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POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR


INTRODUÇÃO
Antes de iniciarmos os ensinamentos propriamente ditos da matéria Polícia
Judiciária Militar, é interessante que se faça a distinção entre Polícia Judiciária e
Polícia Administrativa.
A Polícia Administrativa é regida pelos princípios jurídicos do Direito Administrativo
e incide sobre bens, direitos ou atividades, enquanto que a Polícia Judiciária é regida
pelas normas de Direito Processual Penal e incide sobre as pessoas. A Polícia
Administrativa é preventiva, pois atua no sentido de evitar o ilícito. A Polícia Judiciária
é repressiva, pois atua após a ocorrência de um ilícito penal, funcionando como
auxiliar do Poder Judiciário.
As Polícias Militares brasileiras têm plena formação técnico-profissional para o
regular exercício das atividades de polícia administrativa e de polícia judiciária.
Essencialmente, a Polícia Militar desempenha a função de polícia administrativa,
conforme preceitua o § 5º do artigo 144 da CF/88.

Transcrição de texto legal:


CF/88, Art. 144 - A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade
de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 5º - Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei,
incumbe a execução de atividades de defesa civil.

Nossa Corporação, dentre as várias atividades que desempenha, ora atua


preventivamente, ora atua repressivamente. Ou seja, a autoridade policial militar
poderá exercer atividade de polícia administrativa, principalmente quando agir como
polícia ostensiva fardada, e poderá exercer também atividade de polícia judiciária,
principalmente após a ocorrência de um crime militar.
Na PMESP, a Polícia Judiciária, é exercida pelas autoridades policiais militares e
chama-se “Polícia Judiciária Militar” (PJM), pois investiga o ilícito penal militar.
A PJM, por ser polícia de repressão ao crime militar, atua no sentido de investigar
um fato ocorrido, procurando descobrir a sua natureza (ilícito penal militar, ilícito
penal comum, ilícito civil ou ilícito administrativo). Em se tratando de crime militar, a
autoridade presente no local passará então a escolher qual o procedimento de pjm
adequado para se registrar o fato ocorrido, tudo com a finalidade de se apurar a
autoria e a materialidade do crime militar. Ao final dos trabalhos, o procedimento de
pjm (IPM por exemplo) será encaminhado à Justiça Militar Estadual para
prosseguimento dos feitos.

Para um melhor entendimento, então, do trabalho executado pela pjm, teríamos a


seguinte seqüência de atos e providências:

1º) Fato Ocorrido!


2º) Preservar Local, se ainda for possível
3º) Investigar. Ir p/ local. Apreender coisas, objetos, ouvir pessoas, etc...
4º) Formar convicção:
- Crime militar?
- Crime comum?
- Apenas Ilícito civil ou Transgressão. Disc.?
- Qual autoridade de pjm competente para proceder ao registro da ocorrência?
5º) Escolher o procedimento de pjm:
Ex: IPM ou APFD?
6º) Tem que conhecer as formalidades legais e rotinas do procedimento de pjm a
ser instaurado.
7º) Encaminhamento dos autos à JMESP

SE A PJM CONSTATAR QUE NÃO SE TRATA DE CRIME MILITAR:


- Crime comum encaminhar ao Distrito Policial!
- Ilícito Civil ou Transg Disc. elaborar PARTE comunicando o fato ou instaurar Sindicância!

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II - FUNÇÃO – DEFINIÇÃO – AUTORIDADES – COMPETÊNCIA da PJM


1. A Função principal da PJM, conforme dispõe o artigo 8º do CPPM, é o registro da
ocorrência que tenha ao menos o indício de crime militar, bem como apurar a sua
autoria e materialidade, encaminhando-se os autos à 1ª Instância da Justiça Militar do
Estado de São Paulo (Auditorias) para que o Representante do Ministério Público se
manifeste a respeito da Denúncia, ou arquivamento dos autos, ou devolução à origem
para complemento das investigações.
2. Definição: PJM é uma atividade exercida na Corporação com a finalidade de
registrar os ilícitos penais militares, buscando apurar a sua autoria e materialidade.
Importante: a pjm não é uma atividade exercida exclusivamente por uma OPM ou
por uma seção, como por exemplo, pela CorregPM ou a seção de justiça e disciplina
de um Batalhão. Para exerce-la, basta ter a competência prevista na legislação
processual penal militar, ou então atuar por delegação da autoridade competente.
3. Fundamento Legal da PJM
A PJM tem previsão legal na CF/88, art. 144, § 4º, no Código Penal Militar e no
Código de Processo Penal Militar, sendo aplicada à Justiça Militar Estadual por
analogia, conforme dispõe o artigo 6º do CPPM.
Transcrição de texto legal:
§ 4.º do Art. 144 da CF/88: Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. (pois estas últimas
serão apuradas pela polícia judiciária militar).
Art. 6º do CPPM: Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no
que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e à
execução de sentença, os processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes previstos
na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das Polícias e dos Corpos
de Bombeiros Militares.
4. Autoridades de PJM:
De acordo com a legislação processual penal militar abaixo transcrita, a autoridade
de pjm, em primeiro plano, é o Cmt de OPM, ou seja, desse nível de comandamento
para cima. A pjm é exercida pela autoridade de polícia judiciária militar, podendo a
referida autoridade delegar as suas atribuições ao Oficial PM de serviço, seja Oficial
SJD, Of Comando de Força Patrulha, Of do Plantão de Polícia Judiciária Militar ou Cmt
de Cia, conforme se verifica no texto abaixo.
Importante frisar que, embora o Sgt PM não seja autoridade de pjm, é figura muito
importante no desempenho das atividades de pjm, haja vista o assessoramento
prestado aos Oficiais, bem como pelas atividades de escrivão que desempenha nos
procedimentos de pjm.
A legislação penal e processual militar são aplicadas às Polícias Militares por
analogia, conforme preceitua o artigo 6º CPPM e, muito embora não esteja explícito
nesta legislação, a maior autoridade de pjm na Corporação é o Exmº Cmt Geral.
Transcrição de texto legal:
Cmt de OPM- autoridade que normalmente adota as primeiras providências de pjm
Art. 7º do CPPM - A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas
seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições:
h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios.
Delegação ao Oficial de Serviço
§ 1º do artigo 7º do CPPM - Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição,
hierarquia e comando, as atribuições enumeradas neste artigo poderão ser
delegadas a oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado.
§ 2º - Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial
militar, deverá aquela recair em oficial de posto superior ao do indiciado, seja este
oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado.
§ 3º - Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do
indiciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais antigo.
§ 4º - Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para a
delegação, a Antigüidade de posto.
§ 5º - Se o posto e a Antigüidade de oficial da ativa excluírem, de modo
absoluto, a existência de outro oficial da ativa nas condições do § 3º, caberá ao
ministro competente a designação de oficial da reserva de posto mais elevado para a
instauração do inquérito policial militar; e, se este estiver iniciado, avocá-lo, para
tomar essa providência.

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Importante: todos os atos praticados pela autoridade delegada deverão ser


homologados pela autoridade delegante.
5. Competência da PJM
Além da competência prevista no § 4º do artigo 144 da CF/88, está previsto no art.
8º do CPPM um detalhamento da competência da pjm.
Transcrição de texto legal:
Art. 8º -Compete à polícia judiciária militar :
a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão
sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério
Público as informações necessárias à instrução
e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem
requisitadas;
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;
d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva
e da insanidade mental do indiciado;
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua
guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições deste Código, nesse
sentido;
f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à
elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo;
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e
exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar;
h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de
apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil
competente, desde que legal e fundamentado o pedido.
6. Critérios para determinação da autoridade de PJM
No desempenho das atividades de pjm, é possível que haja conflito de
competências entre as autoridades de pjm, ou então é possível que tenhamos a
omissão diante de um caso. Logo, é importante que se saibam quais os critérios para
se determinar a autoridade competente que irá registrar a ocorrência.
1º) lugar da infração - é o principal critério a ser observado, quando do
conhecimento de uma infração penal militar. Será competente o Cmt da OPM do local
onde ocorreu o crime.
O crime militar ocorrido no interior de um quartel (seja operacional ou
administrativo) será da competência do Cmt da referida OPM. Já se o crime militar
ocorrer em via pública, a competência será do Cmt da OPM do lugar do fato.
2º) prevenção - em caso de concorrência de autoridades ou em caso de dúvidas,
será competente aquela autoridade que anteceder à outra na prática de alguma
providência de pjm.
3º) lugar de serviço - em não sendo possível determinar o lugar da infração, adotar-
se-á o critério da sede do lugar de serviço do PM para determinar a autoridade
competente.

III – INVESTIGAÇÃO E FORMAS DE REGISTROS DE OCORRÊNCIAS DE PJM


1. Investigação
Rotina de providências antes de se decidir pelo tipo de registro de ocorrências:
ir para o local do crime auxilia no raciocínio dos fatos
mandar preservar o local
apreender instrumentos e objetos relacionados com o fato
colher todas as provas possíveis
verificar o desenvolvimento dos fatos – art. 12 do CPPM
ouvir separadamente o condutor, vítima e testemunhas
questionar as pessoas sobre os elementos da acusação, suas circunstâncias e
indícios
formar convicção sobre a existência de infração penal comum ou militar, e ou
infração civil e ou disciplinar.
Importante: note-se que a maior parte das providências referentes à investigação
acima pode ser tomada pelo policial militar “mais antigo” no local do fato, não
necessitando aguardar a chegada do Oficial de serviço.
2. Principais Formas de Registros de Ocorrências:
APFD – art. 243 ao 253 do CPPM

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IPM – art. 9º ao 28 do CPPM


Termo de Deserção – art. 451 ao 453
Observação:
A pjm, além dos registros acima, também adota providências administrativas
previstas nas I-16-PM, tais como instauração de Sindicâncias e Investigação
Preliminar, embora não sejam providências de pjm previstas na legislação penal
militar.

IV - JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL


1. Organização e Jurisdição:
A Justiça Militar Estadual possui duas instâncias, assim como a Justiça Comum
Estadual. Como órgão de segunda instância, temos o Tribunal de Justiça Militar (TJM).
Como órgãos de primeira instância, temos as Auditorias Militares que são em número
de quatro.
O TJM com jurisdição em todo o território estadual e com sede na Capital, compor-
se-á de sete juizes, divididos em duas câmaras, nomeados pelo Governador, sendo
quatro militares coronéis da ativa da PM e três civis. (Art. 80 da Constituição
Estadual). A Presidência do TJM é ocupada em forma de rodízio, a partir do mais
antigo e pelo prazo de 02 (dois) anos. A composição dos órgãos julgadores, de
primeira instância (Auditorias), na Justiça Militar, ocorre através dos Conselhos de
Justiça que são de duas categorias: especial e permanente. O Conselho Especial está
organizado para processo e julgamento de Oficiais. O Conselho Permanente está
organizado para processo e julgamento de Praças. O Conselho Especial compor-se-á
do Juiz Auditor (Juiz de Direito Militar) e de quatro Oficiais de patente superior à do
acusado, ou de igualdade de posto, porém mais antigo que aquele, e esse Conselho,
sob a presidência do oficial superior. O Conselho Permanente compor-se-á do Juiz
Auditor e de quatro Oficiais, um dos quais deverá ser Oficial Superior, competindo-lhe
a presidência. Os componentes militares dos Conselhos serão escolhidos por sorteio,
dentre os Oficiais da Corporação:
1) Trimestralmente, para constituição do Conselho Permanente, que funcionará
pelo prazo de um trimestre consecutivo;
2) Em caso de processo e julgamento de Oficiais, O Conselho Especial será
composto quando for necessário e funcionará durante todo o processo. No
julgamento, o veredicto é dado pelo Presidente do Conselho cujo resultado
(condenação ou absolvição, unânime ou por maioria de votos) será comunicado,
oficialmente, ao Ex.mo Sr Comandante Geral. Quando a condenação atinge até 02
(dois) anos de reclusão, o sentenciado cumpre a pena, permanecendo na Corporação.
Quando a pena ultrapassar a 02 (dois) anos, o sentenciado (no caso policial militar)
será excluído das fileiras da Corporação e entregue à Justiça Comum, onde cumprirá
sua pena.

Competência: A Justiça Militar é competente para conhecer dos crimes militares


praticados por Oficiais e Praças da PM, em serviço de natureza policial militar ou nos
recintos da Justiça, de repartição ou estabelecimentos militares, ainda que contra
civis, ou cometidos contra militar também da ativa, mesmo em lugar não sujeito à
jurisdição militar, nem em razão do serviço ou função militar, mesmo quando o autor
da infração esteja comissionado em qualquer outra Corporação.
Também é competente, a Justiça Militar para conhecer dos crimes praticados por
Oficiais ou Praças da reserva, ou reformados da PM, se ao tempo do crime se
encontravam em serviço ou comissão de natureza militar. A reforma, a transferência
para a reserva, exclusão ou demissão do serviço militar, não extinguem a
competência do foro militar para o processo e julgamento dos crimes militares
cometidos ao tempo do serviço ativo.
Vejam que é crucial o entendimento do que seja crime militar para que evidencie a
competência da Justiça Militar. E para esse mister, faz-se necessária a caracterização
dos casos arrolados nos Art. 9º e 10 do CPM, embasamento legal para o conceito e a
compreensão do que seja crime militar. Com relação ao TJM, ainda compete exercer a
correição geral sobre as atividades de Polícia Judiciária Militar, bem como decidir
sobre a perda do posto e da patente dos Oficiais e da graduação das Praças (Art. 81,
§ 1º, CE/89).
Atenção!

