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TRABALHO 1: ATRIBUIÇÕES DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL

Aluna: Franciele Marques da Silva e Luciene Sousa de Araujo


Profº: João Lucas Zanoni da Silva
Turma: 8º período/noturno

1-NATUREZA JURÍDICA DA PRF

A Polícia Rodoviária Federal é um órgão que pertence à estrutura do Poder Executivo


Federal integrante da estrutura do Ministério da Justiça e Segurança Pública, conforme
regulamentado no Decreto 1.655/1995.

2. E O TRÂNSITO NO BRASIL? CADÊ A PRF?

Podemos constatar que o trânsito em nosso país é extremamente complexo, e por esse
motivo recebeu uma divisão especial de competência, no sentido de que a União, os Estados-
membros, assim como o DF e os Municípios possuem seu papel delineado nesse cenário
fundamental denominado SNT (SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO).
O Departamento de Polícia Rodoviária Federal, é um órgão da União, que se
desconcentra aos Estados-membros atravésde de suas Superintendências. Estas, por sua vez,
desconcentram-se aos Municípios através de órgãos menores que recebem o nome de
delegacias, que se subdividem nas rodovias deferais, em postos policiais e em rondas
(viaturas). As atribuições da PRF nas rodovias federais são divididas com o DNIT, enquanto
a PRF fica com o patrulhamento ostensivo, o DNIT fica com a conservação da via, de forma
preponderante. Quanto ao Sistema Nacional deTrânsito (SNT), ele representa o conjunto de
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por
finalidade o exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa,
registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condudores,
educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento
deinfrações e de recursos e aplicação depenalidades.

3. ATRIBUIÇÕES DAPOLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL NA CONSTITUIÇÃO


DAREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

O tópico da Constituição Deferal em que se localiza a Polícia Rodoviária Federal é o


capítulo denominado de Segurança Pública ( que seria a mateialização dos direitos Indiviais e
Coletivos de 2ª Geração). A Segurança Pública está resguardada na Constituição Federal do
Brasil de 1988, que em seu artigo 144 diz que: “A Segurança Pública, dever do Estado, direito
e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio [....]”, ressaltando o texto constitucional o Estado
tem por finalidade prestar segurança aos cidadãos e garantir-lhes a incolumidade física e
moral, pela convivência pacífica e harmoniosa no seio da sociedade.
Existem dois tipos de órgãos atuantes na Segurança Pública (direitos individuais e
Coletivos de 2ª geração), com a finalidade de viabilização da paz social: órgãos ostentivos e
órgãos repressivos. Enquanto os primeiros tem a finalidade de desestimular os pretensos
infratores, estes têm a finalidade de viabilizar a sua punição.As atividades típicas do
policiamento ostensivo são: (i) a prevenção das infrações penais ou administrativas por meio
da presença ostensiva e do poder de polícia; (ii) o emprego da força para a preservação de
bens jurídicos violados ou ameaçados; (iii) a repressão imediata de infrações penais e
administrativas em flagrante; e (iv) a prisão ou apreensão de pessoas ou bens sobre os quais
recaia mandado judicial. Em relação à atividade repressiva imediata de infrações
penais caberá, como regra, à polícia ostensiva, sempre que necessário, adequado e
proporcional: a abordagem, a captura e a qualificação do infrator, a identificação das vítimas e
testemunhas da infração, a coleta dos elementos de convicção transeuntes ou que dispensem
perícia no local e, por fim, o subsequente encaminhamento do caso para a completa apuração
pela polícia judiciária.
A polícia rodoviária federal trata-se de órgão de segurança pública, que é responsável
pelopatrulhamento ostensivo nas rodovias e estradas federais.As principais atribuições
institucionais da PRF encontram-se disciplinadas no art. 144, § 2º da CF, no Decreto n.
1.655/1995 e na Lei n. 9.503/1997, as quais, em síntese, se referem à missão de promover o
patrulhamento rodoviário ostensivo, ou seja, fiscalizar, orientar e coordenar o trânsito em
todos os sentidos, prevenindo e reprimindo condutas ilícitas e perigosas com o fim de
proporcionar paz e tranquilidade aos usuários das rodovias federais, zelando por alguns dos
bens mais preciosos do ser humano, quais sejam a vida, a segurança e o patrimônio. Assim
sendo, como espécie do gênero polícia, a PRF tem a função principal de proteger o cidadão.
Ainda, a PRF atua diretamente no enfrentamento da criminalidade (BRASIL, 1997).

