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Teoria da lei penal

terça-feira, 23 de agosto de 2022 19:50

.Introdução
• Afinal o que é, do que se trata o direito penal?
○ Conceito: Dogmática penal
▪ Trata-se de um conjunto de conhecimentos e princípios que
são empregados para esclarecer os conteúdos das normas
penais de maneira a orientar os juízes e os tribunais na
aplicação da lei.
○ Objeto: normas penais
▪ Direito penal (objetivo) refere-se ao conjunto de normas
penais
□ “Parte do ordenamento jurídico relativo à matéria penal”
• Criminologia
○ Paradigma etiológico
▪ busca entender a origem das práticas criminosas na vida do
criminoso.
○ Paradigma da reação social
• Política criminal
○ Ciência que se ocupa de verificar se o conteúdo das normas penais
atende as expectativas da maioria da sociedade. Ela debate sobre
o conteúdo das normas penais para verificar se as orientações
políticas da constituição federal estão sendo observadas.
• Direito Penal (Objetivo):
○ Direito penal comum
▪ Decreto Lei 2848/1940
□ 361 artigos
 Parte geral
◊ Art. 1 ao 120
◊ Refere-se a grande maioria dos crimes que ocorrem
no cotidiano.
◊ art. 1º: não é crime sem lei anterior que defina. Não
há pena sem prévia combinação legal. Nulo crime,
nula pena.
◊ Por exemplo, tentativas de crimes são previstas na
parte geral, pois tem penas previstas para a
maioria dos crimes.
◊ A definição de características comuns a qualquer
conduta criminosa (teoria do crime)
◊ Aplicação da lei penal (teoria da lei penal)
○ Art. 5
▪ Princípio da territorialidade
□ Aplica-se a lei penal brasileira ao fato
praticado em território brasileiro.
◊ Espécies de pena e cumprimento das penas (teoria
da pena)
 Pena privativa de liberdade
– Deve ser cumprida em sistema progressivo
 Evolução para regime semiaberto e
aberto e enfim livramento condicional
 Parte especial
◊ art. 121 ao 361
▪ Lei 7.209/1984
□ Reformulou a parte geral do decreto lei
▪ O nosso código penal atual é formado pelo decreto lei 2848 de
1940 com a parte geral praticamente toda reformulada pela lei
7.209 de 1984
○ Leis penais extravagantes ou especiais
▪ Leis que o legislador não incluiu no código penal
▪ Exemplo: Código do consumidor prevê os crimes contra o
consumidor
▪ Exemplos
□ Lei dos crimes ambientais
□ Lei 9605/1998
□ Lei 11.343/2006 / Lei antitóxico (sobre tráfico de drogas)
▪ Contravenções penais
□ São infrações da lei penal mas que não são tão graves
quanto crimes.
• Direito Penal Especial

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• Direito Penal Especial
○ Justiça Militar
○ Justiça Eleitoral
○ São tribunais especiais que tem competência para julgar crimes
específicos da sua alçada. Justiça especializada.
○ Possui códigos penais separados.
▪ Existem legislações extravagantes ou especiais mesmo dentro
desses códigos penais específicos
• Códigos
○ Código de 1830
○ Código de 1890
○ Código de 1940 (atual)
○ Código penal de 1969 (natimorto)
▪ Um código penal militar (vigente até hoje) e um civil
▪ Vacatio legis (lei promulgada mas não aplicada)
▪ O novo código civil ficou em vacatio legis por 10 anos e, então,
foi descartado.
• Teoria da Lei Penal (teoria da norma penal)
○ A lei é o veículo da norma (uma lei contém inúmeras normas)
▪ A norma é a forma como o Estado quer que a pessoa se
comporte.

Teoria da Lei Penal (teoria da norma penal)

• A lei é o veículo da norma (uma lei contém inúmeras normas)