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1) O indiciamento, processo e julgamento de civil somente poderá ser efetivado


quando o delito for cometido contra as instituições militares federais, sendo a Justiça
Militar Federal competente para julgá-lo.
2) A JME, em hipótese alguma, tem competência para julgar o civil que cometer
um delito contra um PM, ou dentro de um Quartel da PM, ou em qualquer outra
situação. Cabe esclarecer que o crime praticado por civil contra uma " instituição
militar" estadual será considerado crime comum e apresentado à autoridade policial
(Del. Polícia), por incompetência da Justiça Militar Estadual para julgar civis, conforme
dispõe o art. 125, § 4º da CF/88. Nesses casos, o civil infrator será processado e
julgado pela Justiça Comum.
3) Ressalte-se que o ex-policial militar (demitido, expulso, ou exonerado a pedido),
poderá ser julgado pela JME se ao tempo do cometimento do crime militar ainda se
encontrava na Corporação.
4) O policial militar nunca poderá ser julgado, pelo mesmo crime, nas Justiças
Militares e Comum, ou seja, só poderá ser processado uma vez pelo mesmo crime,
mesmo que haja Inquérito na Polícia Civil e IPM.
Transcrição de texto legal:
Art. 125 da CF/88: Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios
estabelecidos nesta Constituição.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça
Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos Conselhos de Justiça e, em
segundo, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos
Estados em que o efetivo da polícia militar seja superior a vinte mil integrantes.
§ 4º Compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar os policiais militares e
bombeiros militares nos crimes militares definidos em lei, cabendo ao tribunal
competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação
das praças.
Atenção! - Não aplicabilidade da Lei nº9099/95 pela Justiça Militar:
LEI Nº 9.839, DE 27 D E SETEMBRO DE 1999.
Exclusão da Justica Militar do Âmbito de Aplicação da Lei dos Juizados Especiais
Art.1º - A Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:
"Art.90-A - As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar."
Art.2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

V - CRIME MILITAR
1. Crime Militar e Transgressão Disciplinar
Crime militar e transgressão disciplinar  Distinção entre ambos. No primeiro, a
infração é lesiva aos bens jurídicos que são a razão de ser das instituições militares.
Na segunda, a infração é lesiva ao dever militar, na sua expressão mais simples.
2. Definição:
As mesmas definições doutrinárias do que seja crime comum também valem para
o crime militar. Ou seja, o crime militar também é uma ação humana, típica e
antijurídica. No entanto não bastam estas definições, pois o crime militar tem
previsão legal em uma legislação especial, envolvendo circunstâncias especiais,
geralmente também envolvendo pessoas de uma categoria especial e bens jurídicos
especiais.
Não é possível apenas definir o crime militar. Ele se encontra configurado. É
necessário que o fato ocorrido esteja previsto como crime na Parte Especial do CPM,
bem como se enquadre em uma das hipóteses do art. 9º da Parte Geral do mesmo
código.
Exemplo: um policial militar, de serviço no patrulhamento motorizado, se praticar
um homicídio, estará cometendo um crime militar, pois na parte especial do CPM há o
tipo penal “homicídio” - artigo 205, bem como a sua conduta está configurada em
uma das circunstâncias do inciso II do artigo 9º da parte geral do CPM, que é a
hipótese de ser crime militar pelo fato do PM estar de serviço.
3. Classificação dos Crimes Militares
Os crimes militares classificam-se em crimes propriamente militares e
impropriamente militares, a saber:
a. Crimes Propriamente Militares
Art. 9º. Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:

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I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei
penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição
especial;
Ex: 1) Art.163 do Código Penal Militar ( recusa de obediência/ insubordinação).
2) Art.187 do Código Penal Militar (deserção).
b. Crimes Impropriamente Militares
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição
na lei penal comum, quando praticados:
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma
situação ou assemelhado;
- Aqui basta a condição de militar da vítima e de indiciado mesmo que
desconhecidas por qualquer um destes um em relação ao outro(Art.47 do CPM).
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à
administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou
civil;
c) por militar em serviço, ou atuando em razão da função, em comissão de
natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito a administração
militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da
reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra o patrimônio sob
administração militar, ou a ordem administrativa militar;
- Aqui, cabe-se salientar que a ordem administrativa militar se refere a todas as
normas relativas a conduta ética dos militares e previsões regulamentares, e que o
patrimônio, aqui referido, é todo aquele sob guarda, vigilância ou administração a
cargo da corporação militar.
f) REVOGADO pela Lei Federal n.º 9299 de 07Ago96.
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil contra as
instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I,
como os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem
administrativa militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade
ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no
exercício de função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância,
observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função
de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e
preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente
requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.
Observação:
A Lei N.º 9299/96 alterou dispositivos do CPM e CPPM, sendo as principais
alterações:
1º) é crime militar a conduta do PM que de folga atua em razão da função. Atentar
para a norma administrativa publicada no BG N.º 167/96, que estabelece que está
fora de ser abrangido pela legislação penal o policial militar que for vítima na
ocorrência ou estiver agindo para proteger interesse seu;
2º) não é mais considerado crime militar aquele cometido por PM utilizando
material bélico quando de folga;
3º) crime doloso contra a vida cometido contra civil será julgado pela Justiça
Comum. Ressalte-se que o que mudou foi a competência para o processamento e o
julgamento do crime, no entanto ainda trata-se de crime militar e o indiciamento do
policial será feito em IPM. Se o crime doloso for cometido por militar contra a vida de
um outro militar, a competência para o processamento e julgamento ainda
permanece com a Justiça Militar.

VI - DOS CRIMES MILITARES


A Parte Especial do CPM trata da tipificação legal do delitos militares em tempo de
paz e tempo de guerra. No nosso estudo, vamos nos restringir a abordar apenas os
principais crimes militares em tempo de paz.
MOTIM

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Art. 149 - Reunirem-se militares ou assemelhados:


I - agindo contra a ordem recebida do superior, ou negando-se a cumpri-
la;
II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem
ou praticando violência;
III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou
violência, em comum, contra superior;
IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento
militar, ou dependência de qualquer deles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou
viatura militar, ou utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de transporte,
para ação militar, ou prática de violência, em desobediência a ordem superior ou em
detrimento da ordem ou da disciplina militar:
Pena - Reclusão, de quatro a oito anos , com aumento de um terço para os
cabeça.
REVOLTA
Parágrafo único. Se os agentes estavam armados:
Pena - Reclusão, oito a vinte anos, com aumento de um terço para os cabeças.”
Visando proteger a autoridade dos superiores, bem como a disciplina militar
inibindo reuniões de militares que tenham como objetivo afrontar os regimentos
disciplinares, administrativos e operacionais. Caracteriza o motim, a reunião no
sentido de agirem contra a ordem recebida do superior, ou negando-se a cumpri-la.
Vale lembrar que para os considerados “cabeças” a pena é aumentada de um terço,
conforme estabelece o preceito sancionador da norma penal militar. Entende-se por
cabeças aqueles que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação.
Quanto à revolta, podemos definir como uma forma qualificada do crime de
motim, pois o que caracteriza a revoIta é o fato dos agentes se encontrarem
armados. Não há necessidade de se fazer uso da arma, basta que se apresentem
armados. Cabe lembrar que para consumação do crime de motim e revolta é
necessário mais de um sujeito para sua prática , pois trata-se de crime de concurso
necessário, não existindo exigência de número mínimo de participantes como previa
a legislação anterior.
CONSPIRAÇÃO
Art. 152 - Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do crime
previsto no art.149:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Parágrafo único. É isento de pena aquele que, antes da execução do crime e
quando era ainda possível evitar-lhe as conseqüências, denuncia o ajuste de que
participou.
INCITAMENTO
Art. 155 - Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui,
em lugar sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material
mimeografado, fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à prática
dos atos previstos no artigo.
VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR
Art. 157: Praticar violência contra superior.
Pena: detenção, de três meses a dois anos.
É mais um delito funcional típico ou propriamente militar. Caracteriza a violência
até mesmo o desforço físico, como por exemplo uma bofetada.
É delito típico de comandado ou subordinado contra seu comandante, encarado
pela legislação como de extrema gravidade.
VIOLÊNCIA CONTRA MILITAR DE SERVIÇO
Art. 158: Praticar violência contra Oficial de Dia, de serviço, ou de quarto, ou contra
sentinela, vigia ou plantão.
Pena: reclusão, de três a oito anos.
Vale aqui as mesmas considerações do delito anterior, porém com aspectos e
contornos de apenação muito mais graves.
DESRESPEITO A SUPERIOR
Art. 160: Desrespeitar superior diante de outro militar.
Pena: detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

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§ único: se o fato é praticado contra o Comandante da Unidade a que pertence o


agente, Oficial General, Oficial de dia, de serviço ou de quarto, a pena é aumentada
da metade.
Admite o emprego de palavras ou atitudes desatenciosas que ferem o princípio de
autoridade, possuindo um caráter elevado de subjetivismo para sua caracterização.
É necessário que os agentes sejam militares; que exista uma subordinação
hierárquica; e que o crime seja praticado na presença de outro militar, o que torna
este delito muito raro.
RECUSA DE OBEDIÊNCIA
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria
de serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução.
Pena - Detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais
grave.”
O Crime se caracteriza pela ausência de subordinação ou seja, é um não-querer
voluntário de não cumprir uma ordem legal determinada por superior.
O núcleo do tipo é expresso pelo verbo recusar, que significa não obedecer, negar-
se, rejeitar-se. o militar nega-se a acatar a ordem do superior.
Ordem é a expressão da vontade do superior dirigida a um ou mais inferiores
determinados para que cumpram com uma prestação ou abstenção no interesse do
serviço. A ordem deve ser:
a) Imperativa - deve importar numa exigência para o inferior; por isso não são
ordens os conselhos, exortações e advertências.
b) Pessoal - significa que deve ser dirigida a um ou mais inferiores determinados;
as de caráter geral não são ordens dessa natureza e seu não cumprimento constitui
transgressão disciplinar.
c) Concreta, ou seja, pura e simples, pois seu cumprimento não deve estar sujeito a
apreciação do subordinado.
A ordem pode ser transmitida verbalmente , por escrito , por sinal, etc. Deverá ser
transmitida diretamente pelo superior ou através de outros militares. Deve versar
exclusivamente sobre matéria de serviço, visando portanto o interesse da Corporação
e não interesses particulares. A segunda parte do texto legal refere-se a dever
imposto em lei, regulamento ou instrução. Em geral as atribuições funcionais dos
militares são decorrentes de previsões regulamentares. É necessário, para a
caracterização do delito, que a superioridade seja hierárquica e funcional.
OPOSIÇÃO A ORDEM DE SENTINELA
Art. 164. Opor-se às ordens da sentinela:
Pena - Detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.”
Caracteriza também a insubordinação a oposição a ordem de sentinela, como
forma de garantir a autoridade do militar de serviço . Os nossos tribunais castrenses
por diversas vezes têm se manifestado sobre a sentinela, reconhecendo-lhe uma
situação toda especial decorrente de sua honrosa missão.
A sentinela, que pode ser fixa ou móvel, em regra é responsável pela segurança do
local que lhe é determinado, cabendo-lhe portanto, atribuições previstas em
regulamentos e instruções, sejam verbais ou escritas. Aquele que, seja por atitudes,
gestos ou palavras, proferidas de maneira inequívoca, recusa cumprir suas
determinações, torna-se autor ou sujeito ativo do delito. Cabendo ainda ressaltar que,
em tese, poderá ser superior ou subordinado.
USO INDEVIDO POR MILITAR DE UNIFORME, DISTINTIVO OU INSÍGNIA
Art. 171 - Usar o militar ou assemelhado, indevidamente, uniforme, distintivo ou
insígnia de posto ou graduação superior:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime mais
grave.
VIOLÊNCIA CONTRA INFERIOR - Art. 175: Praticar violência contra inferior.
Pena: detenção, de três meses a um ano.
Esta crime é um desdobramento do anterior, não acusando maior importância em
seu aspecto de caracterização jurídica. É aplicada a pena do crime contra a pessoa,
caso resulte lesão corporal ou morte (§ único).
DESERÇÃO - Art. 187: Ausentar-se o militar, sem licença, da Unidade em que serve,
ou do lugar em deve permanecer, por mais de oito dias.
Pena: detenção, de seis meses a dois ano; se Oficial, a pena é agravada.

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A consumação da deserção ocorre após decorridos 8 dias de ausência ilegal.


Portanto, é imprescindível saber a partir de que momento o policial passa estar
ausente.
Não existe o APFD e nem o IPM. O processo de deserção começa na UOp com a
Parte de falta ao serviço e termina momentaneamente com o Termo de Deserção, o
qual será encaminhado ao TJMESP para prosseguimento. O desertor encontrado deve
ser apresentado imediatamente a sua UOp para em seguida ser escoltado ao PMRG,
onde ficará à disposição da Justiça Militar.
Todo o procedimento começa com a confecção da PARTE, que comunicará a:
1) falta ao serviço;
2) não apresentação após o término das férias ou de qualquer outro afastamento
legal;
3) não apresentação após cassação das férias ou licença;
4) não apresentação após cumprimento de pena; e
5) fuga ou evasão preso.
AUSÊNCIA - A Ausência deve ser contada a partir das 00:00 hs do dia subsequente
à falta ao serviço. Porém, a PARTE de Ausência deve ser feita às 00:00 hs, após
completar 24hs de afastamento ilegal do serviço.
A Parte de Ausência e mesmo a Parte de Deserção podem ser confeccionadas pelo
PM mais antigo de serviço, não necessariamente pelo Oficial ou Cmt de CiaPM.
Exemplo - Policial Militar faltou ao serviço do dia 16 ( não importa o turno de serviço e
sim que este tenha se iniciado no dia 16 )
Dia PROVIDÊNCIAS
16 Parte de falta ao serviço
17 a partir das 00:00hs conta-se a
Ausência
18 a partir das 00:00hs Parte de
Ausência
25 Após 8 dias, a partir das 0000hs,
Parte de Deserção com todos anexos
No primeiro expediente Cmt manda lavrar o Termo de
Deserção.
Obs.: ver as providências administrativas inseridas no item “C”, mais adiante.
ABANDONO DE POSTO - Art. 195: Abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar
de serviço que lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de
terminá-lo.
Pena: detenção, de três meses a um ano.
A Justiça Militar tem entendido que, para a caracterização deste crime, é
necessário que o agente realmente abandone o seu serviço ou seus afazeres e não
mais retorne. O afastamento temporariamente do PM não configura o crime acima e,
neste caso, poderá haver apenas a responsabilização disciplinar ao faltoso.
Ex: O PM que abandona o serviço para ir a sua residência dormir, comete o crime
de abandono de posto. Porém, se o mesmo PM se afasta do local de serviço para ir
tomar um café e retorna em seguida, não comete crime algum, em princípio.
A Corte Castrense entende também que deva ocorrer um comprometimento à
segurança da instalação militar e de seus integrantes com o abandono do serviço
pelo PM.
Não são poucos os casos que aquela Corte desclassifica o delito para transgressão
disciplinar, em virtude da não ocorrência do acima exposto, bem como do dano
insignificante causado por este crime na maioria das vezes.
EMBRIAGUEZ EM SERVIÇO - Art. 202: Embriagar-se o militar, quando de serviço, ou
apresentar-se embriagado para prestá-lo.
Pena: detenção, de seis a dois anos.
É delito militar próprio. Na Corporação, há uma regulamentação a respeito
publicada no Boletim Geral Res. n.º 11/87, que prevê as providências a serem
tomadas em caso de prisão em flagrante delito.
O que caracteriza o crime é a embriaguez do PM constada pelo Médico e
materializada pelo Laudo de Dosagem Alcóolica. Este Laudo pode ser o Clínico e não
necessariamente aquele feito em laboratório através de amostra de sangue do
possível infrator.

