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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

Organização e Competência da Justiça do


Trabalho

Encontro 3
Organização da Justiça do Trabalho
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Introdução

• Nã o há consenso sobre quando surgiram os primeiros ó rgã os da Justiça


do Trabalho, mas os primeiros ó rgã os destinados à soluçã o de conflitos
trabalhistas foram, eminentemente, de conciliaçã o;

• Francesco Carnelutti afirmava que a institucionalizaçã o da conciliaçã o


precedeu a jurisdiçã o nos conflitos coletivos;

• Segundo Amauri Mascaro do Nascimento, os primeiros ó rgã os da


Justiça do Trabalho foram os Conselhos de Homens Prudentes (França)
e os probiviri (Itá lia), estes ú ltimos eram tripartites;

• A Jurisdiçã o constitui expressã o de soberania de um Estado, e nessa


condiçã o, ela é substancialmente una;
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Introdução

• Necessidade de especializaçã o e familiaridade no trato de questõ es


trabalhistas (créditos alimentares e legislaçã o especial) = importâ ncia
da conciliaçã o, celeridade e eficiência = o Estado brasileiro optou por
possuir cortes e magistrados especializados no Direito do Trabalho;

• O Direito do Trabalho constitui nã o apenas um produto da sociedade


capitalista moderna, mas também, um instrumento relevante para a
sua preservaçã o, já que de alguma forma, tenta humanizá -lo,
minimizando riscos de rupturas institucionais abruptas e violentas;

• Durante o Império e os primeiros anos da Repú blica: o trabalho


subordinado era “contrato de locaçã o de serviços” = competência da
Justiça Comum;
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

• Decreto nº. 1.637 de 05.01.1907 - Conselhos Permanentes de Conciliaçã o e


Arbitragem no â mbito do sindicatos;

• Lei Estadual de SP nº. 1.869 de 10.10.1922 instituiu os “Tribunais Rurais”.


Primeira referência brasileira de um ó rgã o judicial especializado na resoluçã o
de conflitos trabalhistas;

• Revoluçã o de 30 – Getú lio Vargas – Ministé rio do Trabalho, Indú stria e Comércio
(Decreto nº. 19.433/1930);

• Em 1932, instalou-se neste Ministério, as Comissões Mistas de Conciliação


(Decreto nº. 21.396 de 12.05.1932) restritas aos dissídios coletivos;

• Pelo Decreto nº. 22.132 de 25.11.1932, institui-se neste Ministério, as Juntas de


Conciliação e Julgamento, onde somente os empregados sindicalizados poderiam
demandar – restritas aos dissídios individuais;
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Introdução

• As Constituiçõ es Varguistas de 1934 e 1937 instituíram a Justiça do Trabalho,


porém, sem regulamentaçã o legal e sem o reconhecimento de sua natureza
judicante – ainda vinculada ao Ministério do Trabalho;

• O Decreto-Lei nº. 1.237 de 02.05.1939 dispõ e sobre a organizaçã o da Justiça


do Trabalho, composta dos seguintes ó rgã os: Juntas de Conciliaçã o e
Julgamento (JCJs), Conselhos Regionais do Trabalho (CRTs) e Conselho
Nacional do Trabalho (CNT);

• Em 1941, Getú lio Vargas ainda mantinha a “Justiça do Trabalho” como braço
administrativo do Ministério do Trabalho, ou seja, do Governo;

• Em 1943, em decisã o histó rica, o STF reconheceu o cará ter jurisdicional das
cortes trabalhistas, ao admitir Recurso Extraordiná rio contra decisã o do CNT
(STF, 2ª Turma, RE 6.310, DJU 30.09.1943);
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Introdução

• Enfim, através da Constituiçã o da Repú blica de 1946, art. 94, art. 123 e do
Decreto-Lei nº. 9.797 de 09.09.1946, a Justiça do Trabalho deixa de
funcionar dentro da esfera administrativa do Ministério do Trabalho e
passa a integrar o Poder Judiciá rio;

• A EC n. 24 de 09.12.1999 extingue a representaçã o classista nas JCJ e passa


a exigir apenas juízes com formaçã o jurídica, inclusive nos TRT (ex-CRT) e
TST (ex-CNT);

• A EC nº. 45 de 08.12.2004 aumenta consideravelmente as atribuiçõ es da


Justiça do Trabalho, passando a fixar a competência em razã o da natureza
jurídica da relaçã o material, e nã o somente, “relaçã o entre empregados e
empregadores” como constava na redaçã o original do constituinte de 1988.
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