○ A norma é a forma como o Estado quer que a pessoa se comporte.
• Norma jurídica
○ Preceito primária
▪ Comando
○ Preceito secundário
▪ Sanção
○ Norma penal
▪ O que diferencia a norma penal das demais é que ela descreve a conduta
proibida (preceito primário) seguida da vedação (preceito secundário)
desta.
▪ Art. 121 C.P.
▪ Matar alguém -> Tipo penal
▪ Pena: 6 a 20 anos
▪ Quando alguém comete um crime, tecnicamente, ele não está violando a
lei, pois está agindo exatamente de acordo com a conduta descrita no
código penal por exemplo, contudo, ele está violando o preceito primário
(comando) da norma penal.
▪ O preceito é aquilo que está implícito na norma, no caso de matar
alguém (conduta típica), o implícito seria não matar.
▪ Norma mandamental ou preceptiva
▪ O preceito da norma penal varia de acordo com o verbo expresso no
texto, assim, quando o verbo expressa uma ação, o preceito é a
proibição dessa ação e quando o verbo expressa a abstenção de ação
o preceito será a ordem de ação, estas seriam as normas
mandamentais ou preceptivas
▪ Normas incriminadoras
▪ Normas não incriminadoras
▪ Permissivas
□ Descreve quando a pessoa está em uma circunstância que permite
a ela praticar uma conduta típica.
▪ Explicativas
□ Existem para explicar o conteúdo de outras normas
□ Por exemplo:
 O artigo 23 determina as circunstâncias que uma pessoa pode
praticar uma conduta típica legalmente, o artigo 25, por sua
vez, irá explicar quais cenários configurariam tais

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vez, irá explicar quais cenários configurariam tais
circunstâncias especificamente.
▪ Diretivas
□ São os princípios do direito penal
 Princípio da , da culpabilidade etc
▪ Conduta típica
▪ Todo comportamento que se adeque a alguma descrição de conduta
do código penal.
□ Não basta que a conduta seja típica para que seja considerada
criminosa
 Art. 23 - Causas de exclusão da ilicitude
◊ Não há crime se o agente atuar:
 Em estado de necessidade
 Legítima defesa
 Estrito cumprimento do dever legal
 Exercício regular do direito

• Lei penal em Branco


○ O tipo penal é incompleto para evitar grandes mudanças legislativas
posteriores. Ex: art. 269 (CP)
○ O artigo exemplificado trata-se de uma lei penal que condena a ausência
de notificação de doença de notificação compulsória
▪ O artigo não especifica quais seriam essas doenças, para isso, existe
um complemento à lei penal
□ Esse complemento, no exemplo, se localiza em uma portaria do
ministério da saúde.
○ Tipos de complemento
○ Homólogo
▪ Univitelino
□ Complemento da lei penal está dentro da mesma lei
▪ Heterovitelino
□ Complemento da lei penal está em lei diferente
○ Heterólogo
▪ Complemento da lei penal está em coisa que não é lei
• Aplicação da lei penal (arts. 1 ao 12 do C.P.)
○ Princípio da legalidade
○ Art. 1º do C.P. e art. 5º da constituição
▪ Não a crime sem lei anterior que o defina.
▪ Cunhado por autor alemão no início do século XIX.
○ São poucos os exemplos de estados que não adotaram esse princípio.
○ Não há crime sem lei escrita.
▪ Reserva legal
□ Costumes, por mais arraigados que sejam, não criam crimes.
▪ Deve-se invocar costumes e princípios quando estes beneficiam um
possível réu frente a falta de legislação prévia.
○ Não há crime sem lei estrita. (princípio da taxatividade)
▪ A amplitude máxima de uma lei incriminadora é o seu sentido literal.
Impedimento da analogia!
▪ In mallen parten
□ Invocação de analogia para prejudicar um acusado através de
uma lei que não o condena explicitamente
▪ In bennen parten
□ Quando a analogia é utilizada em benefício do acusado.
□ Contidas em decisões jurisprudenciais.
• Aplicação da lei penal no tempo.
○ Art. 4º. Do CP
○ No julgamento do crime é considerado o momento que a ação criminosa
foi praticada, não no momento das últimas consequências.
○ Sempre que há a prática de um fato (crime) e entre o acontecimento desse
fato surgir uma nova lei, diz-se que há uma sucessão de leis penais no tempo.
○ Caso a nova lei descriminalize a prática, chama-se abolitio criminis
▪ Processo não iniciado
□ Não se inicia
▪ Processo iniciado
□ Processo abolido
▪ Pena iniciada
□ Pessoa liberada
▪ Pena cumprida
□ Histórico criminal da pessoa deixa de incluir o crime.
Caso a nova lei apenas atenue a pena de alguma forma, chama-se novatio

