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INSTITUIÇÕES JUDICIÁRIAS E ÉTICA

Queridos alunos, hoje o tema da nossa aula e POLÍCIA JUDICIÁRIA

Estudaremos: Polícia Judiciária e Funções essenciais à justiça: noção


organizacional

1) POLÍCIA ADMINSTRATIVA (OU DE REPRESSÃO) X POLÍCIA JUDICIÁRIA

- Administrativa: Manutenção da tranquilidade social por meio de medidas


preventivas, com a finalidade de evitar a prática de crimes ou de atos que
causem desordem ou intranquilidade social. Visa, por tanto, impedir a
perturbação da ordem pública, possuindo nítido caráter preventivo. -> Atua antes
da prática delituosa (ex. bloqueio em determinada avenida, para averiguação
dos veículos que por ali passarem).

- Judiciária: Evitar toda e qualquer prática criminosa, ao lado da apuração dos


delitos, cabe à polícia judiciária auxiliar o Poder Judiciário na execução de
medidas administrativas e processuais, a fim de fornecer à Justiça as
informações necessárias ao deslinde de um processo, bem como efetuar as
diligências imprescindíveis ao exercício do poder jurisdicional (ex. cumprimento
de mandado de busca e apreensão).

1.1 - DIFERENÇA ENTRE POLÍCIA ADMINISTRATIVA E POLÍCIA


JUDICIÁRIA

A primeira diferença existente entre a polícia administrativa e a judiciária é o fato


de a primeira atuar preventivamente e a segunda repressivamente. Assim, a
polícia administrativa teria como objetivo impedir a conduta antissocial ao passo
que a judiciária apurar os fatos já ocorridos.

Todavia, essa diferenciação carece de precisão, na medida em que a polícia


administrativa também exerce atividade repressiva ao impor, por exemplo, multas,
advertências e suspender atividades. Por outro lado, a polícia judiciária exerce
atividades preventivas, como por exemplo, inibir crimes.

O art. 144, § 1º da CF/88 preconiza que cabe a polícia federal atuar na prevenção
a tráfico de entorpecentes. Essa seria uma hipótese prevista em lei, no sentido da
imprecisão em diferenciar polícia administrativa de polícia judiciária, utilizando
apenas os critérios de repressão e prevenção.

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Por isso, há aqueles que sustentam que a principal diferença entre elas está na
ocorrência ou não de um ilícito penal. Assim, a polícia administrativa atua na
prevenção e repressão do ilícito administrativo ao passo que judiciária age a partir
do ilícito penal.

Uma outra diferença apontada pela doutrina está no fato de que a polícia
administrativa atua sobre bens, direitos e atividades ao passo que a judiciária
somente sobre pessoas.

Por fim, a polícia administrativa é exercida pelos variados órgãos da Administração


Pública ao passo que a polícia judiciária é exercida por corporações especializadas
de forma privativa, como a polícia civil. A polícia civil é de fato quem exerce as
funções de polícia judiciária (exceto nas apurações de infrações penais militares).
A polícia militar exerce atividade ostensiva e de preservação da ordem pública
(art. 144, § 5ºda CF/88).

Diante desse contexto, pode-se identificar, portanto, quatro elementos


diferenciadores entre a polícia administrativa e a judiciária, quais sejam: o critério
do binômio repressão/prevenção; o critério do ilícito; o critério do âmbito de
atuação e o critério do órgão competente para seu exercício.

2) Divisão organizacional da polícia judiciária

A Nossa carta magna em seu artigo 144, parágrafos, estrutura de forma clara
a organização da segurança pública no nosso país.

Compõe a estrutura:

a) Polícia Federal;
b) Polícia Rodoviária Federal;
c) Polícia Ferroviária Federal;
d) Polícias Civis;
e) Polícias Militares e corpos de bombeiros militares

Para entendermos a função específica de cada uma, faremos um breve


estudo específico de cada uma.

a) POLÍCIA FEDERAL (ART. 144, §1º, I ao IV, CF)

Vinculada à União, Cabendo-lhe a exercer as funções de polícia marítima,


aeroportuária e de fronteiras, e com exclusividade, as funções de polícia
judiciária da União, além de apurar infrações penais contra a ordem política
e social, ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de
suas entidades autárquicas e empresas públicas, e outras infrações que

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causem repercussão interestadual ou internacional. (Tráfico ilícito de
entorpecentes, ao contrabando e ao descaminho)

b) POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL (ART. 144, § 2º, CF)

Também vinculada a União, com atribuição específica para efetivar o


patrulhamento ostensivo das rodovias federais.

c) POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL (ART. 144, § 3º, CF)

A exemplo das polícias estudadas anteriormente, esta, também é vinculada


a União, com atribuição específica para patrulhar ostensivamente as ferrovias
federais.

d) POLÍCIA CIVIL (ART. 144, § 4º, CF)

Vinculadas aos Estados e ao DF, subordinadas aos respectivos chefes do


Poder Executivo, se destinam a exercer as funções de polícia judiciária,
incluindo a apuração de infrações penais ressalvadas a competência da
União.

e) POLÍCIA MILITAR (ART. 144, §§ 5º E 6º, CF)

Também vinculadas aos Estados e ao DF, subordinadas aos respectivos


Governadores, cabendo-lhes a função de polícia ostensiva (chamar a
atenção), bem como a preservação da ordem pública.

f) CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES (ART. 144, §§ 5º in fine e 6º, CF)

Igualmente ligados aos Estados, e ao DF, subordinados aos respectivos


Governadores, possuem a incumbência principal de execução das atividades
características de defesa civil.

