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Lei de Organização e Divisão Judiciárias do Estado de Minas Gerais

Prof. Francion Santos

LEI DE ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO JUDICIÁRIAS DO ESTADO DE


MINAS GERAIS

Olá, futuros servidores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais!

Você, que sonha com uma vaga no judiciário mineiro, pode intensificar os
estudos, pois o concurso para o TJ/MG vem aí.
Como veiculado recentemente na nossa página do Gran Cursos Online, o
Tribunal de Justiça do estado já iniciou os preparativos do concurso para oficial
de apoio judicial (Justiça Comum) e oficial judiciário (Comissário da Infância e da
Juventude), que exigem escolaridade do nível médio. A Consultoria e Planeja-
mento em Administração Pública (Consulplan) será a responsável pela aplicação
das etapas do certame.
O conteúdo programático constante no termo de orientação é o mesmo do
último concurso, realizado em 2009. No total, foram mais de 4 mil convocações
(4.237 para oficial de apoio judicial e 150 para oficial judiciário) durante o período
de validade da seleção, que terminou em dezembro de 2014.
Por isso, meu povo, a preparação para este certame tão aguardado deve
começar pela organização do próprio candidato, com a criação de um crono-
grama de estudos adaptado à sua rotina, no qual definirá a forma e o método de
estudo, bem como o tempo que dedicará para cada matéria.
Segundo edital preliminar do TJ/MG, o conteúdo programático para o seu
concurso deverá ser o seguinte:

3. Lei de Organização e Divisão Judiciárias do Estado de Minas Gerais – Lei


Complementar estadual n. 59, de 18 de janeiro de 2001:
3.1. Das circunscrições (arts. 1º a 8º);
3.2. Dos órgãos de jurisdição (art. 9º);
3.3. Do Tribunal de Justiça (arts. 11 a 16, 23 a 26);
3.4. Da Jurisdição de Primeiro Grau (arts. 52 a 65, 74 a 85-B);
3.5. Da Magistratura da Justiça Comum (art. 163);
3.6. Da discriminação dos órgãos auxiliares (arts. 236 a 238);
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3.7. Dos órgãos auxiliares dos Tribunais (arts. 239 a 243);


3.8. Dos órgãos auxiliares dos juízos (arts. 250 a 257);
3.9. Dos direitos do servidor (arts. 258 a 266);
3.10. Da incompatibilidade, do impedimento e da suspeição (arts. 267 a 269);
3.11. Da substituição (arts. 270 a 272);
3.12. Do regime disciplinar dos servidores do Poder Judiciário (arts. 273 a
290);
3.13. Da sindicância e do processo disciplinar (arts. 291 a 300);
3.14. Disposições Gerais (art. 301).

Dica da prova .......................................................................

A Consulplan é conhecida como uma banca muito didática. Contudo, no tocante às disci-
plinas de Direito, a instituição tem por hábito cobrar a “legislação seca”, com cópias literais
da Constituição Federal.
Ao que tudo indica, essa será a forma que a Consulplan irá cobrar as questões de Lei de
Organização de Divisão Judiciárias do Estado de Minais Gerais (LODJ/MG) no concurso
público do TJMG. Ela deve montar questões narrando situações fáticas e cobrar a literali-
dade da legislação.
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LEI COMPLEMENTAR N. 59 DE 18/01/2001

Texto atualizado com as alterações introduzidas pela Lei Complementar n.


85, de 28 de dezembro de 2005; pela Lei Complementar n. 105, de 14 de agosto
de 2008 e pela Lei Complementar n. 135, de 27 de junho de 2014.

Primeiramente, vamos ver como está estruturado o Poder Judiciário. Para tal,
vamos à Constituição Federal:
Constituição Federal de 1988
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Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:


I – o Supremo Tribunal Federal;
I – A – o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45 de 2004)
II – o Superior Tribunal de Justiça;
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

Além desses órgãos, também integra o Poder Judiciário o Conselho Nacional


de Justiça (CNJ), entretanto, esse órgão não dispõe de competência jurisdicional.
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O pulo do gato .........................................................................

A Consulplan é conhecida por não ser uma banca muito doutrinária e jurisprudencial, ou
seja, nas disciplinas potencialmente jurisprudenciais, como Direito Administrativo e Direito
Constitucional, o candidato não precisa ter amplos conhecimentos doutrinários ou jurispru-
denciais para acertar a maioria das questões. Mas tome cuidado, a Consulplan gosta de
cobrar entendimentos jurisprudenciais do Tribunal para o qual está aplicando a prova.
Partindo dessa linha de raciocínio, acredito que na nossa prova de LODJ/MG não teremos
muitas questões doutrinárias ou jurisprudenciais, portanto, seu foco deve estar na leitura e
interpretação da legislação. Lembre-se: nada de “decoreba”, é preciso ler e entender a Lei
Complementar n. 59/2001 e saber acerca das decisões jurisprudenciais mais recentes e
importantes proferidas pelo TJMG.
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LEI DE ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO JUDICIÁRIAS DO ESTADO DE


MINAS GERAIS.