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○ Caso a nova lei apenas atenue a pena de alguma forma, chama-se novatio
legis inmellius
○ Melhora a condição do acusado
○ Quando a lei não beneficia o agente do crime, é considerada a lei do
momento que o crime foi praticado, porém, quando a lei beneficia o ator do
crime, ela tem efeito de retroatividade (capacidade de uma lei ser aplicada
para crimes praticados anteriores a sua implementação).
○ No caso de uma lei, por exemplo, ter uma pena de 3 a 5 anos e for revogada
por uma lei com pena de 4 a 7 anos, a lei considerada mais grave é aquela
com a maior pena mínima, portanto, a nova lei prejudicaria o réu e não seria
considerada no caso de sucessão de lei.
○ Ultratividade
○ Lei que já foi revogada mas vale para fatos praticados enquanto era
vigente.
○ Extratividade
○ União da ultratividade e retroatividade, ou seja, validade de uma lei fora
do seu tempo.
○ Novatio legis in pejus
○ Lei que prejudica o réu
○ Só é válida enquanto for vigente, não possui retroatividade.
○ Novatio legis incriminadora
○ Um determinado fato não é criminoso
○ Só vale para frente (enquanto é vigente).
○ Combinação de leis penais
○ No caso de que tanto a lei anterior quanto a posterior tem benefícios
comparáveis, porém, não é óbvia qual é a que beneficia melhor o réu, o
juiz não pode combinar as leis, mas deve avaliar cuidadosamente para
escolher e até mesmo perguntar ao réu qual ele prefere.
▪ Se o juiz combinar as leis ele está basicamente criando uma nova lei
e, por isso, essa atitude não pode ser praticada (entendimento
preponderante entre os juristas atualmente) - pela súmula 501 do
STJ.
□ Existem autores que afirmam que não se trata de criar uma nova
lei pois as leis tem eficácia geral e aquela lei combinada seria
válida apenas para o caso concreto e o juiz aplica apenas o que
está previsto em lei.
□ O juiz pode executar essa prática, uma vez que, no Brasil as
decisões do STJ não tem força de lei, mas ele sabe que caso o
caso vá para instâncias superiores, a decisão dele provavelmente
será anulada.
○ Crime permanente
○ Crime cuja execução se prolonga por tempo considerável.
▪ Exemplo: sequestro, posse de drogas.
○ Em caso de crime permanente, quando a sucessão de lei penal se da
durante e crime e o crime continua sendo praticado, a lei nova, mesmo
quando mais grave, é válida para a aplicação da pena pois considera-se
que o perpetrador tinha consciência da gravidade da nova lei e mesmo
assim manteve-se na ação criminosa.
○ Crime continuado
○ Várias ações criminosas praticadas em circunstâncias muito parecidas
▪ Crimes da mesma espécie
□ São crimes que se adequam ao mesmo tipo penal.
▪ Caixa que rouba pequenas quantias do supermercado até atingir uma
certa soma.
○ Nesse caso não há uma pena para cada ação mas sim uma pena aumentada
para o conjunto das ações, que serão consideradas como um único crime.
○ Leis excepcionais e temporárias
○ Temporária
▪ Próprio direito especifica o prazo de validade da lei
○ Excepcional
▪ Define a ocasião em que a lei deve vigorar
○ Possuem ultratividade
▪ Julgam os fatos praticados durante a sua vigência
• Aplicação da lei penal no espaço
○ Conflito negativo de jurisdição
○ Nenhum dos países envolvidos no conflito quer fazer aplicar a sua lei
○ Teoria da ubiquidade
○ Para o Brasil, tanto faz se foi a ação ou o resultado que se deu no
território brasileiro, em qualquer um dos dois casos pode ser acionada a
lei penal.
▪ Evita conflitos negativos de jurisdição

