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Disciplina: Direito Processual do Trabalho

Profª Ma. Margareth Estrela Umbelino

- Roteiro para auxiliar os estudos, devendo ser complementado com o conteúdo ministrado em sala de aula
remota (gravadas no AVA) e com a leitura de obras bibliográficas.

CONCEITOS E PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

Conceitos

“Direito Processual do Trabalho é o Conjunto de princípios, regras e


instituições destinado a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução dos
dissídios individuais ou coletivos entre trabalhadores e empregadores.” Sérgio Pinto
Martins.

“Direito Processual do Trabalho Brasileiro é um ramo da ciência


jurídica, constituído por um sistema de normas, princípios, regras e instituições
próprias, que tem por objeto promover a pacificação justa dos conflitos individuais,
coletivos e difusos decorrentes direta ou indiretamente das relações de emprego e de
trabalho, bem como regular o funcionamento dos órgãos que compões a Justiça do
Trabalho” Carlos Henrique Bezerra Leite.

ALGUNS PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO PROCESSO DO TRABALHO:

Protecionista: É o fundamento do Direito e Processo do Trabalho. Princípio de


âmbito internacional, com objetivo de igualar juridicamente empregado e empregador
em decorrência da hipossuficiência ostentada pelo empregado.
-Ius Postulandi: a possibilidade de as partes (empregado e empregador) postularem
pessoalmente na Justiça do Trabalho, sem necessidade de advogado. Arts. 791 e 839
da CLT.
-Simplificação dos Procedimentos
-Celeridade
-Oralidade
-Concentração dos atos processuais na Audiência- UNA
- Inquisitoriedade- Só o Juiz pode fazer as perguntas durante a instrução processual .
- Irrecorribilidade das decisões interlocutórias. Só poderá ser objeto de recurso, após
a prolação da Sentença.

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FONTES FORMAIS DO PROCESSO DO TRABALHO

É a própria origem do direito. Alguns consideram como o fundamento


para que se possa considerar válida a norma jurídica.

As fontes materiais são o complexo de fatores que ocasionam o


surgimento da norma jurídica de direito material.

As fontes formais do Direito Processual do Trabalho são as que lhe


conferem o caráter de direito positivo. Podem ser:

I- Heterônomas ou Estatais- impostas por agente externo: Constituição Federal,


Leis Ordinárias( CLT e outras), Decreto, sentença normativa, regimento interno dos
TRT’s e TST, etc....

II- Autônomas ou Profissionais- elaboradas pelos próprios interessados:


-CONVENÇÃOS COLETIVA DE TRABALHO (CCT) – Negócios jurídicos
firmados entre dois ou mais sindicatos sobre condições de trabalho, tendo de um lado
o sindicato patronal e do outro o sindicato dos empregados (artigo 611 CLT)
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO (ACT) – São ajustes celebrados entre
uma ou mais empresas e o sindicato da categoria profissional a respeito de condições
de trabalho (artigo 611, §1º e 620, ambos da CLT).
-REGULAMENTO DA EMPRESA – É considerada fonte extra estatal, autônoma,
uma vez que o empregador fixa condições de trabalho no regulamento da empresa.
-CONTRATOS DE TRABALHO – Fixa e determina direitos e deveres do
empregado e do empregador.

ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Arts. 643 a 735 da CLT


Arts. 111 a 116 da CF/88
Emenda Constitucional 24/1999 e 45/2004

VARAS DO TRABALHO:

Órgãos de 1º grau da Justiça do Trabalho, aos quais cabe o


conhecimento inicial dos litígios trabalhistas.

Lei 6.947/81- estabeleceu 2 critérios para a criação de novas varas: o nº


de empregados sob jurisdição ou a quantidade dos processos trabalhistas( no mínimo
240 RT’s/ano).

EC/45-2004, CF art. 93, XIII.


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A vara é composta por Juiz do Trabalho. A CF, art. 96, I, C – Concurso
Público de Títulos e provas, proposto pelos Tribunais.

A Lei 10.770/2003, art. 18, § 2º definiu as áreas de jurisdição das Varas


do Trabalho da 18ª Região, no Estado de Goiás.

Os artigos. 650 a 653 da CLT tratam da Jurisdição e Competência das


Varas do Trabalho e merecem uma leitura com muita atenção e estudo.

Como novidade introduzida pela Reforma Trabalhista (Lei nº


13.467/17), o Juiz do Trabalho passou a ser competente para “decidir quanto à
homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do
Trabalho”, segundo o art. 652, V, f da CLT.
- Atenção para as demais possibilidades e atribuições do inciso V. Vide art.
855-B a 855-E da CLT
- Estudar sobre o Inquérito para apuração de Falta Grave. Artigo 853 a 855-E
da CLT.

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO:


CF art. 115, § 1º e 2º

Nº mínimo de membros 7 denominados de Desembargadores Federais


do Trabalho.

Os magistrados dos tribunais são juízes escolhidos por promoção,


alternadamente, por antiguidade e merecimento. São nomeados pelo Presidente da
República em procedimento próprio de cada Tribunal. A Constituição Federal fixa
em 30 anos a idade mínima para ingresso nos tribunais regionais. Já a idade máxima
para entrar nessa corte passou para 70 anos. A Emenda Constitucional 122, que eleva
de 65 para 70 anos a idade máxima dos nomeados aos cargos de juízes e ministros de
tribunais regionais federais e de tribunais superiores.

Advogados e membros do Ministério Público participam do Tribunais


pelo Quinto Constitucional. OAB e o MP apresentam lista com 6 nomes. O Tribunal
seleciona 3 e o Presidente da República escolhe 1. Artigo 94, CF/88. segundo o
texto constitucional, os integrantes do Ministério Público precisam ter, no
mínimo, dez anos de carreira, e os advogados, mais de dez anos de exercício
profissional, notório saber jurídico e reputação ilibada.

Competência dos TRT´s- art. 678 da CLT e art. 115 CF/88:

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Compete processar e julgar ações de sua competência originária:
dissídios coletivos, Mandados de Segurança contra autoridade da JT, Ação
Rescisória. E, em grau recursal, julgar recursos das decisões de Varas do Trabalho.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO:

É o órgão máximo da Justiça do Trabalho. CF/88: artigo 111-A.


CLT: art. 690 da CLT.

Composto por 27 Juízes com título de Ministros, nomeados pelo


Presidente da República, após aprovação do Senado.

21 escolhidos entre os desembargadores oriundos da Magistratura de


Carreira.
3 Advogados e 3 Membros do Ministério Público .

A idade mínima é 35 anos. Aprovada a PEC 32/2021 que aumenta de 65


para 70 anos o limite de idade para indicação Ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF); Superior Tribunal de Justiça (STJ); Tribunal de Contas da União (TCU) e
Tribunal Superior do Trabalho (TST). A elevação do limite também abrange
indicação de juízes para Tribunais Regionais Federais (TRFs) e dos Tribunais
Regionais do Trabalho (TRTs).