• Tradicionalmente, a Justiça do Trabalho foi criada e, ainda continua, com


forte atuaçã o na conciliaçã o, individual ou coletiva;

• Desde sua criaçã o, a Justiça do Trabalho contou com a representaçã o


paritá ria em todo os seus ó rgã os: com a presença de juízes classistas leigos,
também denominados de “vogais” recrutados nos Sindicatos, ao lado de um
juiz de formaçã o jurídica. Nos conselhos da época (tribunais hoje), os
classistas compunham as turmas, sendo em igualdade os representantes
dos empregados e dos empregadores;

• Todo o processo do trabalho na CLT, na fase de conhecimento, foi idealizado


para o funcionamento dos ó rgã os da JT com a presença de Juízes Classistas;

• Esta é a razã o pela qual, ainda hoje, há vá rios artigos da CLT com a previsã o
de “Junta de Conciliaçã o e Julgamento” ou “vogais”, por exemplo: Art. 647,
660, 661, etc.
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

CR/88 - Art. 111. Sã o ó rgã os da Justiça do Trabalho:


I - o Tribunal Superior do Trabalho;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
III - Juízes do Trabalho.

A Justiça do Trabalho:

• Integra o Poder Judiciá rio da Uniã o;


• Possui estrutura federalizada;
• Alguns TRTs, por regimento interno, outorgaram o título de
“Desembargadores” aos seus juízes, contudo, o projeto de lei que altera
“juiz de segundo grau” para “desembargador” ainda está tramitando no
CNJ.
DAS GARANTIAS DA MAGISTRATURA DO TRABALHO

CR/88 - Art. 111. Os juízes gozam das seguintes garantias:


I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida apó s dois anos
de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberaçã o
do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pú blico, na forma do
art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 
DAS GARANTIAS DA MAGISTRATURA DO TRABALHO

Vitaliciedade: apó s dois anos de efetivo exercício, o juiz adquire a


vitaliciedade, somente podendo perder o cargo mediante sentença judicial
transitada em julgado;

Irredutibilidade de vencimento: o subsídio é irredutível, ou seja, o


“poder de compra” nã o poderá ser diminuído. Somente podem ser
majorados por lei. Desconto de IR e contribuiçã o previdenciá ria;

Inamovibilidade: o juiz nã o pode ser removido da comarca em que é


titular, salvo requerimento ou por motivo de interesse pú blico, mediante
voto da maioria absoluta ou do CNJ, assegurada ampla defesa.
DAS VEDAÇÕES À MAGISTRATURA DO TRABALHO

CR/88 - Art. 111. Parágrafo único. Aos juízes é vedado:


I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou funçã o, salvo uma
de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participaçã o em
processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidá ria.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuiçõ es de
pessoas físicas, entidades pú blicas ou privadas, ressalvadas as exceçõ es
previstas em lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneraçã o. 
DO ACESSO À MAGISTRATURA DO TRABALHO

• Em primeiro grau: ingresso como juiz substituto através de concurso


pú blico de provas e títulos, com a participaçã o da OAB em todas as
fases (art. 93, I, CR/88);

• Bacharel em Direito, com no mínimo 03 (três) anos de atividade


jurídica;

• Obedecem-se nas nomeaçõ es, a ordem de classificaçã o;

• “Atividade jurídica” – é norma de eficá cia contida – nã o depende de


lei complementar. Logo, pode ser regulamentado pelos editais dos
concursos dos Tribunais ou pelo pró prio CNJ;
DO QUINTO CONSTITUCIONAL

• No TRT e TST: quinto constitucional – um quinto das vagas destes


tribunais será ocupada por advogados e membros do MPT, ambos com
mais de dez anos de exercício profissional, de notó rio saber jurídico e
reputaçã o ilibada, que nã o prestam concurso, sendo nomeados pelo
Presidente da Repú blica em listas sêxtuplas e elaboradas pelos pró prios
tribunais. Recebidas as indicaçõ es, o tribunal formará lista tríplice,
enviando-a ao Poder Executivo que, nos vinte dias subsequentes,
escolherá um de seus integrantes para nomeaçã o (art. 94, CR/88);

• Os juízes do quinto constitucional ingressam diretamente nos tribunais,


tendo o mesmo status, competência e prerrogativas dos juízes de
carreira, sendo vitalícios a partir da posse. Contudo, nã o progridem na
carreira;
DO JUIZ DO TRABALHO E DAS VARAS DO TRABALHO

• VT: ó rgã os de primeiro grau, em que atual juiz titular e substituto;

