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V - CRIME MILITAR
1. Crime Militar e Transgressão Disciplinar
Crime militar e transgressão disciplinar Distinção entre ambos. No primeiro, a
infração é lesiva aos bens jurídicos que são a razão de ser das instituições militares.
Na segunda, a infração é lesiva ao dever militar, na sua expressão mais simples.
2. Definição:
As mesmas definições doutrinárias do que seja crime comum também valem para
o crime militar. Ou seja, o crime militar também é uma ação humana, típica e
antijurídica. No entanto não bastam estas definições, pois o crime militar tem
previsão legal em uma legislação especial, envolvendo circunstâncias especiais,
geralmente também envolvendo pessoas de uma categoria especial e bens jurídicos
especiais.
Não é possível apenas definir o crime militar. Ele se encontra configurado. É
necessário que o fato ocorrido esteja previsto como crime na Parte Especial do CPM,
bem como se enquadre em uma das hipóteses do art. 9º da Parte Geral do mesmo
código.
Exemplo: um policial militar, de serviço no patrulhamento motorizado, se praticar
um homicídio, estará cometendo um crime militar, pois na parte especial do CPM há o
tipo penal “homicídio” - artigo 205, bem como a sua conduta está configurada em
uma das circunstâncias do inciso II do artigo 9º da parte geral do CPM, que é a
hipótese de ser crime militar pelo fato do PM estar de serviço.
3. Classificação dos Crimes Militares
Os crimes militares classificam-se em crimes propriamente militares e
impropriamente militares, a saber:
a. Crimes Propriamente Militares
Art. 9º. Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
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I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei
penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição
especial;
Ex: 1) Art.163 do Código Penal Militar ( recusa de obediência/ insubordinação).
2) Art.187 do Código Penal Militar (deserção).
b. Crimes Impropriamente Militares
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição
na lei penal comum, quando praticados:
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma
situação ou assemelhado;
- Aqui basta a condição de militar da vítima e de indiciado mesmo que
desconhecidas por qualquer um destes um em relação ao outro(Art.47 do CPM).
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à
administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou
civil;
c) por militar em serviço, ou atuando em razão da função, em comissão de
natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito a administração
militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da
reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra o patrimônio sob
administração militar, ou a ordem administrativa militar;
- Aqui, cabe-se salientar que a ordem administrativa militar se refere a todas as
normas relativas a conduta ética dos militares e previsões regulamentares, e que o
patrimônio, aqui referido, é todo aquele sob guarda, vigilância ou administração a
cargo da corporação militar.
f) REVOGADO pela Lei Federal n.º 9299 de 07Ago96.
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil contra as
instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I,
como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem
administrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade
ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no
exercício de função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância,
observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função
de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e
preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente
requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.
Observação:
A Lei N.º 9299/96 alterou dispositivos do CPM e CPPM, sendo as principais
alterações:
1º) é crime militar a conduta do PM que de folga atua em razão da função. Atentar
para a norma administrativa publicada no BG N.º 167/96, que estabelece que está
fora de ser abrangido pela legislação penal o policial militar que for vítima na
ocorrência ou estiver agindo para proteger interesse seu;
2º) não é mais considerado crime militar aquele cometido por PM utilizando
material bélico quando de folga;
3º) crime doloso contra a vida cometido contra civil será julgado pela Justiça
Comum. Ressalte-se que o que mudou foi a competência para o processamento e o
julgamento do crime, no entanto ainda trata-se de crime militar e o indiciamento do
policial será feito em IPM. Se o crime doloso for cometido por militar contra a vida de
um outro militar, a competência para o processamento e julgamento ainda
permanece com a Justiça Militar.
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Se no Laudo constar que o infrator está apenas alcoolizado, não há que se falar em
cometimento de crime, ficando o PM sujeito apenas a sanção disciplinar, se for o
caso.