LIVRO I – DAS CIRCUNSCRIÇÕES E DOS ÓRGÃOS DE JURISDIÇÃO

TÍTULO I – DAS CIRCUNSCRIÇÕES

Art. 1º O território do Estado, para a administração da justiça, em primeira


instância, divide-se em comarcas, conforme as relações constantes nos
Anexos desta Lei Complementar.

Vara, Comarca, Entrância, Instância e Fórum

• Varas
A vara judiciária é o local ou repartição que corresponde a lotação de um juiz,
onde o magistrado efetua suas atividades. Em comarcas pequenas, a única vara
recebe todos os assuntos relativos à justiça.
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• Comarcas
A comarca corresponde ao território em que o juiz de primeiro grau irá exercer
sua jurisdição e pode abranger um ou mais municípios, dependendo do número
de habitantes e de eleitores, do movimento forense e da extensão territorial dos
municípios do estado, entre outros aspectos. Cada comarca, portanto, pode
contar com vários juízes ou apenas um, que terá, no caso, todas as competên-
cias destinadas ao órgão de primeiro grau.
Nos termos do art. 5º, inciso I, da LODJ/MG, são requisitos para a criação de
comarca:
a) população mínima de dezoito mil habitantes na comarca;
b) número de eleitores superior a treze mil na comarca;
c) movimento forense anual, nos municípios que compõem a comarca, de, no
mínimo, quatrocentos feitos judiciais, conforme estabelecer resolução do órgão
competente do Tribunal de Justiça;
Já o inciso II, do art. 5º da LODJ/MG, elenca o requisito necessário para ins-
talação de comarca:
a) edifício público de domínio do Estado com capacidade e condições para a
instalação de fórum, delegacia de polícia, cadeia pública e quartel do destaca-
mento policial;
O requisito previsto na alínea “b” foi revogado pelo inciso I do art. 117 da Lei
Complementar n. 135, de 27/6/2014.
O preenchimento dos requisitos, a que se refere o art. 5º da LODJ/MG, será
comprovado por meio de certidões expedidas pelas repartições públicas compe-
tentes ou, conforme o caso, por inspeção local pelo corregedor-geral de justiça.
Nos termos do art. 6º, entregue a referida documentação, o corregedor-geral
de justiça fará inspeção local e apresentará relatório circunstanciado, dirigido ao
órgão competente do Tribunal de Justiça, opinando sobre a criação ou a instala-
ção da comarca.
Ainda no tocante à criação e instalação de comarcas, atenção especial deve
ser dada ao § 1º do art. 6º, que prevê:
Se o órgão competente do Tribunal de Justiça decidir pela:
a) Criação da comarca – elaborará projeto de lei complementar e o encami-
nhará à Assembleia Legislativa;
b) Instalação da comarca – expedirá resolução, determinando-a.
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• Entrâncias
As comarcas, que podem apresentar uma ou mais varas, podem ser classi-
ficadas como de primeira ou segunda entrância, além da comarca de entrância
especial.
A classificação das comarcas em entrâncias, na LODJ/MG, está prevista no
art. 8º, vejamos:

Comarca de entrância especial é aquela que possui 5 (cinco) ou mais varas,


incluindo os juizados especiais, atendendo a uma população igual ou superior
a 130 mil habitantes. (art. 8º, inciso I, da LODJ/MG). Ex.: comarca de Belo Hori-
zonte – 264 juízes.

Comarca de primeira entrância é aquela de menor porte, que tem apenas uma
vara instalada. (art. 8º, inciso II, da LODJ/MG). Ex.: comarca de Açucena – 1 juiz.

Comarca de segunda entrância: é aquela de tamanho intermediário, ou


seja, as que não se enquadram nos incisos I e II do art. 8º da LODJ/MG. Ex.:
Comarca de Almenara – 4 juízes.

 Obs.: É comum que comarcas de primeira entrância abarquem cidades do inte-


rior e possuam apenas uma vara, enquanto comarcas de entrância espe-
cial ou de terceira entrância estejam situadas na capital ou metrópoles.
Não há, no entanto, hierarquia entre as entrâncias, ou seja, uma entrância
não está subordinada a outra.

• Instâncias
O termo “instância” corresponde ao grau de jurisdição. Os juízes de órgãos
de primeira instância são os que primeiro estabelecem contato com as partes,
geralmente nas varas e juizados. É direito da parte discordar da sentença rece-
bida em primeira instância e recorrer à segunda instância, ou segundo grau de
jurisdição, onde seu processo será analisado, em geral, por desembargadores.
Ainda é possível recorrer a uma instância superior, que são os tribunais supe-
riores – Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ),
Tribunal Superior do Trabalho (TST), Superior Tribunal Militar (STM) ou Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). Os processos que envolvem matérias constitucionais
serão analisados no STF.
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• Fórum
Espaço físico onde funcionam os órgãos do Poder Judiciário.