• Atençã o! Art. 112, CF: A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo,
nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de
direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. Das
decisõ es proferidas pelo Juiz de Direito em causas trabalhistas, cabe
recurso ordiná rio para o TRT do Estado;

• Ingresso como “Juiz Substituto”, que auxilia ou substitui o Titular e,


nesta condiçã o, terá as mesmas prerrogativas e deveres. É designado
pelo Presidente do TRT para determinada VT. Depois de 02 anos de
exercício, torna-se vitalício. Alternativamente, por antiguidade ou
merecimento, será promovido a Titular e, posteriormente, pelo mesmo
critério, ao TRT. Além disso, pode chegar ao posto de Ministro do TST,
desde que preencha os requisitos constitucionais.
DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO

• Ó rgã os de segundo grau de jurisdiçã o. Previstos no artigo 115 da CF;

• Compõ em-se de no mínimo 07 desembargadores federais do trabalho,


recrutados quando possível na respectiva regiã o;

• Nomeados pelo Presidente da Repú blica entre brasileiros com mais de


30 e menos de 65 anos – quinto constitucional e juízes de carreira;

• Os TRTs podem instalar itinerâ ncia, realizando audiências e demais


funçõ es nos limites territoriais de sua jurisdiçã o;

• Os TRTs podem funcionar descentralizadamente, constituindo Câ maras


regionais, a fim de assegurar o pleno acesso em todas as fases do
processo;
DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO

• Compete ao TRT julgar:


a. os recursos ordiná rios interpostos em face das decisõ es das VT;
b. as açõ es rescisó rias;
c. os dissídios coletivos;
d. a greve;
e. os mandados de segurança impetrados em face de Juízes de VT;
f. Outras açõ es previstas na lei ou no seu Regimento Interno.

• 24 TRTs. Um em cada Estado. Exceçõ es:


a. SP possui TRT 2ª Regiã o que abrange a capital, regiã o metropolitana e
baixada santista, e o TRT 15ª Regiã o que abrange Campinas e das
cidades do interior de SP;
b. TRT 8ª Regiã o que abrange o Pará e Amapá .
DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

• Ó rgã o de terceiro grau de jurisdiçã o. Cú pula da Justiça do Trabalho;

• Jurisdiçã o em todo o territó rio nacional;

• Composto por 27 ministros, com mais de 35 anos e menos de 65,


nomeados pelo Presidente da Repú blica apó s aprovaçã o pela maioria
absoluta do Senado Federal – quinto constitucional e juízes de carreira
dos TRTs;

• Funçõ es constitucionais:
a. Uniformizar a interpretaçã o da legislaçã o trabalhista no â mbito da
competência da Justiça do Trabalho;
b. Ordenar questõ es de ordem administrativa da Justiça do Trabalho;
DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

• O Regimento Interno do TST organiza a disposiçã o da corte:

 Ó rgã o Especial, composto por 14 ministros, 07 mais antigos e 07 eleitos;


 Seçã o Especializada em Dissídios Coletivos - SDC;
 Seçã o Especializada em Dissídios Individuais, subdividida em SBDI-I e SBDI-
II, cada uma com competência sobre maté rias diferentes;
 8 Turmas cada uma compostas por 03 Ministros – sã o as menores unidades
judicantes do Tribunal, mas com maior competência de julgamento;
 Comissõ es Permanentes: de Regimento Interno; de Jurisprudê ncia e de
Precedentes Normativos; e de Documentaçã o;
 Presidente: representa o Tribunal e coordena sua administraçã o;
 Vice-Presidente substitui o Presidente em seus impedimentos;
 Corregedor-Geral: correiçã o dos Tribunais Regionais do Trabalho;
 Secretaria: chefiada pelo Diretor-Geral, servidor nomeado para o exercício de
um cargo em comissã o pelo Presidente.
DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

Lei 7.701/88 - Dispõe sobre a especialização de Turmas dos Tribunais do


Trabalho em processos coletivos e dá outras providências.
Art. 2º. Compete à seçã o especializada em dissídios coletivos, ou seçã o
normativa:
I – Originariamente:
a) conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a jurisdiçã o dos Tribunais
Regionais do Trabalho e estender ou rever suas pró prias sentenças normativas,
nos casos previstos em lei;
b) homologar as conciliaçõ es celebradas nos dissídios coletivos de que trata a
alínea anterior;
c) julgar as açõ es rescisó rias propostas contra suas sentenças normativas;
d) julgar os mandados de segurança contra os atos praticados pelo Presidente do
Tribunal ou por qualquer dos Ministros integrantes da seçã o especializada em
processo de dissídio coletivo; e
e) julgar os conflitos de competência entre Tribunais Regionais do Trabalho em
processos de dissídio coletivo.
DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