Para desenvolver as atribuições jurisdicionais o TST atua por meio de


seus órgãos:
 Tribunal Pleno;
 Órgão Especial;
 Seção Especializada em Dissídios Coletivos;
 Seção Especializada em Dissídios Individuais, dividida em duas subseções
(Subseção I e Subseção II); e
 8 (oito) Turmas.
O TST também conta com 4 (quatro) Comissões Permanentes:
 Comissão Permanente de Regimento Interno;
 Comissão Permanente de Documentação;
 Comissão Permanente de Jurisprudência e Precedentes Normativos;
 Comissão de Acessibilidade e Inclusão.
FONTE: site TST
Funciona como Pleno ou dividido em seções ou turmas.

O TST pode ter competência recursal, objetivando unificar as


jurisprudências dos TRT´s. E competência originária (iniciada diretamente nos
tribunais, prevista em regimento interno do TST), processar e julgar:

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 dissídios coletivos que excedam a competência dos TRTs.
 ações rescisórias contras suas próprias decisões;
 conflitos de competência entre TRTs;
 matéria de greve quando exceder a competência dos TRTs.

A Lei 13.467/2017 alterou os critérios para a criação e/ou alteração de


súmulas e outros enunciados de jurisprudência uniforme no âmbito do Tribunal
Superior do Trabalho.

Aumentou o quorum deliberativo do TST para 2/3 de seus membros,


estabelecendo restrições e procedimentos formais para a realização de tal tipo de
deliberação:

As mudanças efetivadas foram introduzidas no art. 702 da CLT, alínea


"f", §§ 3º e 4º.
Art. 702. Ao Tribunal Pleno compete:
I - em única instância:
( ... )
f) estabelecer ou alterar súmulas e outros enunciados de jurisprudência uniforme, pelo voto de pelo menos
dois terços de seus membros, caso a mesma matéria já tenha sido decidida de forma idêntica por
unanimidade em, no mínimo, dois terços das
turmas em pelo menos dez sessões diferentes em cada uma delas, podendo, ainda, por maioria de dois terços
de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de
sua publicação no Diário Oficial;
§ 3° As sessões de julgamento sobre estabelecimento ou alteração de súmulas e outros enunciados de
jurisprudência deverão ser públicas, divulgadas com, no mínimo, trinta dias de antecedência, e deverão
possibilitar a sustentação oral pelo Procurador Geral do Trabalho, pelo Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil, pelo Advogado-Geral da União e por confederações sindicais ou entidades de classe
de âmbito nacional.
§ 4° O estabelecimento ou a alteração de súmulas e outros enunciados de jurisprudência pelos Tribunais
Regionais do Trabalho deverão observar o disposto na alínea f do inciso I e no § 3° deste artigo, com rol
equivalente de legitimados para sustentação oral, observada a abrangência de sua circunscrição judiciária.

ORGÃO AUXILIARES: Secretarias, Oficiais de Justiça Avaliadores,


Distribuidor e Contadoria.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO – MPT


Artigo 127 da CF/88. Lei Complementar 75/1993

É instituição permanente, essencial à função jurisdicional. Tem o dever


de defender a ordem jurídica e os interesses sociais e individuais indisponíveis. Seus
membros são equiparados aos magistrados tendo vitaliciedade, inamovibilidade e
irredutibilidade de vencimentos. Art. 128, § 5º, I da CF/88.

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O Ministério Público do Trabalho é um dos ramos do MP da União e
tem como chefe o Procurador Geral do Trabalho, nomeado pelo Procurador Geral da
República entre os integrantes da Procuradoria com mais de 35 anos e 5 de carreira.
O Procurador Geral do Trabalho nomeia o Procurador Chefe da regional.

O MPT atua de forma judicial ou extrajudicial.

São inúmeras as atribuições do Ministério Público do Trabalho, e as


mesmas, não se encontram elencadas em um único dispositivo legal.

A Constituição Federal/88 da República estabelece em seus artigos 127 e


129 as funções institucionais do Ministério Público da União e por sua abrangência,
do Ministério Público do Trabalho. A Lei Complementar 75/93, nos artigos 83 e
84, dispõe sobre a competência do Ministério Público do Trabalho.

Dentre as principais ações judiciais, destacam-se: - Ação Civil Pública


para a defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados direitos sociais
constitucionalmente garantidos aos trabalhadores; - Ação anulatória de cláusulas de
contrato individual, acordo coletivo ou convenção coletiva; - Ação Rescisória e
Dissídio Coletivo em caso de greve em atividades essenciais ou que atentem contra o
interesse público.

A atuação extrajudicial do MPT ocorre em sua esfera administrativa e


esta prevista no art. 84 da Lei Complementa 75/93.

O inquérito civil público, instituído pela Lei 7.347/85 (Lei da Ação


Civil Pública), é instrumento de investigação exclusivo do Ministério Público (artigo
8º, § 1º), não obstante a legitimidade concorrente para ajuizamento de ação civil
pública.

Em sede de inquérito civil, não há acusação, não se aplicam penalidades


e não se decidem interesses. Tratar de mero procedimento administrativo, e não de
processo.

Se o membro do MPT, ao final do inquérito civil, concluir pela


materialidade e autoria da lesão denunciada, poderá propor ao Inquirido (geralmente
o empregador) a celebração de Termo de Ajustamento de Conduta- TAC, (§ 6° do
artigo 5° da Lei 7.345/85), visando à reparação do dano, à adequação da conduta às
exigências legais ou normativas e, ainda, à compensação ou à indenização pelos
danos que não possam ser recuperados.

O descumprimento das obrigações consignadas no Termo de


Compromisso de Ajustamento de Conduta importa o ajuizamento de ação de
execução de título executivo extrajudicial, tendo por objeto não somente a multa

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cominatória fixada no referido instrumento, mas também, e principalmente, as
próprias obrigações (de fazer, não fazer ou de pagar) ali constantes.

Se o inquirido não concordar com a celebração de Termo de


Compromisso de Ajustamento de Conduta, o membro do Ministério Público
promoverá o arquivamento do inquérito civil, para ajuizamento da ação civil pública.

- Em 1999 foram instituídas algumas metas para direcionar sua


atuação do MTP:

 Erradicar o trabalho infantil;


 Regularizar o trabalho do adolescente;
 Erradicar o trabalho forçado;
 Preservar a saúde e segurança do trabalhador;
 Combater todas as formas de discriminação no trabalho;
 Formalizar os contratos de trabalho.

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

JURISDIÇÃO é o Poder que o Juiz tem de dizer o direito nos casos concretos a ele
submetidos.
COMPETÊNCIA é a delimitação do poder jurisdicional, ou seja, o limite da
jurisdição.

A competência material e a em razão das pessoas são tidas como


absolutas e a competência em razão do lugar (territorial) é relativa e, por isso,
prorrogável.

