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POLÍCIA MILITAR DE ALAGOAS

DIRETORIA DE ENSINO
ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR SENADOR ARNON DE MELLO
CHOA/2023

DIREITO
PENAL
MILITAR
CAP QOC PM DÁLILA

Aula 4 – 05/05/23
12h/30h 1
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

• Justiça Militar (Continuação)


• A Norma Penal Militar.
• Aplicação da Lei Penal Militar no Tempo.

Princípios relacionados ao Direito Penal Militar

PESQUISA EM EQUIPE
EXERCÍCIO NO SISEDUCAR

DIREITO
PENAL MILITAR
Aula 4 – 05/05/23
12h/30h
- 9 EQUIPES DE 5
- XERIFE MANDE OS NOMES DAS EQUIPES DIGITADOS
- VOU MANDAR PARA O XERIFE O ESTADO DE CADA EQUIPE A
SER PESQUISADO
- AVERIGUAR NA DT A QUESTÃO DE PONTUAÇÃO
- TRABALHO ESCRITO
- BREVE APRESENTAÇÃO POR UM MEMBRO DO GRUPO A
SER ESCOLHIDO NA HORA PELA INSTRUTORA
- SLIDES
- TEMPO DE APRESENTAÇÃO: 10 MIN 1. ALAGOAS
2. SÃO PAULO
3. MINAS GERAIS
4
. RIO GRANDE DO SUL
5. BAHIA
6. RIO DE JANEIRO
PESQUISA
8.
7. DF
ESTRUTURA E INFORMAÇÕES DA
PERNAMBUCO

JUSTIÇA MILITAR DOS ESTADOS 9. PARANÁ

DIVISÃO EM EQUIPES
REFERÊNCIA

▰ COMENTÁRIOS AO CÓDIGO PENAL MILITAR

▰ Parte Geral: Artigos 1º a 135 - Parte Especial:


Artigos 136 a 410 - Comentários, Doutrina,
Jurisprudência dos Tribunais Militares e
Tribunais Superiores e Jurisprudência em
Tempo de Guerra

▰ 11ª EDIÇÃO - REVISTA E ATUALIZADA

▰ JORGE CÉSAR DE ASSIS


DIREITO PENAL MILITAR

O Poder Judiciário e a Justiça Militar


A Justiça Militar brasileira está inserida ao Poder
Judiciário nacional e sua fonte é a própria Constituição
Federal.

São órgãos do Poder Judiciário aqueles previstos no


art. 92:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela EC 45/2004)
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - OS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

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DIREITO PENAL MILITAR

A JUSTIÇA MILITAR é um gênero que apresenta duas espécies:


JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO e JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL.

Da Justiça Militar da União


Art. 124. Á Justiça Militar compete processar e julgar os
crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o
funcionamento e a competência da Justiça Militar.

Compete a JMU processar e julgar os militares das Forças


Armadas- Exército, Marinha e Aeronáutica, e
excepcionalmente civis, nos crimes militares definidos em
lei.
Art. 122, CF. São órgãos da Justiça Militar da União:
Tribunais e Juizes Militares
1º Grau instituídos por lei
Justiça Militar
da União
2º Grau STM

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DIREITO PENAL MILITAR

LEI 8.457/1992 - ORGANIZA A JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO


Para efeito de administração da JMU, o território nacional foi dividido em 12 Circunscrições Judiciárias
Militares (CJM). A cada CJM corresponde 1 Auditoria, excetuadas a 1ª, a 2ª, a 3ª e a 11ª que possuem mais de 1
Auditoria. Cada Auditoria tem um Juiz-Auditor e um Juiz-Auditor Substituto.

COMPOSIÇÃO DO STM
STM
Art. 123. O STM compor-se-á de 15 Ministros
vitalícios, nomeados pelo Presidente da
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República, depois de aprovada a indicação pelo
MINISTROS
Senado Federal, sendo 10 oficiais-generais, todos
da ativa e do posto mais elevado da carreira (3 da 10 5
Marinha, 4 do Exército e 3 da Aeronáutica) e 5 MILITARES CIVIS
dentre civis. Os Ministros civis serão escolhidos
4 3 3 3 2
pelo Presidente da República dentre brasileiros EXÉRCITO MARINHA AERONÁUTICA ADVOGADOS 1 JAM / 1 MPM
maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I - 3 dentre advogados de notório saber jurídico e
conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;
II - 2, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar

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DIREITO PENAL MILITAR

DA JUSTIÇA MILITAR DOS ESTADOS


Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os
princípios estabelecidos nesta Constituição.[...]
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de
Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau,
pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo
grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça
Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte
mil integrantes.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os
militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao
tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das
praças.
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os
demais crimes militares. (Redação dada pela EC nº 45, de 2004).
Observação: Atualmente apenas três Estados brasileiros possuem TJM: MG, SP e RS. Nos demais Estados, os
Tribunais de Justiça funcionam como órgão de segundo grau da Justiça Militar.