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▪ Evita conflitos negativos de jurisdição
○ Conflito positivo de jurisdição
○ Ambos os países querem aplicar a sua lei.
○ Procede-se pela praticidade do caso, por exemplo, no caso de um crime
ter sido praticado por um brasileiro em local muito próximo do Brasil,
faz sentido que o acusado seja julgado pelo sistema de leis brasileiro.
○ Extradição
○ Brasil não concede extradição de brasileiro nato.
▪ Extradição: mecanismo de cooperação internacional para punição de
crime.
▪ Existem exceções em que brasileiros natos podem ser extraditados.
□ Por exemplo, se o acusado pratica o crime no exterior e foge para
outro país além daquele no qual o crime foi praticado, ele pode
ser extraditado.
▪ Brasileiros naturalizados podem ser extraditados.
□ Crimes cometidos antes da naturalização
□ Tráfico ilícito de entorpecentes.
○ Estrangeiros
▪ Praticamente sempre são extraditados
□ Exceções: casos de crimes políticos e crimes de opinião.
 Crimes cuja pena prevista não exceda 2 anos
○ Deportação
○ Devolver, para o país de origem, pessoas que entraram em país
estrangeiro de maneira irregular
○ Expulsão
○ Indivíduo não pode retornar ao país.
○ Reação do país a conduta extremamente prejudicial de um estrangeiro
○ Válida para genocídio ou outros crimes contra a humanidade
○ Entrega
○ Executada em caso de crime que deve ser julgado pelo tribunal penal
internacional.
○ Nom bis in idem
○ Não se pune duas vezes pelo mesmo crime.
○ Caso algum brasileiro cumpra pena por um crime no exterior e venha a
ser julgado novamente pelo crime no brasil, o tempo de pena cumprido
no exterior é abatido na pena brasileira.
○ Princípio da territorialidade temperada
○ Aplica-se o código penal aos crimes praticados em território brasileiro,
salvo o disposto em tratados internacionais.
○ Território
○ Superfície terrestre
○ Espaço aéreo
▪ Espaço aéreo correspondente é aquele que não está sob jurisdição de
país algum.
○ Mar territorial (12 milhas)
○ Embaixadas
○ Convenção de Viena de 1961
▪ Embaixadas e seus membros são invioláveis, mas não fazem parte do
país de origem
▪ Embaixadas não são território dos países que representam
○ Teoria de território nacional por ficção ou equiparação
○ Barcos e aviões a serviço do governo são considerados território
brasileiro por equiparação
○ Hipóteses de extraterritorialidade
○ Art. 7º.
▪ Incondicionada
□ Hipóteses em que a lei penal brasileira sempre é aplicada.
 Ataque a vida ou a liberdade do presidente da república.
◊ Princípio da defesa ou real
 A vida ou a liberdade do presidente da república são
bens do Brasil, portanto deve-se aplicar a lei penal
brasileira.
 Crime contra o patrimônio ou a fé pública.
◊ Fé pública é relacionada a confiança que se tem nos
documentos emitidos pela nação.
◊ Exemplo desse crime seria falsificação de moeda.
 Crimes contra a administração pública por quem está a seu
serviço.
 Genocídio por agente brasileiro ou domiciliado no brasil.
◊ Princípio da justiça penal universal.

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◊ Princípio da justiça penal universal.
◊ Princípio da nacionalidade ativa.
◊ Princípio do domicílio.
▪ Condicionada
□ Depende de ter todas as condições presentes no artigo para
serem punidos na lei brasileira
 Agente entrar em território nacional.
 Ser o fato punível também no país em que foi praticado.
 Estar o crime punido entre aqueles pelos quais a lei penal
brasileira autoriza a extradição.
 Não ter sido, o agente, absolvido no estrangeiro. Ou não ter,
ali, cumprido pena.
 Não ter sido, o agente, perdoado no estrangeiro.
□ Crimes previstos em tratados e convenções internacionais
▪ Hipercondicionada
□ Crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil.
 Agente deve estar no território nacional.
 Requisição do Ministro da Justiça.
○ Prescrição
○ Passados 20 anos, qualquer crime prescreve
▪ As exceções são racismo e crimes de terrorismo.
• Bem jurídico penal
○ Claus Roxim
○ Função do direito penal: garantir a convivência harmônica e pacífica
▪ Condição para essa convivência: preservação dos bens
□ Portanto, os bens jurídicos penais são as condições mínimas para
existência desse tipo de convivência, então a função última do
direito penal é a tutela dos bens jurídicos penais.
○ Gunther Jakobs
○ Função do direito penal
▪ Quando alguém pratica um crime ele nega a vigência de uma norma,
então ela deve sofrer uma pena, para afirmar para a sociedade que a
norma ainda é válida.
□ Pune-se para afirmar a norma.
• Aplicação da lei penal em relação às pessoas.
○ Imunidades
○ Algumas funções tem prerrogativas diferentes das demais (em relação à
lei penal) para que possam ser bem exercidas.
▪ Imunidades diplomáticas
□ Convenção de Viena de 1961
 Imunidade de jurisdição penal perante o país que servem
◊ O diplomata sempre responde de acordo com a lei penal
do seu país de origem.
◊ Atingem, também, a família do diplomata.
□ Convenção de Viena de 1963
 A imunidade dos CÔNSULES só será aplicada para os atos
praticados no exercício da sua função.
□ Os diplomatas não podem renunciar sua imunidade pois não são
eles os titulares dessa imunidade, e sim o Estado que ele
representa. Portanto, esse Estado pode renunciar a imunidade de
um diplomata.
▪ Imunidades parlamentares (membros do legislativo)
□ Imunidade absoluta
 Deputados Federais e Senadores não respondem no penal e
nem no civil em relação aos crimes praticados por suas
opiniões, palavras e votos.
 Essa imunidade tem se tornado menos abrangente
 Vereadores tem imunidade absoluta na circunscrição do seu
município.
□ Imunidade relativa ou formal
 Referem-se aos demais crimes, que não os de opinião.
 O parlamento pode suspender qualquer processo criminal de
qualquer parlamentar durante a duração do mandato.
 O preso em flagrante por crime inafiançável deve comunicar a
casa da qual faz parte para que os colegas decidam se essa
prisão deve ser interrompida (no caso de tratar-se de
perseguição política).
□ As imunidades são conferidas aos parlamentares para que eles
tenham destemor em relação a processos, de tal forma que os
parlamentares possam exercer sua representação de forma plena
e sem medo de constrangimentos.
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e sem medo de constrangimentos.

