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Ciclo Básico

Direito Penal 1° VC
MATERIAL DEMONSTRATIVO

DIREITO PENAL 1° VC

Introdução ao Estudo do Direito Penal. Conceito de Direito Penal: noções fundamentais;


Direito Penal Objetivo e Subjetivo. Direito Penal Comum e Especial; História do Direito
Penal Brasileiro.

Introdução ao Estudo do Direito Penal


Quando alguma pessoa pratica uma conduta que prejudique um bem jurídico tutelado, está
praticando uma infração penal.
Infração Penal: é a violação de uma norma penal, podendo se dividir em Crimes e
Contravenções.
Princípio da Intervenção Mínima: O poder punitivo do Estado através do Direito Penal só
interferirá quando os demais ramos do Direito não forem capazes de tutelar o bem jurídico atacado,
ou seja, atuará apenas em último caso.
“Direito Penal é fragmentário, pois não intervém em todos os conflitos sociais, mas tão e somente
nos casos de maior gravidade.”

Conceito de Direito Penal


“Direito Penal é o conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado, tendo em
vista os fatos de natureza criminal e as medidas aplicáveis a quem os pratica”

Direito Penal Objetivo e Subjetivo

➢ Direito Penal Objetivo: São todas as leis penais em vigor com plena eficácia e validade,
encontradas no CP e nas leis penais extravagantes.

➢ Direito Penal Subjetivo: resume-se no próprio direito de punir do Estado, “jus puniendi”,
que nasce quando alguém viola um bem jurídico penalmente tutelado.

Direito Penal Comum e Especial


➢ Direito Penal Comum: Se aplica a todas as pessoas sem distinção.

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➢ Direito Penal Especial: aplica-se somente a determinadas pessoas, como o caso dos
militares, por exemplo, subordinados ao Código Penal Militar.

História do Direito Penal Brasileiro

➢ Período Colonial: Com o descobrimento do Brasil, passou a vigorar o direito lusitano


(português), aplicando sucessivamente 3 (três) Ordenações:

o Ordenações Afonsinas: promulgadas em 1446, por D. Afonso V, que vigoraram


até 1514. Seus principais traços eram a crueldade das penas e a inexistência de
princípios hoje sagrados, como a legalidade, ampla defesa, predominando àquela
época a arbitrariedade dos julgadores. A prisão tinha caráter preventivo, onde o
delinquente permanecia preso para evitar sua fuga até ser julgado.

o Ordenações Manuelinas: editadas em 1514, por Dom Manuel, pouco se


diferenciou das Ordenações Filipinas, mantendo-se penas cruéis.

o Ordenações Filipinas: datadas de 1603, em razão de medida do Rei Filipe II,


subsistiram até o ano de 1830. Traços marcantes das Ordenações anteriores, todas
se orientavam no sentido de uma ampla e generalizada criminalização, com severas
punições, as quais objetivavam infundir o temor pela punição, além do predomínio
da pena de morte, açoite, amputação de membros, confisco de bens dentre outros.

Código Criminal do Império


Neste período, com o surgimento da Constituição de 1824, seu artigo 179, XVIII determinou a
urgente e necessária elaboração de um Código Criminal, fundado nas sólidas bases da justiça e
equidade.

Período Republicano
Durante o Estado Novo, em 1937, Alcântara Machado apresentou um projeto de Código Penal
Brasileiro, o qual foi sancionado em 1940, passando a vigorar desde 1942, até os dias atuais,
alterado por diversas leis contemporâneas, tendo como principal a Reforma da Parte Geral do
Código Penal em 1984, que humanizou as sanções penais e adotou penas alternativas à prisão.

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Aplicação da Lei Penal; Fontes do Direito Penal; Princípio da Reserva Legal.

Aplicação da Lei Penal


Fontes Do Direito Penal:
➢ De Produção, material ou Substancial: refere-se ao órgão incumbido de sua elaboração.
“Compete privativamente à União legislar sobre: direito civil, comercial, penal, processual,
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho”

➢ Formal, de Cognição ou de conhecimento: refere-se ao modo pelo qual o Direito Penal


se exterioriza. Dentre as espécies de fonte formal temos:

o Imediata: A Lei.
o Mediata: Costumes e princípios gerais do direito, não podendo o costume criar
leis, apenas complementá-lo auxiliando a interpretação da norma.