3.1 AS ATRIBUIÇÕES DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL NO CÓDIGO DE


TRÂNSITO BRASILEIRO
A polícia rodoviária federal divide com o DNIT uma série de atribuições nas rodovias
e estradas federais, em que se apresentam, algumas competências exclusivas e outras comuns.
De acordo com o art. 20 do CTB, a informação mais relevante referente ao seu caput é sobre
competência territorial da PRF, que atua administrativamente em rodovias e estradas federais.
Sabe-se que a Polícia Rodoviária Federal é tipicamente uma polícia rural e tem como
atribuição prevenir a ocorrência de infrações tanto penais como administrativas dessas
regiões. Desta forma, frisa-se que a referência para o policial é o local de ocorrência da
infração, e não aquele em que efetivamente ocorrerá a abordagem, uma vez que o trânsito é
dinâmico e o estado de flagrância permite a perseguição do infrator, ainda que este invada
área urbana ou uma mata às margens da rodovia.
Com relação ao inciso I do art. 20 do CTBI “cumprir e fazer cumprir a legislação e as
normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições”, o dispositivo expressa a preocupação do
legislador tanto com a legalidade quanto com a moralidade na prestação do serviço público
pelos órgãos de trânsito. Deve-se ficar claro que o policial rodoviário federal tem o dever de
cumprir sempre com as normas de trânsito, mesmo dispondo de prerrogativas peculiares de
sua profissão, como dispõe o art. 29 do CTB sobre os casos de emergência em que os
policiais gozam de prioridade no trânsito. Casos extrapolem os limites da profissão, recebem
falta grave e autuação, pois jamais um policial pode utilizar-se de suas prerrogativas para
obter vantagens pessoais.
Indo mais adiante no inciso II do art. 20 do CTB “II - realizar o patrulhamento
ostensivo, executando operações relacionadas com a segurança pública, com o objetivo de
preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros”,
observa-se a reprodução do mandamento constitucional, que diz que o a PRF deve realizar o
patrulhamento ostensivo nas rodovias e estradas federais, que tem por objetivo preservar a
ordem, a incolumidade das pessoas e do patrimônio da União e de terceiros. O CTB assim
como Constituição Federal retratou a segurança pública em sentido amplo, não restringindo
apenas às ações policiais e coibir infrações penais, mas resguardando também a segurança
viária.
A competência definida no art. 20-III, da PRF, é semelhante às competências definidas nos
arts. 21-VI e 21-VII. A diferença está, apenas, na estada e remoção de animais para a Polícia
Rodoviária Federal – PRF – e na aplicação das penalidades de advertência, por escrito, para o
órgão executivo rodoviário da União (Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes – Dnit). Com relação ao incico IV do CTB, A incumbência de efetuar
levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos serviços de atendimento, socorro e
salvamento de vítimas.
Com relação ao inciso V do CTB que regulamenta sobre a competência da PRF de credenciar
os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativas aos serviços de
remoção de veículos escolta e transporte de carga indivisível, esse credenciamento trata-se de
uma autorização dada à particular para desempenhar atividade de seu interesse particular,
sendo essa autorização um ato administrativo discricionário e precário. Essa escolta provada
também é exigida em Resoluções do DNIT, que pode contar com o auxílio feito pela escolta
da PRF, dependendo da complexidade do transporte.
O inciso VI, por sua vez trata livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar
ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais, bem como zelar pelo cumprimento
das normas legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a interdição de construções,
obras e instalações não autorizadas. Os comentários mais pertinentes desse inciso com relação
à “livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de
medidas emergenciais”, faz referência às obstruções causadas por pessoas em passeatas,
protestos, acidentes de trânsito, animais soltos na via, buraco na via ou por veículos
abandonados, assim como por construções não autorizadas de uma forma geral. Sobre a parte
que diz sobre “zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito de vizinhança”,
diz respeito à limitação que o poder de vizinhança possui no direito de propriedade. Já a parte
que diz sobre “promovendo a interdição de construções, obras e instalações não autorizadas”
diz sobre a existência construções e instalações não autorizadas, devido ao abuso de direito de
seus proprietários, é possível que a PRF promova interdições, a fim de assegurar a segurança,
saúde e o sossego público.
O inciso VII trata da coleta de dados estatísticos e elaboração de estudos sobre
acidentes de trânsito que deverão ser encaminhadas ao órgão rodoviário federal para criação
de medidas preventivas operacionais.
É também atribuição da Polícia Rodoviária Federal no Código de Trânsito Brasileiro,
a implementação das medidas da Política Nacional de segurança e Educação de Trânsito,
objetivando um trânsito mais seguro e livre de acidentes, conforme determina o inciso VIII.
O inciso IX, aplica o disposto no art. 75 do CTB, que estabelece as diretrizes trazidas
pelo CONTRAN em que a PRF, promove e participa de projetos e programas de educação e
segurança.
No que se refere ao inciso X, a PRF, integra órgãos e entidades do Sistema Nacional
de Trânsito no intuito de arrecadar e compensar multas impostas no âmbito se sua
competência, visando a unificação do licenciamento, simplificação e celeridade das
transferências de veículos.
Também de acordo com o inciso XI, a PRF, fiscaliza o nível de emissão de poluentes e
ruídos produzidos pelos veículos automotores ou pela sua carga. As fiscalizações de trânsito
ocorrem com base na Resolução do CONTRAN 452/2013, que dispõe sobre os
procedimentos a serem adotados pelas autoridades de trânsito e seus agentes na fiscalização
das emissões de gases de escapamento de veículos automotores de que trata o art. 231, III, do
CTB.