Conflito aparente de leis, normas ou tipos penais


• Art. 334 CP (descaminho) / Art. 334-A (contrabando)
○ Contrabando
▪ Trazer mercadoria proibida
○ Descaminho
▪ Trazer mercadoria desregulamentada, sem pagar os impostos devidos
etc.
• Caso de conduta descrita em mais de uma lei vigente.
○ Não pode-se aplicar ambas pelo princípio de no bis in idem
○ Deve-se escolher uma de acordo com critérios (princípios)
▪ Especialidade;
□ Referido expressamente na lei. (art. 12 do CP)
□ Tudo que é especial (específico) prevalece sobre o geral.
 Quando a lei especial dispõe de regra diferente da geral.
▪ Subsidiariedade;
□ Lei principal e lei subsidiária
 A lei é principal sobre outra quando ambas protegem os
mesmos bem jurídicos mas a primeira tem pena maior.
□ A lei principal prevalece sobre a subsidiária.
□ Expressa
 Sabe-se que existe um conflito entre tipos penais que
protegem o mesmo bem jurídico mas é descrita a relação de
subsidiariedade em uma das leis.
□ Tácita
 Crimes complexos
◊ O crime complexo é uma conduta composta por outras
condutas que por si só são consideradas criminosas.
◊ Existe entre leis que descrevem crimes complexos em
relação àquelas que contém comportamentos que compõe o
crime complexo.
◊ A principal é a do crime complexo.
 Tipos qualificados e tipos simples
◊ Tipos
○ Tipo simples: Conduta ilícita básica

○ Tipo qualificado: Presença de circunstância
qualificadora (excepcionalmente grave) na ocasião do
crime

Reclusão e detenção
▪ São estabelecidos novos limites (mínimos e máximos)
• Reclusão
para as penas relativas ao crime uma vez que ele é
considerado qualificado. ○ Penas mais graves, mais longas
◊ O tipo qualificado é principal sobre o simples. • Detenção
◊ Causas de aumento da pena ○ Penas menores, de até 4 anos
○ Aumentam a previsão de pena mas não são • Deveriam ficar separados, mas na prática
qualificadoras pois não definem novos limites máximos e reclusos e detentos cumprem pena juntos.
mínimos mas sim são um multiplicador das penas
estipuladas.
◊ Não se confundem com agravantes ou atenuantes

