Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito Penal 1° VC
MATERIAL DEMONSTRATIVO
DIREITO PENAL 1° VC
➢ Direito Penal Objetivo: São todas as leis penais em vigor com plena eficácia e validade,
encontradas no CP e nas leis penais extravagantes.
➢ Direito Penal Subjetivo: resume-se no próprio direito de punir do Estado, “jus puniendi”,
que nasce quando alguém viola um bem jurídico penalmente tutelado.
2
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br
MATERIAL DEMONSTRATIVO
➢ Direito Penal Especial: aplica-se somente a determinadas pessoas, como o caso dos
militares, por exemplo, subordinados ao Código Penal Militar.
Período Republicano
Durante o Estado Novo, em 1937, Alcântara Machado apresentou um projeto de Código Penal
Brasileiro, o qual foi sancionado em 1940, passando a vigorar desde 1942, até os dias atuais,
alterado por diversas leis contemporâneas, tendo como principal a Reforma da Parte Geral do
Código Penal em 1984, que humanizou as sanções penais e adotou penas alternativas à prisão.
3
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br
MATERIAL DEMONSTRATIVO
o Imediata: A Lei.
o Mediata: Costumes e princípios gerais do direito, não podendo o costume criar
leis, apenas complementá-lo auxiliando a interpretação da norma.
Princípio da Legalidade
“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.
Ou seja, somente a Lei pode tratar de matéria penal, tendo dois princípios como espécies:
➢ Princípio da reserva legal: O agente somente poderá ser processado, se a conduta for
previamente tipificada por Lei como crime (“Não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal”).
Interpretação da Lei Penal e Analogia; A Lei Penal no tempo; Lei mais benigna;
Retroatividade benéfica; Interpretação da Lei Penal.
4
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br
MATERIAL DEMONSTRATIVO
➢ Judicial ou jurisprudencial
Quanto aos meios ou métodos:
➢ Gramatical
➢ Lógica ou teleológica
Quanto ao resultado:
➢ Declaratória ou estrita
➢ Extensiva
➢ Restritiva
Analogia
É a aplicação, ao caso não previsto em lei, através da semelhança dos casos. Deve-se observar
que no Direito Penal, somente pode ser utilizada em relação às leis não incriminadoras, em
respeito ao princípio da legalidade.
➢ Analogia “in malam partem”: Analogia de forma maléfica ao réu. Seria aplicar
determinada norma para punir o réu em caso análogo (semelhante), para o qual inexiste
lei específica.
➢ Analogia “in bonam partem”: é aquela pela qual se aplica ao caso omisso uma lei
favorável ao réu, reguladora de caso semelhante.
Como regra geral, uma lei somente é revogada por outra lei. Há exceções no Direito Penal,
quanto às leis temporárias e excepcionais:
➢ Lei penal temporária: é aquela elaborada com o foco de incidir sobre fatos ocorridos
apenas durante certo período, tendo sua vigência pré-determinada no tempo.
➢ Lei penal excepcional: é aquela elaborada para incidir sobre fatos havidos somente
durante determinadas circunstâncias excepcionais, como situações de crise social,
econômica, guerra, calamidades etc. Geralmente surgem e tem eficácia enquanto
durar o evento que deu causa a sua criação.
As leis temporárias e excepcionais são auto revogáveis, ou seja, não há uma nova lei que
expressamente a revogue.
A revogação da lei, dependendo do seu alcance, pode ser absoluta ou total (ab-rogação), ou
parcial (derrogação).
5
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br
MATERIAL DEMONSTRATIVO
“Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”
A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
Abolitio Criminis
A lei que revoga um tipo incriminador extingue o direito de punir, ou seja, significa a extinção do
crime devido à publicação de lei que extingue o delito anteriormente previsto no ordenamento
jurídico.
No caso de existir condenação transitada em julgado, a abolitio criminis causa os seguintes
efeitos:
➢ a extinção imediata da pena principal e de sua execução;
➢ a libertação imediata do condenado preso; e a
➢ extinção dos efeitos penais da sentença condenatória (exemplo: reincidência, inscrição no
rol dos
➢ culpados, pagamento das custas etc.).