Competência em razão das pessoas: A Justiça do trabalho tem


competência para resolver controvérsias entre as pessoas envolvidas diretamente nos
pólos passivo e ativo da ação trabalhista (além da relação entre empregados e
empregadores, temos o trabalhador avulso, o estagiário, o cooperado, autônomo,
etc....)

COMPETÊNCIA MATERIAL- Art. 114 da Constituição Federal

A Emenda Constitucional/45 modificou o art. 114 da CF/88 que passou a


ter as atribuições inerentes às relações de trabalho e outras controvérsias dela
resultantes. Assim, estendeu a competência da Justiça do Trabalho aos litígios
decorrentes da relação de trabalho, na mais profunda alteração do direito processual
do trabalho.

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COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO

A competência material ou em razão da matéria é tida como absoluta.


Diz respeito aos tipos de questões que podem ser apreciadas na Justiça do Trabalho.

O art. 114 da CF/88 que passou a ter as atribuições inerentes às relações


de trabalho e outras controvérsias dela resultantes. Assim, estendeu a competência da
Justiça do Trabalho aos litígios decorrentes da relação de trabalho, na mais profunda
alteração do direito processual do trabalho. Assim, além da relação entre empregados
e empregadores, temos o trabalhador avulso, o estagiário, o cooperado, autônomo, o
eventual, etc..., como possíveis partes em uma Ação Trabalhista.)

Vejamos todos os incisos do referido artigo de nossa Constituição:

I- A liminar concedida na ADIM nº 3.395-6 suspendeu toda interpretação


dada ao inciso I do 114 da CF.

A justiça trabalhista não pode analisar questões relativas aos servidores


públicos. Demandas vinculadas a questões funcionais, são regidas pelo direito
administrativo, são diversas dos contratos de trabalho regidos pela CLT.

II- AS AÇÕES QUE ENVOLVAM EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE-


A Justiça do trabalho é competente para processar e julgar Ações que envolvem o
exercício do direito de greve. Podendo declarar a abusividade ou não da greve,
bem como ação possessória ajuizadas em decorrência do exercício do direito de
greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. (Súmula Vinculante 23 do STF).
O inciso II é amplo e concede à Justiça do Trabalho, competência para examinar
questões que envolvam a manutenção ou reintegração de posse do
estabelecimento durante a greve. o Interdito Proibitório (art. 567 do CPC), caso
decorra da relação de trabalho.)

III- AÇÕES SOBRE REPRESENTAÇÃO SINDICAL E SINDICATOS. Tal


inciso dá competência a JT para processar e julgar questões envolvendo
representatividade (disputa da base territorial) entre Sindicatos, e ENTRE
SINDICATOS E TRABALHADORES E/OU EMPREGADORES. Pode
envolver eleições sindicais que geram ações judiciais entre os representados o
Sindicato, ação de impugnação de registro de chapa, anulações de assembléia
eleitoral, ações para a exclusão de candidatos ou eleitores sem capacidade
eleitoral. E ainda, ações de cobranças de contribuição sindical ou exclusão de
sócios, ou qualquer outra demanda entre o empregador e o Sindicato, e entre o
trabalhador e o Sindicato.

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IV- MANDADO DE SEGURANÇA. HABEAS CORPUS E HABEAS DATA
QUANDO O ATO QUESTIONADO ENVOLVER MATÉRIA SUJEITA À SUA
JURISDIÇÃO;

V- CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE ÓRGÃOS COM


JURISDIÇÃO TRABALHISTA, ressalvado o disposto no art. 102,
I,O;: tratando-se de conflitos entre órgãos com jurisdição trabalhista é
lógico que sejam solucionados no âmbito interno de sua justiça. Da decisão
proferida não cabe recurso.
O conflito será julgado pelo 1º tribunal, na escala hierárquica
ascendente, superior a ambos os juízos em conflito.

VI- INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAIS OU PATRIMONIAIS


DECORRENTE DA RELAÇÃO DE TRABALHO. A Justiça do
Trabalho é competente para processar e julgar as ações de danos morais e
materiais decorrentes da relação de trabalho e ou emprego. A ampliação das
atribuições se estende até à uma situação pré-contratual, caso a controvérsia
decorra de relação de trabalho ainda que na fase de tratativas. Os danos
podem ser decorrentes, inclusive, de acidente do trabalho, não importando
se a controvérsia deva ser redimida à luz do direito comum e não do direito
do trabalho.

VII- PENALIDADES ADMINISTRATIVA APLICADAS PELOS ÓRGÃOS


DE FISCALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO. A
competência para julgar multas (e autuações) era da Justiça Federal, que, pela
EC 45/2004, foi transferida para a justiça do Trabalho. O interessado pode
inclusive desistir da defesa administrativa e ingressar diretamente na Justiça
do Trabalho.

VIII- EXECUÇÃO DE OFÍCIO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS


PREVISTAS NO ART. 195, I, A E II DA C/F88 E SEUS
ACRÉSCIMOS LEGAIS, decorrentes de sentenças que proferir e acordos
que homologar a Justiça do Trabalho. LER A SÚMULA 368 DO TST. A
corregedoria Geral da Justiça do Trabalho editou vários provimentos, sendo
o último o 3/2005 que determinam a retenção IMPOSTO DE RENDA
retido na fonte e o recolhimento de contribuições devidas pelo trabalhador
ao INSS.

IX- OUTRAS CONTROVÉRSIAS DECORRENTES DA RELAÇÃO DE


TRABALHO, NA FORMA DA LEI.
Não apenas os empregados, mas também os trabalhadores ( ex: autônomo,
eventual, estagiário, etc..) . Contudo, ação envolvendo cobrança de honorários para
profissionais liberais devem ser propostas na Justiça Comum:

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Súmula 363 do STJ dispõe: “Compete a Justiça Estadual processar e julgar a
ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.”

§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é


facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as
disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente.

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do


interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio
coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
-As atividades essenciais estão definidas na LEI 7.783/89, algumas: tratamento
e abastecimento de água, energia elétrica, assistência médica e hospitalar, funerários,
controle de tráfego aéreo, transporte coletivos, distribuição e comercialização de
medicamentos e alimentos, etc..

COMPETÊNCIA TERRITORIAL (em razão do lugar) ex ratione loci


Art. 650 e 651 do CLT
Art. 650 :
A jurisdição de cada Junta de Conciliação e Julgamento abrange todo o
território da Comarca em que tem sede, só podendo ser estendida ou restringida por
lei federal. (Redação dada pela Lei nº 5.442, 1968)
Parágrafo único. As leis locais de Organização Judiciária não influirão sobre
a competência de Juntas de Conciliação e Julgamento já criadas até que lei federal
assim determine. (Parágrafo incluído pela Lei nº 5.442, 1968).

Cada vara do trabalho tem competência para examinar as questões


que lhe são submetidas dentro de determinado espaço geográfico, que pode ser
um município ou mais. O que é definido por Lei Federal que cria a VARA DO
TRABALHO.