3.2 AS ATRIBUIÇÕES DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL NO DECRETO


1.655/1995

Por fim no Decreto 1.655 de 3 de outubro de 1995 são estabelecidas algumas


competências da PRF no art. 1° como: inciso V, realizar perícias, levantamentos de locais
boletins de ocorrências, investigações, testes de dosagem alcoólica e outros procedimentos
expressos em leis e regulamentos; inciso VIII execução de medidas de segurança e escolta sob
a coordenação do órgão competente, no deslocamento do Presidente da República e outras
autoridades quando necessário; no inciso IX compete efetuar e fiscalizar o controle do tráfico
de menores nas rodovias federais, adotando providencias previstas no Estatuto da Criança e
do Adolescente e de acordo com o inciso X, compete a colaboração e atuação na prevenção e
repressão aos crimes contra a vida, patrimônio, meio ambiente, dentre outros.

3.3 A POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL E O DNIT

De acordo com o art. 79 da Lei 10.233/2001, o DEIT é uma autarquia federal


vinculada ao Ministério dos transportes (transformado em Ministério da Infraestrutura). É
órgão executivo rodoviário da União e assim como a PRF, conforme art. 21 do CTB possui
atribuições comuns na rodovia federal tais como: cumprir e fazer cumprir a legislação e as
normas de trânsito; estabelecer, em conjunto com os órgãos de policiamento ostensivo de
trânsito, executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as penalidades; promover e
participar de projetos e programas de educação e segurança dentre outras.
Já os incisos II; III; VIII; IX e XIV do mesmo artigo tratam das competências
exclusivas do DNIT nas rodovias federais, quais sejam respectivamente: planejar, projetar,
regulamentar e operar o trânsito de veículos, pedestres ciclistas e animais; implementar,
manter e operar sistema de sinalização; fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas
administrativas cabíveis relativas às infrações; fiscalizar o cumprimento da norma expressa no
art. 95, aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele previstas e vistoriar veículos
que necessitem de autorização especial para transitar.
A atribuição principal do DEIT é a preservação da via, que controla por meio de uma
AET, autorização especial de trânsito, os veículos grandes e suas cargas em rodovias federais.
Salienta-se que as obras feitas às margens da rodovia necessitam de autorização do
DNIT.

3.4 ATRIBUIÇÕES DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL E DO DENIT NAS


RESOLUÇÕES DO CONTRAN.

A Resolução 289/2008, regulamenta o referido tema. Destaca-se a possibilidade de a


PRF fiscalizar infrações de excesso de peso nas rodovias federais. Também compete ao
DNIT, a fiscalização de velocidade por meio de radares do tipo fixo. E por fim, a Resolução
informa que em rodovias federais, caberá a ANTT fiscalizar as infrações de excesso de peso.
Esclarece em seu art. 3° que as Receitas oriundas das multas aplicadas pelo DNIT e
DPRF serão revertidas a cada órgão arrecadador, conforme art. 320 CTB. No art. 4° dispõe
que as despesas serão de responsabilidade de cada órgão dentro da esfera de sua atuação.
Esclarece ainda no art. 5° que “para fins de atendimento do disposto nesta Resolução poderá
ser celebrado convênio entre o DENIT e o DPRF, na forma prevista no artigo 25 do CTB”.

3.5 QUEM É A ANTT?

É importante esclarecer que a ANTT, surge com a desestatização, em que o Estado


passa setores estratégicos para o mercado, fiscalizando tais setores. A ANTT (Agência
Nacional de Transportes Terrestres) é uma empresa fiscalizadora, criada pela mesma lei que
criou o DNIT, entretanto, não se trata de uma simples autarquia, pois possui regime especial
para escolha de seus dirigentes e atividades desempenhadas. O art. 24, XVII da Lei
10.233/2001 dispõe sobre suas atribuições gerais “exercer, diretamente ou mediante convenio,
as competências expressas no inciso VIII do art. 21 da Lei 9.503/1997.
Por fim, percebe-se que a ANTT, pode fiscalizar infrações de excesso de peso, apenas
em rodovias concedidas, ou administradas pelas concessionárias de serviços públicos.
REFERÊNCIA
MACEDO, Leandro; MENDES, Gleydson. Atribuições da Policia Rodoviária Federal. Curso
de Legislação de Transito. 7. ed. rev. Salvador: JusPodivm, 2021. cap. 3, p. 87-107

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