DORMIR EM SERVIÇO - Art. 203: Dormir o militar, quando em serviço, como Oficial
de quarto ou de ronda, ou em situação equivalente, ou, não sendo Oficial, em serviço
de sentinela, vigia, plantão às maquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço
de natureza semelhante.
Pena: detenção, de três meses a um ano.
Nos dias de hoje, este crime é geralmente apenado através do regulamento
disciplinar, pois prevaleceu a jurisprudência humanitária sobre a repressiva, no
sentido de se considerar o sono como um fenômeno de reação orgânica inevitável e
fatal, contra o qual não se pode reagir, senão até certo limite.
No entanto, é perfeitamente possível responsabilizar penalmente o infrator por
este crime. Entende a Justiça Militar que, nos casos em que haja um
comprometimento e um prejuízo real das instalações e da segurança da Unidade
Policial, poder-se-á condenar o agente pelo praticado.
DESACATO A SUPERIOR - Art. 298. Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade
ou o decoro, ou procurando deprimir-lhe a autoridade:
Pena: Reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.”
Neste caso específico o bem jurídico tutelado é o prestígio da Administração
Militar , trata-se de crime contra a Administração Militar. Desacatar exprime a ação
de, ofender, humilhar, menosprezar. O crime se consuma por atitudes, gestos ou
palavras, que ofendam a dignidade ou o decoro do superior, procurando deprimir-lhe
a autoridade. O desacato exige a intenção de ofender ou desprestigiar o superior. Só
existe na forma dolosa.
Prevê o Código Penal Militar outras formas de desacato, tais como:
Desacato a militar - art. 299 “Desacatar militar no exercício de função de natureza
militar ou em razão dela.”
Há necessidade, neste caso, de examinar o tipo penal militar sob dois aspectos: no
primeiro, é necessário que o crime ocorra quando o militar estiver no exercício da
função (in officio), no segundo que, o crime ocorra em virtude da função.
Consequentemente não há de se falar em desacato se o militar é ofendido na sua
vida particular e as ofensas não dizem respeito a sua atividade de Policial Militar. Há,
no entanto, questão controvertida na doutrina penal quando se questiona da
possibilidade do funcionário público ser sujeito ativo do crime de desacato. Creio que
a controvérsia prevalece também em nosso estudo.
INOBSERVÂNCIA DE LEI, REGULAMENTO OU INSTRUÇÃO - Art. 324: Deixar, no
exercício de função, de observar lei, regulamento ou instrução, dando causa direta à
prática de ato prejudicial à administração militar.-
Pena - Se o fato foi praticado por tolerância, detenção até seis meses; se por
negligência, suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função, de três
meses a um ano.
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As testemunhas devem ser ouvidas durante o dia, das 07:00h. às 18:00h. (art. 19
CPPM) devendo constar do termo o horário do início e fim do depoimento. Não
poderá ser inquirido por mais de quatro horas consecutivas, a não ser que se dê meia
hora de descanso. (art. 19 parágrafo 2* CPPM).
O termo que não ficar pronto até às 18:00h será encerrado, para prosseguir no dia
seguinte, em hora determinada pelo encarregado. Não sendo útil o dia seguinte, a
inquirição poderá ser adiada para o primeiro dia que for, salvo caso de urgência. Em
caso de urgência a testemunha poderá ser ouvida fora do horário previsto em lei,
devendo o motivo da urgência constar da assentada.
A testemunha deve esclarecer seu nome , CIC, RG, RE, idade, naturalidade, filiação,
estado Civil, profissão e lugar onde exerce atividade, residência, se é parente e em
que grau do indiciado e do ofendido quais as suas relações com qualquer deles, e
relatar o que sabe ou tem razão de saber, a respeito do fato a ser apurado e
circunstância que com ele tenham pertinência, não podendo limitar o depoimento a
simples declaração de que confirma o que disse na Sindicância ou outro
procedimento. (Art. 352 CPPM).