Vale salientar a situação das leis temporárias e excepcionais, que mesmo após a sua revogação
continua produzindo efeitos para os fatos praticados no seu período de vigência, mesmo que isso
for em malefício ao réu, ocorrendo assim o fenômeno da ultratividade.
Retroatividade Benéfica
artigo 2º do CP: “Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”
6
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br
MATERIAL DEMONSTRATIVO
Do Tempo do Crime
➢ Delitos permanentes: são aqueles cuja consumação se prolonga no tempo, por vontade
do agente.
➢ Crime continuado: ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar,
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como
continuação do primeiro.
7
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br
MATERIAL DEMONSTRATIVO
➢ Crime continuado: mesmo que os fatos anteriores eram punidos por uma lei, operando-
se o aumento da pena por lei nova, aplica-se esta última (lei nova) a toda a unidade
delitiva, desde que sob a vigência continue a ser praticada.
Territorialidade: “Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras
de direito internacional, ao crime cometido no território nacional”.
Extraterritorialidade: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo
Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
Nestes casos o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no
estrangeiro.
Lugar do Crime
“Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.” (Teoria da Ubiquidade ou
mista)
8
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br
MATERIAL DEMONSTRATIVO
L - Lugar
U – Ubiquidade ou mista
T - Tempo
A - Atividade
Extradição
Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum praticado
antes da naturalização ou comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes (no
último caso, pouco importa o momento da naturalização).
Imunidades Diplomáticas
Imunidades Parlamentares
Material: “Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer
de suas opiniões, palavras e votos”
Processual ou formal:
➢ Garantia contra a instauração de processo.
9
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br
MATERIAL DEMONSTRATIVO
➢ Direito de não ser preso, salvo em caso de flagrante por crime inafiançável.
➢ Foro privilegiado.
➢ Imunidade para servir como testemunha.
Contagem de Prazos
artigo 10 do CP: “O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e
os anos pelo calendário comum”.
Não interessa a que horas do dia o prazo começou a correr, considerando-se o dia todo para
efeito de contagem do primeiro dia. Tomemos como exemplo a situação em que Julius comece a
cumprir uma pena às 22h00min de determinado dia. Pela previsão do cômputo do prazo estas 02h
já serão consideradas como o primeiro dia de cumprimento da pena.
Conceito Formal: Considera-se o crime como toda ação ou omissão prevista em uma norma de
natureza penal que descreva a conduta punível e sua respectiva sanção aplicável ao caso.
Conceito Material: É toda violação a um bem jurídico penalmente tutelado.
Conceito Legal: Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou
de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa,
ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
Conceito Analítico.
10
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br
MATERIAL DEMONSTRATIVO
A Ação
Omissão: não define iniciativa; é abstenção de movimento, é o não fazer alguma coisa que é
devida.
Omissivo Impróprio: O agente por uma omissão inicial dá causa a um resultado que deveria
evitar.
Nos termos do art. 13, § 2º do CP, o dever de agir incumbe a quem:
➢ tenha por lei a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
➢ de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado:
➢ com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado:
Fato Típico
É a conduta que provoca um resultado que se amolda perfeitamente aos elementos constantes
do modelo previsto na lei penal.
São Elementos constitutivos do Fato Típico:
➢ Conduta
➢ Resultado
➢ Nexo Causal: é a estrita ligação existente entre a conduta e o resultado
➢ Tipicidade: podemos entender a tipicidade como uma operação mental em que se
analisa o fato praticado, verificando, posteriormente, se encontra previsão legal que
imponha aquele fato uma sanção penal.
11
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br
MATERIAL DEMONSTRATIVO
Questão 1:
Considerando apenas a regra constitucional sobre os efeitos da lei penal no tempo, imagine a
situação em que determinado cidadão comentou com colegas de trabalho que vez ou outra tinha
vontade de matar sua ex-esposa. Duas semanas após a conversa, foi editada lei definindo como
crime o ato de pensar em delinquir. O cidadão acima mencionado
A) poderá ser processado, mas terá a pena reduzida porque praticou a conduta antes de ter
ciência de sua tipificação como crime.