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◊ Não se confundem com agravantes ou atenuantes
 Agravantes e atenuantes estou na parte geral do código
penal e, portanto, se aplicam a grande maioria dos
crimes lá previstos.
 Os qualificadores estão na parte especial, e são
específicos dos crimes sobre os quais dispõem.
▪ Consunção;
□ Princípio da absorção: o maior absorve o menor
□ Crime praticado como meio para a prática de um outro crime, o
crime fim.
□ O crime fim (mais amplo) absorve o crime meio (mais restrito).
 Entrar em uma casa (crime meio) para roubar um item de valor
lá dentro (crime fim).
 Antefato inpunível
◊ Crime meio que não é punido em uma consunção.
□ É considerada quando a punição pelo crime fim já é suficiente para
puni-lo e punir o crime meio.
□ Súmula 17 do STJ
 O crime de falsificação de documento é absorvido pelo
estelionato (em caso que o documento não pode ser utilizado
mais de uma vez).
 Essa súmula é inédita pois a pena por falsificação de documento
público, por exemplo, é maior do que a pena de estelionato,
indo contra o princípio doutrinário da subsidiariedade.
□ Crime progressivo e progressão criminosa.
 Progressivo
◊ O indivíduo se propõe a um objetivo criminoso (crime fim)
que requer obrigatoriamente e realização de um outro
crime (crime meio) para sua realização.
○ Exemplo: bigamia
▪ É preciso que o agente tenha falsificado algum
documento para conseguir casar-se duas vezes.
 Progressão criminosa
◊ Uma pessoa tem a intenção de executar um crime mas na
execução ela muda de objetivo e comete um crime mais
grave.
◊ A pessoa responderá apenas pelo crime mais grave.

Arts. 9º, 10º e 11º

○ Homologar = tornar executório; decretar


○ A partir da sentença criminal, é possível pedir, na esfera cível,
reparação pelos prejuízos causados pelo agente.
○ Medida de segurança
▪ Providência tomada pelo estado em relação à pessoas inimputáveis
para tratar a pessoa para que ela não represente um perigo à
sociedade.
▪ Ambulatorial
□ Tratamento psiquiátrico obrigatório
▪ Internação manicomial
□ Internação compulsória do enfermo em ala psiquiátrica de
hospital.
□ Inicialmente, o tempo da internação é de 3 anos. Passado esse
tempo, de ano em ano o paciente é avaliado para decidir se está
apto a reintegrar à sociedade.
▪ O tempo de medida de segurança jamais pode ultrapassar o limite da
pena máxima prevista para ela. (jurisprudência)

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pena máxima prevista para ela. (jurisprudência)

○ Nos prazos penais, inclui-se o dia do início (dia a quo) como cumprido
integralmente independente do horário que a pessoa de fato inicie a
penitência.
○ O dia do fim (dia ad quem) é excluído da pena, ou seja, em uma pena de 30
dias, no dia 29 a pena estaria satisfeita.
○ Quando a pena é dada em meses, ela se dá de acordo com os meses do
calendário, não necessariamente sendo 30 dias. A mesma coisa vale para
os anos

Classificação dos crimes


• Quanto ao resultado naturalístico
○ Crime material: intervalo entre ação e o resultado
naturalístico
○ Crime de mera conduta: art. 150 CP (violação de
domicílio)
▪ Apesar de não haver modificação no mundo material,
há uma violação de direito do dono da casa.
Portanto, produz um resultado normativo, não
naturalístico
○ Crimes formais: admite a possibilidade de resultado
naturalístico. A lei pune a mera conduta, independente
da efetivação do resultado naturalístico ou não.
▪ Art. 158: crime de extorsão.
▪ Só de apontar uma arma e exigir uma bolsa o agente
já comete crime, independente da vítima entregar a
bolsa ou não.
• Quanto ao resultado normativo
○ Crimes de dano
▪ Aqueles nos quais a realização da conduta lesa o bem
jurídico protegido
□ Crimes materiais
○ Crimes de perigo
▪ São crimes de resultado normativo. A conduta
realizada não lesa o bem jurídico protegido mas o
afeta ao criar uma probabilidade de dano.
□ Individual
 Basta que uma pessoa seja exposta a um
perigo
□ Comum
 Necessário que um número indeterminado de
pessoas sejam colocadas em perigo
◊ Crime de incêndio
□ Concreto
 Deve ser provado que o bem jurídico foi
efetivamente colocado em perigo
□ Abstrato
 O legislador presume o perigo. Não é preciso
que se comprove que alguém foi
efetivamente lesado por determinado
comportamento.
 Há quem argumente que esse tipo de crime é
inconstitucional pois se nenhum bem jurídico
provadamente lesado, vai contra o objetivo
do direito penal.
 A maioria dos juristas admite a
constitucionalidade do crime de perigo
abstrato.

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abstrato.
 Brodt acha inconstitucional.
• Crimes preterdolosos
○ Lesão corporal seguida de morte
▪ Nesse caso o crime é preterdoloso pois há intenção
de lesar mas não há a intenção de obter o resultado
morte.
▪ No resultado antecedente existe dolo, mas no
resultado consequente existe culpa.

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