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Se no Laudo constar que o infrator está apenas alcoolizado, não há que se falar em
cometimento de crime, ficando o PM sujeito apenas a sanção disciplinar, se for o
caso.
DORMIR EM SERVIÇO - Art. 203: Dormir o militar, quando em serviço, como Oficial
de quarto ou de ronda, ou em situação equivalente, ou, não sendo Oficial, em serviço
de sentinela, vigia, plantão às maquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço
de natureza semelhante.
Pena: detenção, de três meses a um ano.
Nos dias de hoje, este crime é geralmente apenado através do regulamento
disciplinar, pois prevaleceu a jurisprudência humanitária sobre a repressiva, no
sentido de se considerar o sono como um fenômeno de reação orgânica inevitável e
fatal, contra o qual não se pode reagir, senão até certo limite.
No entanto, é perfeitamente possível responsabilizar penalmente o infrator por
este crime. Entende a Justiça Militar que, nos casos em que haja um
comprometimento e um prejuízo real das instalações e da segurança da Unidade
Policial, poder-se-á condenar o agente pelo praticado.
DESACATO A SUPERIOR - Art. 298. Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade
ou o decoro, ou procurando deprimir-lhe a autoridade:
Pena: Reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.”
Neste caso específico o bem jurídico tutelado é o prestígio da Administração
Militar , trata-se de crime contra a Administração Militar. Desacatar exprime a ação
de, ofender, humilhar, menosprezar. O crime se consuma por atitudes, gestos ou
palavras, que ofendam a dignidade ou o decoro do superior, procurando deprimir-lhe
a autoridade. O desacato exige a intenção de ofender ou desprestigiar o superior. Só
existe na forma dolosa.
Prevê o Código Penal Militar outras formas de desacato, tais como:
Desacato a militar - art. 299 “Desacatar militar no exercício de função de natureza
militar ou em razão dela.”
Há necessidade, neste caso, de examinar o tipo penal militar sob dois aspectos: no
primeiro, é necessário que o crime ocorra quando o militar estiver no exercício da
função (in officio), no segundo que, o crime ocorra em virtude da função.
Consequentemente não há de se falar em desacato se o militar é ofendido na sua
vida particular e as ofensas não dizem respeito a sua atividade de Policial Militar. Há,
no entanto, questão controvertida na doutrina penal quando se questiona da
possibilidade do funcionário público ser sujeito ativo do crime de desacato. Creio que
a controvérsia prevalece também em nosso estudo.
INOBSERVÂNCIA DE LEI, REGULAMENTO OU INSTRUÇÃO - Art. 324: Deixar, no
exercício de função, de observar lei, regulamento ou instrução, dando causa direta à
prática de ato prejudicial à administração militar.-
Pena - Se o fato foi praticado por tolerância, detenção até seis meses; se por
negligência, suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função, de três
meses a um ano.

VII - PRINCIPAIS FORMAS DE REGISTROS DE OCORRÊNCIAS


As principais formas de registros de ocorrência de pjm são o Auto de Prisão em
Flagrante Delito (APFD), o Inquérito Policial Militar (IPM) e o Termo de Deserção.

A. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR


1. Conceito: O Inquérito Policial Militar é a apuração de fato que, nos termos legais,
configure crime militar e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja
finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação
penal (art. 9º CPPM).
Visa assim, investigar o fato que em tese seja crime militar e descobrir quem foi o
autor.
Características : a) procedimento administrativo instrutório
b) inquisitório (não admite a ampla defesa e o contraditório)
c) escrito
d) sigiloso
2. Providências anteriores a instauração do IPM:
a. preservar o local;
b. apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o
fato;

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c. prender o infrator em flagrante;


d. colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
e. se ficar claro que a infração penal não for de natureza militar, comunicar o
fato à autoridade policial competente a quem fará apresentar o infrator. Em se
tratando de civil, menor de 18 anos, a apresentação será feita ao Juiz de Menores.
Sigilo do IPM: O IPM é sigiloso, mas o encarregado poderá autorizar que o advogado
constituído pelo indiciado dele tome conhecimento (art. 16 CPPM).
O sigilo do Inquérito não acarreta qualquer restrição à defesa pois não há
nele qualquer acusação. O indiciado não é acusado, ele é objeto de investigações; e o
inquérito, pela sua natureza inquisitiva, não admite o contraditório.
O sigilo é necessário para a elucidação dos fatos. A divulgação das
diligências pode causar sérios embaraços ao sucesso das investigações, tanto no que
diz respeito ao fato como as suas circunstâncias. Dá oportunidade a que o indiciado,
seus parentes ou amigos desfaçam vestígios, ocultem instrumentos, destruam
papéis, influam sobre testemunhas etc..
O Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil garante ao advogado do
indiciado o direito de ter acesso aos autos de IPM concluídos ou em andamento,
(artigo 7º inciso XIV).
4. Arquivamento do IPM: Mesmo que no curso do inquérito torne-se manifesta a
inexistência de crime militar , a autoridade militar não poderá mandá-lo arquivar. (art.
14 CPPM).
Os autos do Inquérito serão sempre remetidos à Justiça Militar. O IPM,
uma vez instaurado também não poderá ter sua portaria anulada.
O Inquérito só será arquivado por despacho do Juiz Auditor, após ter sido
dado vistas ao Promotor, mesmo que o encarregado verifique que o fato a ser
apurado não passou de mera transgressão disciplinar, ou que o indiciado é
inimputável.
5. Assistência de membro do Ministério Público: Em se tratando de apuração de
fato delituoso de excepcional importância ou difícil elucidação, o encarregado do IPM
poderá solicitar ao Procurador Geral de Justiça do Estado, a designação de Promotor
que lhe dê assistência (art. 24 CPPM).
6. Encarregado do Inquérito: O Encarregado do Inquérito deverá ser, sempre que
possível, um Oficial de posto não inferior ao de Capitão, (art. 15 CPPM), poderá
contudo ser Oficial Subalterno ou Oficial Superior se a gravidade do fato ou a patente
do indiciado o exigir. O Asp. Of. PM, não poderá ser encarregado do IPM.
7. Atribuições do encarregado: O encarregado do IPM, deve proceder com isenção
de ânimo na busca da verdade, seu único compromisso é com o esclarecimento dos
fatos em todos os seus aspectos e circunstâncias, bem como com a determinação de
autoria.
O art. 13 do CPPM enumera assim as atribuições do encarregado do IPM, as quais
serão melhor estudada a seguir:
a. preservar o local do crime;
b. apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o
fato;
c. prender o infrator em flagrante;
d. colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
e. ouvir o ofendido, testemunhas e indiciado;
f. requisitar exame de corpo de delito e demais exames periciais;
g. determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, destruída ou
danificada, ou da qual houve indébita apropriação;
h. proceder as buscas e apreensões;
i. tomar medidas necessárias à proteção de testemunhas, peritos ou do
ofendido, quando coactados ou ameaçados de coação, que lhes tolha a liberdade de
depor ou a independência para a realização de perícias e exames;
j. proceder a reprodução simulada dos fatos.
8. Figuras existentes no IPM:
No IPM, além do Encarregado e do Escrivão, existem três figuras: ofendido,
testemunhas e indiciado, as quais devem ser ouvidas nos seguintes autos: em TERMO
DE DECLARAÇÃO, INQUIRIÇÃO SUMÁRIA E AUTO DE QUALIFICAÇÃO E
INTERROGATÓRIO, respectivamente.

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9. Instauração: O IPM é instaurado por Portaria pela autoridade militar em cujo


âmbito de Comando haja ocorrido a infração penal.
Essas autoridades, sempre que tomarem conhecimento de ocorrência, nos limites
de suas respectivas jurisdições, de fatos que em tese configurem crime militar,
deverão instaurar portaria designando um Oficial da ativa para exercer, por
delegação, a função de encarregado e executar os atos polícia judiciária militar no
caso especificado e por tempo limitado.
Em cada OPM, as portarias de IPM serão numeradas seguidamente, fazendo parte
de uma mesma série.
Da Instauração: CPPM:
Art. 10 : O Inquérito é iniciado mediante Portaria:
a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou
comando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierarquia do infrator; ex : Cmt
da UOp do local da infração.
b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em
caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada,
posteriormente, por ofício; ( ver art. 7º parágrafos 1º e 2º do CPPM)
c) em virtude de requisição do Ministério Público;
d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos termos do art.25;
e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente,
ou em virtude de representação devidamente autorizada de quem tenha
conhecimento de infração penal, cuja repressão caiba à Justiça Militar; e
f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte
indícios de infração penal militar.
Inquérito instaurado pelo Oficial em serviço, com fundamento no artigo 10, alínea
"b":
1) nesta situação o Oficial em serviço instaura um inquérito, por delegação ou
determinação do Comandante, o qual em situações de urgência ou necessidade pode
determinar ou delegar, por telefone ou outro meio de comunicação;
2) pressupõe-se que o Oficial em serviço conseguiu qualquer contato com o
Comandante da OPM, por qualquer meio de comunicação, colocando-o a par da
situação, e este delegou ou determinou a instauração;
3) esta delegação não pode ser subestabelecida pela autoridade delegada
à outro oficial;
4) nesta hipótese, a portaria é elaborada e assinada pelo Oficial em
serviço, que realiza também os demais atos investigatórios e cartorários, portanto
preside a instauração, a investigação e a instrução do feito;
5) coletam-se, de modo imediato, apenas as provas materiais e pessoais,
que possam ser perdidas, modificadas ou destruídas, arrolando-se e remetendo-se as
demais para coleta posterior;
6) lavrar a portaria e os termos, procedendo as mesmas rotinas do APFD,
exceto NOTA DE CULPA e a observância dos direitos do preso, face a inexistência
dessa figura;
7) encerrados os atos, serão os autos remetidos por ofício ao Comandante
da OPM que, por simples despacho, poderá "homologar" ou não os atos praticados,
determinar o prosseguimento do feito e substituir ou não o presidente do inquérito.
Inquérito, instaurado pelo Comandante da OPM, com fundamento no artigo 10,
alíneas "a", "c", ou as demais, exceto a alínea "b":
1) nesta hipótese, a portaria é elaborada e assinada pelo Comandante,
que determina a um Oficial a realização dos demais atos investigatórios e cartorários,
ou seja, apenas a investigação e a instrução do feito;
2) pressupõe-se que o Oficial em serviço conseguiu qualquer contato com
o Comandante da OPM, colocando-o a par da situação, e este assumiu o comando da
ocorrência, instaurando imediatamente o inquérito, presidindo-o ou delegando a
presidência;
3) lavrar a portaria e os termos, procedendo as mesmas rotinas do APFD,
exceto NOTA DE CULPA;
4) deve ser considerada sempre a possibilidade do comandante instaurar
o inquérito e, ele mesmo, presidi-lo, afastando-se da praxe usual de delegar a um
Oficial subordinado;

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10. Escrivão: Ao instaurar a portaria, a autoridade policial militar poderá, desde


logo nomear o escrivão. Caso contrário caberá a nomeação ao próprio encarregado
do IPM.
Se o indiciado for Oficial, a nomeação recairá sobre um Oficial subalterno. O
Escrivão será um Sargento ou Subtenente nos demais casos (art 11 CPPM).
O escrivão deverá prestar compromisso legal de manter sigilo do inquérito e de
cumprir fielmente as determinações do CPPM no exercício de sua função (art. 11
parágrafo único CPPM).
11. Perícias: O CPPM determina que a autoridade de Polícia Judiciária Militar deve
requisitar da Polícia Civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames
necessários ao cumprimento e subsídio do IPM (art. 8º "g").
12. Exibição e Apreensão: Os instrumentos do crime e os objetos que tiverem
relação com o fato devem acompanhar o Inquérito. Se o material for apresentado
espontaneamente ao encarregado do IPM, este fará lavrar o Auto de Exibição e
Apreensão.
13. Busca e Apreensão - A busca e apreensão podem ser feitas em domicílio ou até
mesmo na própria pessoa (art. 170 CPPM). Em ambos os casos, em regra, necessita
de ordem por escrito (mandado judicial). podendo serem feitas em qualquer dia
inclusive domingos e feriados, respeitadas as normas constitucionais referentes à
inviolabilidade do domicílio.
14. Avaliação: O encarregado do inquérito deverá determinar a avaliação da coisa
objeto de crime (art. 13"g" e 342 CPPM). Avaliação deverá ser realizada por dois
peritos especializados no assunto ou com habilitação técnica (art.318 CPPM). Os
peritos serão nomeados, de preferência dentre Oficiais da ativa, atendida a
especialidade (art. 48 CPPM).
Da perícia resultará o Auto de Avaliação que conterá a descrição do objeto e a
resposta clara aos quesitos formulados e que deverão ser transcritos.
15. Intimação: No âmbito da Corporação, só serão expedidas pela Autoridade
Policial Militar competente, no exercício de atribuições de policia judiciária militar e
para os fins específicos. Deverão conter obrigatoriamente os seguintes dados:
a. nome da autoridade policial militar nas atribuições de polícia judiciária
militar;
b. número da portaria do IPM;
c. o lugar, dia e hora em que o intimado deverá comparecer para depor;
d. nome do indiciado;
e. a indicação da matéria sobre a qual versará o depoimento;
Quando o intimado não for encontrado, essa situação deverá ser certificada
no verso da intimação e juntada aos autos.
16. Ouvir o ofendido: O ofendido é quem melhor pode fornecer esclarecimentos
sobre o fato. ( verdade que suas declarações têm valor probatório relativo face ao
seu evidente interesse no caso, mas, sem dúvida, servirá como vértice de toda a
investigação, via de regra, através da declaração do ofendido que o encarregado do
IPM norteará todo o seu trabalho investigatório).
Se não atender à intimação, o ofendido pode ser conduzido coercivamente, mas a
lei não prevê nenhuma sanção para aquele que assim procede(art. 311 parágrafo
único CPPM).
Ele deverá ser qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem
seja ou presuma ser autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo suas
declarações (art. 311 CPPM), o ofendido é ouvido, portanto em Termo de
Declarações.
Ninguém pode obrigar o ofendido a responder alguma pergunta que possa
incriminá-lo, ou que seja estranha à investigações (art. 313 CPPM). O encarregado do
IPM fará constar contudo, os motivos alegados pelo ofendido para não responder à
pergunta.
17. Ouvir as testemunhas: Testemunha é a pessoa que presta seu depoimento,
mediante compromisso de dizer a verdade, declarando o que sabe a respeito dos
fatos percebidos através de qualquer dos sentidos. O documento contendo a
declaração das testemunhas chama-se Inquirição Sumária.
O CPPM não estabeleceu o número de testemunhas que devem ser ouvidas no
Inquérito.
O encarregado deve ouvir o número suficiente para o esclarecimento do fato.

