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Parte I
Introdução
Fase de institucionalização;
Fase de constitucionalização;
Fase de incorporação;
Fase atual
1. Fase de institucionalização:
- Tribunais Rurais de São Paulo (Lei 1.869, de 10/10/1922), regulamentada pelo Decreto 3.548,
de 12/12/1922;
- No dia 1º de maio de 1941, instala-se a Justiça do Trabalho sob o Governo Getúlio Vargas;
- Incorporação da Justiça do Trabalho como órgão do Poder Judiciário nacional (Dec.-Lei nº 9.777,
de 9 de setembro de 1946)
- Constituição de 1946, foi a primeira a integrar a Justiça do Trabalho ao Poder Judiciário (artigos
122 e 123); o Conselho Nacional do Trabalho deu lugar ao Tribunal Superior do Trabalho, e os
Conselhos Regionais do Trabalho foram substituídos pelos Tribunais Regionais do Trabalho.
4. Fase atual
Em direção contrária ao neoconstitucionalismo (ou neopositivismo), que enaltece a força normativa da Constituição e
adota a supremacia dos princípios e dos direitos fundamentais, a chamada Reforma Trabalhista, instituída pela Lei n.
13.467/2017, restringe a função interpretativa dos Tribunais e Juízes do Trabalho na aplicação do ordenamento jurídico.
É o que se depreende da leitura dos §§ 2º e 3º do art. 8º da CLT, inseridos pela referida lei, os quais revelam a verdadeira
intenção do legislador reformador: desconstitucionalizar o Direito do Trabalho e o Direito Processual do Trabalho e
introduzir o chamado modelo do negociado sobre o legislado.
Entretanto, esse mesmo legislador (mesma composição do Congresso Nacional) que editou o Código de Processo Civil,
cujos arts. 1º e 8º reconhecem a constitucionalização do Direito e do Processo, enaltecendo como dever do juiz, ao
interpretar e aplicar o ordenamento jurídico, observar a supremacia dos “valores e normas fundamentais estabelecidos na
Constituição”, restringe, com a Lei n. 13.467/2017, o papel dos magistrados trabalhistas, pois estes, na dicção dos novos
§§ 2º e 3º do art. 8º da CLT, deverão apenas aplicar o que dispõe a lei, transformando-os em meros “servos da lei”, tal
como ocorria no Estado Liberal.
• Esses novos dispositivos (§§ 2º e 3° do art. 8° da CLT), a nosso sentir, são claramente inconstitucionais, por
violarem os princípios que asseguram o amplo acesso à Justiça, pois nenhuma lei pode impedir qualquer
órgão do Poder Judiciário brasileiro de apreciar e julgar ação que veicule lesão ou ameaça a direito, e os
princípios de autonomia e independência do Poder Judiciário, na medida em que os juízes, no Estado
Democrático de Direito e no modelo constitucional de processo, têm a garantia (e o dever) de interpretar a
lei e todos os dispositivos que compõem o ordenamento jurídico conforme os valores e normas da
Constituição, cabendo-lhes, ainda, nessa perspectiva, atender aos fins sociais e às exigências do bem comum,
resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência, como se infere dos arts. 1º e 8º do CPC de 2015, os
quais devem ser aplicados ao processo do trabalho por força do art. 15 do mesmo Código e do art. 769 da
CLT.
Conceito
• Para Leone Pereira (2019) Direito Processual do Trabalho é o ramo da ciência jurídica que
constitui de um conjunto de princípios, regras, instituições e institutos próprios que regulam a
aplicação do Direito do Trabalho às lides trabalhistas (relação de emprego e relação de trabalho),
disciplinando as atividades da Justiça do Trabalho, dos operadores do Direito e das partes, nos
processos individuais, coletivos e transindividuais do trabalho.
• Já Carla Teresa Martins Romar define o Direito Processual do Trabalho, como um ramo de direito
constituído por um conjunto de princípios, regras e instituições próprios que tem por objetivo
pacificar os conflitos entre empregados e empregadores, no âmbito individual ou coletivo, e entre
trabalhadores e tomadores de serviços em geral e, ainda, regular a atividade dos órgãos
jurisdicionais componentes para a solução de tais conflitos.
Finalidades
- Teoria Monista: “sustenta que o Direito Processual é comum, abrangendo o Direito Processual Civil, o Direito
Processual do Trabalho, o Direito Processual Penal etc. Além disso, assevera que não há diferença substancial
entre o Processo do Trabalho e o Processo Civil capaz de justificar a autonomia da lei adjetiva trabalhista. Na
verdade, o Direito Processual do Trabalho seria simples desdobramento do Processo Civil, daí a improcedência
de se justificar a tese de sua autonomia, na medida em que contraria com princípios e institutos próprios.