Princípio da Legalidade

“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.
Ou seja, somente a Lei pode tratar de matéria penal, tendo dois princípios como espécies:
➢ Princípio da reserva legal: O agente somente poderá ser processado, se a conduta for
previamente tipificada por Lei como crime (“Não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal”).

➢ Princípio da anterioridade: quando se diz “lei anterior” e “previa cominação”, significa


dizer que o crime e a pena devem estar definidos em lei prévia, logo, a lei penal só produz
efeitos a partir de sua entrada em vigor.

Interpretação da Lei Penal e Analogia; A Lei Penal no tempo; Lei mais benigna;
Retroatividade benéfica; Interpretação da Lei Penal.

Interpretação da Lei Penal

Quanto ao sujeito ou órgão que a elabora, temos:


➢ Autêntica:
➢ Doutrinária

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➢ Judicial ou jurisprudencial
Quanto aos meios ou métodos:
➢ Gramatical
➢ Lógica ou teleológica
Quanto ao resultado:
➢ Declaratória ou estrita
➢ Extensiva
➢ Restritiva

Analogia

É a aplicação, ao caso não previsto em lei, através da semelhança dos casos. Deve-se observar
que no Direito Penal, somente pode ser utilizada em relação às leis não incriminadoras, em
respeito ao princípio da legalidade.

➢ Analogia “in malam partem”: Analogia de forma maléfica ao réu. Seria aplicar
determinada norma para punir o réu em caso análogo (semelhante), para o qual inexiste
lei específica.

➢ Analogia “in bonam partem”: é aquela pela qual se aplica ao caso omisso uma lei
favorável ao réu, reguladora de caso semelhante.

A Lei Penal no Tempo

Como regra geral, uma lei somente é revogada por outra lei. Há exceções no Direito Penal,
quanto às leis temporárias e excepcionais:
➢ Lei penal temporária: é aquela elaborada com o foco de incidir sobre fatos ocorridos
apenas durante certo período, tendo sua vigência pré-determinada no tempo.

➢ Lei penal excepcional: é aquela elaborada para incidir sobre fatos havidos somente
durante determinadas circunstâncias excepcionais, como situações de crise social,
econômica, guerra, calamidades etc. Geralmente surgem e tem eficácia enquanto
durar o evento que deu causa a sua criação.
As leis temporárias e excepcionais são auto revogáveis, ou seja, não há uma nova lei que
expressamente a revogue.
A revogação da lei, dependendo do seu alcance, pode ser absoluta ou total (ab-rogação), ou
parcial (derrogação).

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A revogação pode ser:


➢ Expressa: ocorre quando uma lei indica em seu corpo os dispositivos legais revogados.
➢ Tácita: ocorre no caso em que a lei nova se revela incompatível com a anterior, apesar de
não haver menção expressa à revogação.

Irretroatividade da Lei Penal

“Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”
A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

Abolitio Criminis

A lei que revoga um tipo incriminador extingue o direito de punir, ou seja, significa a extinção do
crime devido à publicação de lei que extingue o delito anteriormente previsto no ordenamento
jurídico.
No caso de existir condenação transitada em julgado, a abolitio criminis causa os seguintes
efeitos:
➢ a extinção imediata da pena principal e de sua execução;
➢ a libertação imediata do condenado preso; e a
➢ extinção dos efeitos penais da sentença condenatória (exemplo: reincidência, inscrição no
rol dos
➢ culpados, pagamento das custas etc.).
Vale salientar a situação das leis temporárias e excepcionais, que mesmo após a sua revogação
continua produzindo efeitos para os fatos praticados no seu período de vigência, mesmo que isso
for em malefício ao réu, ocorrendo assim o fenômeno da ultratividade.

Retroatividade Benéfica

artigo 2º do CP: “Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”

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Norma penal em branco; Do tempo do crime; Delitos permanentes e continuados; A Lei


Penal no Espaço em relação às pessoas; Direito Penal Internacional.

Norma Penal em Branco

É um preceito incompleto, genérico ou indeterminado, que precisa da complementação de


outras normas, tendo duas espécies:
➢ Norma penal em branco em sentido lato ou homogênea: quando a norma é
complementada por uma lei.
➢ Norma penal em branco em sentido estrito ou heterogênea: quando o complemento
é ato infralegal (portaria, regulamento etc.).