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DIREITO PENAL MILITAR

JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO JUSTIÇA MILITAR DOS ESTADOS


Julga crimes militares e ações judiciais contra
Só julga crimes militares atos disciplinares
Competência exclusiva penal Competência penal e cível
Órgão jurisdicional:
Órgão jurisdicional:
Conselho de Justiça
Juiz de Direito + Conselho de Justiça (1 juiz
(1 Juiz Auditor Militar + 4 juízes militares
de direito + 4 juízes militares (oficiais))
(oficiais))
O juiz é chamado Juiz Auditor O juiz é chamado de Juiz de Direito
O Presidente do Conselho é o oficial de posto
O Presidente do Conselho é o Juiz de Direito
mais elevado
Ao Juiz de Direito compete singularmente os
Todos os crimes militares são julgados pelo crimes militares cometidos contra civis e as
Conselho de Justiça ações judiciais contra atos disciplinares; os
demais crimes vão para o Conselho de Justiça.
Ministério Público Militar (MPU) Ministério Público Estadual
2ª Instância: Tribunal de Justiça Militar
2ª Instância: Superior Tribunal Militar (STM) (SP,RS,MG). Os Estados em que não existem
vai para o TJ.

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DIREITO PENAL MILITAR

LEI 6.564/2005 - CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DE AL


Art. 6º São órgãos do Poder Judiciário no Estado de Alagoas:
I - Tribunal de Justiça;
II - Juízes de Direito, Juízes Auxiliares e Juízes Substitutos;
III - Tribunal do Júri;
IV - Conselhos da Justiça Militar Estadual;
V - Turmas Recursais;
VI - Juizados Especiais Cíveis e Criminais;
VII - Juízes de Paz.

Art. 91. Os Conselhos de Justiça Militar são órgãos judiciários de primeira instância da Justiça Militar Estadual,
com jurisdição em todo o território do Estado de Alagoas.
§ 1º É o Tribunal de Justiça o órgão judiciário de segundo grau da Justiça Militar.
§ 2º A composição dos Conselhos de Justiça Militar, a sua organização e a sua competência definir-se-ão na
conformidade da disciplina consubstanciada no Código de Processo Penal Militar e na Organização Judiciária
Militar.
§ 3º Os Conselhos de Justiça Militar serão compostos por oficiais integrantes da Polícia Militar e do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado de Alagoas e presididos pelo Juiz de Direito - Auditor Militar.

Art. 92. Comporão a Auditoria da Justiça Militar, além do Juiz de Direito - Auditor Militar, um Promotor de
Justiça, um Defensor Público, um Escrivão, 03 (três) Escreventes, 02 (dois) Auxiliares Judiciários e 02 (dois)
Oficiais de Justiça, todos fazendo jus à gratificação de representação de que trata o art. 11, da Lei Estadual n°
6.019, de 02/06/1998.

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DIREITO PENAL MILITAR

ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO (Art. 92, CF/1988)

STF

CNJ

STJ TST TSE STM

TRF TJ TJ ou TJM TRT TRE

Juízes Juízes de Juíz de Conselhos Juízes do Juízes Conselhos


Federais Direto Direito de Justiça Trabalho Eeitorais de Justiça

JUSTIÇA COMUM JUSTIÇA ESPECIAL

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DIREITO PENAL MILITAR

PARA MELHOR FIXAÇÃO

JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL (ART. 125, CF)


ORGÃOS DA JME

Juízes de
Direito
1º Grau Permanente
Conselhos de
Justiça Militar Justiça
Estadual
Especial
TJ ou TJM
2º Grau (MG/SP/RS)

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DIREITO PENAL MILITAR

COMPETÊNCIA

Justiça Militar
Estadual

Juiz de Direito Conselho de Justiça

Vítima civil Ações judiciais contra


Demais crimes
ressalvada a atos disciplinares
militares
competência do júri militares