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As testemunhas devem ser ouvidas durante o dia, das 07:00h. às 18:00h. (art. 19
CPPM) devendo constar do termo o horário do início e fim do depoimento. Não
poderá ser inquirido por mais de quatro horas consecutivas, a não ser que se dê meia
hora de descanso. (art. 19 parágrafo 2* CPPM).
O termo que não ficar pronto até às 18:00h será encerrado, para prosseguir no dia
seguinte, em hora determinada pelo encarregado. Não sendo útil o dia seguinte, a
inquirição poderá ser adiada para o primeiro dia que for, salvo caso de urgência. Em
caso de urgência a testemunha poderá ser ouvida fora do horário previsto em lei,
devendo o motivo da urgência constar da assentada.
A testemunha deve esclarecer seu nome , CIC, RG, RE, idade, naturalidade, filiação,
estado Civil, profissão e lugar onde exerce atividade, residência, se é parente e em
que grau do indiciado e do ofendido quais as suas relações com qualquer deles, e
relatar o que sabe ou tem razão de saber, a respeito do fato a ser apurado e
circunstância que com ele tenham pertinência, não podendo limitar o depoimento a
simples declaração de que confirma o que disse na Sindicância ou outro
procedimento. (Art. 352 CPPM).
As testemunhas serão ouvidas separadas umas das outras (Art. 353 CPPM).
Se a testemunha encontra-se fora da jurisdição, o encarregado do IPM, de acordo
com o art. 359 do CPPM, poderá expedir precatória (ver ítem específico).
18. Ouvir indiciado: Da declaração do indiciado será elaborado o Auto de
Qualificação e Interrogatório.
Sobre o horário e tempo de duração do interrogatório do indiciado aplicam-se as
mesmas regras aplicáveis no caso das testemunhas (ver item anterior).
Se houver mais de um indiciado eles serão interrogados separados uns dos outros
(art 304 CPPM).
O indiciado não é obrigado a responder às perguntas, mas o encarregado do IPM
deverá consignar a pergunta e o motivo alegado para não respondê-la (art. 305
CPPM).
São requisitos do interrogatório do indiciado (art. 306 CPPM).
a. onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia dela
e de que forma;
b. se conhece as provas contra ele apuradas e se tem alguma coisa a alegar a
respeito delas;
c. se conhece a pessoa ofendida e as testemunhas arroladas, desde quando e
se tem alguma coisa a alegar contra elas;
d. se conhece o instrumento com que foi praticada a infração ou qualquer dos
objetos com ela relacionados e que tenham sido apreendidos.
19. Precatória: Se a testemunha ou o ofendido residir em outra jurisdição, o
encarregado do IPM poderá expedir carta precatória à autoridade Policial Militar da
área onde reside (art 361 CPPM).
A precatória será feita através de Ofício e deverá conter o prazo para a resposta,
os quesitos a serem respondidos, e deverão ser remetidos em anexo cópias da parte
que deu origem ao IPM e da portaria, além de outros dados necessários ao
esclarecimento do fato.
A precatória também poderá ser usada para o cumprimento do mandado de prisão
(art.228 CPPM).
20. Reconhecimento: O reconhecimento poderá ser feito em coisa ou pessoa.
a. a pessoa que estiver fazendo o reconhecimento deve, antes de tudo, fazer uma
descrição da pessoa que deverá ser reconhecida;
b. a pessoa a ser reconhecida será colocada ao lado de outras semelhantes e a que
estiver efetuando o reconhecimento deverá apontá-la.
O encarregado do Inquérito deverá, se houver razão para recear que a pessoa que
fará o reconhecimento sinta-se intimada pela presença da que será reconhecida,
fazer com que esta não veja aquela.
Para o reconhecimento de coisas serão aplicadas, no que for cabível, as regras
acima (art. 369 CPPM).
Do ato de reconhecimento, o encarregado do IPM mandará lavrar o Auto de
Reconhecimento, o qual conterá a narração pormenorizada do ocorrido e será
assinado pela autoridade, pela pessoa que efetuou o reconhecimento e por duas
testemunhas presenciais.
O encarregado do IPM poderá descrever no Termo as reações da pessoa que
efetuou o reconhecimento (convicção , dúvida, etc...).

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21. Acareação: Admitida quando houver divergência em declarações sobre fatos


relevantes entre ofendidos, testemunhas e indiciados, ou entre uns e outros (art. 365
CPPM).
O encarregado do IPM colocará as pessoas a serem submetidas a acareação uma
frente à outra, ( lembrará a testemunha seus compromisso de dizer a verdade)
efetuará a leitura dos textos em que houver divergência, indagará se confirmam ou
mudam seus depoimentos e requisitará a cada um por si e em frente ao outro.
Em seguida será lavrado o Auto de Acareação o qual conterá as perguntas e
respostas. O encarregado do IPM deverá ter o cuidado de, no final do mesmo, fazer
observações sobre as reações fisionômicas dos acareados, bem como análise de sua
compostura, coerência e firmeza.
O Auto será assinado pela autoridade e pelos acareados.
22. Reconstituição simulada dos fatos: O art. 13 parágrafo único do CPPM trata da
reconstituição simulada dos fatos que poderá ser realizada durante o IPM.
Tem a finalidade de confirmar a possibilidade de o crime ter sido cometido de
determinado modo ou mesmo de apurar a coerência das declarações contidas no
inquérito.
Só poderá ser realizada se não contrariar a moralidade ou ordem pública, nem
atente contra disciplina ou hierarquia militar.
23. Detenção do indiciado: O encarregado do IPM poderá, no curso do inquérito,
determinar a detenção do indiciado por 30 dias. Esse período poderá ser prorrogado
por mais vinte dias. (art. 18 CPPM).
Para determinar a detenção, o encarregado do IPM deverá avaliar as
circunstâncias em que ocorreram o delito e as dificuldades que o indiciado vem
causando para a apuração da verdade, como a intenção de ocultar ou destruir
provas, ou mesmo a conveniência dele não se comunicar com outras pessoas.
A detenção será efetuada através do mandado de prisão expedido pelo
encarregado do Inquérito, e deverá ser comunicado imediatamente ao Juiz Auditor
(art 5* inciso LXIII da Constituição Federal e art 222 CPPM), uma cópia dessa
comunicação deverá ser remetida à Diretoria de Pessoal.
O período de 30 dias de detenção só poderá ser prorrogado uma única
vez, e por 20 dias. O pedido de prorrogação deve ser feito ao Cmt Geral, e deve ser
fundamentado, ou seja devem ser explicados os motivos que justifiquem a detenção.
Este dispositivo aplica-se apenas aos crimes propriamente militares, por força do
art. 5º inciso LXI da CF/88, no que se refere aos crimes propriamente militares.
A detenção deverá ser publicada em Boletim Interno da Unidade.
Deverá ser feita por militar de posto ou graduação superior, ou se igual,
mais antigo (art 223 CPPM).
Poderá ser feita em qualquer dia e hora, respeitadas as garantias
relativas à inviolabilidade do domicílio (art 226 CPPM).
24. Incomunicabilidade: O encarregado do IPM poderá manter incomunicável o
indiciado que estiver legalmente preso, por três dias no máximo (art. 17 CPPM).
( evidente que o art. aplica-se também ao indiciado que estiver detido nos termos do
art. 18 do CPPM.
A incomunicabilidade tem o objetivo de privar o indiciado, nos primeiros
momentos que se seguiram à infração, de liberdade de se comunicar com o exterior
da prisão. Esta medida facilitará a coleta de vestígios provas que seriam do interesse
do indiciado destruir. * preciso que o indiciado esteja legalmente preso.
Embora existam opiniões divergentes, alguns autores entendem que
inexiste a possibilidade de incomunicabilidade, face ao direito do preso de assistência
a família (Art. 5* LXII CF/88), bem como que tal atitude é vedada inclusive no Estado
de Defesa (Art. 136 parágrafo 3º CF/88). A incomunicabilidade deve ser
fundamentada, embora a lei não exija. A fundamentação não deve consistir apenas
na afirmação de que existe interesse social ou conveniência da investigação. Deve
mencionar os fatos que geraram aquele interesse ou conveniência.
25. Mandado de Prisão: O encarregado do IPM que determinar a
detenção do indiciado nos termos do art. 18 do CPPM deverá expedir o mandado de
prisão (art. 225 CPPM).
O mandado será lavrado em duas vias pelo escrivão do IPM (ou ad-hoc),
e assinado pelo encarregado do inquérito.

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Deverá designar a pessoa sujeita a detenção com a respectiva


identificação e moradia, mencionará o motivo da detenção e designará o executor da
detenção.
Umas das vias ficará com o detido que assinará a outra. Se não puder
ou quiser assiná-la, o executor certificará isso na própria via do mandado.
Se for necessário também efetuar busca em domicílio, a autoridade
judiciária deverá expedir mandado de busca e apreensão, constando no mesmo a
ordem de prisão, o que substitui o mandado de prisão (art. 178 parágrafo único
CPPM).
26. Captura: Uma vez decretada a prisão preventiva pela autoridade judiciária ou
detenção pelo encarregado do IPM, aquele que a decretou expedirá o competente
mandado de prisão.
A captura será feita então pela entrega ao capturado de uma via do
mandado e conseqüente voz de prisão dada pelo executor, que se identificará (art
230 "b" CPPM).
Se o executor verificar que o capturado se encontra em alguma casa,
ordenará ao dono desta que o entregue, exibindo-lhe o mandado de prisão (art 231
CPPM).
Mas se o executor apenas desconfiar que o capturado esteja na casa,
processará a busca, munido do competente mandado de busca (art. 231 parágrafo
único CPPM).
Se o executor não for atendido deverá convocar duas testemunhas e
proceder da seguinte forma (art. 232 CPPM):
a. sendo de dia (das 06:00 às 18:00h.) entrar a força na casa, arrombando a porta,
se necessário for;
b. sendo de noite, cercará a casa tornando-a incomunicável, e logo que amanheça
(06:00h) arrombar-lhe-á a porta e efetuará a prisão;
O morador que se recusar a entregar o preso será levado à presença
da autoridade, para que contra ele se proceda como de direito, se sua ação
configurar infração penal.
27. Aspectos formais do IPM:
a. conclusão, despacho, recebimento, certidão:
Para cada sessão haverá despacho prévio do encarregado
determinando as providências necessárias, tais como: intimação das partes a serem
ouvidas, requisição de laudo periciais, pedidos e informações etc.
O encarregado dirige o inquérito, portanto, através de seus despachos.
O escrivão faz os autos conclusos ao encarregado (conclusão); este despacha nos
autos e devolve ao escrivão que os recebe(recebimento).
Após atendidas as providências determinadas o escrivão fará a certidão
e os autos são novamente conclusos ao encarregados para novo despacho, e assim
por diante.
b. juntada de documentos:
A juntada de documentos ao inquérito deverá ser precedida de
despacho do encarregado autorizado. O escrivão deverá fazer o respectivo termo de
juntada, mencionado a data (art. 21 parágrafo único CPPM).
Somente deverão ser juntados aos autos os documentos realmente úteis a
elucidação dos fatos.
c. assentada:
O escrivão lavrará a assentada do dia e hora do início das inquirições ou
depoimentos, e ainda, das interrupções e do encerramento (art. 19 parágrafo 1*
CPPM).
d. montagem ao processo:
Todas as peças do inquérito serão, por ordem cronológicas, reunidas num
só processo e datilografadas em espaço dois, com as folhas numeradas e rubricadas
pelo escrivão (art. 21 CPPM).
Todas as folhas com o verso em branco deverão conter duas linhas
diagonais e paralelas com a descrição “em branco”, ou então o usar o carimbo.
e. Números de vias:
O IPM deverá ser feito em duas vias, permanecendo uma cópia dos autos
arquivada na Unidade, uma cópia do relatório e solução deverão ser encaminhados
à Correg PM.
f. Nota de Corretivos:

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O encarregado de IPM sempre determinará a juntada dos assentamentos


individuais do indiciado, bem como a nota de corretivo.
28. Prazos: (art.20 CPPM) - Se o indiciado estiver solto, o prazo para terminar o
inquérito e de 40 dias prorrogáveis por mais 20 dias. O prazo é contado a partir da
data da portaria.
Se o indiciado estiver preso o prazo será de 20 dias improrrogáveis, contados da
data da execução do mandado de prisão.
Este último prazo prevalecerá se o indiciado estiver detido nos termos do art. 18 do
CPPM.
A prorrogação do prazo permitida pelo artigo 20 parágrafo 1* do CPPM,
deverá ser solicitada à autoridade imediatamente superior àquela que instaurou o
IPM. A solicitação deverá ser feita em tempo hábil, de forma que a concessão ocorra
antes de expirar-se o prazo.

29. Relatório: O IPM será encerrado com minucioso relatório elaborado pelo seu
encarregado (art. 22 CPPM).
Art. 22 - O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu
encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados
obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em
conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de crime, pronunciando-
se, neste último caso, justificadamente, sobre a conveniência da prisão preventiva do
indiciado, nos termos legais.
30. Solução: A solução é procedida pela autoridade instauradora e será sempre
publicada em Boletim Interno ( ou reservado).
Deverá ser sintética, possuindo, porém, dados que possam identificar a
matéria apurada e os implicados, fazendo sempre constar, se for o caso, se há
Sindicância paralela e para que finalidade.
Em caso de não homologação do relatório do encarregado, a autoridade
delegante fará arrazoado esclarecendo fatos e motivos que determinaram tal atitude,
e que constem dos autos.
31. Suficiência do APFD e Dispensa do IPM - Art.27 do CPPM: suficiência do auto de
prisão em flagrante delito. Dispensa a instauração de IPM.
Art.28 do CPPM: o inquérito será dispensado quando: fato e autoria já esclarecidos,
o autor identificado, por publicação ou escrituração, nos crimes contra a honra nos
crimes previstos nos art. 341 e 349 do CPM.
32. Detalhes dos Documentos dos Registros de Ocorrências:
1) capa ( ou autuação ):
a) protege os autos, contendo os dados básicos do procedimento elaborado, de
modo a demonstrar o nome do procedimento, seu número, a vítima e o indiciado, se
já estiver definido;
b) em caso de auto de prisão em flagrante delito ou inquérito com réu preso, deve
ser colocada, no canto superior esquerdo, uma tarja vermelha, a qual pelos usos e
costumes forenses, demonstra a necessidade de tratamento urgentíssimo ou
imediato daquele feito;
c) constitui a folha de número um (1) do procedimento;
d) veja o modelo em anexo;
2) portaria:
a) é o documento que dá a notícia de conhecimento do fato e de
instauração de um determinado procedimento;
b) é composta por:
I - um preâmbulo;
II - uma declaração de conhecimento do fato;
III - a indicação da fonte de conhecimento;
IV - um relato muito sucinto do fato;
V - o termo de instauração do procedimento de polícia
judiciária a ser realizado;
VI - o termo de designação de escrivão;
VII - a indicação das providências iniciais a serem tomadas;
VIII - uma ordem de cumprimento das providências
determinadas;
IX - local, data e assinatura da autoridade