B) deverá ser processado pela prática de crime, uma vez que a confissão foi feita em
intervalo inferior a 30 (trinta) dias antes da edição da lei.
C) deverá ser processado pela prática de crime, uma vez que a lei mais severa retroage
para atingir o delinquente, em prol da segurança pública.
D) não poderá ser processado, uma vez que a tipificação de conduta como crime exige
prévia lei assim definindo.
E) não poderá ser processado, uma vez que a lei não pode retroagir para beneficiar ou
prejudicar a pessoa que praticou a conduta.
Questão 2:
Dispõe o artigo 1º do Código Penal: "Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena
sem prévia cominação legal". Tal dispositivo legal consagra o princípio da
A) ampla defesa.
B) legalidade.
C) presunção de inocência.
D) dignidade.
E) isonomia.
Questão 3:
É certo que se aplica a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de:
12
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br
MATERIAL DEMONSTRATIVO
Questão 4:
Em tema de aplicação da lei penal, é INCORRETO afirmar:
A) Na contagem do prazo pelo Código Penal, não se inclui no seu cômputo, o dia do
começo, nem se desprezam na pena de multa, as frações de Real.
B) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
C) O princípio da legalidade compreende os princípios da reserva legal e da anterioridade.
D) A regra da irretroatividade da lei penal somente se aplica à lei penal mais gravosa.
E) As leis temporárias ou excepcionais são autorrevogáveis e ultrativas.
Questão 5:
Há tentativa punível quando o agente
A) deu início à execução do delito que não se consumou por circunstâncias alheias à sua
vontade.
B) cogitou da prática do delito.
C) cogitou e decidiu praticar o delito.
D) deu início ao delito que não se consumou pela própria vontade do agente.
E) armou-se dos instrumentos necessários à prática da infração penal.
ANTERIORIDADE DA LEI: Nem pena sem prévia cominação legal Somente a lei pode dispor sobre
norma penal incriminadora.
13
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br
MATERIAL DEMONSTRATIVO
3. E) Pelo princípio da reciprocidade, previsto no art. 5º, p. 2º, do CP, também se aplica a lei
brasileira aos crimes praticados em embarcações ou aeronaves estrangeiras privadas, que se
encontre em pouso ou voo no espaço aéreo brasileiro, ou em porto ou mar territorial brasileiro.
Se a embarcação ou aeronave for pública ou estiver a serviço de Governo estrangeiro, mesmo
estando em mar territorial ou espaço aéreo brasileiro, aplica-se a lei do estrangeiro.
4. A) INCORRETA: Na contagem do prazo pelo Código Penal, não se inclui no seu cômputo, o
dia do começo, nem se desprezam na pena de multa, as frações de Real.
Art. 10, CP - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum.
Art. 11, CP - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as
frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro (Real).
14
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br
MATERIAL DEMONSTRATIVO
Art. 6º, CP - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo
ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Art. 1º, CP - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Art. 5º, XXXIX, CF - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal.
➢ P. da reserva legal: só se pode criar infração penal e sanção penal por meio de lei federal
ordinária e complementar. Toda lei penal incriminadora dever ser uma lei federal feita
pela União (art. 22, I da CF).
➢ P. da anterioridade: a lei incriminadora não pode ser aplicada a fatos ocorridos antes da
sua vigência.
➢ P. da taxatividade: a lei incriminadora deve ser descritiva, ou seja, deve ser clara e precisa
descrever com exatidão qual é a conduta
proibida.
D) CORRETA: A regra da irretroatividade da lei penal somente se aplica à lei penal mais gravosa.
Art. 5º,XL, CF - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
Art. 3º, CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
São autorrevogáveis, porque elas mesmas se revogam, não havendo necessidade da edição de
outra para revogá-las.
São também ultrativas, pois aplicam-se aos fatos praticados durante a sua vigência mesmo após
sua revogação.
5. A) Art. 14 - Diz-se o crime: (...)
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente. (CP).
15
Módulo Básico – Direito Penal 1° VC
www.qapbizurado.com.br