Do Tempo do Crime

Existem três teorias sobre o momento do crime:


➢ Teoria da atividade: considera-se praticado o crime no momento da conduta comissiva
ou omissiva;
➢ Teoria do resultado: admite-se a prática do crime no momento da produção do
resultado lesivo, sendo irrelevante o tempo da conduta;
➢ Teoria mista ou da ubiquidade: considera-se praticado o crime tanto no momento da
conduta quanto no momento do resultado.
artigo 4º do CP: “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que
outro seja o momento do resultado.” Portanto, o CP adotou a Teoria da Atividade.

Do Tempo do Crime nos Delitos Permanentes e


Continuados

➢ Delitos permanentes: são aqueles cuja consumação se prolonga no tempo, por vontade
do agente.

➢ Crime continuado: ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar,
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como
continuação do primeiro.

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Acerca do tempo do crime em relação ao crime permanente e crime continuado entende-se:


➢ Crime permanente: mesmo que a conduta tenha se iniciado durante a vigência de uma
lei, e prossiga durante o império de outra, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa.
Fundamenta-se o raciocínio na reiteração de ofensa ao bem jurídico, já que a conduta
criminosa continua a ser praticada depois da entrada em vigor da lei nova, mais gravosa.

➢ Crime continuado: mesmo que os fatos anteriores eram punidos por uma lei, operando-
se o aumento da pena por lei nova, aplica-se esta última (lei nova) a toda a unidade
delitiva, desde que sob a vigência continue a ser praticada.

A Lei Penal no Espaço em Relação às Pessoas

Territorialidade: “Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras
de direito internacional, ao crime cometido no território nacional”.
Extraterritorialidade: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo
Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
Nestes casos o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no
estrangeiro.

Lugar do crime; Extradição e Imunidades Parlamentares e Diplomáticas; Disposições


Finais do Título da Parte Geral (contagem de prazos, frações não computáveis da pena e
legislação especial).

Lugar do Crime

“Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.” (Teoria da Ubiquidade ou
mista)

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L - Lugar
U – Ubiquidade ou mista
T - Tempo
A - Atividade

Extradição

Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum praticado
antes da naturalização ou comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes (no
último caso, pouco importa o momento da naturalização).

Imunidades Diplomáticas

➢ Entes abrangidos pela imunidade diplomática:


➢ agentes diplomáticos (embaixador, secretários da embaixada, pessoal técnico e
administrativo das representações);
➢ componentes da família dos agentes diplomáticos;
➢ funcionários das organizações internacionais (ONU, OEA etc.) quando em serviço; chefe
de Estado
➢ estrangeiro que visita o País, inclusive os membros de sua comitiva.
Observação importante é que os empregados particulares dos agentes diplomáticos não
gozam de imunidade, ainda que sejam da mesma nacionalidade deles.
Essas autoridades não podem ser presas em flagrante delito em hipótese alguma, seja
crimes afiançáveis ou inafiançáveis, nem podem ser conduzidas a estabelecimentos policiais
Os Cônsules não gozam de Imunidade Diplomática, somente nos casos de crime funcional
ou atuando no exercício de sua função, passam a ser beneficiados pela imunidade. Se não tiver
relação com a função, não será imune.

Imunidades Parlamentares

Material: “Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer
de suas opiniões, palavras e votos”
Processual ou formal:
➢ Garantia contra a instauração de processo.

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➢ Direito de não ser preso, salvo em caso de flagrante por crime inafiançável.
➢ Foro privilegiado.
➢ Imunidade para servir como testemunha.

Contagem de Prazos

artigo 10 do CP: “O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e
os anos pelo calendário comum”.
Não interessa a que horas do dia o prazo começou a correr, considerando-se o dia todo para
efeito de contagem do primeiro dia. Tomemos como exemplo a situação em que Julius comece a
cumprir uma pena às 22h00min de determinado dia. Pela previsão do cômputo do prazo estas 02h
já serão consideradas como o primeiro dia de cumprimento da pena.

Do Crime: Conceito formal e material

Conceito Formal: Considera-se o crime como toda ação ou omissão prevista em uma norma de
natureza penal que descreva a conduta punível e sua respectiva sanção aplicável ao caso.
Conceito Material: É toda violação a um bem jurídico penalmente tutelado.
Conceito Legal: Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou
de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa,
ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
Conceito Analítico.

