MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA

PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E ECONÔMICAS
DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA: NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO E SOCIAL – CTB 339

JUSTIÇA DO TRABALHO

Profa: Verçulina Firmino

Boa vista-RR, 2023.2
 JUSTIÇA DO TRABALHO

ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

Obs.: Até a EC nº 24/1999 o primeiro grau de jurisdição trabalhista era

exercido por uma junta de Conciliação e Julgamento (JCJ), formada
pelo juiz do Trabalho e por dois classistas, (representantes dos
empregados e empregadores).

A referida EC extinguiu as Juntas de Conciliação e Julgamento com o

escopo de retirar a representação classista da Justiça do Trabalho,
criando em seu lugar, os Juízes do Trabalho, titulares à título
monocrático das Varas do Trabalho.
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ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

• A justiça do trabalho tem organização nacional, todavia não é federal,

mas justiça especializada, com 3 graus de jurisdição, conforme art.
111 da CF/88 a saber:

1) Tribunal Superior do Trabalho;

2) Tribunais Regionais do Trabalho;
3) Juízes do Trabalho.

Obs.: a CF/88 denomina como órgão da justiça do trabalho os juízes do

trabalho e não as varas do trabalho.
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ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

a) Juízes do trabalho: São órgãos presididos por juiz

monocrático de 1ª Instância.

- Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.

● Se não houver vara (juízes do trabalho) na localidade: a

competência será atribuída ao juiz de direito estadual ou federal (juiz
de direito investido na jurisdição trabalhista)(art. 112, CF/88).

Obs.: o recurso das decisões dos juízes monocráticos de 1ª Instância na área

trabalhista são para o TRT.

Obs.: se criada a vara (juiz do trabalho), todos os processos serão enviados

a essa imediatamente, mesmo em fase de execução (Súmula 10, STJ).

Obs.: isso ocorre porque não se aplica o Princípio da identidade física do juiz
ao processo laboral (Súmula 136, TST).
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ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

b) Tribunal Regional do Trabalho (TRT): esse existirá em

cada região, sendo formado por sete juízes.

- Tem competência recursal das decisões das varas e

competência originária para dissídios coletivos, mandado de
segurança e ação rescisória.
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ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

b) Tribunal Regional do Trabalho (TRT): esse existirá em cada

região, sendo formado por sete juízes.

- Os TRT’s são formados de:

- no mínimo, 7 juízes;
- recrutados, quando possível, na respectiva região;
- nomeados pelo Presidente da República dentre os brasileiros
com mais de 30 e menos de 70 anos; (EC nº 122/2022)
- 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva
atividade profissional e membros do Ministério Público do
Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício;
- os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por
antiguidade e merecimento, alternadamente.
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ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

b) Tribunal Regional do Trabalho (TRT): esse existirá em

cada região, sendo formado por sete juízes.

● Obs: o termo dado pela CF/88 não é desembargadores.

Todavia alguns regimentos internos estabelecem o termo
desembargadores.
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ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

c) Tribunal Superior do Trabalho (TST): (art. 111,

CF/88) Composto de 27 ministros, sendo dividido em três
órgãos:

1- Pleno: é órgão administrativo, não julga lide.

2-Turmas: tem função de julgar os processos

provenientes dos TRT’s (3 ministros).

Obs.: Das decisões das Turmas caberá recurso à SDC ou

SDI (órgão do próprio TST).

3- Sessão de dissídios individuais ou coletivos (SDI e

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ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

c) Tribunal Superior do Trabalho (TST): (art. 111,

CF/88)

- Principais características

- composto por 27 Ministros;

- os Ministros, para serem nomeados, devem ter mais de

35 anos e menos de 70 anos; (EC nº 122/2022)

- de notável saber jurídico e reputação ilibada;

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ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

c) Tribunal Superior do Trabalho (TST): (art. 111,

CF/88)

• a nomeação é:

- feita pelo Presidente da República;

- há necessidade de aprovação pela maioria absoluta do Senado

Federal.

- 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade

profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais
de 10 anos de efetivo exercício;

- os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho,

oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal
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ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

c) Tribunal Superior do Trabalho (TST): (art. 111,

CF/88)

Compete ao TST:

- Processar e julgar, originariamente, a reclamação para a

preservação de sua competência e garantia de suas decisões.
(§ 3º, art. 111, CF/88)
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ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO:

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COMPETÊNCIA

Competência – é técnica de divisão de poderes feita pela

lei, por meio da qual definimos a incumbência de
julgamento de cada juiz.
- é o limite da jurisdição.

A jurisdição é una, sendo dividida em áreas de atuação.

Essa divisão é a competência.

A competência da justiça do trabalho está prevista no art.

114 da CF/88.
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COMPETÊNCIA

Competência Material - é a competência em razão da matéria,

ou seja, define quais relações jurídicas são julgadas pela
justiça do trabalho (previsão no art. 114, CF/88).

Após a EC 45/2004 a competência da justiça do trabalho

passou a ser para toda relação de trabalho.

Essa redação ampliou a competência trabalhista que antes era

só para relação de emprego.
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COMPETÊNCIA

Competência Material:

Obs.: As questões controvertidas como relação de

consumo, honorários advocatícios entre outras, são vistas
como incompetentes para justiça do trabalho.

Obs.: A justiça do trabalho não tem competência para

julgar ações penais, mesmos nos crimes contra o
trabalho. (ADI nº 3.684-0/2007)
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COMPETÊNCIA

Consta no inc. I do art. 114 da CF/88:

“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I -

as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes
de direito público externo e da administração pública direta e
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;”

Para o STF (ADI 3395-6):

a) Servidor público (estatutário): se for servidor estadual ou

municipal: justiça comum estadual; se for servidor federal:
justiça comum federal.

b) Empregado público (celetista): justiça do trabalho.