As testemunhas serão ouvidas separadas umas das outras (Art. 353 CPPM).
Se a testemunha encontra-se fora da jurisdição, o encarregado do IPM, de acordo
com o art. 359 do CPPM, poderá expedir precatória (ver ítem específico).
18. Ouvir indiciado: Da declaração do indiciado será elaborado o Auto de
Qualificação e Interrogatório.
Sobre o horário e tempo de duração do interrogatório do indiciado aplicam-se as
mesmas regras aplicáveis no caso das testemunhas (ver item anterior).
Se houver mais de um indiciado eles serão interrogados separados uns dos outros
(art 304 CPPM).
O indiciado não é obrigado a responder às perguntas, mas o encarregado do IPM
deverá consignar a pergunta e o motivo alegado para não respondê-la (art. 305
CPPM).
São requisitos do interrogatório do indiciado (art. 306 CPPM).
a. onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia dela
e de que forma;
b. se conhece as provas contra ele apuradas e se tem alguma coisa a alegar a
respeito delas;
c. se conhece a pessoa ofendida e as testemunhas arroladas, desde quando e
se tem alguma coisa a alegar contra elas;
d. se conhece o instrumento com que foi praticada a infração ou qualquer dos
objetos com ela relacionados e que tenham sido apreendidos.
19. Precatória: Se a testemunha ou o ofendido residir em outra jurisdição, o
encarregado do IPM poderá expedir carta precatória à autoridade Policial Militar da
área onde reside (art 361 CPPM).
A precatória será feita através de Ofício e deverá conter o prazo para a resposta,
os quesitos a serem respondidos, e deverão ser remetidos em anexo cópias da parte
que deu origem ao IPM e da portaria, além de outros dados necessários ao
esclarecimento do fato.
A precatória também poderá ser usada para o cumprimento do mandado de prisão
(art.228 CPPM).
20. Reconhecimento: O reconhecimento poderá ser feito em coisa ou pessoa.
a. a pessoa que estiver fazendo o reconhecimento deve, antes de tudo, fazer uma
descrição da pessoa que deverá ser reconhecida;
b. a pessoa a ser reconhecida será colocada ao lado de outras semelhantes e a que
estiver efetuando o reconhecimento deverá apontá-la.
O encarregado do Inquérito deverá, se houver razão para recear que a pessoa que
fará o reconhecimento sinta-se intimada pela presença da que será reconhecida,
fazer com que esta não veja aquela.
Para o reconhecimento de coisas serão aplicadas, no que for cabível, as regras
acima (art. 369 CPPM).
Do ato de reconhecimento, o encarregado do IPM mandará lavrar o Auto de
Reconhecimento, o qual conterá a narração pormenorizada do ocorrido e será
assinado pela autoridade, pela pessoa que efetuou o reconhecimento e por duas
testemunhas presenciais.
O encarregado do IPM poderá descrever no Termo as reações da pessoa que
efetuou o reconhecimento (convicção , dúvida, etc...).
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29. Relatório: O IPM será encerrado com minucioso relatório elaborado pelo seu
encarregado (art. 22 CPPM).
Art. 22 - O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu
encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados
obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em
conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de crime, pronunciando-
se, neste último caso, justificadamente, sobre a conveniência da prisão preventiva do
indiciado, nos termos legais.
30. Solução: A solução é procedida pela autoridade instauradora e será sempre
publicada em Boletim Interno ( ou reservado).
Deverá ser sintética, possuindo, porém, dados que possam identificar a
matéria apurada e os implicados, fazendo sempre constar, se for o caso, se há
Sindicância paralela e para que finalidade.
Em caso de não homologação do relatório do encarregado, a autoridade
delegante fará arrazoado esclarecendo fatos e motivos que determinaram tal atitude,
e que constem dos autos.