Crimes dolosos Tribunal de Júri


contra a vida de civil (Justiça Comum)

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DIREITO PENAL MILITAR

OS CONSELHOS DE JUSTIÇA
Os Conselhos de Justiça constituem o 1º grau da
Justiça Militar, tanto da União quanto dos Estados
e do Distrito Federal. É um órgão jurisdicional
colegiado sui generis, formado por um juiz togado
(chamado de auditor na JMU ou juiz de direito na
JME) e quatro juízes militares, pertencentes à
Força a que pertence o acusado.

Crimes militares cometidos por praças (Sd a Asp Of)


tem seus juizes renovados a cada trimestre, sem
Permanente vincular os juizes militares aos processos nos quais
atuarem naquele período.
Conselhos de
Justiça
procesar e julgar oficiais (tenete a Coronel). Tem seus
juizes militares sorteados para cada processo; um
Especial conselho para cada processo), que o acompanha até
a sua conclusão.

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DIREITO PENAL MILITAR

JUSTIÇA MILITAR

STF

STJ STM

TJM TJ

Conselhos de Juízo Conselhos de


Justiça singular Justiça

Permanente Especial Permanente Especial

Justiça Militar Estadual Justiça Militar da União


1 Juiz de Direito + 4 Juízes Militares 1 Juiz Auditor + 4 Juizes Militares

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DIREITO PENAL MILITAR

O MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR


No Brasil, o Ministério Público Militar (MPM) pertence ao Ministério Público da União
(MPU). Apesar do adjetivo militar o Ministério Público é uma instituição civil, como civis são
seus membros, possuindo autonomia e independência funcional. Representa o Estado
(acusação), sendo responsável pela ação penal militar no âmbito da JMU.

O ADVOGADO NA JUSTIÇA MILITAR


Os advogados que atuam na Justiça Militar brasileira são todos civis. A função de defensor é
privativa do Advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (art. 1º, I,
EAOAB). É obrigatória a presença do defensor para o processo ou julgamento de qualquer
acusado.

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DA APLICAÇÃO DA
LEI PENAL MILITAR
DIREITO PENAL MILITAR
DIREITO PENAL MILITAR

CÓDIGO PENAL MILITAR


DECRETO-LEI Nº 1.001, DE 21/10/1969.

O Código Penal Militar é dividido em duas partes:


a) Parte Geral (arts. 1º a 135): prevê todas as leis não incriminadoras.
b) Parte Especial (arts. 136 a 410): prevê todas as leis incriminadoras, que descrevem uma
conduta e comina penas. - Em tempo de paz (arts. 136 a 354) e em tempo de guerra (arts. 355
a 408).

PARTE GERAL
LIVRO ÚNICO

TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR

Princípio de legalidade
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

Igualmente previsto no Art. 5º, XXXIX, da CF e art. 1º do CP.


Art. 5º, XL da CF- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

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DIREITO PENAL MILITAR

De tal enunciado resultam as regras fundamentais:


PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL (OU LEGALIDADE) - apenas a lei em sentido formal pode
descrever condutas criminosas; é proibido ao legislador utilizar-se de decretos, medidas provisórias
ou outras formas legislativas para incriminar condutas.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE - uma pessoa só pode ser punida se, à época do fato por ela
praticado, já estava em vigor a lei que descrevia o delito; assim, consagra-se a irretroatividade da
norma penal, salvo a exceção do art. 2º.
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE - considerando-se serem as leis editadas para o futuro, as
normas penais não podem volver ao passado, salvo para beneficiar o réu (CF, art. 5º, XL).
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE - as leis criminais devem definir precisamente a conduta, não se
aceitando leis vagas ou imprecisas, nem o emprego, pelo juiz, da analogia ou interpretação
extensiva para incriminar algum fato ou tornar mais severa sua punição.

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I – constitucionais explícitos
PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE DA LEI PENAL BENÉFICA
OU PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL:

▰ Significa que a lei penal não retroagirá para abranger situações


já consolidadas, sob o império de legislação diferenciada. Logo,
quando novas leis entram em vigor, devem envolver somente
fatos concretizados sob a sua égide. Abre-se exceção à
irretroatividade quando se ingressa no campo das leis penais
benéficas. Estas podem voltar no tempo para favorecer o
agente, ainda que o fato tenha sido decidido por sentença
condenatória, com trânsito em julgado (art. 5.º, XL, CF; art. 2.º, §
1.º, CPM);
I – constitucionais explícitos
PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE DA LEI PENAL BENÉFICA
OU PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL:

▰ Lei supressiva de incriminação


Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória
irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de natureza civil.