Art. 651.
A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela
localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao
empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será
da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o
empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização
em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. (Redação dada
pela Lei nº 9.851, de 1999)

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§ 2º A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste
artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde
que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em
contrário.
§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do
lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação
no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.

Vamos à análise do art. 651 da CLT:

Caput: A regra geral esta contida no caput do art. 651 e indica como
foro competente o local da última prestação de serviços. Havendo vários locais
de trabalho. Exemplo: O empregado trabalhou inicialmente em Rio Verde,
depois em Jataí e, posteriormente, fica trabalhando em Goiânia, é essa última
(Goiânia) a localidade que a ação será proposta).

* Se o empregador vai ajuizar ação em face do empregado a


regra é a mesma, ou seja, tal ação (geralmente a Consignação em pagamento)
deverá ser proposta no último local da prestação de serviços.

Art. 651, § 1º Para empregado viajante (ex: representante comercial, vendedor,


etc..), foro competente é o local onde a empresa tiver agência ou filial e que a
esta o Reclamante esteja subordinado. Na falta, onde o empregado tenha
domicílio.
Assim, o empregado que presta serviço de vendas em mais de
um município, sem se fixar a uma localidade, deverá ajuizar Reclamação
trabalhista no local da agência ou filia a qual ele presta contas. Na falta (somente
se não houver agencia ou filial de subordinação) o empregado poderá optar
entre propor a ação na Vara do Trabalho de seu domicílio ou na da localidade
mais próxima.

Art. 651,§2º Empregado brasileiro laborando no estrangeiro a ação poderá


ser proposta na Vara do Trabalho Brasileira, na comarca onde a empresa tiver
agência ou filial. Desde que não haja convenção internacional dispondo ao
contrário.

Art. 651,§3º Empresas que promovam serviços fora do lugar da


contratação. Ex: Empresas especializadas em auditorias, reflorestamento,
atividades de circos, teatros, feiras exposições, eventos, etc... Neste caso, o
empregado pode, livremente, escolher propor a ação no local de celebração do
contrato, ou em qualquer lugar onde prestou serviços. Pois a prova lhe será mais
fácil, ou os gastos com a locomoção menores.

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Observações: A Competência territorial é relativa, ou seja, modificável, prorrogável.
Ou seja, não é possível o reconhecimento de ofício, ocorrendo preclusão se não
alegada em momento oportuno.

A reforma trabalhista (lei 13. 467/17), inseriu significativa mudança


alusiva a arguição da Incompetência Territorial na Justiça do Trabalho. Conforme o
art. 800 da CLT, o momento oportuno para a apresentação da exceção de
incompetência territorial é no prazo de cinco dias da notificação citatória.

FASE POSTULATÓRIA E CONCILIATÓRIA. DISSÍDIOS INDIVIDUAIS E


COLETIVOS

- DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA - CCP

Lei 9.958/2000 acrescentou os arts. 625-A a 625-H à CLT.

Qualquer demanda trabalhista poderá ser submetida antes à CCP.

A CCP pode ser instituída na empresa ou grupo, os membros deverão ser de


2 a 10 , paritários representantes indicados pelo empregador(50%) e eleitos pelos
empregados. Estabilidade. Suplentes em nº igual.

A CCP do Sindicato terá suas normas definidas em Convenção ou acordo


Coletivo.

A demanda na CCP será formulada por escrito ou tomada a termo. A audiência


de conciliação será marcada em 10 dias. A CCP deverá expedir um Termo e o acordo
deverá valer com título executivo extrajudicial.

(STF, em 2009, deu posicionamento no sentido de que a CCP é uma faculdade, uma
opção do empregado e não condição da ação).

É necessário a releitura de todos os artigos (625-A a 625-H da CLT)


referentes à Comissão de Conciliação Prévia.

PRESCRIÇÃO TRABALHISTA

Art. 7º, XXIX da CF/88 – É garantia constitucional: Ação quando


aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais até o limite de dois anos após a extinção
do contrato de trabalho.

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Assim, a prescrição é TOTAL, após completados dois anos da
cessação do contrato de trabalho e de cinco anos em sua vigência. Ou PARCIAL,
quando, dentro do prazo do prazo de dois anos, poderá ser postulado os últimos
cinco anos a contar da propositura da ação.

A prescrição é a perda da pretensão ao direito, em razão da


inércia de seu titular no decorrer de determinado período. Consuma-se a
prescrição com o decurso do prazo previsto em lei. Consumada a prescrição
ocorre a extinção do direito do autor. O art. 269, IV do CPC prevê a extinção do
processo com julgamento de mérito.

A prescrição é matéria de defesa e só poderá ser alegada pela


parte que a aproveita, que dela pode abrir mão. O Juiz não a declara de ofício,
salvo para beneficiar o absolutamente incapaz.

Art. 440 CLT . Não corre prescrição contra menores.


Súmula 362 do TST -Prescrição do direito de reclamar FGTS

A Lei n. 1 3.467, de 13 de julho de 2017 introduziu preceito novo (art.


11-A) no Título I da CLT, de maneira a inserir, expressamente, referência à
prescrição intercorrente no processo de execução trabalhista (fase processual de
execução).
“ Art. 1 1 -A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois anos.
§ 1- A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de
cumprir determinação judicial no curso da execução.
§ 2 - A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de ofício em
qualquer grau de jurisdição.

A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o


exequente deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução. Sendo
necessário que se trate de determinação relativa a ato inerente ao exequente, sem cuja
atuação o andamento do processo se torna inviável.

No que se refere à declaração da prescrição intercorrente, ressalta-se que


a declaração de ofício é aplicável apenas à prescrição intercorrente e ao processo de
execução, devendo observar o amplo contraditório com a parte prejudicada; no caso,
o exequente.
OJ-SDI1-392 PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. AJUIZAMENTO DE PROTESTO
JUDICIAL. MARCO INICIAL (republicada em razão de erro material) - Res.
209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016.
O protesto judicial é medida aplicável no processo do trabalho, por força do art. 769
da CLT e do art. 15 do CPC de 2015. O ajuizamento da ação, por si só, interrompe o
prazo prescricional, em razão da inaplicabilidade do § 2º do art. 240 do CPC de 2015
(§ 2º do art. 219 do CPC de 1973), incompatível com o disposto no art. 841 da CLT.

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Da ação Trabalhista:

Ação é o direito de provocar o exercício da tutela jurisdicional pelo


Estado, para solucionar determinado conflito.

Denominações. Dissídio Trabalhista, Reclamação Trabalhista..


Reclamante. Reclamado.

Lide: Conflito de interesses iniciado pela pretensão do autor que é resistida pelo réu.

Processo: Conjunto de atos coordenados por meio dos quais a ação é exercitada, se
efetivando a prestação jurisdicional.

Procedimento é o meio pelo qual o processo vai tramitar é a forma do andamento do


processo. Na Justiça do Trabalho os Ritos são: Ordinário, Sumaríssimo e Sumário.