31. Suficiência do APFD e Dispensa do IPM - Art.27 do CPPM: suficiência do auto de
prisão em flagrante delito. Dispensa a instauração de IPM.
Art.28 do CPPM: o inquérito será dispensado quando: fato e autoria já esclarecidos,
o autor identificado, por publicação ou escrituração, nos crimes contra a honra nos
crimes previstos nos art. 341 e 349 do CPM.
32. Detalhes dos Documentos dos Registros de Ocorrências:
1) capa ( ou autuação ):
a) protege os autos, contendo os dados básicos do procedimento elaborado, de
modo a demonstrar o nome do procedimento, seu número, a vítima e o indiciado, se
já estiver definido;
b) em caso de auto de prisão em flagrante delito ou inquérito com réu preso, deve
ser colocada, no canto superior esquerdo, uma tarja vermelha, a qual pelos usos e
costumes forenses, demonstra a necessidade de tratamento urgentíssimo ou
imediato daquele feito;
c) constitui a folha de número um (1) do procedimento;
d) veja o modelo em anexo;
2) portaria:
a) é o documento que dá a notícia de conhecimento do fato e de
instauração de um determinado procedimento;
b) é composta por:
I - um preâmbulo;
II - uma declaração de conhecimento do fato;
III - a indicação da fonte de conhecimento;
IV - um relato muito sucinto do fato;
V - o termo de instauração do procedimento de polícia
judiciária a ser realizado;
VI - o termo de designação de escrivão;
VII - a indicação das providências iniciais a serem tomadas;
VIII - uma ordem de cumprimento das providências
determinadas;
IX - local, data e assinatura da autoridade
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C. TERMO DE DESERÇÃO
1) é o procedimento utilizado nas comunicações de crime de deserção;
2) a primeira notícia é de mera falta ao serviço, progredindo para a ausência e
depois para a deserção, propriamente dita;
3) o primeiro fato, a falta ao serviço, o abandono do serviço, ou qualquer situação
que se enquadre na hipótese genérica prevista no artigo 187, nas alíneas do artigo
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Prisão Civil: é decretada por juiz para fins civis. Ex.: devedor de alimentos,
depositário infiel, etc.
Prisão Administrativa: é a prisão decretada por autoridade administrativa para fins
administrativos. Só cabe em uma única hipótese: em caso de transgressão disciplinar
militar.
Vamos nos restringir ao assunto “Prisão Penal”!
1. Prisão Penal: no direito penal, em sentido genérico, prisão é o cerceamento da
liberdade de ir e vir de uma pessoa, ou seja, é a retirada desta pessoa do convívio em
sociedade.
Importante que se faça a distinção entre PRISÃO PENA e PRISÃO CAUTELAR (OU
PRISÃO PROCESSUAL OU PRISÃO PROVISÓRIA):
A Prisão Pena (definitiva) ocorre ao final de um processo penal, quando o Juiz
profere uma sentença condenatória, sendo que o réu cumprirá a prisão após o
trânsito em julgado da sentença e após ter tido o direito de se defender em todas as
fases do processo. A pena, por exemplo, será a de reclusão, detenção ou prisão
simples.
A Prisão Provisória (Cautelar) ocorre durante o Inquérito ou no curso do Processo,
quando então a autoridade (judiciária ou policial, dependendo do caso), mesmo sem
haver uma acusação formal, efetuará a prisão de alguém, antes de sua condenação
(penal ou administrativa), a fim de assegurar uma providência.
2. Tipos de Prisão Provisória:
a. Prisão em Flagrante Delito (assunto já abordado acima, nesta apostila);
b. Prisão Decorrente de Pronúncia (assunto da matéria Proc. Penal);
c. Prisão Preventiva;
d. Prisão Temporária;
e. Detenção do Art. 18 do CPPM; (assunto já abordado acima, nesta apostila) ;
f. Menagem; e
g. Recolhimento Disciplinar – é uma prisão extra-penal (art. 26 do RDPM).