II – Em ú ltima instâ ncia julgar:


a) os recursos ordiná rios interpostos contra as decisõ es proferidas pelos
Tribunais Regionais do Trabalho em dissídios coletivos de natureza econô mica ou
jurídica;
b) os recursos ordiná rios interpostos contra as decisõ es proferidas pelos
Tribunais Regionais do Trabalho em açõ es rescisó rias e mandados de segurança
pertinentes a dissídios coletivos;
c) os embargos infringentes interpostos contra decisã o nã o unâ nime proferida em
processo de dissídio coletivo de sua competência originá ria, salvo se a decisã o
atacada estiver em consonâ ncia com procedente jurisprudencial do Tribunal
Superior do Trabalho ou da Sú mula de sua jurisprudência predominante;
d) os embargos de declaraçã o opostos aos seus acó rdã os e os agravos regimentais
pertinentes aos dissídios coletivos;
e) as suspeiçõ es argü idas contra o Presidente e demais Ministros que integram a
seçã o, nos feitos pendentes de sua decisã o; e
f) os agravos de instrumento interpostos contra despacho denegató rio de recurso
ordiná rio nos processos de sua competência.
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Varas do Trabalho Tribunal Regional do Trabalho
Desembargadores Tribunal Superior do Trabalho
Juízes Federais do Trabalho
(2ª Instância) Ministros
(1ª Instância)
(Instância Extraordinária)

Jurisdição por Juiz Singular. Julgamento Juízes de carreira: (escolhidos por


Monocrático. Sentença de 1º Grau. promoção entre antiguidade e 27 membros com + 35 anos e – 65,
merecimento) escolhidos pelo PR após
Advogados: 10 anos de carreira, aprovação do Senado.
notório saber jurídico e reputação
Vinculadas ao TRT, que define qual a ilibada);
jurisdição da VT, que pode abranger 01 ou Membros MPT: 10 anos de carreira
mais municípios. 21 ministros serão escolhidos entre os
Juízes do Trabalho (carreira);
6 ministros escolhidos entre Advogados
VT não existe na comarca: Juiz de Direito Juízes: recrutados sempre que e MPT
tem competência trabalhista. Recursos para possível, na respectiva região,
o TRT. Art. 112 CR, 668 e 669 CLT. nomeados pelo Presidente da
República entre brasileiros com mais Lei 7.701/88:
de 30 e menos de 65 anos. Seção de Dissídios Individuais: art.
Julgam apenas dissídios individuais, que 3º - rescisórias, MS, Agr. Reg,
chegam através de “Reclamação conflitos de competência entre TRTs,
Trabalhista”. RO de sua compet. originária, ED,
Advogados e membros do MPT: indicados
em lista sêxtupla pela OAB/MPT e, em suspeições, AI, etc;
VT composta por Juiz do Trabalho Titular e seguida, o Tribunal escolhe a lista tríplice e Seção de Dissídios Coletivos: art. 2º -
Juiz do Trabalho Substituto envia o PR. conciliar, homologar, rescisórias, MS,
compet. de TRTs, RO de sua compet.,
Bem. Infr., ED, suspeições;
TRT: mínimo 7 Desembargadores Pleno: art. 4º -declaração de
Não existe “Entrância”. Todos os Juízes
inconstitucionalidade; súmulas, Inc.
Titulares estão em “pé de igualdade”,
Unif. Jurisp. nos dissídios
mesmo se da Capital ou do Interior. Descentralização: Câmaras Regionais individuais e juris. Dominantes nos
coletivos; custas e emolumentos;
Brasil possui 24 TRTs
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

• ENAMAT – Escola Nacional de Formaçã o e Aperfeiçoamento de


Magistrados do Trabalho, cujo objetivo é a instruçã o e capacitaçã o
constante dos Juízes do Trabalho, promovendo atualizaçã o;

• Conselho Superior da Justiça do Trabalho – compete a supervisã o


administrativa, orçamentá ria, financeira e patrimonial da Justiça do
Trabalho de primeiro e segundo graus, como ó rgã o central do sistema
e cujas decisõ es possuem efeito vinculante (art. 111-A, §2º, II, CR);

• COLEPRECOR – Conselho de Presidentes e Corregedores dos


Tribunais Regionais do Trabalho – externo ao Judiciá rio e alheio à
estrutura organizaçã o da JT: defesa dos princípios, prerrogativas e
funçõ es institucionais, intermediaçã o entre JT e poderes constituídos,
estudos de temas jurídicos e questõ es judiciais de repercussã o
nacional.
DOS SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO

• Servidores da Justiça do Trabalho: realizam os atos processuais e os


serviços burocrá ticos, também chamadas de “Secretarias”;

• Nos TRTs e TST, há as “Secretarias” e “Gabinetes”: encarregados dos


serviços de assessoramento, burocrá ticos e documentaçã o de processos;

• Previsã o – art. 710 ao 717 da CLT;

• As Secretarias das Varas do Trabalho sã o dirigidas por um chefe, chamado


de Diretor de Secretaria: gerenciar, dirigir funcioná rios sob a supervisã o do
Juiz, realizar todos os atos determinados pelo juiz e praticar os atos
processuais de sua competência, como autuaçã o, notificaçõ es, atendimento
aos advogados, etc;
DOS SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Composição de Secretaria da Vara do Trabalho:

1. Diretor de Secretaria;
2. Assistente de Diretor;
3. Assistente de Juiz;
4. Secretá rio de Audiências;
5. Assistente de Cá lculos;
6. Oficial de Justiça Avaliador;
7. Analistas e Técnicos.

Todos ingressam na Justiça do Trabalho como Analistas ou Técnicos.


Conforme critérios regimentais e legais, o Juiz Presidente do Foro poderá
nomear para quaisquer cargos acima.
DOS SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DO TRABALHO

CLT. Art. 711 - Compete à secretaria das Juntas:


a) o recebimento, a autuaçã o, o andamento, a guarda e a conservaçã o dos
processos e outros papéis que lhe forem encaminhados;
b) a manutençã o do protocolo de entrada e saída dos processos e demais papéis;
c) o registro das decisõ es;
d) a informaçã o, à s partes interessadas e seus procuradores, do andamento dos
respectivos processos, cuja consulta lhes facilitará ;
e) a abertura de vista dos processos à s partes, na pró pria secretaria;
f) a contagem das custas devidas pelas partes, nos respectivos processos;
g) o fornecimento de certidõ es sobre o que constar dos livros ou do
arquivamento da secretaria;
h) a realizaçã o das penhoras e demais diligências processuais;
i) o desempenho dos demais trabalhos que lhe forem cometidos pelo Presidente
da Junta, para melhor execuçã o dos serviços que lhe estã o afetos.
Competência da Justiça do Trabalho
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Todos os juízes exercem jurisdiçã o, mas o fazem numa certa medida, dentro
dos limites que constituem a “á rea de abrangência” de atuaçã o do juiz.

A competência é a medida da jurisdiçã o ou ainda, é a jurisdiçã o na medida


em que pode e deve ser exercida pelo juiz.

A jurisdiçã o é um todo. A competência, é uma fraçã o deste todo.

É uma determinaçã o dos poderes judiciais de cada um dos juízes, ou seja, o


círculo de pertinência do ofício do Juiz.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Chiovenda enumera três critérios para distribuiçã o da competência:

a) Critério objetivo: valor da causa (competência por valor), natureza da


causa (competência por matéria);

b) Critério funcional: exigências especiais das funçõ es que se chama o


magistrado a exercer num processo, natureza especial da lide;

c) Critério territorial: circunscriçã o de territorial designada à atividade de


cada ó rgã o jurisdicional.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA OU OBJETIVA

a) Competência em razão da natureza da relação jurídica


(competência em razão da matéria ou objetiva): é determinante a
natureza da relaçã o jurídica controvertida para aferiçã o da competência. Na
JT, a competência material está disciplinada no artigo 114 da CF e no art.
652 da CLT;
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA OU OBJETIVA
CR/88. Art. 114 - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I. as açõ es oriundas da relaçã o de trabalho, abrangidos os entes de direito pú blico
externo e da administraçã o pú blica direta e indireta da Uniã o, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
II. as açõ es que envolvam exercício do direito de greve;
III. as açõ es sobre representaçã o sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV. os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdiçã o;
V. os conflitos de competência entre ó rgã os com jurisdiçã o trabalhista, ressalvado o
disposto no art. 102, I, o;
VI. as açõ es de indenizaçã o por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relaçã o
de trabalho;
VII. as açõ es relativas à s penalidades administrativas impostas aos empregadores
pelos ó rgã os de fiscalizaçã o das relaçõ es de trabalho;
VIII. a execuçã o, de ofício, das contribuiçõ es sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX outras controvérsias decorrentes da relaçã o de trabalho, na forma da lei.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA OU OBJETIVA

