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DIREITO CONSTITUCIONAL

Poder Judiciário – Autonomia dos Tribunais


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PODER JUDICIÁRIO – AUTONOMIA DOS TRIBUNAIS


Art. 96. Compete privativamente:
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao
Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive
dos tribunais inferiores, onde houver;

A iniciativa do projeto de lei para reajustar a remuneração dos servidores do Executivo


e do Legislativo nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal) é prerrogativa:

• do Chefe do Executivo (Poder Executivo);


• da Câmara dos Deputados e do Senado Federal na esfera federal (Legislativo);
• das Assembleias Legislativas, na esfera estadual (Legislativo);
• da Câmara Municipal, na esfera municipal (Legislativo).

Desde 1998, o reajuste da remuneração de todos os servidores de todos os poderes em


todas as esferas deve ser feito por meio de projeto de lei.
O Poder Judiciário só existe na esfera federal e estadual. No caso da União, a prerro-
gativa é do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e dos Tribunais de Justiça.
TRFs, TREs e TSTs não têm iniciativa para projeto de lei.
5m

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

Tribunais de 2º grau (com exceção do TJDFT), no âmbito do Poder Judiciário da União,


não têm iniciativa para projeto de lei do seu interesse. A iniciativa para a criação de novos
tribunais é prerrogativa dos seguintes entes:

• TRFs: depende de projeto de lei do STJ;


• TREs: depende de projeto de lei do TSE;
• TRTs: depende de projeto de lei do TST.

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;


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III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem
como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral.
5m

Eleições para cargos diretivos: cargos, elegíveis e eleitores

Os regimentos internos dos tribunais estão sujeitos à controle de constitucionalidade


(inclusive via ADI), pois são atos normativos primários.
No Ministério Público do DF existe um “excesso de democracia” no que tange à eleição
do Procurador-Geral de Justiça. Todos os promotores (1ª instância) e procuradores (2ª ins-
tância) são elegíveis para a chefia da instituição. Como o Chefe do Executivo deve escolher
o Procurador-Geral com base em uma lista tríplice, é possível que os promotores, servidores
em maior número, elaborem listas apenas com nomes de promotores, por exemplo.
No Poder Judiciário, por outro lado, apenas desembargadores são elegíveis e eleitores.
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De acordo com a Lei Orgânica da Magistratura, apenas os desembargadores mais anti-
gos seriam elegíveis. No entanto, essa lei não foi recepcionada pela Constituição Federal.
Todos os tribunais do país têm, no mínimo, três cargos diretivos: presidente, vice-presidente
e corregedor. Alguns tribunais têm mais cargos diretivos, como o TJDFT, que tem 1º vice-pre-
sidente e 2º vice-presidente. Em São Paulo, existem cinco cargos diretivos: presidente, 1º
vice-presidente, 2º vice-presidente, corregedor e corregedor-adjunto. Se apenas os desem-
bargadores mais antigos fossem elegíveis, na prática não haveria eleição, de maneira que o
STF entendeu que todos os desembargadores são elegíveis e eleitores.

Fixação de horário de funcionamento do Tribunal: Portaria do Presidente x Reso-


lução do Pleno

Por conta da autonomia entre os poderes, o horário de funcionamento do Tribunal só


pode ser fixado pelo Judiciário. No entanto, de acordo com o entendimento do STF, a fixação
de horário deve ser feita apenas por meio de resolução do Pleno.
15m

Controle de qualidade dos trabalhos do Judiciário

No Rio Grande do Sul, o Poder Executivo criou um órgão para fazer o controle de quali-
dade do serviço público, incluindo o Poder Judiciário. Contudo, como esse órgão está ligado
ao Executivo, só pode fazer o controle de qualidade no Poder Executivo.
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Iniciativa do processo legislativo

A iniciativa do processo legislativo cabe ao próprio Judiciário, obedecendo ao que dispõe


o art. 96, inciso II, da Constituição Federal.

Criação x especialização de vara

A criação de vara é feita por meio de lei. Por outro lado, a especialização de uma vara
pode ser feita por meio de uma resolução do tribunal.
Exemplo de especialização de vara: o TJDFT recebe muitas ações relacionadas ao
direito à saúde, de modo que o tribunal concentrou essas ações em uma única vara, a vara
da saúde. Isso contribuiu para evitar julgamentos divergentes, por exemplo.

Competência para julgamento de autoridades: regimento interno x lei de iniciativa


parlamentar

De acordo com regimento interno do tribunal, os prefeitos seriam julgados nas câmaras
criminais, para dar mais celeridade aos processos. Contudo, uma lei de iniciativa parlamentar
determinou que os prefeitos deveriam ser julgados no pleno.
20m
Quando a questão chegou ao STF, a Corte entendeu que deve prevalecer a competência
fixada em regimento interno.

Orçamento nos tribunais e (im)possibilidade de ajustes pelo Executivo e pelo


Legislativo

Observe o que dispõe o art. 99 da Constituição Federal:

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

Obs.: além do Poder Judiciário, as Defensorias Públicas e Tribunais de Contas também


têm a sua autonomia assegurada. Em relação ao Ministério Público, o MPU e o MPE
de cada estado possuem autonomia, mas o MP de Contas, não.
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Encaminhamento das propostas orçamentárias no âmbito da União e dos Estados

Continua o art. 99 da Constituição Federal:

§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjun-
tamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I – no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores,
com a aprovação dos respectivos tribunais;
II – no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de
Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

TRF, TRE e TRT não têm autonomia para encaminhar proposta orçamentária. No âmbito
dos estados e do DF, cabe ao TJ encaminhar a proposta orçamentária. Por outro lado, o
Poder Judiciário, o MP, as Defensorias e os Tribunais de Contas têm autonomia para o enca-
minhamento da proposta orçamentária. Se a proposta estiver dentro dos limites da Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO), o Chefe do Poder Executivo da esfera correspondente não
poderá promover cortes.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias


dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará,
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentá-
ria vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
25m § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo
com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.

Obs.: ao votar a LOA, o Poder Legislativo pode promover cortes no orçamento dos outros
órgãos, ainda que a proposta esteja dentro dos limites da LDO.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Aragonê Nunes Fernandes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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