3) Carreiras

Assim como os auxiliares da justiça, o sistema de segurança pública, também


dispõe de uma série de servidores que formarão toda a equipe desta pasta.

Destacaremos a seguir, destacaremos duas em especial, que são as de


Delegado de Polícia Estadual e Federal.

3.1 – Delegado de Polícia Estadual

As polícias Civis Estaduais têm suas carreiras regulamentadas por meio da


legislação local de cada Estado membro.

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No Estado de Goiás, de acordo com o art. 123, da Constituição do Estado de


Goiás, a Polícia Civil, dirigida por Delegados de Polícia, cuja carreira integra,
para todos os fins, as carreiras jurídicas do Estado, incumbem as funções de
polícia judiciária e a apuração das infrações penais, exceto as militares e as
de competência da União, já delimitadas pela Constituição Federal.

O cargo de Delegado de Polícia é privativo de bacharel em Direito, com


carreira estruturada em quadro próprio, dependendo o respectivo ingresso,
de provimento condicionado à habilitação por concurso público de provas e
títulos, realizados pela Academia de Polícia Civil do Estado, com participação
da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de Goiás.

A estrutura organizacional da Polícia Civil no Estado de Goiás, está


amparada pela Lei Lei 16.901/10, onde dispõe sobre toda composição, onde
traz em seu art. 54, especificamente a da carreira de Delegado de Polícia,
conforme a seguir:

a) Delegado de Polícia da Classe Especial;

b) Delegado de Polícia da 1ª Classe;

c) Delegado de Polícia da 2ª Classe;

d) Delegado de Polícia Substituto;

O delegado ao ingressar nos quadros da Polícia Civil, a exemplo dos


magistrados, ingressa na carreira como Delegado de Polícia Civil Substituto
e sua Ascenção se dará por meio de promoções previstas dentro da própria
carreira (arts. 72 ao 79, Lei 16.901/10), sendo o seu ápice, atingir a classe de
Delegado de Polícia da Classe Especial o que possibilitará vir a ser Delegado
Geral da Polícia Civil ou até mesmo Secretário de Segurança Pública do
Estado.

Ainda em relação a Lei16.901/10,em seu art. 59, dispõe de garantias e


prerrogativas asseguradas ao Delegado de Polícia das quais:

I – a independência funcional no desempenho de suas


atribuições;

II – a irredutibilidade de subsídio;

III – a estabilidade, após a confirmação no cargo, na forma da lei;

IV – não ser constrangido por qualquer modo ou forma a agir em


desconformidade com a sua consciência ético-jurídico-profissional;

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V – requisitar, sempre que necessário, auxílio e colaboração das
autoridades públicas para o exercício de suas atribuições, respeitada a
legislação de cada órgão ou categoria requisitados;

VI – requisitar das autoridades competentes certidões,


informações e diligências necessárias ao desempenho de suas funções;

VII – ingressar livremente em qualquer edifício ou recinto onde


funcione repartição pública do Estado e ter acesso a documentos e informações
úteis ao exercício da atividade funcional, respeitada a hierarquia administrativa;

VIII – ser removido de ofício apenas em face da necessidade do


serviço, definida em ato motivado do Delegado-Geral da Polícia Civil, com
aprovação de 2/3 (dois terços) do Conselho Superior da Polícia Civil.

3.2 – Delegado da Polícia Federal

Não há uma norma legal específica que regulamenta todos os aspectos


jurídicos atinentes aos cargos e função da Polícia Federal. Existem projetos
de Leis em tramite para instituir a Lei Orgânica da Polícia Federal. Até a
regulamentação de tal proposta, baseamo-nos em legislações esparsas que
regulamentam a matéria, ainda que parcialmente como o: Dec. Lei 2.251/85
e as Leis 9.266/96, 10.682/03 e 11.095/05.

De igual forma das demais carreiras, temos a obrigatoriedade de aprovação


em concurso público e segue uma série de requisitos e etapas.

Bibliografia utilizada:

- BRASIL I. Haddad, José Ricardo. II. Wagner Junior, Luiz Guilherme da Costa.
III. Jacob, Roberto Mendes de Freitas Junior, Sérgio Carvalho de Aguiar Vallim
Filho. – Poder Judiciário e carreiras jurídicas – Ed. Atlás, 5ª edição, ano 2014.

- http://www.gabinetecivil.goias.gov.br/leis_ordinarias/2010/lei_16901.htm -
acessado em 19-03-20

Ótimos estudos!

Prof. Marla Macário

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