Dissídio Individual é o processo judicial trabalhista no qual o Estado


concilia ou decide os litígios entre empregadores e empregado(s) singularmente
considerados. Recebe o nome de Dissídio individual plúrimo(ou ações plúrimas)
quando ocorre o litisconsórcio de dois ou mais empregados agindo em face de um ou
mais empregadores.

Ações Individuais – 1 autor no pólo ativo


Ações Plúrimas – vários autores no pólo ativo

Já nos Dissídios Coletivos não existem ações de natureza condenatória,


apenas constitutiva ou declaratória. Cria ou interpreta norma que vai posteriormente
ser objeto de ação de cumprimento na Vara do Trabalho.

*PETIÇÃO INICIAL – pode ser escrita ou verbal, tendo em vista que as partes são
detentoras do ius postulandi

“Art. 840 A reclamação poderá ser escrita ou verbal.


§ 1 º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a
breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e
com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.
§ 2º Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo
escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1° deste artigo.
§ 3° Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1° deste artigo serão julgados
extintos sem resolução do mérito."

Assim, são requisitos da petição inicial:

14
- pedidos certos e/ou determinados; com, ao menos, uma estimativa preliminar do
valor dos pedidos exordiais.
O importante é que, pelo menos, seja determinado ou determinável na petição
inicial, com a estimativa de seu valor, cujo somatório desses montantes corresponderá
ao valor da causa.
- "a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio", ou seja, os fundamentos de
fato relativos ao litígio e respectivos pedidos (ausência de necessidade dos
fundamentos de direito)
Ausentes os requisitos explicitados no § 1º do art. 840 da CLT, o juiz
deverá conferir ao autor prazo de 15 dias para a correção da petição inicial, como
prevê o Código de Processo Civil (utilizado subsidiariamente) e não, de imediato,
extinguir o processo sem resolução do mérito.

PROCEDIMENTOS: ORDINÁRIO – SUMÁRIO - SUMARÍSSIMO

O valor da causa é o que vai determinar o procedimento, salvo exceções


específicas, que serão mencionadas no decorrer da explanação abaixo.

A- Procedimento Ordinário: art. 837 a 852 da CLT.

Esse rito é usado quando não couber o rito sumário ou sumaríssimo e quando o
valor da causa ultrapassar 40 salários mínimos, seu rito permite um melhor
conhecimento do mérito e é usado para casos de maior complexidade;
– Poderá ser feita a citação por edital;
– Três testemunhas para cada parte( art.821 CLT);
– Entidades públicas podem ser demandadas

B- Rito sumário: se o valor da causa for de até 2 (dois) salários mínimos, o


processo deve seguir o rito sumário, que não possui recursos cabíveis quanto às
suas decisões, ou seja, são causa de única instância e quando um processo segue
esse rito, não há como recorrer de uma decisão proferida. A única exceção
permitida é quando há a violação de preceito constitucional, sendo assim,
poderá haver o Recurso Extraordinário, destinado ao STF. O rito sumário está
previsto no art. 2º, §§ 3º e 4º da Lei nº 5.584/70. AÇÃO DE ALÇADA –
exclusiva do 1º grau de jurisdição. AÇÃO DE ALÇADA. ( exclusivo do 1º grau
de jurisdição.)

C- Procedimento Sumaríssimo: Artigos 852-A a 852-I da CLT que foram


acrescentados pela Lei 9.957/2000.

Vejamos algumas características:

15
- Não pode ser aplicada a entidades autárquicas, administração direta e
fundações, atente que pode ser aplicada para empresas públicas e sociedades de
economia mista, veja o artigo 852-A parágrafo único da CLT:
- Pedido certo e determinado e não se fará citação por edital, sob pena, de
arquivamento.
- Extinção do processo sem resolução do mérito (art. 852-B, § 1º, CLT: "O não
atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo
importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de
custas sobre o valor da causa".
- Audiência UNA. Ata resumida. 2 Testemunhas, no máximo. Só será intimada
testemunha que comprovadamente convidada, deixa de comparecer.
- Sentença dispensa relatório.
CLT

Do Procedimento Sumaríssimo

Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data
do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.

Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a


Administração Pública direta, autárquica e fundacional.

Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:

I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente;

II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do
reclamado;

III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento,
podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de
Conciliação e Julgamento.

§ 1o O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no
arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa.

§ 2o As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do


processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de
comunicação.

Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a
direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o
titular.

Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas,
considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas,
impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência
comum ou técnica.

Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e
usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da
audiência.

16
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afirmações
fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova testemunhal.

Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no
prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na sentença.

Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não
requeridas previamente.

§ 1o Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a parte
contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz.

§ 2o As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e
julgamento independentemente de intimação.

§ 3o Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer.


Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva.

§ 4o Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica,
incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.

§ 5o (VETADO)

§ 6o As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias.

§ 7o Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo


de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa.

Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes
ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

§ 1o O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais
da lei e as exigências do bem comum.

§ 2o (VETADO)

§ 3o As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada."

DAS FORMAS DE RESPOSTA DO RÉU - CONTESTAÇÃO


TRABALHISTA

Artigos 847 e 848 da CLT.

A Defesa pode ser oral em 20 minutos, ou escrita. Podendo ser enviada pelo
sistema de processo judicial eletrônico.

Pode haver a resposta do réu em forma de:

1. DEFESA INDIRETA DO PROCESSO: (de natureza processual)

a) Exceções – de suspeição e incompetência – artigos 799 à 802 da CLT. Em


peça apartada. Com prazo diferenciado para a exceção de incompetência territorial
( art. 800 da CLT).
17
b) Preliminares – Impedem o exame do mérito da questão. - Artigo 337 do CPC.

2. DEFESA INDIRETA DE MÉRITO – ou as prejudiciais de mérito, em que o


processo é resolvido com julgamento do mérito, como se observa nas:

- PRESCRIÇÃO: é a perda da pretensão ao direito em razão da inércia de seu


titular. A prescrição trabalhista está prevista no inciso, XXIX, art. 7º da CFB/88.

- DECADÊNCIA: é a perda do próprio direito em razão de não ter sido exercitado


no prazo legal.

3. DEFESA DE MÉRITO – Contestar (rejeitar) todas as matérias debatidas e as


verbas pretendidas na inicial. É a contestação propriamente dita.

- É necessário articular a defesa de mérito de forma precisa e específica,


contestando todos os pedidos do Reclamante, a fim de se evitar Defesa por
negação geral ou omissão que implicaria na admissão dos pedidos da Inicial. (art.
302 do CPC).

- Observar o PRINCIPIO DA EVENTUALIDADE no qual toda a matéria de


defesa deve ser concentrada na Contestação. A articulação de Defesas indiretas
processual ou indiretas de mérito não impendem a resistência aos pedidos do
Reclamante.

- Portanto, deve haver a defesa de mérito, para a eventualidade de ser rejeitada a


defesa indireta, a fim de evitar que se tenha como admitido/aceito os pedidos da
Inicial.