CLT. Art. 652.  Compete às Varas do Trabalho:


a) conciliar e julgar:
I - os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado;
II - os dissídios concernentes a remuneraçã o, férias e indenizaçõ es por motivo de rescisã o do
contrato individual de trabalho;
III - os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operá rio ou
artífice;
IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho;
V - as açõ es entre trabalhadores portuá rios e os operadores portuá rios ou o Ó rgã o Gestor de Mã o-
de-Obra - OGMO decorrentes da relaçã o de trabalho;
b) processar e julgar os inquéritos para apuraçã o de falta grave;
c) julgar os embargos opostos à s suas pró prias decisõ es;
d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência;
e) Suprimida...
f) decidir quanto à homologaçã o de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do
Trabalho.
Pará grafo ú nico - Terã o preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de salá rio e
aqueles que derivarem da falência do empregador, podendo o Presidente da Junta, a pedido do
interessado, constituir processo em separado, sempre que a reclamaçã o também versar sobre
outros assuntos.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA OU OBJETIVA

Súmula nº 300 do TST


COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CADASTRAMENTO NO PIS
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar açõ es ajuizadas por
empregados em face de empregadores relativas ao cadastramento no Programa
de Integraçã o Social (PIS).

Súmula nº 389 do TST


SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DIREITO
À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS
I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre
empregado e empregador tendo por objeto indenizaçã o pelo nã o-fornecimento
das guias do seguro-desemprego.
II - O nã o-fornecimento pelo empregador da guia necessá ria para o recebimento
do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenizaçã o.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA OU OBJETIVA

OJ 26 SDI-I TST. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.


COMPLEMENTAÇÃO DE PENSÃO REQUERIDA POR VIÚVA DE EX-
EMPREGADO
A Justiça do Trabalho é competente para apreciar pedido de
complementaçã o de pensã o postulada por viú va de ex-empregado,
por se tratar de pedido que deriva do contrato de trabalho.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA

b) Competência em razão da qualidade das partes envolvidas na


relação jurídica controvertida (competência em razão da pessoa –
ratione personae): trabalhadores urbanos; rurais; domésticos;
temporá rios; avulsos; eventuais; todos os contratos que adotarem regime
celetista ainda que pertencentes à Administraçã o Pú blica (funcioná rio
pú blico x empregado pú blico = todos servidores pú blicos); empregados de
cartó rios extrajudiciais; atletas desportivos (artigo 29 da Lei 6.354/76).
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA

Obs 1. Relaçã o laboral caracterizar relaçã o de consumo: competência


será da Justiça Comum. Há controvérsia entre doutrinadores. Contudo:

Súmula 363 STJ: “Compete à Justiça estadual processar e julgar a açã o


de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente”.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA

Obs 2. Contratos de Empreitada:

Para fins civis, o empreiteiro pode ser pessoa física ou jurídica e se obriga,
mediante contrato, sem subordinaçã o, e mediante o pagamento ajustado, a
construir uma obra. A empreitada pode ser de trabalho (lavor) ou mista em que o
empreiteiro se compromete a fornecer o serviço e o material. Se obriga a realizar
pessoalmente ou por meio de terceiro, certa obra (construçã o de casa, represa,
ponte, estradas, etc), com material pró prio ou fornecido.

a. Grande empreitada: grandes empreiteiras em relaçõ es entre si, entre grandes


empresas ou Administraçã o Pú blica: competência da Justiça Comum;

b. Pequeno empreiteiro: operá rio ou artífice, pessoa física, sem ajuda de outros
trabalhadores, realiza uma obra (material ou imaterial) de forma pessoal, sem
subordinaçã o, mediante pagamento ajustado no contrato (escrito ou verbal):
competência da Justiça do Trabalho.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR

c) Competência em razão do lugar (competência territorial): se deve à


necessidade de fizer um juiz entre a pluralidade de outros da mesma
espécie ou com o mesmo grau de jurisdiçã o, atribuindo-se a ele uma porçã o
territorial, dentro do qual está sua sede.

Art. 651, CLT.

Arts. 2º e 3º da Lei 7.064/82.


COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR

CLT. Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliaçã o e Julgamento é determinada


pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao
empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.

§ 1º - Quando for parte de dissídio, agente ou viajante comercial, a competência será da


Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado
esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localizaçã o em que o
empregado tenha domicílio ou a localidade mais pró xima.

§ 2º - A competência das Juntas de Conciliaçã o e Julgamento, estabelecida neste artigo,


estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o
empregado seja brasileiro e nã o haja convençã o internacional dispondo em contrá rio.

