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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE DIREITO

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO -

PRIMEIRO QUESTIONÁRIO

Trabalho apresentado ao Prof. Flávio Bellini de


Oliveira Salles por Rosana Magna Vieira
Santos, discente do 9º período do curso de
Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora,
sob o número de matrícula 201604130, como
parte dos requisitos necessários à aprovação na
disciplina Direito Processual do Trabalho.

Juiz de Fora
28 de agosto de 2023
Organização da Justiça do Trabalho

1. Quais são os órgãos da Justiça do Trabalho?

Nos termos do artigo 111, da Constituição Federal, compõem a Justiça do Trabalho os


órgãos: Tribunal Superior do Trabalho; os Tribunais Regionais do Trabalho e os Juízes do
Trabalho.

2. Como se dão a composição, o funcionamento e a competência do Tribunal Superior


do Trabalho – TST?

Compõem o Tribunal Superior do Trabalho vinte e sete Ministros, devendo estes contarem
com mais de 35 anos e menos 65 anos, e indicados, após aprovação do Senado Federal por
maioria absoluta, pelo então Presidente da República, preenchendo os seguintes requisitos
para distribuição das vagas: i) um quinto dentre advogados com mais de dez anos de
atividade profissional efetiva, e membros do Ministério Público do Trabalho também com mais
de dez anos de exercício efetivo, nos termos do artigo 94, da CF; ii) o restante das cadeiras
será distribuída à juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, indicados pelo Tribunal Superior
e provenientes da magistratura de carreira.
Quanto ao seu funcionamento, o TST pode funcionar em sua composição total ou em
Turmas, elegendo-se o presidente, o vice-presidente e o corregedor entre os juízes togados,
além dos presidentes das turmas, conforme precedido pelo regimento interno.
Em relação ao seu funcionamento, o Tribunal age por meio de órgãos, quais sejam: Tribunal
Pleno; Órgão Especial; Seção Especializada em Dissídios Coletivos; Seção Especializada
em Dissídios Individuais e 8 Turmas, tendo, ainda, três Comissões Permanentes.
Quanto a competência, incumbe às turmas: julgar recursos interpostos para revistas de
decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho, nos casos previstos no ordenamento jurídico;
julgar os agravos de instrumento dos despachos, em última instância, do presidente de
Tribunal Regional, que negarem seguimento a recurso de revista, demonstrando em que efeito
a revista deve ser processada, caso haja provimento; julgar os agravos regimentais, em última
instância; julgar embargos de declaração interpostos em face a seus acórdãos.

3. Como se dão a composição e o funcionamento dos Tribunais Regionais do Trabalho


– TRT’s?
Nos termos do artigo 115 da CF, os Tribunais Regionais trabalhistas devem ser compostos
por, no mínimo, sete juízes, recrutados de preferência, em sua respectiva região, sendo
nomeados pelo Presidente da República e devendo ter mais 30 anos e menos de 65 anos,
sendo, também, um quinto de advogados com mais de 10 anos de exercício efetivo, e nos
termos do artigo 94 da CF; e os restantes por meio de promoção de juízes do trabalho
seguindo o critério da antiguidade e merecimento.

4. Como se dá a composição das Varas do Trabalho?

As Varas do Trabalho são compostas por um Juiz do Trabalho titular e um Juiz do


Trabalho substituto, e constituem a primeira instância de jurisdição trabalhista.

5. A jurisdição trabalhista pode ser atribuída a juízes de direito?


Fundamente.

Sim, nos termos dos artigos 668 e 668 da CLT e 112 da CF nas comarcas em que não existam
jurisdição das Varas de Trabalho, a jurisdição trabalhista poderá ser atribuída a juízes do
direito comum.

6. Quais são as atribuições das Corregedorias do Trabalho?

São atribuições das Corregedorias do Trabalho a fiscalização, disciplina e administração


dos Tribunais Regionais do Trabalho e de seus servidores.