- Como matéria de defesa, também pode ser alegada a COMPENSAÇÃO ou a


RETENÇÃO conforme art. 767 da CLT.

4- E a RECONVENÇÃO (art. 343 do CPC)

Como há omissão na CLT, é cabível no processo do trabalho conforme autoriza o


art. 769 da CLT, pois não existe incompatibilidade com a Justiça do Trabalho.

Entretanto deve haver: matéria atinente à relação de emprego, mesmas partes,


conexão com a ação principal, oferecida em conjunto com a Defesa.

EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL APRESENTADA POR


PETIÇÃO, ANTES DA AUDIÊNCIA- ART. 800 DA CLT
Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a contar da
notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção, seguir-se-á o
procedimento estabelecido neste artigo.

18
§ 1° Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a que se refere o
art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção.
§ 2º Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se existentes, os
litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias.
§ 3° Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência, garantindo o
direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta precatória, no juízo que este
houver indicado como competente.
§ 4" Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso, com a
designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o juízo
competente.

O reclamado/excipiente apresenta, no prazo 5 dias, a contar da citação


("notificação"), antes da audiência designada, em petição própria, a sua exceção de
incompetência territorial, ao fundamento das regras do art. 651 da própria CLT, que
tratam da competência territorial dos juízos das Varas do Trabalho.
Conclusos os autos, o reclamante/excepto e, se houver, igualmente os
litisconsortes, serão intimados para que se manifestem no prazo comum de cinco dias
(§ 2º do art. 800, CLT).

Havendo necessidade de produção de prova, o juiz designará audiência,


garantindo ao reclamado/excipiente a prerrogativa dele e suas testemunhas serem
ouvidas no juízo considerado territorialmente competente pela parte excipiente (§ 3º
do art. 800, CLT).

Decidida a exceção, o processo retomará o seu curso, com a designação da


audiência para a tentativa conciliatória, apresentação da defesa e a respectiva
instrução processual, tudo a ser feito perante o juízo considerado competente pela
decisão judicial prolatada.

Se essa decisão judicial for pela mantença da competência territorial original


ou se o juízo territorialmente competente estiver situado dentro dos limites do
respectivo TRT, não caberá recurso ordinário de imediato, porém apenas ao final do
transcurso do processo em 1 º grau, após a prolação da sentença, como simples tema
preliminar no recurso ordinário interposto. É que, na Justiça do Trabalho, as decisões
interlocutórias não ensejam recurso imediato, devendo todas as questões, inclusive as
nulidades eventualmente verificadas, ser brandidas no recurso próprio da sentença
prolatada, ou seja, no recurso ordinário. É o que dispõe o art. 893, § 1º, in fine, da
CLT (nesta linha, Súmula 214, TST).

Se a decisão determinar a remessa dos autos para juízo situado,


territorialmente, fora dos limites do TRT original (por exemplo, da 2ª Região, São
Paulo, para a 21ªRegião, Rio Grande do Norte), caberá recurso ordinário quanto à
respectiva decisão (Súmula n. 214, "c", do TST).

19
ATOS PROCESSUAIS, PARTES E REPRESENTAÇÃO.

FASE PROBATÓRIA

DA AUDIÊNCIA TRABALHISTA – ARTS. 843 A 852 DA CLT (com grifos


nossos).

DA AUDIÊNCIA DE JULGAMENTO

Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o


reclamado, independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de
Reclamatórias Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se
representar pelo Sindicato de sua categoria.

§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro


preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.

§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for
possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro
empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.

§ 3o O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da parte
reclamada.

Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da


reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto
à matéria de fato.

§ 1o Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando nova


audiência.

§ 2o Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas


calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça
gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo
legalmente justificável.

§ 3o O pagamento das custas a que se refere o § 2o é condição para a propositura de nova


demanda.

§ 4o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:

I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;

II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável
à prova do ato;

IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em


contradição com prova constante dos autos.
20
§ 5o Ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão aceitos a
contestação e os documentos eventualmente apresentados.

Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados das suas


testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas.

Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.

§ 1º - Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos litigantes,


consignando-se o prazo e demais condições para seu cumprimento.

§ 2º - Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser estabelecida a de ficar
a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer integralmente o pedido ou pagar uma
indenização convencionada, sem prejuízo do cumprimento do acordo.

Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a
leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.

Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial
eletrônico até a audiência

Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente,


ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes.

§ 1º - Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a


instrução com o seu representante.

§ 2º - Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver.

Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de
força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a
primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.

Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não
excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a
proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.

Parágrafo único - O Presidente da Junta, após propor a solução do dissídio, tomará os votos dos
vogais e, havendo divergência entre estes, poderá desempatar ou proferir decisão que melhor atenda
ao cumprimento da lei e ao justo equilíbrio entre os votos divergentes e ao interesse social.

Art. 851 - Os tramites de instrução e julgamento da reclamação serão resumidos em ata, de que
constará, na íntegra, a decisão.

§ 1º - Nos processos de exclusiva alçada das Juntas, será dispensável, a juízo do presidente, o
resumo dos depoimentos, devendo constar da ata a conclusão do Tribunal quanto à matéria de
fato.

§ 2º - A ata será, pelo presidente ou juiz, junta ao processo, devidamente assinada, no prazo
improrrogável de 48 (quarenta e oito) horas, contado da audiência de julgamento, e assinada pelos

21
Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na
própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º do art.
841.

SENTENÇA E HOMOLOGAÇÃO DE ACORDOS

- Da decisão e sua eficácia - art.831 a 836 da CLT

Sentença é o ato em que o Juiz diz o Direito em um caso concreto que


lhe é submetido. Resolve ou não o mérito da Ação. Decisão interlocutória resolve
questão incidente.

A sentença tem natureza jurídica de decisão que resolve o conflito,


aplicando a lei. É uma espécie de ato lógico, em que o autor apresenta a tese, o réu a
antítese e o juiz fará a síntese.

- Homologação de acordo extrajudicial

A reforma trabalhista trouxe a possibilidade do acordo extrajudicial.


Segundo os artigos 855-B e 855-E da CLT, as partes podem fazer o acordo fora do
juízo e apresentar a petição para homologação em uma vara do trabalho. Vejamos:

Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição
conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)

§ 1o As partes não poderão ser representadas por advogado comum. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)

§ 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.


(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6o do art.
477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8o art. 477 desta
Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o
acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)

Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo


prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)

Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito
em julgado da decisão que negar a homologação do acordo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017).

22
-Inquérito Judicial para apuração de Falta Grave: art. 853 ao 855 da CLT

O inquérito judicial para apuração de falta grave é uma ação ajuizada


pelo empregador, visando à rescisão do contrato de trabalho entre ele e seu
empregado estável, fazendo-se necessária em virtude da estabilidade gozada pelo
empregado impossibilitando-o de ser dispensado sem justa causa, ou seja, é
beneficiário de uma proteção contra eventual dispensa arbitrária de seu empregador.