PRISÃO PREVENTIVA
O Encarregado do Inquérito poderá solicitar ao Juiz Auditor a prisão preventiva do
indiciado.
E necessário que haja para tanto, a certeza material do fato delituoso e suficientes
indícios de autoria (art. 254 CPPM). É a chamada autoria e a materialidade!
A prisão preventiva deverá ser fundamentada em um dos seguintes casos (Art. 255
CPPM).
a. garantia da ordem pública;
b. conveniência da instrução criminal;
c. periculosidade do indiciado;
d. segurança da aplicação da lei penal militar; e
e. exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e
disciplina militar, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do
indiciado.
Na solicitação ao Juiz Auditor do TJM, o Encarregado do IPM deverá fundamentar
convenientemente o pedido.
A prisão preventiva pode ser decretada em qualquer momento, seja durante o
Inquérito Policial Militar ou durante o Processo, desde que seja antes do transito em
julgado da sentença.
Uma vez decretada, a prisão preventiva ela deverá ser publicada em Boletim
Interno. A sua revogação caberá também à autoridade judiciária.
Recurso cabível: ao preso caberá o direito de impetrar o Habeas Corpus.
PRISÃO TEMPORÁRIA - Tipo de prisão provisória criada pele Lei N.º 7960/89, com a
finalidade de auxiliar a autoridade policial nas investigações.
Cabimento: a prisão temporária e cabível em três hipóteses:
Quando a prisão for imprescindível para a investigação;
Quando o suspeito não tem residência fixa ou não esta devidamente identificado;
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RECOLHIMENTO DISCIPLINAR
O Recolhimento Disciplinar é uma prisão extra-penal e tem sua previsão legal no
Regulamento Disciplinar, artigo 26. Embora seja uma providência na esfera
administrativa, na prática suas conseqüências são semelhantes às das prisões
provisórias, uma vez que o PM, efetivamente, ficará preso em uma OPM e à
disposição da autoridade judiciária militar.
Cabimento:
Artigo 26 - O recolhimento de qualquer transgressor à prisão, sem nota de punição
publicada em boletim, poderá ocorrer quando:
I - houver indício de autoria de infração penal e for necessário ao bom andamento
das investigações para sua apuração;
II - for necessário para a preservação da ordem e da disciplina policial-militar,
especialmente se o militar do Estado mostrar-se agressivo, embriagado ou sob ação
de substância entorpecente.
§ 1º - São autoridades competentes para determinar o recolhimento disciplinar
aquelas elencadas no artigo 31 deste Regulamento.
§ 2º - A condução do militar do Estado à autoridade competente para determinar o
recolhimento somente poderá ser efetuada por superior hierárquico.
§ 3º - As decisões de aplicação do recolhimento disciplinar serão sempre
fundamentadas e comunicadas ao Juiz Corregedor da polícia judiciária militar.
§ 4º - O militar do Estado preso nos termos deste artigo poderá permanecer nessa
situação pelo prazo máximo de 5 (cinco) dias.
Quem pode determinar o recolhimento disciplinar? R: somente as autoridades
previstas no art. 31 do RDPM, com ascensão hierárquica e funcional em relação ao PM
infrator, .
Recurso cabível: ao recolhido, caberá o direito de impetrar o Habeas Corpus.
Não se deve confundir o recolhimento disciplinar com a punição disciplinar. Aquele
é considerada uma prisão provisória no âmbito administrativo, enquanto esta,
semelhantemente, à prisão pena, trata-se de uma imputação de responsabilidade ao
policial, que cometeu uma transgressão disciplinar, tudo após apurado e
devidamente processado e fundamentado em processo administrativo disciplinar em
que lhe foi assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório.
MENAGEM
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Bibliografia:
CF/88;
CE/89;
Código Penal Militar e Processo Penal Militar;
Manual de Direito Penal e Processo Penal Militar de J. da Silva Loureiro Neto, Editora
Atlas;
RDPM
Mementos fornecidos pelos Instrutores de PJM do CFAP; e
Apostila da CorregPM para o Oficial SJD.