7. Quais são os serviços auxiliares da Justiça do Trabalho?

São auxiliares da Justiça do Trabalho o cartório dos juízes de direito; as secretarias das
Juntas de Conciliação e Julgamento; as secretarias dos Tribunais Regionais e os oficiais de
diligência; e, onde houver mais de uma Junta de Conciliação e Julgamento, seus
distribuidores.

Acesso à Justiça e Jurisdição Trabalhista

8. No que consiste a chamada jurisdição trabalhista individual?

Trata-se de um subsistema processual de acesso dos trabalhadores e empregadores,


disciplinada nos arts. 769 e 837 a 855 da CLT, à jurisdição trabalhista mediante
dissídios individuais, com o objetivo de promover tutelas repressivas ou preventivas de
direitos individuais.
9. No que consiste a chamada jurisdição trabalhista normativa?

Trata-se de um subsistema processual que permite que a Justiça do Trabalho, na solução


de dissídios coletivos, procure sentenças que criem direitos novos para as partes
postulantes.

10. No que consiste a chamada jurisdição trabalhista metaindividual?

Trata-se de um subsistema processual de acesso à Justiça do Trabalho para a tutela de


direitos metaindividuais, e tem como objetivo a solução de conflitos e interesses individuais
homogêneos, coletivos stricto sensu e difusos.

11. É possível a homologação de acordo extrajudicial pela Justiça do


Trabalho? Fundamente.

Sim, com a reforma trabalhista (Lei 13.467/17), foi inserida na CLT a possibilidade de
homologação de acordo extrajudicial, tendo efeito de coisa julgada, não podendo, portanto,
as partes rediscutirem a questão.
Nada obstante, cabe destacar que, estando acordado entre as partes, não resta obrigado
ao juiz homologar o ajuste, haja vista que este deverá analisar a boa-fé e consentimento.

12. O procedimento de homologação de acordo extrajudicial pela Justiça do


Trabalho permite o jus postulandi? Fundamente.

Não é possível, haja vista que é necessário à parte estar devidamente representada
por advogado, nos termos do art. 855-B da CLT.

Ministério Público do Trabalho

13. Quais são as fontes normativas do Ministério Público do Trabalho – MPT no


processo do trabalho?
São fontes normativas da atuação do Ministério Público do Trabalho no processo do Trabalho
as constantes da Constituição Federal e na Lei Complementar nº 75/1993, no capítulo II,
título II.

14. Quais são os órgãos do MPT?


São os órgãos do MPT, nos termos do art. 85 da Lei Complementar nº 75/1993: o
Procurador-Geral do Trabalho; o Colégio de Procuradores do Trabalho; o Conselho Superior
do Ministério Público do Trabalho; a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público
do Trabalho; a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho; os Subprocuradores-Gerais do
Trabalho; os Procuradores Regionais do Trabalho; os Procuradores do Trabalho.

15. Como se dá a atuação judicial do MPT?

Ocorre a atuação do MPT conjuntamente com a Justiça do Trabalho quando há interesse


público na causa, podendo aquele figurar como parte ou custus legis, estando sua
competência prevista no art. 83 da Lei Complementar n° 75/1993.

16. Como se dá a atuação extrajudicial do MPT?

Na observância dos princípios da celeridade, efetividade e autocomposição, o MPT agirá,


em âmbito extrajudicial mediante: Inquérito Civil; Termo de Ajustamento de Conduta;
Audiências Públicas; Procedimento Administrativo Preliminar; e Procedimento Investigatório
Criminal.

17. Quais são as principais áreas de atuação institucional do MPT em defesa da


ordem jurídico-trabalhista?

São as principais áreas de atuação institucional do MPT na ordem jurídico-trabalhista: meio


ambiente do trabalho; combate e erradicação do trabalho escravo; fraudes no âmbito
trabalhista; trabalho na administração pública; trabalho portuário e aquaviário; igualdade de
oportunidades e discriminação nas relações de trabalho; exploração do trabalho da criança
e do adolescente; e liberdade e organização sindical.

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