Segundo Sérgio Pinto Martins, o Inquérito Judicial é uma “ação


apropriada para se rescindir o contrato de trabalho do empregado estável, que não
pode ser despedido diretamente, dada sua estabilidade”, devendo ser instaurado
perante a Justiça do Trabalho, sendo competentes as Varas Trabalhistas (1ª instância).

Para a instauração do inquérito para apurar a falta grave contra o


empregado estável, o empregador, segundo o artigo 853 da CLT, deverá apresentar
reclamação por escrito à Vara do Trabalho ou Juízo de Direito, onde não houver Vara
do Trabalho, dentro de trinta dias, contados da data da suspensão do empregado.

Art. 853 - Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado
garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo de
Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado.

O procedimento seguirá o rito ordinário, com a especificidade de


poderem, tanto empregado como empregador, arrolar 6 (seis) testemunhas (art. 821
da CLT).

Art. 821 - Cada uma das partes não poderá indicar mais de 3 (três) testemunhas, salvo quando se
tratar de inquérito, caso em que esse número poderá ser elevado a 6 (seis).

Segundo previsão do art. 818 da CLT: “ A prova das alegações incumbe à


parte que as fizer.”

Apurada a inexistência de falta grave, ou seja, julgada improcedente a ação de


inquérito, a dispensa não se efetivará, já que inexistirá justa causa. Se o empregado
não estiver suspenso, o mesmo continuará laborando normalmente. Caso o
empregador tenha suspendido o empregado, o mesmo deverá ser reintegrado, além de
ter direito aos salários (e demais parcelas trabalhistas) do período suspenso, bem
como a contagem deste período como tempo de serviço (suspensão que se transforma
em interrupção do contrato de trabalho).

23
TEORIA GERAL DOS RECURSOS

Os recursos trabalhistas permitem impugnar sentença ou acórdão proferidos na justiça do


trabalho. Seu objetivo é reexaminar a causa, reformando-a ou não.

É possível que o litigante, quando inconformado com determinada sentença, interponha o


recurso devido, sob a hipótese de acarretar em preclusão.

No Processo do Trabalho os recursos tem efeito devolutivo, não tendo o condão de impedir
nem suspender o início da execução provisória, a qual, nos termos do art. 899 da CLT, limita-se à
penhora.

-Pedido de Revisão

O pedido de revisão é medida recursal destinada a impugnar o valor da causa fixado pelo
Juiz nas reclamações trabalhistas.

Valor da causa é a expressão econômica dos pedidos formulados pelo reclamante na Ação.
A exigência de declará-lo na petição inicial se dá para a utilização como base de cálculo para as
custas processuais e para a indicação do procedimento a ser seguido (ordinário, sumaríssimo ou
sumário).

Como o parágrafo 1º do art. 840 da CLT exige que o reclamante indique o valor da causa, o
pedido de revisão é pouco utilizado, além de não ter previsão na CLT, devendo ser utilizado os
artigos 291 a 293 do CPC.

RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO

Os recursos trabalhistas são interpostos em face das sentenças e acórdãos, não cabendo
recurso contra despachos. São recursos trabalhistas:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Art. 897-A da CLT – Súmulas 278 e 297 do TST

É o recurso utilizado para suprir omissões do julgado que possam ocasionar efeito modificativo
da decisão. Também se presta a sanar contradições entre partes da sentença ou acórdão e a
decisão/dispositivo, entre outras previsão do dispositivo abaixo transcrito:

CLT: art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco
dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua
apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de
omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos
do recurso.
§ 1º Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das
partes.

24
§ 2º Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em
virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no prazo
de 5 (cinco) dias.
§ 3º Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos,
por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou
ausente a sua assinatura.

Requisito: existência de omissão e contradição na decisão.


Prazo : 5 dias.
Efeitos: Modificativo (quando a omissão sanada compromete a decisão anteriormente tomada);
§2º art. 897-A da CLT.
- Interrompem o prazo para a interposição de outros recursos;
- Súmulas 278 e 297 do TST.
Endereçamento: Para o mesmo órgão( Juiz ou Tribunal) prolator da decisão.

RECURSO ORDINÁRIO – art. 895 da CLT

No sentido jurídico, o Recurso Ordinário é o meio processual utilizado para provocar o


reexame de determinada decisão (definitiva ou terminativa), com a finalidade de reformá-la ou
modificá-la.

Na justiça do trabalho o Recurso Ordinário (que se assemelha à apelação cível) esta previsto
no art. 895 da CLT

Prazo para a interposição: 8 dias a contar da intimação da publicação da sentença ou


acórdão.

Efeito: Devolutivo

Pressupostos: A)-Pagamento de custas pela parte vencida. B)- De depósito recursal se a


Reclamada recorrer. O valor do depósito recursal é o valor da condenação e se presta a garantir a
execução. Tem um limite máximo estabelecido pelo TST e reajustado anualmente.
Tribunal Superior do Trabalho divulgou os novos valores referentes aos limites de depósito
recursal que entram em vigor em 1º/8/2022 .
De acordo com a nova tabela, o teto do depósito para a interposição de recurso ordinário é
de R$ 12.296,38. Nos casos de recurso de revista, o valor fica em R$ 24.592,76.

Procedimentos:
- Petição do recorrente endereçada ao juiz a quo requerendo o recebimento e processamento
do RO ( art. 899 CLT).
- Intimação do recorrido para apresentar contrarrazões – art. 900 da CLT
- O processo subirá ao Tribunal e será distribuído
- Parecer da Procuradoria do Trabalho
- Conclusos ao Relator
- Processo posto em mesa para julgamento
-Julgamento proferido através de decisão/voto dos juízes do tribunal, (substituirá a sentença)
- Acórdão – relatório, fundamentação e dispositivo. Ementa.

25
RECURSO DE REVISTA

I- Previsão legal: na CLT nos seguintes artigos: 893, III , 896, 896-A, 896-B e 896-C da CLT

II- O Recurso de revista tem a finalidade de impugnar acórdão proferido pelo TRT em grau de
Recurso Ordinário, é julgado exclusivamente pelo Tribunal Superior do Trabalho. É um apelo
técnico, estando sua admissibilidade subordinada ao atendimento de determinados pressupostos. É
existente apenas no âmbito do Direito do Trabalho. Ele tem como objetivo uniformizar a
interpretação das legislações de ordem estadual, federal e constitucional, no âmbito da competência
da Justiça do Trabalho, ou seja, uniformizar a Jurisprudências dos TRTs

No Recurso de Revista é indispensável que a parte demonstre divergência jurisprudencial entre


os tribunais regionais do trabalho, ou violação literal de dispositivo de lei federal ou da constituição
para o seu conhecimento, ou súmula vinculante do STF.

O objetivo do recurso de revista é unificar a jurisprudência dos tribunais regionais, observar a


lei federal e a CF/88.