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APFD
Fls. 02
OPM
PORTARIA n.º
local, data
assinatura
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Aos ....... dias do mês de ...... do ano de mil novecentos e .........., nesta cidade
de ......., no .... (local da lavratura ) ......, às .....horas, presente o Sr ..... (autoridade de
Pol Jud Mil)......, comigo ........., servindo de escrivão, compareceu o CONDUTOR.......
(qualificação completa, compromisso e declarações como no flagrante comum ) ......A
........ testemunha, .......(qualificação completa) ....., NÃO SABENDO LER OU
ESCREVER. Aos costumes, nada disse. Compromissada na forma da lei, advertida das
penas do falso testemunho, prometeu dizer a verdade do que soubesse e lhe fosse
perguntado. Inquirida sobre os fatos, disse que .......... Perguntada sobre .............,
respondeu que..........NADA MAIS DISSE NEM LHE FOI PERGUNTADO........( segue-se
como o flagrante normal ).....Lido na presença de todos e achado conforme suas
declarações, vai devidamente assinado pela autoridade, pelo condutor, por ......
( qualificação da pessoa que vai ASSINAR A ROGO DA TESTEMUNHA
ANALFABETA ).....A ROGO da .... testemunha, a ... testemunha, pelo preso e por mim,
escrivão.
assinatura assinatura
nome nome
posto - autoridade condutor
assinatura
nome
testemunha
assinatura assinatura
nome nome
preso
escrivão
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............
assinatura
............ nome
............
testemunha A ROGO
............
polegar direito da testemunha analfabeta
NOTA DE CULPA
Ref.: Auto de Prisão em Flagrante Delito de Portaria n.º ...
assinatura
nome
posto - presidente do APFD
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RECIBO
assinatura
nome
posto – preso
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2. IPM
FL 01
CFAP
Presidente:
1º Membro: .........................................................
2º Membro: .........................................................
Ofendido: ............................................................
Indiciado: ............................................................
Acusado: ............................................................
Sindicado: ............................................................
Desertor: ..............................................................
AUTUAÇÃO
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(a ) ...............................................................
..
Nome:
Posto/Grad.:
PMP - 32
Fls. 02
OPM
local, data
Fls. 02
OPM
PORTARIA n.º
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local,data
assinatura do Cmt
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TERMO DE RECEBIMENTO
Aos ....dias do mês do ano de dois mil, no Quartel do ..............., na Seção de .........,
recebi do Sr Cmt do ........... a Portaria de IPM Nº ......do qual para constar assino o
presente termo.
assinatura do Presidente do IPM
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Designação
Designo, nos termos do artigo 11, do CPPM, para exercer as funções de escrivão do
feito de portaria n.º ........., sob minha presidência, o ..............................( 1 )
assinatura
nome
posto - presidente do IPM
Compromisso
Aos ....... dias do mês de ............. do ano de mil novecentos e ..........., no quartel do
................onde me encontrava, eu, ....................., designado pelo Sr ........., para
servir de escrivão no presente feito, presto o ( 2 ) compromisso de bem e fielmente
desempenhar as funções que me foram atribuídas, bem como manter sigilo, nos
termos do parágrafo único, do artigo 11, do Código de Processo Penal Militar, do que
para constar lavro o este termo.
Nome e assinatura do Escrivão
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Certidão do compromisso
Certifico que foi prestado o compromisso previsto no parágrafo único, do artigo 11,
do CPPM, por .............., escrivão do presente feito, instaurado pela portaria n.º....
assinatura
nome
posto - presidente do IPM
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OPM
CONCLUSÃO
DESPACHO
I - Providencie o Sr Escrivão:
1.
2.
DATA
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OPM
INTIMAÇÃO N.º
REF: IPM N.º ...