O crime somente existe quando expressamente se encontra estabelecido em lei. Essa


garantia é a base do Estado democrático de Direito. A lei é a principal e também deve
ser a única fonte do direito penal, comum ou militar. Se uma lei posterior deixa de
considerar um determinado fato como sendo crime, esta disposição alcançará os fatos
ocorridos no passado. Mas, os efeitos de natureza civil decorrentes da condenação
transitada em julgado não serão abrangidos pela nova lei penal que afastou a ilicitude do
fato pelo qual o agente foi anteriormente condenado após um regular processo-crime
I – constitucionais explícitos
PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE DA LEI PENAL BENÉFICA
OU PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL:

▰ Lei supressiva de incriminação


Retroatividade de lei mais benigna

§ 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se


retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo sentença condenatória irrecorrível.

A lei posterior que seja mais favorável ao infrator, agente militar, federal ou estadual,
civil, ou funcionário civil, que integra o quadro de pessoal das Forças Armadas, o
alcançará ainda que exista uma sentença penal transitada em julgado. Esse princípio é
denominado pela doutrina especializada de princípio da retroatividade da lei mais
benigna, e se encontra estabelecido também no Código Penal Brasileiro, art. 2º,
parágrafo único
I – constitucionais explícitos
PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE DA LEI PENAL BENÉFICA
OU PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL:

▰ Lei supressiva de incriminação


Apuração da maior benignidade

§ 2° Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser
consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato.

Segundo o estabelecido neste parágrafo para se reconhecer qual a lei mais favorável ao
infrator, se a lei posterior ou se a lei anterior, estas devem ser consideradas pelo
intérprete separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato. Na
realidade, a intenção desta norma jurídica penal militar foi impedir que o intérprete possa
fazer a aplicação das duas leis penais ao mesmo tempo, ora utilizando um artigo da lei
anterior ora utilizando um artigo da lei posterior, para que possa resolver a questão que
lhe foi apresentada no exercício de sua função jurisdicional.
DIREITO PENAL MILITAR

Lei supressiva de incriminação (“Abolitio Criminis”)


Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando, em
virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de
natureza civil.
Art. 5º, XL, da CF.
Art. 123, III, do CPM. É causa de extinção da punibilidade.
A lei nova faz desaparecer o delito e seus reflexos penais, permanecendo entretanto os civis (ex:
CC, Art. 159. obrigação de reparar dano resultante de crime).
Obs.: sentença condenatória irrecorrível = sentença condenatória transitada em julgado.
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DIREITO PENAL MILITAR

Retroatividade de lei mais benigna


1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se retroativamente, ainda
quando já tenha sobrevindo sentença condenatória irrecorrível.
Apuração da maior benignidade
2° Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser consideradas
separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato.
O CPM consagra o princípio Tempus Regit Actum ou a lei rege os atos praticados durante sua vigência.

HIPÓTESES DE CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO:


O caráter benéfico da nova lei penal será observado nas seguintes hipóteses:
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA: A lei nova torna típico fato anteriormente não incriminado.
“Art. 5º, XL, CF - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o rpu”.
ABOLITIO CRIMINIS (ART. 2º, CPM): lei nova que deixa de considerar determinada conduta como
criminosa. É o mesmo que descriminalização. Ex: Lei 11.106/2005, que, dentre outras, revogou o
adultério. É também uma das causas de extinção da punibilidade previstas no art. 123, inciso III do
CPM.
NOVATIO LEGIS IN PEJUS (LEX GRAVIOR): lei nova mais grave que a anterior. Não retroage.
NOVATIO LEGIS IM MELLIUS: lei nova que, a despeito de manter o caráter criminoso do
comportamento, traz algum benefício ao indivíduo. Ex: pode ser cominado pena mais branda que a
anterior (detenção, em vez de reclusão), ou quantidade (de um a quatro anos, vez de dois a oito
anos), eliminando circunstâncias qualificadas ou agravantes previstas anteriormente.
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