III- Cabimento: alíneas a, b e c do art. 896 da CLT

O Juiz Presidente do TRT (juízo a quo) é o responsável pelo exame dos pressupostos de
admissibilidade do recurso. Entretanto, o tribunal superior (juízo ad quem) não está subordinado ao
juízo de admissibilidade do tribunal inferior.
O Recurso de Revista passa caber quando a decisão do TRT contrariar súmula vinculante do
STF. Prequestionamento: Súmula 297 do TST

IV- Prazo para a interposição: 8 dias a contar da publicação do acórdão.


Efeito: Devolutivo

V- Complementar o depósito recursal até o valor da condenação, ou fazer depósito recursal de,
no máximo, R$ 24.592,76, de agosto 2022 a julho/23.

Procedimento Sumaríssimo : § 6º do art. 896 da CLT


Procedimento:
- O Recurso é encaminhado ao presidente do TRT que poderá recebê-lo ou denegá-lo (exame
de admissibilidade) art. 896, parág. 1º da CLT);
- O Recorrido é intimado para apresentar contrarrazões (8 dias);
- No TST o recurso é autuado;
- Autos conclusos ao Ministro Presidente do TST que vai distribuir o RR a uma turma
julgadora, exceto casos de argüição de inconstitucionalidade que será julgado por seção;
- Parecer do Ministério Público do Trabalho;
- O Recurso é distribuído ao Relator e posteriormente posto em pauta para julgamento.

AGRAVO DE INSTRUMENTO (art. 897 da CLT, alínea b, § 2º, 4º, 5º e 7º)

Conceito: Agravo de instrumento é o recurso adequado para impugnar despachos que


denegaram seguimento a interposição de outro recurso. O conceito é encontrado na alínea b do art.
897 da CLT.

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Cabimento: A finalidade do agravo de instrumento no processo do trabalho é destrancar
recursos. Não cabem recursos de decisões interlocutórias (Súmula 214 do TST).

Prazo: 8 dias - Efeito: devolutivo

A Lei 12.275/29-06-2010 alterou dispositivos da CLT, tornando obrigatório, se o recorrente


for o condenado em parcela pecuniária, o pagamento prévio de depósito recursal. Referido depósito
é no valor de 50% do recurso que teve denegado seu prosseguimento.

AGRAVO DE PETIÇÃO

Segundo a CLT, é possível interpor agravo de petição em face das decisões do Juiz ou
Presidente, exclusivamente nas execuções trabalhistas. Ou seja, não cabe Agravo de Petição na fase
de conhecimento. O Agravo de Petição é o recurso para a fase de execução.

Dispõe no art. 897, caput, alínea “a”, e parágrafo 1º, CLT:

Art. 897- Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:


a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;
b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.
§ 1º – O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as
matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final,
nos próprios autos ou por carta de sentença.

Além das hipóteses acima, também cabe Agravo de Petição em face de decisão de
acolhimento ou rejeição do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este
ocorrer na fase de execução (inciso II do § 1º do art. 855-A da CLT), independentemente de
garantia do juízo.

RECURSO ADESIVO

A sucumbência pode ser recíproca, quando a sentença causa efeitos aos interesses opostos de
duas partes. Ambos são vencidos, têm legitimidade e interesse em recorrer. Contudo, se uma das
partes não recorreu e a outra sim, a parte que não havia recorrido, pode propor recurso adesivo, por
ocasião e no mesmo prazo das contrarrazões.

O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal, ou seja, não sendo este conhecido,
o adesivo também não será examinado. É exigido o pagamento das custas processuais e depósito
recursal, logo não sendo recolhido o preparo o recurso interposto não será conhecido, por se
encontrar deserto.

O recurso adesivo está previsto no art. 997 do CPC, mas também é compatível com o
processo do trabalho, onde cabe, no prazo de oito dias, nas hipóteses de interposição de recurso
ordinário, de revista, de agravo de petição e de embargos.

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LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO

Liquidação de sentença trabalhista é uma fase intermediária do processo


entre a fase de conhecimento e a de execução. Etapa do processo em que as partes envolvidas
apuram qual é o valor que a parte vencida deve pagar ao credor. A Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT) trata o tema a partir do artigo 879, que define

Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, previamente, a sua


liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.
§ 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir
matéria pertinente à causa principal.
§ 1o-A. A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições previdenciárias
devidas.
§ 1o-B. As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de
liquidação,
§ 2o Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito
dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância,
sob pena de preclusão.
§ 3o Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz p
rocederá à intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de preclusã
o.
§ 4o A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios estabelecidos
na legislação previdenciária.
§ 5o O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado, dispensar a mani
festação da União quando o valor total das verbas que integram o salário-de-
contribuição, na forma do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, ocasionar perda de escal
a decorrente da atuação do órgão jurídico.
§ 6o Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear perito para a
elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos honorários com
observância, entre outros, dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade.
§ 7o A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa
Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei no 8.177, de 1o de março
de 1991.

- Dá-se início a execução da sentença no momento em que não é possível mais interpor
recursos sobre a sentença.

A execução trabalhista tem início quando há condenação e o devedor não cumpre


espontaneamente a decisão judicial ou quando há acordo não cumprido. A primeira parte da
execução é a liquidação, em que é calculado, em moeda corrente, o valor do que foi objeto de
condenação.

A execução trabalhista é a fase do processo em que se impõe o cumprimento do que foi


determinado pela Justiça, o que inclui a cobrança forçada feita a devedores para garantir o
pagamento de direitos. A fase de execução só começa se houver condenação ou acordo não
cumprido na fase de conhecimento, em que se discutiu ou não a existência de direitos.

art. 876 - As decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido recurso com efeito
suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de ajuste de conduta firmados perante
o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de
Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida neste Capítulo.
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Com a Reforma Trabalhista ocorreu alteração no artigo 878 da CLT, que limitou a
execução de ofício pelo juiz ou presidente do tribunal, que somente será possível nas situações em
que as partes não possuam procurador.

Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo juiz
ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas
por advogado.

A execução trabalhista tem previsão nos artigos 876 a 892 da CLT. È a fase
processual na qual é realizada cobrança forçada de créditos não satisfeitos espontaneamente pelo
devedor.

Os artigos da CLT não suprem completamente a matéria e, existindo lacuna, recorre-


se ao Código de Processo Civil conforme determina o art. 769 da CLT.

- Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica

No processo de execução vigora, o princípio da responsabilidade patrimonial,


segundo o qual o débito será quitado com o patrimônio do devedor.

A Desconsideração da personalidade jurídica é um incidente (uma medida)


processual, em que o juiz determina a inclusão dos sócios da pessoa jurídica no polo passivo da
demanda, para que estes respondam com seu patrimônio particular em caso de obstáculo ao
recebimento do crédito.

CLT- (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da personalidade


jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo
Civil.
§ 1o Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:
I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1o do art. 893 desta
Consolidação;
II - na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo;
III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no tribunal.
§ 2o A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de
urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil)

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