O do
Intima o Sr.
Residente na
Bairro ,que compareça sob as penas da lei, no dia
de de 2000, ás horas no Quartel do sito na
- bairro a fim de prestar depoimento.
Assinatura
Encarregado do IPM
Em de de 2000
RECEBI a Intimação n.º
Nome
Residência
Intimado para o dia de de 2000
Assinatura
Intimado
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TERMO DE DECLARAÇÕES
Aos................. dias do mês de............ do ano de mil e novecentos e ...................
nesta cidade de ....................... no ...................... na presença
do ................................, autoridade encarregada deste feito, comigo.........................,
escrivão, compareceu a vítima, abaixo qualificada:
Nome:
RG,RE:
Idade:
Naturalidade(cidade e estado):
Filiação - pai:
- mãe:
Estado civil:
Profissão:
Domicílio legal:
Domicílio residencial:
É alfabetizado:
Horário - início: - término:
Inquirida sobre os fatos originadores deste feito, respondeu que ..........
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INQUIRIÇÃO SUMÁRIA
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assinatura assinatura
nome nome
presidente indiciado
assinatura
nome
P/G – escrivão
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1. Consta dos autos deste inquérito que o mesmo foi instaurado por delegação
verbal deste comandante, passada em ....., às .... horas, para apurar que em data
de ......, por volta de ......, no local ...., ocorreram os fatos .........
2. HOMOLOGO (ou não ou em parte) os atos praticados, pois efetivamente há
indícios da prática do delito tipificado no artigo ... do CPM, o que configura a justa
causa, pelo que determino o prosseguimento do inquérito, para as investigações e
coleta de provas complementares.
3. Substituo (ou não) o presidente do feito, designando o Sr,..........
4. Publique-se o conteúdo da portaria e deste despacho.
5. Cumpra-se.
assinatura
nome
posto - comandante de OPM
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ASSENTADA
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
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JUNTADA
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assinatura
nome
escrivão
-x-x-x-
Aos .......... dias do mês de ........... do ano de mil novecentos e ............, nesta
cidade de ....., no local ..........., onde se achava o ........, Presidente deste feito,
comigo................., servindo de escrivão, presentes as testemunhas infra-assinadas, aí
compareceu ............., residente à rua ..............................., que exibiu .............
( descreve o objeto exibido, consignando as circunstâncias e o local onde foi
encontrado ) ................... Em seguida, foi ordenado que se fizesse a apreensão
do ........., Nada mais havendo a tratar, mandou o Sr Presidente encerrar este auto
que, lido e achado conforme, é assinado pelo exibidor, testemunhas .... e ......,
residentes em ..... e ......, respectivamente e pelo depositário.
Presidente
Exibidor
Testemunha
Testemunha
Escrivão
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assinatura
nome
presidente
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A fim de instruir autos do Inquérito Policial Militar referenciado, solicito a VSª enviar
uma cópia do Exame de Corpo de Delito realizado no Sr XXXXXXXX e YYYYYYYYYY,
vítimas de disparo de arma de fogo, em 99 de janeiro de 2000, conforme documento
anexo.
Aproveito a oportunidade para apresentar a VSª meus protestos de estima e
distinta consideração.
ASSINATURA
Presidente do IPM
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42
43
A fim de instruir autos do Inquérito Policial Militar referenciado, solicito a VSª uma
cópia do Laudo do Exame realizado nas seguintes armas:
revólver calibre 38, de marca Taurus, número 112345, oxidado;
revólver calibre 38, de marca Taurus, número 312468, oxidado, ambos
apreendidos por policiais militares em 99 de janeiro de 2000, no 69º DP, conforme
documento anexo.
Aproveito a oportunidade para apresentar a VSª meus protestos de estima e
distinta consideração.
ASSINATURA
Oficial Presidente do IPM
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43
44
assinatura
nome
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44
45
assinatura
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SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA
PÚBLICA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo, 29 de março de 2000.