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c) por necessidade de controle administrativo, a portaria deve ser


numerada, observando-se o numerador de procedimentos de polícia judiciária militar
da OPM do local dos fatos;
d) é sempre o documento de número dois (2) do procedimento
apuratório;
3) termo de recebimento:
a) é documento cabível apenas na hipótese do inquérito instaurado
pelo comandante da OPM e delegado ao Oficial;
4) termo de designação de escrivão:
a) pode ser realizado dentro da portaria, por questões de economia
e praticidade, pelo encarregado do procedimento ou em termo independente, após a
portaria e termo de recebimento;
b) em caso de inquérito, instaurado pelo Comandante da OPM, este
pode designar o escrivão, conforme dispõe o artigo 11, do CPPM, já o fazendo na
portaria;
5) termo de compromisso do escrivão:
a) é necessário em todos os procedimentos de polícia judiciária
militar, por interpretação dos artigos 11, parágrafo único e 245, parágrafos 4º e 5º,
do CPPM;
b) a exceção está para o caso do APFD, no qual o compromisso
será feito apenas se o escrivão for cabo, soldado ou civil;
6) termos de coleta das provas pessoais:
a) é a coleta principal das provas testemunhais, ou seja as
descrições individuais dos fatos pela ótica de cada uma das pessoas envolvidas, na
ordem do artigo 245, 1ª parte, ou seja o condutor, a vítima, as testemunhas e o
acusado;
b) no caso do APFD, isto é feito em única assentada, ou seja, as
pessoas são ouvidas seqüencialmente, imediatamente após o encerramento da
inquirição de uma, aproveitando-se o mesmo papel ou impresso;
c) tal prática agiliza o procedimento dito imediato, sendo seguro
também não se aproveitar o verso dos documentos, que, neste caso, devem conter
um risco transversal ou aposto, por carimbo, a expressão "em branco"; pelo contrário,
nada proíbe que se use o verso das folhas dos termos de inquirições das pessoas;
d) esta forma pode ser utilizada para todos os tipos de registro de
ocorrência, acima enumerados e explicados;
e) devem ser observadas as técnicas de inquirição e interrogatório
previstas nos artigos 300, 306, 311 e 352, entre outros, todos do CPPM;
f) o preso, no caso de flagrância, e os acusados em geral, tem o
direito de permanecer calado e ter assistência de advogado - CF, artigo 5º, incisos
LXII e LXIII;
g) em caso de flagrante delito a ausência de testemunhas não
impede a lavratura do auto, conforme dispõe o artigo 245, parágrafo 2º, sendo
necessárias apenas duas testemunhas presenciais da apresentação do preso pelo
condutor e possível vítima à autoridade;
h) outras provas testemunhais são obtidas pela realização de
acareações e reconhecimentos de pessoas e de coisas, dos quais se elaboram termos
próprios, descrevendo o ato e os resultados, conforme as exigências legais contidas
nos artigos 365 ao 370, todos do CPPM;
7) nota de culpa:
a) é documento específico e obrigatório nos casos de prisão em
flagrante delito;
b) é formalidade que demonstra o cumprimento do direito do preso previsto no
inciso LXIV do artigo 5º da CF/88, ou seja de saber a identificação dos responsáveis
pela sua prisão;
c) é dever da autoridade entregá-la ao preso, improrrogavelmente,
sob pena de nulidade do ato e responsabilidade, vinte e quatro horas após a voz de
prisão em flagrante, contendo o motivo da prisão, o nome do condutor e das
testemunhas e assinada, conforme disposto no artigo 247, "“caput”";
d) necessário que o preso assine recibo da entrega da nota de
culpa; caso haja recusa por parte deste, ou não souber ou não puder assinar, duas
testemunhas instrumentárias o farão por ele, observando-se o disposto no parágrafo
primeiro do artigo 247;

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8) ofício de apresentação do preso ao presídio:


a) documento de elaboração exclusiva na hipótese de prisão em
flagrante delito, realizado após a entrega da nota de culpa;
b) se necessária a presença do preso para a realização de
diligências, exames e perícias, tal manutenção se faz sob responsabilidade exclusiva
do presidente do feito, que responderá por facilitação de fuga, caso se evada,
devendo, portanto, mantê-lo sob rígida escolta;
9) termos de coleta das provas materiais:
a) todas as provas materiais exibidas pelo condutor, apreendidas e
arrecadadas pela autoridade devem ser descritas e m documentos próprios e ficar
sob a guarda e responsabilidade do presidente do feito, até seu término quando
serão remetidas, juntamente com os autos, ao Poder Judiciário, tal como se
depreende do preceito contido na segunda parte do "“caput”" do artigo 23 do CPPM;
b) desta forma, os instrumentos do delito e todos os objetos que
interessem a sua prova devem ser aprendidos pela autoridade, elaborando tantos
autos de exibição e apreensão ou apenas de apreensão, quantos forem necessários;
c) estes documentos devem conter uma precisa descrição do
instrumento ou objeto, o local em que foi encontrado ou apreendido, em posse de
quem se encontrava, sendo assinado pelo exibidor, duas testemunhas da apreensão
ou da arrecadação ou da exibição, escrivão e autoridade;
10) documentos de requisição de perícias e exames:
a) nos crimes que deixam vestígios é obrigatória a realização dos
exames periciais para sua prova, conforme dispõe o artigo 328 do CPPM;
b) no artigo 330, do CPPM, há um rol de exames a serem realizados,
bem como muitos outros poderão ser realizados, conforme o tipo penal, e suas
circunstâncias, em investigação;
c) as requisições poderão ser feitas a partir do momento em que o
Oficial tiver notícia da infração, estendendo-se durante todo o procedimento
apuratório;
d) deverá requisitar inicialmente as mais urgentes, mormente
aquelas em que a atitudes normais das pessoas, como a necessidade de limpeza e
higiene, ou o uso do local ou em razão de condições meteorológicas, puderem alterar;
e) assim o exame do local de crime, para fins de registro fotográfico, coleta de
vestígios no local, no corpo ou nas vestes de pessoas, são perícias urgentes;
f) requisitam-se as perícias por telex e ou ofícios, cujas cópias são
anexadas aos autos;
11) relatório, contendo apenas os incidentes ocorridos durante as
atividades investigatórias e cartorárias e as diligências faltantes;
a) por tratar-se de registro imediato de ocorrência, a atividade
aqui tratada, neste relatório deve conter apenas os incidentes havidos durante a fase
investigatória e cartorária, mormente em caso de flagrante delito, no qual existe a
figura do preso, entidade cercada por diversos direitos de índole constitucional, cuja
inobservância pode trazer acusações contra o presidente do feito;
b) assim qualquer problema havido com o preso deve ser
registrado, bem como qualquer alteração no rito;
c) deve-se ter em mente, ainda, que o trabalho é dinâmico e
raramente a investigação, a apuração, o procedimento está encerrado; portanto, o
outro tópico que deve constar deste relatório, são as diligências faltantes, as
materialmente necessárias, bem como aquelas consideradas úteis em razão de
indícios, suspeitas, levantadas durante a atividade, o que facilita a continuidade,
mesmo sendo o mesmo encarregado;
11) ofício de remessa dos autos à autoridade judiciária ou ao
comandante, conforme o caso;
a) encerrado o procedimento, colhidas as provas
testemunhais, materiais, requisitados os exames e perícias necessárias, elaborados
todos os papéis que documentam os atos policiais praticados, montados os autos em
ordem cronológica, portanto, encerrados os trabalhos cartorários, ainda é necessário
encaminhar os autos originais e ou cópias à autoridade judiciária e ou ao comandante
da OPM;
b) de forma mais explicitada, detalha-se as hipóteses mais
comuns:

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(1) em caso de prisão em flagrante delito existem duas


situações distintas:
(a) delitos que deixam vestígios ou que
necessitam de diligências posteriores para complementação das investigações e atos
cartorários:
I - é remetida, ao Juiz Auditor
Corregedor, cópia dos autos, permanecendo os originais em posse do presidente do
APFD;
II - no prazo de cinco dias, a contar da
voz de prisão, as diligências devem ser realizadas;
III - no quinto dia, os autos originais
devem ser entregues à distribuição da Justiça Militar, endereçados por ofício ao Juiz
Auditor Distribuidor;
IV - atente-se para que os autos sejam
protocolados na Justiça Militar no quinto dia;
V - tal postura é fundamentada nos
artigos 246 e 251 do CPPM, bem como na portaria n.º 02/93, do Juiz Auditor
Corregedor, transcrita no BG n.º 143/93;
(b) crimes que não deixam vestígios ou que
não necessitam de diligências posteriores para esclarecimento:
I - os autos originais devem ser
entregues imediatamente à Justiça Militar após o encerramento dos trabalhos,
endereçado ao Juiz Auditor Corregedor, pois não existe razões fáticas para
permanência dos autos na posse do órgão policial, obedecendo-se o contido no artigo
251, do CPPM;
(c) em razão da portaria n.º 02/93, do Juiz
Auditor Corregedor, os autos originais ou cópias dos APFD elaborados, nos casos de
chegada dos autos à Justiça Militar após o encerramento do expediente forense
naquela Casa de Justiça, deverão os mesmos serem entregues no PMRG, juntamente
com o preso;
I - tal postura visa facilitar o trabalho
dos Oficiais presidentes dos feitos e dos responsáveis pela escolta de pessoas e
entrega dos autos;
(2) em caso de inquérito instaurado com fundamento no
artigo 10, alínea b), com delegação ou determinação verbal:
I - preparar ofício endereçado ao
Comandante da OPM, remetendo os autos originais e solicitando a análise da
legalidade dos atos praticados;
(3) em caso termo de deserção;
I - observar as rotinas específicas para
estes autos.
12) ofícios de remessas de cópias a autoridades interessadas:
a) cópias dos autos devem ser extraídas para remessa a
autoridades que devam conhecer da matéria e realizar alguma atividade específica;
b) assim, ficam elencados:
(1) PMRG, em caso de APFD e Termo de Deserção, com
fundamento no regimento interno daquela OPM e nas instruções reguladoras dos
procedimentos de deserção;
(2) Corregedor PM, em todos os procedimentos de
polícia judiciária militar, para medidas de controle administrativo, com fundamento
nos atos normativos contidos no item 11, do BG n.º 64, de 08Abr91, alterado pelo ato
contido no item 1 da 3ª parte do BG n.º 234/93;
(3) o Comandante da OPM do indiciado ou acusado, para
o cumprimento das obrigações disciplinares;
(4) cópia ao Cmt da OPM da lavratura, via SJD, para
medidas de controle administrativo;
(5) o Delegado de Polícia da área dos fatos, nas hipóteses previstas na
Portaria n.º 001/130/92, da Corregedoria da PM, publicada no DOE n.º 171, 09Set92,
e transcrita no BG n.º 189/92

B. PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

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1. Conceito: Flagrante vem do latim "flagrantis", que significa ardente, brilhante,


que está pegando fogo.
Em sentido figurado é aquilo que está acontecendo. Flagrante delito é o crime que
está acontecendo, o que está sendo perpetrado. O flagrante é a mais eloqüente prova
da autoria de um crime. Tudo aquilo que o inquérito visa descobrir, no crime flagrante
está evidente, já que ele é a certeza visual do crime.
2. Prisão em flagrante delito: A prisão em flagrante delito é uma das formas de
prisão permitidas pela Constituição. Ela atende ao interesse social de reprimir de
pronto a violação da lei, além de facilitar a ação da justiça.
O Código de Processo Penal Militar diz que qualquer pessoa pode e os militares
devem prender em flagrante quem for insubmisso ou desertor, ou seja encontrado
em flagrante delito. (Art. 301 do CPPM).
No caso do militar tratar-se de um dever jurídico. Agirá portanto, no estrito
cumprimento do dever legal.
Outra pessoa qualquer terá a faculdade de prender, e o fizer estará agindo no
exercício regular de um direito.
A prisão em flagrante delito independe de um mandado específico. Há já o
mandado legal contido no Art. 243 do CPPM.
3. Caracterização do flagrante: O Art. 244 do CPPM estabelece as quatro situações
em que o criminoso é considerado em flagrante delito: O dispositivo legal assim as
enumera:
a. quando está cometendo o crime;
b. quando acaba de cometer o crime;
c. quando é perseguido logo após o fato delituoso em situação que faça
acreditar ser ele o autor;
d. quando é encontrado logo depois com instrumento. objetos, materiais ou
papel que façam presumir a sua participação no ato delituoso.
O primeiro caso é o único de flagrante real, uma vez que o criminoso é flagrado no
ato da prática do crime. Esse tipo de flagrante fornece a certeza absoluta da
autoridade do delito.
No segundo caso já não há fogo, mas existe fumaça. Um sujeito está no lado de um
cadáver, com um revólver fumegante, roupa suja de sangue e a carteira do morto nas
mãos. Tudo indica que ele acaba de cometer o crime, mas ele, na realidade, não foi
visto durante a prática do ato delituoso. Neste caso, a lei presume que uma pessoa
encontrada assim seja o autor e considera que houve o flagrante. Trata-se de
flagrante ficto ou quase flagrante.
Também são de flagrante ficto as outras duas hipóteses. No terceiro caso, logo
após o fato delituoso, o acusado é perseguido. Ele não é preso imediatamente, mas
logo depois, e em situação que permite presumir a autoria.
A perseguição pode ser feita pela autoridade, pelo ofendido ou qualquer pessoa,
mas há de ser ininterrupta. Não é necessário o clamor público. Neste caso, o que vem
logo após o crime não é a prisão mas sim a perseguição.
Também não há um prazo pré-fixado para a prisão; apenas se exige que a
perseguição seja iniciada logo após o crime e que seja ininterrupta.
Finalmente, é considerada em flagrante delito (ficto) a prisão do acusado
encontrado logo depois da prática do crime com instrumentos, armas, objetos, papéis
que façam presumir ser ele o autor da infração. O acusado não foi perseguido, mas
foi encontrado.
4. Flagrante no crime permanente:
Crime permanente é aquele cuja consumação se dilata no tempo, se estende. Seu
resultado se alonga no tempo dependendo da vontade do agente. ( o contrário do
crime instantâneo, como o homicídio, que se consuma em determinado momento.
Exemplo clássico de crime permanente é o cárcere privado, cujo crime continua
enquanto a vítima encontra-se encarcerada. Outro exemplo é o crime de deserção.
O Art. 244 parágrafo único do CPPM estabelece que nas infrações permanentes,
considera-se o agente em flagrante delito enquanto não cessaria permanência.
5. Lavratura do auto de prisão em flagrante: Apresentado o preso ao
Comandante, ao Oficial de Dia ou A autoridade judiciária, será por qualquer deles
ouvido o condutor, as testemunhas e o conduzido, lavrando-se de tudo um Auto que
será por todos assinado. (Art. 245 CPPM).
6. Ausência de testemunhas da prisão: Se não houver testemunhas da prisão um
flagrante, o auto será assim mesmo lavrado, mas deverá ser assinado por duas

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testemunhas que tenham assistido a apresentação do preso (Art. 245 parágrafo 2*


CPPM).
7. Recusa ou impossibilidade de assinatura do auto: Se o preso se recusar a
assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto deverá ser assinado por duas
testemunhas que tenham ouvido a leitura do mesmo na presença do preso, do
condutor e das testemunhas do crime. As testemunhas da leitura e as do crime ou da
apresentação são pessoas diferentes. (Art. 245 parágrafo 3* CPPM).
8. Designação do escrivão: Se o preso for Oficial, o presidente do flagrante
designará para servir de escrivão um Tenente ou Capitão. Se o preso for Praça, o
escrivão será um Sargento (Art. 245 parágrafo 4* CPPM). Se não foi possível,
qualquer pessoa idônea poderá servir de escrivão, devendo prestar compromisso
(Art. 245 parágrafo 5* CPPM).
9. Auto de Prisão em Flagrante:
Autuar é documentar um ato. Apresentado o preso, depois de ouvir o
condutor, as testemunhas e o acusado, a autoridade de polícia judiciária militar deve
mandar lavrar de tudo um auto denominado Auto de Prisão em Flagrante.
A Lei não diz como deve ser e o que deve contar no Auto de Prisão em
Flagrante. Os formulários usados têm uma parte autenticativa (data, lugar,
designação de autoridade, assinaturas, etc...), as qualificações e declarações do
condutor, das testemunhas e do acusado, nesta mesma ordem.
O presidente do flagrante pode consignar também os fatos que achar
importantes, como estado de ânimo do conduzido, a atitude do condutor e das
testemunhas.
O Auto é uma peça corrida, ou seja, não se deve deixar espaços em
branco (cada frase começa imediatamente após a última palavra da frase anterior).
Segue em anexo um modelo do Auto de Prisão em flagrante.