Crime é Todo Fato Típico e Antijurídico (ou Ilícito)

Para a existência do crime é necessário haver Tipicidade e Ilicitude.


Fato Típico: é o fato material que se amolda perfeitamente aos elementos constantes do
modelo previsto na lei penal. É a conduta humana (ação ou omissão) que provoca, em geral, um
resultado, que é previsto como infração penal, pois se enquadra perfeitamente dentro de uma
norma incriminadora.
Fato Antijurídico: A antijuridicidade é a contradição entre uma conduta ordenamento jurídico.

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A Ação; Fato Típico; Sujeito e Objetos do Crime

A Ação

Omissão: não define iniciativa; é abstenção de movimento, é o não fazer alguma coisa que é
devida.
Omissivo Impróprio: O agente por uma omissão inicial dá causa a um resultado que deveria
evitar.
Nos termos do art. 13, § 2º do CP, o dever de agir incumbe a quem:
➢ tenha por lei a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
➢ de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado:
➢ com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado:

Fato Típico

É a conduta que provoca um resultado que se amolda perfeitamente aos elementos constantes
do modelo previsto na lei penal.
São Elementos constitutivos do Fato Típico:
➢ Conduta
➢ Resultado
➢ Nexo Causal: é a estrita ligação existente entre a conduta e o resultado
➢ Tipicidade: podemos entender a tipicidade como uma operação mental em que se
analisa o fato praticado, verificando, posteriormente, se encontra previsão legal que
imponha aquele fato uma sanção penal.

Sujeitos e Objetos do Crime

Sujeito ativo: é quem pratica a conduta descrita na norma penal incriminadora.


Sujeito passivo: mais comumente conhecido como vítima ou ofendido, é aquele contra o qual é
praticada uma conduta que lese seu bem jurídico protegido pela lei penal.
Objeto Jurídico: É o próprio interesse protegido pela lei penal. Ex: Patrimônio, Vida...
Objeto Material: seria materialidade do crime

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Questão 1:
Considerando apenas a regra constitucional sobre os efeitos da lei penal no tempo, imagine a
situação em que determinado cidadão comentou com colegas de trabalho que vez ou outra tinha
vontade de matar sua ex-esposa. Duas semanas após a conversa, foi editada lei definindo como
crime o ato de pensar em delinquir. O cidadão acima mencionado

A) poderá ser processado, mas terá a pena reduzida porque praticou a conduta antes de ter
ciência de sua tipificação como crime.
B) deverá ser processado pela prática de crime, uma vez que a confissão foi feita em
intervalo inferior a 30 (trinta) dias antes da edição da lei.
C) deverá ser processado pela prática de crime, uma vez que a lei mais severa retroage
para atingir o delinquente, em prol da segurança pública.
D) não poderá ser processado, uma vez que a tipificação de conduta como crime exige
prévia lei assim definindo.
E) não poderá ser processado, uma vez que a lei não pode retroagir para beneficiar ou
prejudicar a pessoa que praticou a conduta.

Questão 2:
Dispõe o artigo 1º do Código Penal: "Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena
sem prévia cominação legal". Tal dispositivo legal consagra o princípio da

A) ampla defesa.
B) legalidade.
C) presunção de inocência.
D) dignidade.
E) isonomia.

Questão 3:
É certo que se aplica a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de:

A) embarcações mercantes brasileiras que estejam em mar territorial estrangeiro.


B) embarcações mercantes brasileiras que estejam em porto estrangeiro.

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C) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em espaço aéreo estrangeiro.


D) aeronaves mercantes brasileiras que estejam em pouso em aeroporto estrangeiro.
E) embarcação estrangeira de propriedade privada que esteja em mar territorial brasileiro.

Questão 4:
Em tema de aplicação da lei penal, é INCORRETO afirmar:

A) Na contagem do prazo pelo Código Penal, não se inclui no seu cômputo, o dia do
começo, nem se desprezam na pena de multa, as frações de Real.
B) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
C) O princípio da legalidade compreende os princípios da reserva legal e da anterioridade.
D) A regra da irretroatividade da lei penal somente se aplica à lei penal mais gravosa.
E) As leis temporárias ou excepcionais são autorrevogáveis e ultrativas.