MEMORANDO Nº CFAP-.
Do Presidente do IPM
Ao Sr Cmt da ...Cia
Assunto: Apresentação de Praça – solicita
Ref: IPM nº.........
assinatura
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo, de 1999.
OFÍCIO Nº
Do Presidente do feito (portaria nº )
Ao MM Juiz Auditor Auxiliar da Corregedoria Geral e das Execuções Criminais
da Justiça Militar do Estado de São Paulo.
Assunto: Decretação de Prisão Preventiva – solicita .
Anexo: Autos do (procedimento de polícia judiciária militar
assinatura
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45
46
assinatura
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SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA
PÚBLICA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo, 29 de março de 2000.
MEMORANDONº CFAP-.
Do Presidente do IPM
Ao Sr Cmt da ...Cia
Assunto: Nota de Corretivos – solicita
Ref: IPM nº.........
assinatura
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OPM
CONTROLE DE PRAZOS
REF: IPM N.º ...
1º PRAZO:
46
47
2º PRAZO:
Assinatura
Escrivão
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
RELATÓRIO
1. Dados básicos:
a. Portaria N.º ...., de ...../ ...../ ...., publicada no Bol Int n.º ..., de ..../..../....
b. Indiciado(s)( se já estiverem determinados ):.....
c. Vítima(s): .......................................
d. Fato: .............................................
e. Local: ...........Data/Hora ..........Em serviço...
f. Pessoas inquiridas:
1) .......;
2) .......;
3) .......;
g. Provas periciais realizadas:
1) ...;
2) ...;
3) ...;
h. Instrumentos, objetos e coisas apreendidas:
1) ....;
2) ....;
3) ....;
i. outros dados úteis:
2. Os fatos
Do que foi apurado, constata-se que os fatos ocorreram da seguinte forma:
a. No dia ..../..../....., às .....hs, o 3º Sgt PM ...,comandava a viatura No ............,
tendo por auxiliares os SD PM .......... e ............, quando receberam ordem para
comparecer ao local do evento, onde estaria ocorrendo uma confusão generalizada
em um bar;
b. Ao chegarem ao local, foram recebidos agressivamente por........ e ...... que
aos poucos aceitaram a ação policial graças à rápida atuação do comandante da
operação, que conseguiu convencê-los de que se tratava de fato que deveria ser
solucionado na Delegacia de Polícia;
c. Um dos envolvidos, embriagado, dirigiu gracejos ao Sd ...........que, julgando-
se ofendido, sacou de sua arma e atirou em .................., atingindo-lhe a perna
esquerda, conforme Laudo de Exame de Corpo de Delito, de fls. .....;
d. A partir daí, o graduado determinou que o indiciado ............, se retirasse do
local para aguardar a viatura, enquanto atendia a vítima, levada imediatamente para
o Pronto Socorro (fls. ....., verso);
3. Análise das Provas
a. Diante da tentativa de esclarecer o evento, há necessidade de comentar, um
a um, os depoimentos e outras provas, para a motivar a conclusão final:
1) Diz a testemunha ...., às fls. .., que ..., porém a testemunha ...........,
fls. ......., verso, diz o contrário.
2) O LECD prova que o tiro partiu de cima para baixo, atingindo .......,
fato que se ajusta ao "croquis" do local, às fls. ., que esta autoridade determinou que
fosse feito;
3) Houve, posteriormente ao fato, um ajuste para esconder o evento dos
superiores, o que foi de iniciativa do Sd ...., comprovado pelo depoimento de ........;
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48
5. Remessa
Encaminho os presentes autos ao Sr Ten Cel PM ........, Cmt do ...BPM, pleiteando a
homologação dos atos praticados e bem como da solução apresentada.
assinatura
nome
posto - presidente do IPM
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SOLUÇÃO
assinatura
nome
posto - comandante da OPM
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assinatura
nome
posto – função
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