Fonte: site do CNJ


http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/82385-cnj-servico-saiba-a-diferenca-entre-
-comarca-vara-entrancia-e-instancia

Resumindo:
Varas – Locais ou repartições que corresponde Comarcas – Território em que o juiz de
à lotação de um Juiz, onde o magistrado efetua primeiro grau irá exercer sua jurisdição e
suas atividades. pode abranger um ou mais municípios.
Entrâncias – As comarcas podem ser classifica- Instâncias – Correspondem ao grau de
das de primeira entrância, segunda entrância e jurisdição.
entrância especial, de acordo com a quantidade
de varas existentes.
Fórum – Espaço físico onde funcionam os
órgãos do Poder Judiciário.

Outras regras importantes afetas às comarcas

Conforme art. 2º da LODJ/MG:


Art. 2º O órgão competente do Tribunal de Justiça, nas condições e limites
que estabelecer, poderá estender a jurisdição dos Juízes de primeiro grau para
comarcas, contíguas ou não, visando aos seguintes objetivos:
I  – solução para acúmulo de serviço que não enseje criação de vara ou
comarca; e
II – produção mínima que justifique o cargo.
Art. 3º A comarca constitui-se de um ou mais municípios, em área contínua,
sempre que possível, e tem por sede a do município que lhe der o nome.
§ 1º As comarcas poderão subdividir-se em distritos e subdistritos judiciários.
§ 2º A relação das comarcas e dos municípios que as integram é a constante
no Anexo II desta lei.
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Art. 4º O distrito e o subdistrito judiciários constituem-se de um ou mais dis-


tritos ou subdistritos administrativos, assim criados em lei.
Parágrafo único. O Juiz poderá transferir a realização de atos judiciais da
sede para os distritos.
Art. 7º O órgão competente do Tribunal de Justiça suspenderá as atividades
jurisdicionais da comarca que, por três anos consecutivos, segundo verificação
dos assentamentos da Corregedoria-Geral de Justiça, deixar de atender aos
requisitos mínimos que justificaram a sua criação, anexando-se seu território ao
de sua comarca de origem.
Parágrafo único. Após a suspensão de que trata o caput deste artigo, o Tri-
bunal de Justiça encaminhará ao Poder Legislativo projeto de lei complementar
que estabeleça a extinção da comarca.
Art. 8º-A São instituídas nas comarcas do Estado as Centrais de Conciliação,
às quais competirá, a critério do Juiz de Direito da Vara, promover a prévia concilia-
ção entre as partes, nas causas que versem sobre direitos que admitam transação.
§ 1º Compete ao órgão competente do Tribunal de Justiça, mediante reso-
lução, regulamentar o funcionamento das Centrais de Conciliação e autorizar a
sua instalação
§ 2º (Revogado pelo inciso II do art. 117 da Lei Complementar n. 135, de
27/6/2014).
§ 3º Atuarão nas Centrais de Conciliação conciliadores não remunerados
escolhidos entre pessoas de reconhecida capacidade e reputação ilibada, facul-
tada a escolha entre estagiários dos cursos de direito, de psicologia, de serviço
social e de relações públicas.
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Pegadinha da banca .............................................................

Como havia dito, a Consulplan gosta de citar um caso concreto para depois cobrar a previ-
são legal, bem como o entendimento jurisprudencial do Tribunal para o qual está aplicando
a prova. Para exemplificar, vejamos uma questão da Consulplan que foi cobrada no ano de
2015, no último concurso de Titular de Serviços de Notas e de Registro.

(Consulplan / 2015 / Titular de Serviços de Notas e de Registro) Em um processo cível


ordinário contra ente público, foi concedida a tutela antecipada. Na sentença, o julgador
indeferiu a pretensão do autor, a quem beneficiava a tutela antecipada e, expressamente,
revogou a tutela antecipada. Inconformado com a sentença, o autor apresentou recurso
de Apelação que foi recebido com os efeitos devolutivo e suspensivo. Considerando o
posicionamento do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, assinale a alternativa correta:
a. O efeito suspensivo em que foi recebida a apelação não implica que a tutela antecipa-
da, originalmente concedida, mantenha a sua eficácia.
b. Trata-se de caso expresso em lei, relativo à concessão de efeitos contra a Fazenda Pú-
blica, sendo manifestamente ilegal a concessão de efeito suspensivo em grau recursal.
c. A tutela antecipada por regra perde seus efeitos com a sentença. Neste sentido, mes-
mo que a sentença fosse favorável, seria necessário pedir a manutenção da tutela
antecipada por ocasião do recurso, até que o julgamento deste chegasse ao fim, sob
pena de não persistir sua eficácia durante o grau recursal.
d. O autor errou o recurso apresentado, segundo posição consolidada no TJMG, era ne-
cessário agravar a revogação da tutela antecipada, ainda que esta revogação tenha se
dado em uma sentença.
...............................................................................................................

 COMENTÁRI
Notem que a banca expõe uma situação hipotética, para depois cobrar o
entendimento do TJMG sobre o tema. A fundamentação da questão está no
art. 375-A do Regimento Interno do TJMG, bem como na decisão do TJMG
proferida em sede do julgamento do AR n. 1.0384.03.022678-9/002, de 30 de
maio de 2007, Belo Horizonte; 12ª CC, Rel.: Des. Domingos Coelho.

Gabarito: Alternativa “A”


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