Questão 5:
Há tentativa punível quando o agente

A) deu início à execução do delito que não se consumou por circunstâncias alheias à sua
vontade.
B) cogitou da prática do delito.
C) cogitou e decidiu praticar o delito.
D) deu início ao delito que não se consumou pela própria vontade do agente.
E) armou-se dos instrumentos necessários à prática da infração penal.

Gabarito: 1-D; 2-B; 3-E; 4- A; 5-A.

1. D) RESERVA DA LEI: Não há crime sem lei anterior que o defina.

ANTERIORIDADE DA LEI: Nem pena sem prévia cominação legal Somente a lei pode dispor sobre
norma penal incriminadora.

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2. A) ERRADA: Trata−se de descrição do princípio legal e também constitucional da legalidade,


que, conforme se extrai da própria redação do artigo, divide−se em Princípio da anterioridade e
da Reserva Legal, na medida em que a norma penal incriminadora deve ser prévia e prevista em
Lei em sentido estrito (decorrente de ato do Poder Legislativo que obedeça ao processo
legislativo previsto na Constituição, não servindo MP ou Decreto);
B) CORRETA: Como disse, trata−se de descrição do princípio legal e também constitucional da
legalidade, que, conforme se extrai da própria redação do artigo, divide−se em Princípio da
anterioridade e da Reserva Legal, na medida em que a norma penal incriminadora deve ser
prévia e prevista em Lei em sentido estrito (decorrente de ato do Poder Legislativo que obedeça
ao processo legislativo previsto na Constituição, não servindo MP ou Decreto);
C) ERRADA: A presunção de inocência está ligada à impossibilidade de se considerar culpado o
indivíduo que não possui contra si sentença penal condenatória transitada em julgado
(lembrando que o STF começou a alterar seu entendimento sobre o tema, defendendo que a
condenação em segunda instância, por órgão colegiado, já afasta a presunção de inocência);
D) ERRADA: O princípio da dignidade não está relacionado à descrição do enunciado da
questão, estando previsto no art. 1˚, III da CRFB/88;
E) ERRADA: O princípio constitucional da isonomia determina que todos são iguais perante a
lei, sem que possa ser legítima qualquer distinção arbitrária (que não se fundamente na
necessidade de equalizar distorção fática existente).

3. E) Pelo princípio da reciprocidade, previsto no art. 5º, p. 2º, do CP, também se aplica a lei
brasileira aos crimes praticados em embarcações ou aeronaves estrangeiras privadas, que se
encontre em pouso ou voo no espaço aéreo brasileiro, ou em porto ou mar territorial brasileiro.
Se a embarcação ou aeronave for pública ou estiver a serviço de Governo estrangeiro, mesmo
estando em mar territorial ou espaço aéreo brasileiro, aplica-se a lei do estrangeiro.

4. A) INCORRETA: Na contagem do prazo pelo Código Penal, não se inclui no seu cômputo, o
dia do começo, nem se desprezam na pena de multa, as frações de Real.

Art. 10, CP - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum.
Art. 11, CP - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as
frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro (Real).

B) CORRETA: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no


todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

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Art. 6º, CP - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo
ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

C) CORRETA: O princípio da legalidade compreende os princípios da reserva legal e da


anterioridade.

Art. 1º, CP - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Art. 5º, XXXIX, CF - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal.

➢ P. da reserva legal: só se pode criar infração penal e sanção penal por meio de lei federal
ordinária e complementar. Toda lei penal incriminadora dever ser uma lei federal feita
pela União (art. 22, I da CF).

➢ P. da anterioridade: a lei incriminadora não pode ser aplicada a fatos ocorridos antes da
sua vigência.

➢ P. da taxatividade: a lei incriminadora deve ser descritiva, ou seja, deve ser clara e precisa
descrever com exatidão qual é a conduta
proibida.
D) CORRETA: A regra da irretroatividade da lei penal somente se aplica à lei penal mais gravosa.

Art. 5º,XL, CF - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

E) CORRETA: As leis temporárias ou excepcionais são autorrevogáveis e ultrativas.

Art. 3º, CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

São autorrevogáveis, porque elas mesmas se revogam, não havendo necessidade da edição de
outra para revogá-las.
São também ultrativas, pois aplicam-se aos fatos praticados durante a sua vigência mesmo após
sua revogação.
5. A) Art. 14 - Diz-se o crime: (...)
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente. (CP).

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