10. Recolhimento à prisão: Se o presidente do flagrante convencer-se de que há


fundadas suspeitas contra o acusado, após a lavratura do Auto, mandará recolhê-lo à
prisão (Art. 246 CPPM). Se, ao contrário, o presidente do Flagrante convencer-se de
que não houve crime ou que o acusado não seja o autor, relaxará a prisão, e se for o
caso, remeterá o preso à autoridade civil competente (Art. 247 parágrafo 2* CPPM).
11. Exame do Corpo de Delito: O presidente do flagrante deve proceder
imediatamente, se for o caso, ao exame de corpo de delito, à busca e apreensão dos
instrumentos do crime e a qualquer outra diligência (Art. 246 CPPM).
Se for necessária a diligência, o presidente terá prazo de cinco dias para remeter o
auto ao Juiz (Art. 251 CPPM).
Os resultados das perícias devem ser remetidos posteriormente à Auditoria Militar
quando não puderem acompanhar o auto.
12. Nota de Culpa: Dentro de 24 horas após a prisão será dada ao preso Nota de
Culpa assinada pelo presidente do flagrante. Nesse documento deve constar o nome
do condutor e das testemunhas, além do motivo da prisão. ( Art. 247 CPPM). O preso
deverá passar recibo na cópia da Nota de Culpa, cuja cópia, embora a lei não diga,
deverá ser anexada ao auto. Se o preso não puder ou não quiser assinar a Nota de
Culpa, o recibo deverá ser assinado por duas testemunhas. (Art. 247 parágrafo 1*
CPPM).
13. Remessa do Auto do Flagrante ao Juiz: O Auto de Prisão em Flagrante deverá
ser remetido imediatamente ao Juiz ou, se depender de diligências (Art. 246 CPPM),
no prazo de cinco dias (Art. 251 CPPM).
Lavrado o auto, o preso passa automaticamente à disposição da autoridade
judiciária militar competente (Art. 251 parágrafo único CPPM).
14. Devolução do Auto: O juiz poderá devolver o auto à autoridade militar, por
iniciativa própria ou a requerimento do Ministério Público, para novas diligências, se
forem julgadas necessárias (Art. 252 CPPM).
15. Liberdade Provisória: Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz poderá
conceder ao indiciado liberdade provisória (Art. 253 CPPM) se verificar a ocorrência
de:
a. erro de direito (Art. 35 CPPM);
b. coação irresistível (Art. 38 "a" CPPM);
c. estrita obediência a ordem superior hierárquico, em matéria de serviço (Art.
38 "b" CPPM);
d. estado de necessidade (Art. 42 I CPPM);

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e. legítima defesa (Art. II CPPM);


f. estrito cumprimento do dever legal (Art. 42 III CPPM);
g. exercício regular de direito (Art. 42 IV CPPM);
16. Crime praticado na presença de autoridade. Quando o fato for praticado na
presença de autoridade ou contra ela, (em ambos os casos esteja no exercício de sua
função), deverá ela própria prender e autuar em flagrante o infrator, mencionando as
circunstâncias (Art. 249 CPPM).
Neste Auto de Prisão em Flagrante, evidentemente, não aparece a figura do
condutor.
A autoridade (o Oficial de Dia que sofre insubordinação, por exemplo), no auto
descreve o fato praticado mencionando a circunstância de tê-lo sido em sua presença
ou contra si, no exercício de suas funções.
Em seguida, faz constar a "voz de prisão", ou seja, a ordem dada em voz alta, ao
infrator, de considerar-se e entregar-se.
Em seguida deve ouvir as testemunhas e o preso, procedendo como no flagrante
real.
17. Números de cópias: O auto de prisão em flagrante deverá ser regido em quatro
vias.
A original será remetida ao Juiz Auditor e serão remetidas cópias em Ofício, à
CorregPM, ao Cmt do PM e ao PMRG.
18. Apresentação do preso ao PMRG: Elaborado o auto, se não for o caso de
relaxamento de prisão, o preso deverá ser apresentado ao PMRG através de Ofício
acompanhado do Auto de Prisão em Flagrante. Passar antes pelo C. Médico para fins
de exame de corpo delito no preso.
19. Captura em domicílio: A questão que se coloca é como deve proceder aquele
que persegue o criminoso em estado de flagrância quando este se refugia em casa de
terceiros.
A Constituição garante ao indivíduo a inviolabilidade de seu domicílio. Há mesmo o
crime de invasão de domicílio na Lei Penal.
Por outro lado, a lei exige que o policial (militar no CPPM) prenda quem for
encontrado em flagrante. Se o criminoso foge e se esconde em casa de terceiros, o
policial continua com a obrigação de respeitar a inviolabilidade do domicílio.
Nesta situação deve-se adotar o mesmo procedimento descrito no Art. 232 do
CPPM. ( a solução dada pelo Art. 233 do mesmo estatuto, sendo dispensado o
mandado de prisão:
a. se o perseguido estiver cometendo um crime no interior da residência: o
policial pode entrar e prendê-lo (Art. 153 parágrafo 10 da Constituição Federal), sem
pedir o consentimento do morador;
b. se o mesmo consentir, o policial pode entrar a qualquer hora;
c. se o morador não consentir a entrada o policial deverá:
(1) se for dia (das 06:00 horas As 18:00 horas), convocar duas testemunhas a
entrar à força na casa, arrombando-lhe a porta, se necessário (Art. 232 "a" CPPM).
(2) se for de noite (das 18:00 horas às 06:00 horas) convocar duas
testemunhas, cercar a casa tornando-a incomunicável, e logo que amanheça,
arrombar a porta e entrar na casa efetuando a prisão. (Art. 232 "b" do CPPM).
O morador que se recusar à entrega do criminoso será levado à presença da
autoridade, para que contra ele se proceda, como de direito, se sua ação configurar
infração penal.
20. Curador para o menor: Se o acusado for menor de 21 anos, o presidente do
flagrante deverá nomear-lhe um curador que o assista, e que deverá ser pessoa
idônea. O curador assinará o Auto de Prisão em Flagrante juntamente com o acusado
(Art. 72 CPPM.
Quem pode autuar em flagrante delito?
R: a autoridade policial militar e também a autoridade judiciária, se for o caso.

C. TERMO DE DESERÇÃO
1) é o procedimento utilizado nas comunicações de crime de deserção;
2) a primeira notícia é de mera falta ao serviço, progredindo para a ausência e
depois para a deserção, propriamente dita;
3) o primeiro fato, a falta ao serviço, o abandono do serviço, ou qualquer situação
que se enquadre na hipótese genérica prevista no artigo 187, nas alíneas do artigo

23
24

188 ou nas vertentes do artigo 192 do CPM, é noticiado por documento


administrativo, representação, parte;
4) transcorridas vinte e quatro horas, a contar da zero hora subseqüente ao início
do horário de serviço do policial militar faltoso, será elaborada parte de ausência, na
qual se declara, oficialmente, o momento do início desta;
5) a parte de deserção é o documento que traz, não mais a notícia, mas a
declaração formal e os documentos que provam o ilícito da deserção;
6) o Termo de Deserção é a formalidade legal assinado pelo Cmt da OPM, e
indispensável, para que se possa realizar a prisão do infrator a qualquer tempo,
independentemente de mandado, e serve para a formação da convicção do MP;
7) mas diferentemente do IPM e APFD, por ser a deserção um crime a prazo, o feito
é elaborado apenas oito dias após o início da contagem da ausência, sendo instruído
por uma série de documentos que o antecederão;
8) observar os artigos 451 e seguintes do CPPM, alterados pela Lei n.º 8236, de 20
de setembro de 1991.
Rotina de Procedimentos em caso de deserção:
1. Diligências para verificar o motivo do atraso;
2. Término do período de comparecimento para o trabalho;
3. Elaboração de Parte;
4. Despacho do Comandante imediato para subordinado verificar motivo do não
comparecimento;
5. Despacho do subordinado relatando o apurado;
6. Despacho do Cmt de Cia determinando:
a) diligências para localização e apresentação do faltoso
b) elaboração da Parte de ausência, se não for localizado antes do prazo.
7. Início da contagem da ausência;
8. Parte de ausência;
9. Do Cmt de Cia para o Cmt da OPM;
10. Despacho do teor abaixo do Cmt do Btl para o Oficial designado:
a) homologando ausência
b) inventários
c) investigações
11. Realização dos inventários:
a) Fazenda Pública
b) particulares
12. Realização das investigações:
a) locais de freqüência comum
b) telex às OPM, noticiando a ausência, pedindo a prisão e apresentação àquela
autoridade;
13. Consumação da deserção;
14. Despacho do Cmt de Cia ao Cmt do Btl;
15. Termo de deserção assinado pelo Cmt do Btl;
16. Atos complementares:
a) publicação em Bol Int da declaração de deserção e exclusão do estado efetivo
b) transcrição da publicação nos assentamentos individuais
c) original do termo de deserção e cópia dos AI ao Juiz Auditor Distribuidor
d) remessa de cópia do termo de deserção e original dos AI ao PMRG
e) Ofícios à DP, comunicando o UDV e a Agregação do PM ao PMRG.
f) Telex às OPM noticiando a deserção, pedindo a prisão e escolta do desertor ao
PMRG.
g) cópia à CorregPM.
h) quando o desertor se apresentar espontaneamente, lavrar-se-á o Termo de
Apresentação Espontânea e quando for capturado lavrar-se-á o Termo de Captura do
Desertor.
i) outras determinações estão elencadas na Portaria nº CorregedoriaPM –
001/310/99, publicada no BG nº 146/99.

VIII - PRISÃO PROVISÓRIA (CAUTELAR) - DA PRISÃO


Há dois tipos de prisão:
Prisão Penal: é decretada por juiz para fins penais;
Prisão Extra-Penal: bifurca-se em :

24
25

Prisão Civil: é decretada por juiz para fins civis. Ex.: devedor de alimentos,
depositário infiel, etc.
Prisão Administrativa: é a prisão decretada por autoridade administrativa para fins
administrativos. Só cabe em uma única hipótese: em caso de transgressão disciplinar
militar.
Vamos nos restringir ao assunto “Prisão Penal”!
1. Prisão Penal: no direito penal, em sentido genérico, prisão é o cerceamento da
liberdade de ir e vir de uma pessoa, ou seja, é a retirada desta pessoa do convívio em
sociedade.
Importante que se faça a distinção entre PRISÃO PENA e PRISÃO CAUTELAR (OU
PRISÃO PROCESSUAL OU PRISÃO PROVISÓRIA):
A Prisão Pena (definitiva) ocorre ao final de um processo penal, quando o Juiz
profere uma sentença condenatória, sendo que o réu cumprirá a prisão após o
trânsito em julgado da sentença e após ter tido o direito de se defender em todas as
fases do processo. A pena, por exemplo, será a de reclusão, detenção ou prisão
simples.
A Prisão Provisória (Cautelar) ocorre durante o Inquérito ou no curso do Processo,
quando então a autoridade (judiciária ou policial, dependendo do caso), mesmo sem
haver uma acusação formal, efetuará a prisão de alguém, antes de sua condenação
(penal ou administrativa), a fim de assegurar uma providência.
2. Tipos de Prisão Provisória:
a. Prisão em Flagrante Delito (assunto já abordado acima, nesta apostila);
b. Prisão Decorrente de Pronúncia (assunto da matéria Proc. Penal);
c. Prisão Preventiva;
d. Prisão Temporária;
e. Detenção do Art. 18 do CPPM; (assunto já abordado acima, nesta apostila) ;
f. Menagem; e
g. Recolhimento Disciplinar – é uma prisão extra-penal (art. 26 do RDPM).

PRISÃO PREVENTIVA
O Encarregado do Inquérito poderá solicitar ao Juiz Auditor a prisão preventiva do
indiciado.
E necessário que haja para tanto, a certeza material do fato delituoso e suficientes
indícios de autoria (art. 254 CPPM). É a chamada autoria e a materialidade!
A prisão preventiva deverá ser fundamentada em um dos seguintes casos (Art. 255
CPPM).
a. garantia da ordem pública;
b. conveniência da instrução criminal;
c. periculosidade do indiciado;
d. segurança da aplicação da lei penal militar; e
e. exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e
disciplina militar, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do
indiciado.
Na solicitação ao Juiz Auditor do TJM, o Encarregado do IPM deverá fundamentar
convenientemente o pedido.
A prisão preventiva pode ser decretada em qualquer momento, seja durante o
Inquérito Policial Militar ou durante o Processo, desde que seja antes do transito em
julgado da sentença.
Uma vez decretada, a prisão preventiva ela deverá ser publicada em Boletim
Interno. A sua revogação caberá também à autoridade judiciária.
Recurso cabível: ao preso caberá o direito de impetrar o Habeas Corpus.

O juiz pode relaxar a prisão e logo em seguida decretar a prisão preventiva.


Já, se o juiz relaxar o flagrante por excesso de prazo, não pode mais decretar a
prisão preventiva.

PRISÃO TEMPORÁRIA - Tipo de prisão provisória criada pele Lei N.º 7960/89, com a
finalidade de auxiliar a autoridade policial nas investigações.
Cabimento: a prisão temporária e cabível em três hipóteses:
Quando a prisão for imprescindível para a investigação;
Quando o suspeito não tem residência fixa ou não esta devidamente identificado;

25
26

Somente nos crimes descritos na lei (homicídio doloso, seqüestro ou cárcere


privado, roubo, extorsão, latrocínio, estupro, atentado violento ao pudor, rapto,
epidemia, envenenamento de água, quadrilha ou bando, genocídio, tráfico de drogas
e crimes contra o sistema financeiro).
Quem pode decretar a prisão temporária ?
Resp.: Somente o juiz é quem pode decreta-la, sempre em decisão fundamentada.
Jamais poderá decreta-la de oficio. E necessário requerimento do MP ou
representação da autoridade policial. Uma via do mandado de prisão serve como nota
de culpa.
Contra quem pode ser decretada a Prisão Temporária ?
Resp.: Somente e possível decretar a prisão temporária contra investigado. Jamais
se pode decreta-la contra acusado.
Investigado: antes da denúncia, ou seja, não há processo.
Acusado: a partir da denúncia, já existe processo.
Em que momento pode ser decretada a prisão temporária ?
Resp.: Exclusivamente durante as investigações.
Duração: dura 5 dias, pode uma única prorrogação por igual período.
Nos crimes hediondos a duração da prisão temporária é de 30 dias, podendo ter
também uma única prorrogação, sendo o tempo máximo de 60 dias. Este prazo de 30
dias pelo cometimento de crime hediondo não se aplica à Justiça Militar.
Direitos do Preso: o preso temporário tem o direito de ficar separado dos demais
presos.
Se o delegado constatar a desnecessidade da prisão, ele pode liberar o preso ?
Resp.: Não, não pode liberar. Somente o juiz.
Recurso cabível: ao preso caberá o direito de impetrar o Habeas Corpus.