Renomados juristas defendem a Teoria Monista, embora representem, atualmente, a posição minoritária.”
(PEREIRA, L., 2019, p. 46)
- Teoria Dualista: sustenta que o Direito Processual do Trabalho é autônomo em relação ao Direito Processual
Civil, apresentando diferenças substanciais que justificam a sua autonomia. Atualmente, representa a posição
majoritária.
• Fontes Materiais: são os fatos sociais e econômicos que influenciam e contribuem para a ordem jurídica.
• Fontes Formais: são meios de exteriorização do direito, por meio da formação e do estabelecimento
São fontes formais do Direito Processual do Trabalho: - Constituição Federal de 1988; - Consolidação das Leis do Trabalho
(Decreto-Lei n. 5.452, de 1- de maio de 1943), que dedica o Título X ao “Processo Judiciário do Trabalho”;
- Lei n. 5.584/70, que estabelece algumas importantes normas procedimentais e complementares aplicáveis ao processo do
trabalho;; - Código de Processo Civil, aplicado supletiva e subsidiariamente (CPC, art. 15) em caso de lacuna da legislação
processual trabalhista, desde que haja compatibilidade daquele com os valores, princípios e regras do direito processual do trabalho
(CLT, art. 769);
- Lei n. 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal), aplicada subsidiariamente (CLT, art. 889) na execução trabalhista; ;- Lei n. 7.701/88,
que dispõe sobre organização e especialização dos tribunais para processar e julgar dissídios coletivos e individuais
- Lei Complementar nº 75/93 – Estatuto do Ministério Público da União (LOMPU); - Lei nº 7.347/85 – Lei da Ação Pública Civil; -
Lei nº 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor;
- Convenção da OIT;
- Tratados Internacionais;
- Doutrina;
- Jurisprudência;
- Analogia;
- Costumes;
• Métodos: a) gramatical:
b) lógica:
c) teleológica:
d) histórica:
b) usos e costumes;
c) princípios gerais;
d) equidade (Parágrafo único do Artigo 140 do CPC: O juiz só decidirá por equidade
nos casos previstos em lei.)
e) Jurisprudência (Sumulas e OJs do TST)
f) direito comparado: Art. 8º, da CLT - As autoridades administrativas e a Justiça do
Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por
analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e,
ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse
de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
• Eficácia da norma processual no tempo: é a possibilidade que a norma tem de produzir efeitos no tempo. É
regida por dois princípios:
• a) irretroatividade, que prevê a impossibilidade de aplicação da lei nova a fatos anteriores ou a atos
processuais já consumadas. (Art. 5º, XXXVI, CF: XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada)
• b) de efeito imediato, que estabelece que a lei processual, uma vez em vigor, se aplica de imediato a todos
os fatos ainda não realizados ou não consumado no processo.
- O artigo 1º da Lei de Introdução às Normas Brasileiras, Tempus regit actum. EXCEÇÃO: atos processuais individualmente
considerados.
Art. 1o,, da LINDB: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.
Art. 1.046, CPC: Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando
revogada a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
Art. 912, CLT: Os dispositivos de caráter imperativo terão aplicação imediata às relações iniciadas, mas não consumadas,
antes da vigência desta Consolidação.
• Eficácia da norma processual no espaço
Art. 22, da CF: Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;
Art. 651, da CLT - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou
reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou
filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a
localidade mais próxima.
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado
apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
Art. 3º, da Lei 7.064/82: Art. 3º - A empresa responsável pelo contrato de trabalho do empregado transferido assegurar-lhe-á, independentemente
da observância da legislação do local da execução dos serviços:
II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável
do que a legislação territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria.
Parágrafo único. Respeitadas as disposições especiais desta Lei, aplicar-se-á a legislação brasileira sobre Previdência Social, Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço - FGTS e Programa de Integração Social - PIS/PASEP.
Princípios
• O que são princípios?
• Princípios são proposições genéricas, abstratas, que fundamentam e inspiram o legislador na elaboração da
norma.
• LEITE, C. H. B. Curso de Direito Processual do Trabalho. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2021. E-book.
• ROMAR, C. T. M.; LENZA, P. Direito do Trabalho Esquematizado®. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. E-book.
• CLT http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
• CPC http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
• LINDB http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657compilado.htm
• Lei 7.064/06-12-1982: Dispõe sobre a situação de trabalhadores contratados ou transferidos para prestar
serviços no exterior http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7064.htm