês. O homem medieval nunca foi
cidadão. De alguma maneira, foram “suspensos” os princípios de cidadania.
Neste sentido, a Revolução Francesa, que começou em Paris em 14 de julho de 1789,
com a Queda da Bastilha, transformou o quadro político daquele país e foi um marco no
estabelecimento de um Estado democrático voltado para os interesses de todos os cidadãos
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e um exemplo seguido por outros países. Com o início da Idade Moderna foram colocados os
princípios de liberdade e igualdade na busca pela justiça e contra os privilégios
Corroborando ainda com esse pensamento, e conforme instituído pela nossa Carta magna de
1988, que infere em seu artigo 5º que:
Art. 5º da CF/88 - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
Art. 5º da CF/88 - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
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I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
Resumindo:
Nesta aula, vimos que o conceito de cidadania evoluiu desde a Roma e a Grécia antigas
até os dias de hoje, mudando ao longo do tempo face aos novos cenários políticos que se
apresentavam. Também que a cidadania é um processo contínuo e em constante
transformação;
Que cidadania é “a qualidade ou estado do cidadão no gozo dos direitos civis e políticos ”.
Vimos também que uma conduta cidadã é aquela em que todo cidadão observa as normas,
leis, direitos e toma atitudes que venham a colaborar para uma relação harmoniosa e pacífica
entre todos aqueles que fazem parte de uma mesma sociedade.
Vimos que o artigo 5º da CF Brasileira/88, prevê em seus incisos I ao LXXVIII e
parágrafos, resumidamente, os princípios fundamentais hoje genericamente denominados
Direitos Humanos.
E que neste sentido, o Estado tem a obrigação de conduzir todos os seus órgãos,
instituições e agentes públicos encarregados da segurança pública a fim de restringir e
impedir o exercício de toda e qualquer atividade que possa de alguma forma colocar em risco
esse maior e mais relevante dos direitos fundamentais que é o direito à vida.
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Referências
_ BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: versão
atualizada até a Emenda n. 92/2016.;
- BENGOCHEA, Jorge Luiz Paz, et al. A transição de uma polícia de controle para uma polícia
cidadã. São Paulo em Perspectiva, n. 18, p. 119-131, 2004. BRASIL. Constituição da República
Federativa do Brasil. 05 de outubro de 1988. Disponível em: . Acesso em: 11 jun. 2023;
- Conduta Íntegra. Disponível em: https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-
conteudo/campanhas/integridade-publica/conduta-integra#conformidade. Acesso em; 11
junho de 2023;
- SONNENBURG, Solveig Fabienne. Cidadania e o exercício do poder de polícia. 125f. 2009.
Dissertação. (Mestrado em Direito Político e Econômico) – Universidade Presbiteriana
Mackenzie, São Paulo, 2009.
- VIEGAS, D., & Teodósio, A. dos S. de S. Mudança de Postura? A Conduta Cidadã no Uso de
Sacola Plástica no Varejo. Administração Pública e Gestão Social, vol. 11, núm. 3, 2019.
Universidade Federal de Viçosa, Brasil. Disponível em:
http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=351559268007. Acesso em 11 junho de 2023;