§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realizaçã o de atividades fora do


lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamaçã o no
foro da celebraçã o do contrato ou no da prestaçã o dos respectivos serviços.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR

1. A açã o deve ser ajuizada no ú ltimo local em que o empregado prestou


serviços, ainda que tenha sido contratado em outra localidade ou no exterior;

2. Trabalhador viajante: a açã o deve ser ajuizada no local em que a empresa


manté m agência ou filial em que o empregado for subordinado (alocado).
Inexistindo agência ou filial, no caso de trabalhador viajante, a açã o deverá ser
ajuizada em seu domicílio ou local mais pró ximo;

3. També m há competência jurisdicional brasileira no caso de empregado


brasileiro (nato ou nacionalizado) que trabalhe no exterior, contratado por uma
empresa que tenha sede ou filial no Brasil, desde que nã o haja
convençã o/tratado internacional em sentido contrá rio;

4. Empresa que promove serviços fora do lugar do contrato de trabalho:


empregado pode ajuizar açã o no local da celebraçã o do contrato ou naquele da
prestaçã o dos respectivos.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR

Aplicação da lei (material) brasileira para trabalhadores brasileiros


contratados no Brasil, para prestar serviços no exterior (art. 651, §2º, CLT):

•Obedecia-se à territorialidade: Sú mula 207 TST - “a relaçã o jurídica


trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da prestaçã o de serviço e nã o por
aquelas do local da contrataçã o”;

•A alteraçã o da Lei 7.064/82 pela Lei 11.962 de 2009 - cancelamento da


Sú mula 207 pelo TST (Resoluçã o 181/2012);

• Os contratos de trabalho passaram a ser elaborados com base na norma


mais favorável ao trabalhador, ou seja, a relaçã o jurídica trabalhista somente será
regida pelas leis do país de prestaçã o de serviços, quando esta lei trouxer maiores
benefícios ao trabalhador comparada à lei brasileira (art. 7.064/82, art. 3º, II);

•O TST vem aplicando a legislaçã o brasileira aos contratos de trabalhadores


transferidos para o exterior, por ser mais benéfica, assegurando direitos tais como
13º salá rio e férias, inclusive recolhimento de INSS e do FGTS.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO VALOR DA CAUSA

d) Competência em razão do valor da causa: leva em consideraçã o o


montante pecuniá rio da pretensã o, ou seja, o valor do pedido. No Processo
do Trabalho, o valor dos pedidos serve para determinar o rito processual:

1. Até 02 salá rios mínimos = rito sumá rio (Lei .5.584/70);


2. Acima de 02 e até 40 salá rios mínimos = rito sumaríssimo (Lei
9.957/00);
3. Acima de 40 salá rios mínimos = rito ordiná rio (CLT).

Obs: Na Justiça do Trabalho, nã o existem ó rgã os especiais (Juizados


Especiais, por exemplo). Logo, o valor da causa nã o determina a
competências do ó rgã o, mas somente o rito.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA HIERARQUIA (FUNCIONAL)

e) Competência em razão da hierarquia dos órgãos judiciários


(competência interna ou funcional): se dá em razã o da natureza e
exigências especiais das funçõ es exercidas pelo juiz no processo. No
Processo do Trabalho, a competência funcional vem disciplinada na CLT e
também nos Regimentos Internos dos TRTs e TST. Ocorre quando
determinada demanda judicial deve ter como destino, a apreciaçã o de ó rgã o
jurisdicional específico dentro da Justiça do Trabalho, por exemplo, o MS
contra Juiz de primeiro grau e o dissídio coletivo têm como destino, o
Presidente do TRT e nã o outro Desembargador.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA HIERARQUIA (FUNCIONAL)

A Competência Funcional pode ser:

a. Originária: é a competência para conhecer da causa em primeiro plano.


Salvo regra expressa em sentido contrá rio, o processo inicia-se no
primeiro grau de jurisdiçã o. Na Justiça do Trabalho, perante as Varas do
Trabalho;

b. Recursal: é a competência para praticar determinados atos dos


processos, em havendo recurso das partes, como a competência dos
Tribunais para Julgamento dos Recursos;

c. Executória: é a competência, fixada na lei processual, para realizar a


execuçã o do processo, seja por títulos executivos judiciais ou
extrajudiciais. Na CLT, a matéria está prevista nos arts. 877 e 877-A:
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA HIERARQUIA (FUNCIONAL)

Art. 877 - É competente para a execuçã o das decisõ es o Juiz ou Presidente


do Tribunal que tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio.