RECOLHIMENTO DISCIPLINAR
O Recolhimento Disciplinar é uma prisão extra-penal e tem sua previsão legal no
Regulamento Disciplinar, artigo 26. Embora seja uma providência na esfera
administrativa, na prática suas conseqüências são semelhantes às das prisões
provisórias, uma vez que o PM, efetivamente, ficará preso em uma OPM e à
disposição da autoridade judiciária militar.
Cabimento:
Artigo 26 - O recolhimento de qualquer transgressor à prisão, sem nota de punição
publicada em boletim, poderá ocorrer quando:
I - houver indício de autoria de infração penal e for necessário ao bom andamento
das investigações para sua apuração;
II - for necessário para a preservação da ordem e da disciplina policial-militar,
especialmente se o militar do Estado mostrar-se agressivo, embriagado ou sob ação
de substância entorpecente.
§ 1º - São autoridades competentes para determinar o recolhimento disciplinar
aquelas elencadas no artigo 31 deste Regulamento.
§ 2º - A condução do militar do Estado à autoridade competente para determinar o
recolhimento somente poderá ser efetuada por superior hierárquico.
§ 3º - As decisões de aplicação do recolhimento disciplinar serão sempre
fundamentadas e comunicadas ao Juiz Corregedor da polícia judiciária militar.
§ 4º - O militar do Estado preso nos termos deste artigo poderá permanecer nessa
situação pelo prazo máximo de 5 (cinco) dias.
Quem pode determinar o recolhimento disciplinar? R: somente as autoridades
previstas no art. 31 do RDPM, com ascensão hierárquica e funcional em relação ao PM
infrator, .
Recurso cabível: ao recolhido, caberá o direito de impetrar o Habeas Corpus.
Não se deve confundir o recolhimento disciplinar com a punição disciplinar. Aquele
é considerada uma prisão provisória no âmbito administrativo, enquanto esta,
semelhantemente, à prisão pena, trata-se de uma imputação de responsabilidade ao
policial, que cometeu uma transgressão disciplinar, tudo após apurado e
devidamente processado e fundamentado em processo administrativo disciplinar em
que lhe foi assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório.
MENAGEM

26
27

Constitui espécie de prisão provisória fora do cárcere previsto no artigo 263 do


CPPM. Constitui uma faculdade do Juiz Auditor a sua concessão, desde que
preenchidos determinados requisitos legais, como:
que a pena privativa de liberdade cominada ao crime não exceda quatro anos;
tendo em atenção a natureza do crime;
bons antecedentes do acusado.

Bibliografia:
CF/88;
CE/89;
Código Penal Militar e Processo Penal Militar;
Manual de Direito Penal e Processo Penal Militar de J. da Silva Loureiro Neto, Editora
Atlas;
RDPM
Mementos fornecidos pelos Instrutores de PJM do CFAP; e
Apostila da CorregPM para o Oficial SJD.

27
28

ANEXO à Apostila de PJM do CFS


MODELOS DE PEÇAS E ATOS NECESSÁRIOS PARA Sgt PM EXERCER SUA FUNÇÃO DE
ESCRIVÀO

APFD

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Fls. 02
OPM

PORTARIA n.º

1. Tendo chegado ao meu conhecimento, através de .................................., que,


em data de ................., por volta de .........., no local .........., ocorreu o
crime ......................., MANDEI prender ................. e DETERMINEI a lavratura do AUTO
DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO, com fundamento no artigo 246, do CPPM, para a
investigação e registro dos fatos.
2. Designo como escrivão o ..................

local, data

assinatura
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO


Fls. 00
OPM

AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO

Aos ....... dias do mês de ...... do ano de mil novecentos e .........., nesta cidade
de ......., no .... (local da lavratura ) ......, às .....horas, presente o Sr ..... (autoridade de
Pol Jud Mil)......, comigo ........., servindo de escrivão, compareceu o CONDUTOR.......
(qualificação completa, compromisso e declarações como no flagrante comum ) ......A
........ testemunha, .......(qualificação completa) ....., NÃO SABENDO LER OU
ESCREVER. Aos costumes, nada disse. Compromissada na forma da lei, advertida das
penas do falso testemunho, prometeu dizer a verdade do que soubesse e lhe fosse
perguntado. Inquirida sobre os fatos, disse que .......... Perguntada sobre .............,
respondeu que..........NADA MAIS DISSE NEM LHE FOI PERGUNTADO........( segue-se
como o flagrante normal ).....Lido na presença de todos e achado conforme suas
declarações, vai devidamente assinado pela autoridade, pelo condutor, por ......
( qualificação da pessoa que vai ASSINAR A ROGO DA TESTEMUNHA
ANALFABETA ).....A ROGO da .... testemunha, a ... testemunha, pelo preso e por mim,
escrivão.

assinatura assinatura
nome nome
posto - autoridade condutor

assinatura
nome
testemunha

assinatura assinatura
nome nome
preso
escrivão

28
29

............
assinatura
............ nome
............
testemunha A ROGO
............
polegar direito da testemunha analfabeta

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

NOTA DE CULPA
Ref.: Auto de Prisão em Flagrante Delito de Portaria n.º ...

O .....(autoridade que elaborou o auto de prisão em flagrante) ......, na forma da lei,


FAZ SABER a .... (o preso)....., já qualificado nos autos, que se acha preso e autuado
em flagrante delito por haver cometido o crime de ............., contra ..............., fato
ocorrido em ......., por volta das ......, incorrendo assim nas sanções previstas no artigo
......., do Código Penal Militar, tendo figurado como condutor o Sr. ................ e como
testemunhas ........e .................
Dada e lavrada nesta cidade de ........., no ..........., aos ..... dias do mês de ...... de
um mil e novecentos e .....

assinatura
nome
posto - presidente do APFD

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------

RECIBO

Recebi uma via da presente nota de culpa às .........horas de ................

assinatura
nome
posto – preso

29
30

2. IPM
FL 01

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

CFAP

IPM Nº CFAP – 000/21/02

Presidente:
1º Membro: .........................................................
2º Membro: .........................................................
Ofendido: ............................................................
Indiciado: ............................................................
Acusado: ............................................................
Sindicado: ............................................................
Desertor: ..............................................................

AUTUAÇÃO

Aos .......................................................................................... nesta cidade de


São Paulo no Quartel do CFAP autuo a
Portaria ...........................................................................................................................
......... e que me foi entregue pelo Sr. Cmt do CFAP.
Do que, para constar, lavro este termo e os demais registros em livro próprio.

30
31

(a ) ...............................................................
..
Nome:
Posto/Grad.:

PMP - 32

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Fls. 02
OPM

PORTARIA de IPM n.º

1. Tendo chegado ao meu conhecimento, através de .................................., que,


em data de ......, por volta de .........., no local .........., ocorreram os fatos ..............,
INSTAURO o presente inquérito policial militar, POR DELEGAÇÃO ( ou
DETERMINAÇÃO ) do Sr ................................, com fundamento na alínea "b" do artigo
10, do CPPM, para a investigação e registro dos fatos, e que, autuada esta, sejam
tomadas as seguintes providências:
a.
b.
2. Designo como escrivão o .............
3. Cumpra-se, registre-se, publique-se.

local, data

assinatura do Oficial de serviço


---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Fls. 02
OPM

PORTARIA n.º

1. Tendo chegado ao meu conhecimento, através de .................................., que,


em data de ......, por volta de .........., no local .........., ocorreram os fatos ..............,
INSTAURO o presente inquérito policial militar, com fundamento na alínea "a" do
artigo 10, do CPPM, para a investigação e registro dos fatos, e que, autuada esta,
sejam tomadas as seguintes providências:
a.
b.
2. Delego à ......................, atribuições de polícia judiciária militar, para presidir o
feito, com fundamento no artigo 7º, parágrafo 1º, do CPPM.
3. Cumpra-se, registre-se, publique-se.

31
32

local,data
assinatura do Cmt
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

TERMO DE RECEBIMENTO

Aos ....dias do mês do ano de dois mil, no Quartel do ..............., na Seção de .........,
recebi do Sr Cmt do ........... a Portaria de IPM Nº ......do qual para constar assino o
presente termo.
assinatura do Presidente do IPM

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------------

32
33

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Designação

Designo, nos termos do artigo 11, do CPPM, para exercer as funções de escrivão do
feito de portaria n.º ........., sob minha presidência, o ..............................( 1 )

assinatura
nome
posto - presidente do IPM

Compromisso

Aos ....... dias do mês de ............. do ano de mil novecentos e ..........., no quartel do
................onde me encontrava, eu, ....................., designado pelo Sr ........., para
servir de escrivão no presente feito, presto o ( 2 ) compromisso de bem e fielmente
desempenhar as funções que me foram atribuídas, bem como manter sigilo, nos
termos do parágrafo único, do artigo 11, do Código de Processo Penal Militar, do que
para constar lavro o este termo.
Nome e assinatura do Escrivão
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------

Certidão do compromisso

Certifico que foi prestado o compromisso previsto no parágrafo único, do artigo 11,
do CPPM, por .............., escrivão do presente feito, instaurado pela portaria n.º....

assinatura
nome
posto - presidente do IPM
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

33
34

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

OPM

CONCLUSÃO

Nesta data, ......................, faço conclusos estes ao Sr Encarregado, para despacho;


que para constar, lavro este termo, Eu........ 3º Sgt PM RE NOME.........., escrivão, o
digitei.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

DESPACHO
I - Providencie o Sr Escrivão:
1.
2.

II – Junte-se aos autos: (quando for necessário juntar documentos)


1.
2.
Assinatura
Encarregado do IPM
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

DATA

Nesta data, .........................................., recebi os autos do Sr Encarregado e para


constar lavro este termo. Eu ............3º Sgt PM RE.....NOME........, escrivão, o digitei.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

CERTIDÃO (verso da folha anterior)

Certifico haver dado inteiro e fiel cumprimento ai despacho retro do


Sr ....................., Encarregado deste IPM, conforme se vê às fls ..............................,
destes autos; do que para constar, lavrei o presente termo. Eu .....3º Sgt PM
RE...........NOME......................servindo de Escrivão, o digitei.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

34
35

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

OPM

INTIMAÇÃO N.º
REF: IPM N.º ...

São Paulo, de de 2000.

O do
Intima o Sr.
Residente na
Bairro ,que compareça sob as penas da lei, no dia
de de 2000, ás horas no Quartel do sito na
- bairro a fim de prestar depoimento.

Assinatura
Encarregado do IPM

Em de de 2000
RECEBI a Intimação n.º
Nome
Residência
Intimado para o dia de de 2000

Assinatura
Intimado
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

35
36

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO


Fls. 00
OPM

TERMO DE DECLARAÇÕES
Aos................. dias do mês de............ do ano de mil e novecentos e ...................
nesta cidade de ....................... no ...................... na presença
do ................................, autoridade encarregada deste feito, comigo.........................,
escrivão, compareceu a vítima, abaixo qualificada:
Nome:
RG,RE:
Idade:
Naturalidade(cidade e estado):
Filiação - pai:
- mãe:
Estado civil:
Profissão:
Domicílio legal:
Domicílio residencial:
É alfabetizado:
Horário - início: - término:
Inquirida sobre os fatos originadores deste feito, respondeu que ..........

Perguntado sobre ....respondeu que ...... Representada a respeito de ........,


respondeu que ................
Nada mais disse, nem lhe foi PERGUNTADO. Lido o termo e achado conforme suas
declarações, assina, abaixo, juntamente com a autoridade e o escrivão.

assinatura presidente vítima


---------------------------------------------------------------------------------------
------------------------------------

36
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

OPM

INQUIRIÇÃO SUMÁRIA

Aos................. dias do mês de............ do ano de mil e novecentos e ...................


nesta cidade de ....................... no ...................... na presença do ...............................,
autoridade encarregada deste feito, comigo........................., escrivão ,compareceu a
testemunha, abaixo qualificada:
Nome:
RG,RE:
Idade:
Naturalidade(cidade e estado):
Filiação - pai:
- mãe:
Estado civil:
Profissão:
Domicílio legal:
Domicílio residencial:
É alfabetizado:
Horário - início: - término:
Testemunha compromissada na forma da lei e alertada sobre os elementos do falso
testemunho. Aos costumes ( impedimentos e suspeições ), a testemunha disse
que ...
A testemunha, inquirida sobre os fatos originadores deste feito, respondeu que ...
Perguntado sobre.....respondeu que.........Reperguntada a respeito de ........
respondeu que ..............
Nada mais disse, nem lhe foi PERGUNTADO. Lido o termo e achado conforme suas
declarações, assina, abaixo, juntamente com a autoridade e o escrivão.
Assinatura presidente testemunha escrivão
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

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38

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO


Fls. 00
OPM

AUTO DE QUALIFICAÇÃO E INTERROGATÓRIO

Aos ............... dias do mês de............ do ano de mil e novecentos e...................


nesta cidade de........................ no ..................... na presença do................................,
autoridade encarregada deste inquérito, comigo........................., escrivão,
compareceu o indiciado, abaixo qualificado:
Nome:..........
RE:..........
Idade:.........
Naturalidade(cidade e estado):......
Filiação - pai:.........
- mãe:.........
Estado civil:...........
Profissão:............... Posto/Grad:.........
Domicílio legal:.........
É alfabetizado:...........
Horário - início:.............- término:..........
Sendo interrogado sobre os fatos originadores deste feito, respondeu que...

Interrogado sobre.........respondeu que.............. Reinterrogado a respeito de ....,


respondeu que..........................
Nada mais disse, nem lhe foi PERGUNTADO. Lido o auto e achado conforme suas
declarações, assina, abaixo, juntamente com a autoridade e o escrivão.

assinatura assinatura
nome nome
presidente indiciado

assinatura
nome
P/G – escrivão
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

38
39

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

ANÁLISE DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POR OFICIAL


EM SERVIÇO

1. Consta dos autos deste inquérito que o mesmo foi instaurado por delegação
verbal deste comandante, passada em ....., às .... horas, para apurar que em data
de ......, por volta de ......, no local ...., ocorreram os fatos .........
2. HOMOLOGO (ou não ou em parte) os atos praticados, pois efetivamente há
indícios da prática do delito tipificado no artigo ... do CPM, o que configura a justa
causa, pelo que determino o prosseguimento do inquérito, para as investigações e
coleta de provas complementares.
3. Substituo (ou não) o presidente do feito, designando o Sr,..........
4. Publique-se o conteúdo da portaria e deste despacho.
5. Cumpra-se.
assinatura
nome
posto - comandante de OPM
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

ASSENTADA

Aos ......... dias do mês de ................do ano de mil novecentos e .............nesta


cidade de .................no quartel do ..................., onde se achava o Sr ...........,
presidente deste ....., comigo escrivão, compareceu às ...........horas, os Srs(as)......,
sendo liberados às .... horas.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------
JUNTADA

Aos ......... dias do mês de ................do ano de mil novecentos e .............nesta


cidade de .............no quartel do ..................., junto aos autos os documentos
indicados pelo Sr Presidente às fls. ..., (ou resultantes das diligências determinadas às
fls. ...) do que para certificar lavro este termo. Eu, ..............., escrivão.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

39
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO


Fls. 00
OPM

AUTO DE RECONHECIMENTO DE PESSOA

Aos______________dias do mês de ________________ do ano de mil novecentos e


________________ nesta cidade de _________________, no Quartel do ___________________,
onde se achava o Sr _____________, Encarregado, comigo
______________________servindo de escrivão, presentes as testemunhas
________(qualificar), compareceu o Sr ___________qual, após o compromisso de dizer a
verdade, foi solicitado para que fizesse a descrição, ocasião em que disse tratar-se de
uma pessoa com as seguintes características físicas ______________________ Depois
todos os presentes dirigiram-se a uma sala onde se encontrava a pessoa a ser
reconhecida, colocada entre outras três que com ele se parecem. Convidado a
reconhecer o indivíduo que _______________(descrever o fato verificado)________,
prontamente e sem vacilação, declarou que se tratava de ______________, cuja
descrição antes fizera. E, como nada mais disse, nem lhe foi perguntado, o
Encarregado deu por findo o presente reconhecimento, mandando lavrar este auto,
que depois de lido e achado conforme, assina com o reconhecedor, com as
testemunhas e comigo, escrivão que o datilografei.
assinatura assinatura
nome nome
presidente reconhecedor

assinatura
nome
escrivão
-x-x-x-

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

AUTO DE EXIBIÇÃO E APREENSÃO

Aos .......... dias do mês de ........... do ano de mil novecentos e ............, nesta
cidade de ....., no local ..........., onde se achava o ........, Presidente deste feito,
comigo................., servindo de escrivão, presentes as testemunhas infra-assinadas, aí
compareceu ............., residente à rua ..............................., que exibiu .............
( descreve o objeto exibido, consignando as circunstâncias e o local onde foi
encontrado ) ................... Em seguida, foi ordenado que se fizesse a apreensão
do ........., Nada mais havendo a tratar, mandou o Sr Presidente encerrar este auto
que, lido e achado conforme, é assinado pelo exibidor, testemunhas .... e ......,
residentes em ..... e ......, respectivamente e pelo depositário.