Art. 877-A - É competente para a execuçã o de título executivo extrajudicial


o juiz que teria competência para o processo de conhecimento relativo à
matéria.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA HIERARQUIA (FUNCIONAL)

 Competência Funcional das Varas do Trabalho: artigos 652, 653 e 659


da CLT;

 Competência Funcional dos Tribunais Regionais do Trabalho:


artigos 678, 679 e 680, CLT;

 Competência Funcional do Tribunal Superior do Trabalho: Lei


7.701/88, Regimento Interno, art. 74.
 Competência Funcional do Tribunal Pleno: art. 75 do Regimento
Interno do TST;
 Competência Funcional da SDC: art. 77 do RI TST;
 Competência Funcional das SDIs: art. 78 do RI TST;
 Competência Funcional das Turmas do TST: art. 79 do RI TST.
COMPETÊNCIAS ABSOLUTA E RELATIVA

Competências Absolutas: sã o assim definidas porque o Juiz poderá


conhecer de ofício, nã o havendo preclusã o para a parte ou para o Juiz,
podendo a parte invoca-la antes do trâ nsito em julgado da decisã o:

a. Competência em razã o da matéria;


b. Competência em razã o da pessoa;
c. Competência em razã o da hierarquia;
d. Competência em razã o do valor da causa (por que ele determina o rito).

Competências Relativas: sã o aquelas em que a parte deve invocá -la por


meio de exceçã o de incompetê ncia (art. 799 e seguintes, CLT). Caso nã o
invocada pela parte no momento processual oportuno, prorroga-se a
competência:

e. Competência em razã o do territó rio.


COMPETÊNCIA CRIMINAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO

• A Justiça do Trabalho nã o possui competência penal;

• Pode julgar mandado de segurança, habeas corpus, habeas data, contudo, estas
nã o sã o “açõ es penais”, muito embora possam ter índole penal;

• Có digo Penal – artigos 197 ao 207 – Crimes contra a Organizaçã o do Trabalho;

• Competência da Justiça Federal – artigo 109, VI, CR/88;

• Condutas criminosas ocorridas no curso do processo do trabalho, deverã o ser


encaminhadas à Polícia Federal para investigaçã o e, se for o caso, ao MPF ou
MPT, para serem processadas na Justiça Federal. Exemplos: fraude contra FGTS;
fraude contra Seguro Desemprego; falso testemunho; fraude processual;
ameaças ou agressõ es à Juiz ou servidores; etc;

• Previsã o de responsabilidade por crimes no curso de greve – MPF ou MPT


abrem inquérito e podem oferecer a denú ncia ou propor a açã o competente (art.
15, Lei 7.783/89)
MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

A competência relativa da Justiça do Trabalho poderá ser modificada em


razã o da conexão e continência:

Sã o conexas duas ou mais açõ es quando apresentem mesma causa de


pedir ou pedido, mas os partes, necessariamente, nã o sã o as mesmas.

Ocorre continência quando existir mesmas partes e causa de pedir em


duas ou mais açõ es, mas o pedido abrange o pedido das demais açõ es.

Artigos 55 ao 57 do CPC, aplicado ao Processo do Trabalho por força do


artigo 769 da CLT.

CLT, Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte
subsidiá ria do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for
incompatível com as normas deste Título.
MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

CPC. Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais açõ es quando lhes for comum o
pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de açõ es conexas serã o reunidos para decisã o conjunta, salvo se um
deles já houver sido sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput :
I - à execuçã o de título extrajudicial e à açã o de conhecimento relativa ao mesmo ato
jurídico;
II - à s execuçõ es fundadas no mesmo título executivo.
§ 3º Serã o reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de
prolaçã o de decisõ es conflitantes ou contraditó rias caso decididos separadamente,
mesmo sem conexã o entre eles.
CPC. Art. 56. Dá -se a continência entre 2 (duas) ou mais açõ es quando houver
identidade quanto à s partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais
amplo, abrange o das demais.
CPC. Art. 57. Quando houver continência e a açã o continente tiver sido proposta
anteriormente, no processo relativo à açã o contida será proferida sentença sem
resoluçã o de mérito, caso contrá rio, as açõ es serã o necessariamente reunidas.
MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA

CF/88. Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho,


podendo, nas comarcas nã o abrangidas por sua
jurisdiçã o, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso
para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.  

Súmula 10 STJ: Instalada a junta de conciliaçã o e


julgamento, cessa a competência do juiz de direito em
matéria trabalhista, inclusive para a execuçã o das
sentenças por ele proferidas.

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