Presidente
Exibidor
Testemunha
Testemunha
Escrivão
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------

40
41

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO


local, data
opm Ofício nº
Do Presidente do ( feito nº )
Ao Sr Diretor do IC ou do IML
Assunto: perícia -
solicita
Ref: CPPM, arts 8º, "g", e 315
Portaria DGP-19, de 09Set92

1. Requisito ( ou solicito) a VSª a


designação de peritos para a realização de perícias, para instrução de procedimento
investigatório ( criminal, administrativo ou disciplinar ), pelo que explicito abaixo os
pontos básicos:
a.procedimento de portaria nº....;
b.trata-se ( ou não ) de caso de prisão
em flagrante delito;
c.a natureza do delito é ....( tipo(s)
penal(is);
d.o endereço é .........;
e.a data do fato é .....;
f.a hora do fato foi .....;
g.a(s) vítima(s) é (são) ........;
h.o(s) indiciado(s) é(são) .....;
i.os fatos ocorreram.(breve histórico);
j.o objeto de exame é .( 5 );
l.tipo de perícia requerida: ( 6 ).;
m.quesitos:( 7 ) ...;
1) .....?;
2) .....?;
3) .....?;
4) .....?;
n) .....?.
n.observações:( 8 )
1) .....
n) ....

assinatura
nome
presidente

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
----------------------

41
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SECRETARIA DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA


POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo, 99 de junho de 2000
OFÍCIO Nº 90BPMMM-999/999/00
Do Oficial Presidente do IPM
Ao Sr. Diretor do Instituto Médico Legal
Assunto: Cópia de Exame de Corpo de Delito - solicita.
Ref.: IPM nº 90BPMM-999/999/00.
Anexo: Cópia do Boletim de Ocorrência nº 213/00, do 69º DP.

A fim de instruir autos do Inquérito Policial Militar referenciado, solicito a VSª enviar
uma cópia do Exame de Corpo de Delito realizado no Sr XXXXXXXX e YYYYYYYYYY,
vítimas de disparo de arma de fogo, em 99 de janeiro de 2000, conforme documento
anexo.
Aproveito a oportunidade para apresentar a VSª meus protestos de estima e
distinta consideração.

ASSINATURA
Presidente do IPM
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SECRETARIA DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA


POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo, 99 de junho de 2000
OFÍCIO Nº 90BPMMM-999/999/00
Do Oficial Presidente do IPM
Ao Sr. Diretor do Instituto de Criminalística
Assunto: Cópia de Laudo - solicita.
Ref.: IPM nº 90BPMM-999/999/00.
Anexo: Cópia do Boletim de Ocorrência nº 213/00, do 69º DP.

A fim de instruir autos do Inquérito Policial Militar referenciado, solicito a VSª uma
cópia do Laudo do Exame realizado nas seguintes armas:
revólver calibre 38, de marca Taurus, número 112345, oxidado;
revólver calibre 38, de marca Taurus, número 312468, oxidado, ambos
apreendidos por policiais militares em 99 de janeiro de 2000, no 69º DP, conforme
documento anexo.
Aproveito a oportunidade para apresentar a VSª meus protestos de estima e
distinta consideração.

ASSINATURA
Oficial Presidente do IPM
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO


local, data
opm Ofício nº
Do Presidente do ( feito nº )
Ao MM Juiz Auditor Corregedor
Dr
Assunto: mandado de busca e
aprensão- solicita
Anexo: autos do feito de nº

1. Solicito a V Exª a expedição de


mandado de busca e apreensão, com fundamento nos artigos 172 e 177, ambos do
CPPM, para instrução do procedimento de portaria nº ..., e execução na ..... (1)
2. A solicitação fundamenta-se nos
seguintes motivos: ....( 2 )
3. O(s) objetivo(s) da diligência
é(são) ...( 3 )
4. Os indícios ( ou provas ) de autoria
ou participação no ilícito são ......
5. Aproveito a oportunidade para
apresentar a Vossa Excelência os protestos da minha perfeita estima e distinta
consideração.

assinatura
nome
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO


São Paulo, 25 de junho de 1.997.
OFÍCIO No CFAP-
Do Presidente do IPM
Ao Sr Chefe do Centro Médico - HPM
Assunto: Exame de Corpo de Delito - solicita.
Ref: IPM nº

1. Apresento a VSa o Fulano de Tal, solicitando que seja submetido a exame de


corpo de delito, tendo em vista que em .............. teria sido foi agredido por
um ..............
2. Solicito que tão logo o Laudo esteja concluído seja enviado a este Presidente ,
para fins de adoção de medidas de Polícia Judiciária Militar cabíveis .

assinatura
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SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA
PÚBLICA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo, 29 de março de 2000.
MEMORANDO Nº CFAP-.
Do Presidente do IPM
Ao Sr Cmt da ...Cia
Assunto: Apresentação de Praça – solicita
Ref: IPM nº.........

Solicito a VSª que o Sd PM ....................., dessa Cia, seja


apresentado nesta...........em............às..............., a fim de ouvido nos autos do IPM
referenciado como indiciado.

assinatura
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo, de 1999.
OFÍCIO Nº
Do Presidente do feito (portaria nº )
Ao MM Juiz Auditor Auxiliar da Corregedoria Geral e das Execuções Criminais
da Justiça Militar do Estado de São Paulo.
Assunto: Decretação de Prisão Preventiva – solicita .
Anexo: Autos do (procedimento de polícia judiciária militar

1. Solicito a Vossa Excelência a expedição de mandado de prisão preventiva contra


................, com fundamento nos artigos 254 e 255, ambos do CPPM.
2. A solicitação fundamenta-se nos seguintes motivos:
a) provas do fato delituoso ....;
b) indícios de autoria ....;
c) (um ou mais dos casos elencados no artigo 255 e suas alíneas, do
CPPM).
3. Aproveito a oportunidade para apresentar a Vossa Excelência os
protestos da minha perfeita estima e distinta consideração.

assinatura

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO


São Paulo, de 1999.
OFÍCIO Nº CORREGPM-
Do Presidente do feito (portaria nº )
Ao MM Juiz Auditor Auxiliar da Corregedoria Geral e das Execuções Criminais da
Justiça Militar do Estado de São Paulo.
Assunto: Decretação de Prisão Temporária – solicita .
Anexo: Autos do (procedimento de polícia judiciária Mmlitar ou documentos que
coletaram as provas da materialidade e indícios de autoria)

1. Solicito a Vossa Excelência a expedição de mandado de prisão temporária contra


................, com fundamento nos artigo 1º, inciso I (eventualmente II –hipótese de
difícil ocorrência nos crimes envolvendo policial militar) combinado com o inciso III,
alínea “__” (verificar na lei da prisão temporária qual das alíneas se encontra o crime
praticado pelo agente – rol exaustivo), tudo da Lei nº 9.760, de 21 de dezembro de
1989.
2. Tal prisão é imprescindível para as investigações realizadas no procedimento do
qual este Oficial é Encarregado, pois, (explicitar os motivos pelos quais é necessária a
prisão).
3. A solicitação fundamenta-se nos seguintes motivos:
a) provas do fato delituoso ....;
b) indícios de autoria ....;
c) (explicar os elementos exist7entes nos autos que levam à conclusão da
prática do crime previsto em alguma das alíneas do inciso III, do artigo 1º)
4. Aproveito a oportunidade para apresentar a Vossa Excelência os protestos da
minha perfeita estima e distinta consideração.

assinatura
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SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA
PÚBLICA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
São Paulo, 29 de março de 2000.
MEMORANDONº CFAP-.
Do Presidente do IPM
Ao Sr Cmt da ...Cia
Assunto: Nota de Corretivos – solicita
Ref: IPM nº.........

A fim de subsidiar as investigações no IPM referenciado,


solicito a VSª enviar uma cópia atualizada e autenticada da Nota de Corretivo do
.....PM RE.....Nome................

assinatura
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

OPM

CONTROLE DE PRAZOS
REF: IPM N.º ...

1º PRAZO:

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2º PRAZO:

Quartel em São Paulo, de de 2000.

Assinatura
Escrivão
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

RELATÓRIO

1. Dados básicos:
a. Portaria N.º ...., de ...../ ...../ ...., publicada no Bol Int n.º ..., de ..../..../....
b. Indiciado(s)( se já estiverem determinados ):.....
c. Vítima(s): .......................................
d. Fato: .............................................
e. Local: ...........Data/Hora ..........Em serviço...
f. Pessoas inquiridas:
1) .......;
2) .......;
3) .......;
g. Provas periciais realizadas:
1) ...;
2) ...;
3) ...;
h. Instrumentos, objetos e coisas apreendidas:
1) ....;
2) ....;
3) ....;
i. outros dados úteis:

2. Os fatos
Do que foi apurado, constata-se que os fatos ocorreram da seguinte forma:
a. No dia ..../..../....., às .....hs, o 3º Sgt PM ...,comandava a viatura No ............,
tendo por auxiliares os SD PM .......... e ............, quando receberam ordem para
comparecer ao local do evento, onde estaria ocorrendo uma confusão generalizada
em um bar;
b. Ao chegarem ao local, foram recebidos agressivamente por........ e ...... que
aos poucos aceitaram a ação policial graças à rápida atuação do comandante da
operação, que conseguiu convencê-los de que se tratava de fato que deveria ser
solucionado na Delegacia de Polícia;
c. Um dos envolvidos, embriagado, dirigiu gracejos ao Sd ...........que, julgando-
se ofendido, sacou de sua arma e atirou em .................., atingindo-lhe a perna
esquerda, conforme Laudo de Exame de Corpo de Delito, de fls. .....;
d. A partir daí, o graduado determinou que o indiciado ............, se retirasse do
local para aguardar a viatura, enquanto atendia a vítima, levada imediatamente para
o Pronto Socorro (fls. ....., verso);
3. Análise das Provas
a. Diante da tentativa de esclarecer o evento, há necessidade de comentar, um
a um, os depoimentos e outras provas, para a motivar a conclusão final:
1) Diz a testemunha ...., às fls. .., que ..., porém a testemunha ...........,
fls. ......., verso, diz o contrário.
2) O LECD prova que o tiro partiu de cima para baixo, atingindo .......,
fato que se ajusta ao "croquis" do local, às fls. ., que esta autoridade determinou que
fosse feito;
3) Houve, posteriormente ao fato, um ajuste para esconder o evento dos
superiores, o que foi de iniciativa do Sd ...., comprovado pelo depoimento de ........;

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4) O exame de microcomparação balística, às fls. ...,mostra que o projétil


que atingiu o cidadão partiu do revólver n.º ..., que estava distribuído ao Sd .....
indiciado às fls. .....
n) .......
4. Solução
a. Salvo melhor juízo, conforme exposto acima, há provas do delito tipificado no
artigo ....., do Código Penal Militar, praticado pelo Sd ......... contra ......;
b. Também, sob a elevada censura de V.S.ª, é possível afirmar, fundamentado
nos autos e na exposição supra, que há provas do delito tipificado no artigo ....., do
Código Penal Militar, praticado pelo Sgt......... contra ......;
c. A respeito da necessidade de prisão preventiva dos indiciados, manifesto-me
pela ......., em razão de .........;
d. No campo administrativo disciplinar, igualmente fundado no relatório supra,
existem provas do cometimento de transgressões disciplinares praticadas pelos
seguintes policiais militares, que poderão ser apuradas por completo após a extração
de cópia das peças, abaixo apontadas, em procedimento apartado:
1) O 3º Sgt PM ..........., como comandante da ....., por não ter tomado
providências legais para dar conhecimento imediato à OPM da ocorrência, só o
fazendo no dia seguinte;
2) O Sd .........., por haver descumprido a orientação do Sargento ......,
quando da ocorrência policial, culminando por se envolver em fato tipificado como
ilícito penal.
e. Na área da responsabilidade civil, conforme já demonstrado, ouve dano contra o
patrimônio de ........, que poderá vir a ser imputado ao Estado, pelo que indico a
instauração de sindicância, para a determinação da responsabilidade e
ressarcimento.

5. Remessa
Encaminho os presentes autos ao Sr Ten Cel PM ........, Cmt do ...BPM, pleiteando a
homologação dos atos praticados e bem como da solução apresentada.
assinatura
nome
posto - presidente do IPM

-x-x-x-

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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

SOLUÇÃO

1. Vistos e analisados os autos deste inquérito policial militar, instaurado através


da portaria de No ........., apurou-se que:
a. (sintetizar o(s) fato(s).
b. o Oficial designado para presidir as investigações, em solução, é de parecer que
ocorreu o crime militar ................., perpetrado por dado(s) do(s) indiciado(s), face as
provas tais e tais;
c. manifestou-se ............ a respeito da prisão preventiva de ..............., em razão de
...............;
d. indicou a existência de transgressões disciplinares, por tais fundamentos ......;
e. e. indicou a existência de danos ao patrimônio de .........., do qual poderá
advir despesas para o erário, em razão de ...;
2. À vista do contido nos autos resolvo:
a. concordar ( ou discordar ) com a solução apontada pelo encarregado,
(fundamentar o ato);
b. devolver os autos ao encarregado para realizar as diligências .......( ou designar
outro Oficial)
c. mandar extrair cópias das fls. .. a .., para a instauração de procedimento
administrativo e ou disciplinar, .....;
d. remeter este feito à Justiça Militar de 1a instância, para distribuição, e a douta
apreciação do Ministério Público;
e. remeter cópia do relatório do encarregado e deste ato à Corregedoria PM, e
f. publique-se; cumpra-se.

assinatura
nome
posto - comandante da OPM
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO


São Paulo,
OFÍCIO N.º CORREGPM-
Do
Ao MM Juiz Auditor Distribuidor
Dr.
Assunto: Autos do .........- encaminha
Anexo: autos do feito de n.º

1. Após ser encerrado, encaminho a Vossa Excelência os


autos em anexo, no qual foi(ram ) indiciado(s) ............... e é (são) vítima(s) ..............,
para sua distribuição.
2. Aproveito a oportunidade para renovar à Vossa Excelência os protestos da
minha estima e consideração.

assinatura
nome
posto – função

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