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Direito Processual do Trabalho

Parte I
Introdução

- Podemos dividir a história do Direito Processual do Trabalho em quatro fases:

 Fase de institucionalização;
 Fase de constitucionalização;
 Fase de incorporação;
 Fase atual
1. Fase de institucionalização:

• 1º - Conselhos Permanentes de Conciliação e Arbitragem (Lei 1.637, de 5 de novembro de 1907);

• 2º - Patronato Agrícola (SP – 1911);

- Tribunais Rurais de São Paulo (Lei 1.869, de 10/10/1922), regulamentada pelo Decreto 3.548,
de 12/12/1922;

• 3º - Comissões Mistas de Conciliação (Dec. nº 21.396, de 12/05/1932);

- Juntas de Conciliação e Julgamento (Dec. nº 22.132, de 25/11/1932)

As juntas funcionavam no âmbito das Delegacias do Trabalho Marítimo (1933) e do Conselho


Nacional do Trabalho (1934).
2. Fase de constitucionalização

- As Constituições Federais de 1934 e 1937 estabeleceram dispositivos concernentes à Justiça do


Trabalho;

- Decreto-Lei n. 1.237, de 2 de maio de 1939 – institucionalizou a Justiça do Trabalho nos


parâmetros que conhecemos atualmente;

- Decreto-lei nº 2.851, de 10 de dezembro de 1940;

- No dia 1º de maio de 1941, instala-se a Justiça do Trabalho sob o Governo Getúlio Vargas;

- 10 de novembro de 1943, entra em vigor a Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº


5.452, de 1º/5/1943).
3. Fase de incorporação

- Incorporação da Justiça do Trabalho como órgão do Poder Judiciário nacional (Dec.-Lei nº 9.777,
de 9 de setembro de 1946)

- Constituição de 1946, foi a primeira a integrar a Justiça do Trabalho ao Poder Judiciário (artigos
122 e 123); o Conselho Nacional do Trabalho deu lugar ao Tribunal Superior do Trabalho, e os
Conselhos Regionais do Trabalho foram substituídos pelos Tribunais Regionais do Trabalho.
4. Fase atual

Assim define a fase atual o doutrinador Carlos Henrique Bezerra Leite:

Em direção contrária ao neoconstitucionalismo (ou neopositivismo), que enaltece a força normativa da Constituição e
adota a supremacia dos princípios e dos direitos fundamentais, a chamada Reforma Trabalhista, instituída pela Lei n.
13.467/2017, restringe a função interpretativa dos Tribunais e Juízes do Trabalho na aplicação do ordenamento jurídico.

É o que se depreende da leitura dos §§ 2º e 3º do art. 8º da CLT, inseridos pela referida lei, os quais revelam a verdadeira
intenção do legislador reformador: desconstitucionalizar o Direito do Trabalho e o Direito Processual do Trabalho e
introduzir o chamado modelo do negociado sobre o legislado.

Entretanto, esse mesmo legislador (mesma composição do Congresso Nacional) que editou o Código de Processo Civil,
cujos arts. 1º e 8º reconhecem a constitucionalização do Direito e do Processo, enaltecendo como dever do juiz, ao
interpretar e aplicar o ordenamento jurídico, observar a supremacia dos “valores e normas fundamentais estabelecidos na
Constituição”, restringe, com a Lei n. 13.467/2017, o papel dos magistrados trabalhistas, pois estes, na dicção dos novos
§§ 2º e 3º do art. 8º da CLT, deverão apenas aplicar o que dispõe a lei, transformando-os em meros “servos da lei”, tal
como ocorria no Estado Liberal.
• Esses novos dispositivos (§§ 2º e 3° do art. 8° da CLT), a nosso sentir, são claramente inconstitucionais, por
violarem os princípios que asseguram o amplo acesso à Justiça, pois nenhuma lei pode impedir qualquer
órgão do Poder Judiciário brasileiro de apreciar e julgar ação que veicule lesão ou ameaça a direito, e os
princípios de autonomia e independência do Poder Judiciário, na medida em que os juízes, no Estado
Democrático de Direito e no modelo constitucional de processo, têm a garantia (e o dever) de interpretar a
lei e todos os dispositivos que compõem o ordenamento jurídico conforme os valores e normas da
Constituição, cabendo-lhes, ainda, nessa perspectiva, atender aos fins sociais e às exigências do bem comum,
resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência, como se infere dos arts. 1º e 8º do CPC de 2015, os
quais devem ser aplicados ao processo do trabalho por força do art. 15 do mesmo Código e do art. 769 da
CLT.
Conceito

• Para Leone Pereira (2019) Direito Processual do Trabalho é o ramo da ciência jurídica que
constitui de um conjunto de princípios, regras, instituições e institutos próprios que regulam a
aplicação do Direito do Trabalho às lides trabalhistas (relação de emprego e relação de trabalho),
disciplinando as atividades da Justiça do Trabalho, dos operadores do Direito e das partes, nos
processos individuais, coletivos e transindividuais do trabalho.

• Já Carla Teresa Martins Romar define o Direito Processual do Trabalho, como um ramo de direito
constituído por um conjunto de princípios, regras e instituições próprios que tem por objetivo
pacificar os conflitos entre empregados e empregadores, no âmbito individual ou coletivo, e entre
trabalhadores e tomadores de serviços em geral e, ainda, regular a atividade dos órgãos
jurisdicionais componentes para a solução de tais conflitos.
Finalidades

• 1. Dar efetividade à legislação trabalhista e social – ao Direito Material do Trabalho;

• 2. Assegurar ao trabalhador o acesso à Justiça do Trabalho – à ordem jurídica justa;

• 3. Resguardar a dignidade da pessoa do trabalhador;

• 4. Garantir os valores sociais do trabalho;

• 5. Trazer a pacificação social;

• 6. promover a justa composição dos conflitos individuais, coletivos e metaindividuais trabalhistas.


Autonomia do Direito Processual do Trabalho

- Teoria Monista: “sustenta que o Direito Processual é comum, abrangendo o Direito Processual Civil, o Direito
Processual do Trabalho, o Direito Processual Penal etc. Além disso, assevera que não há diferença substancial
entre o Processo do Trabalho e o Processo Civil capaz de justificar a autonomia da lei adjetiva trabalhista. Na
verdade, o Direito Processual do Trabalho seria simples desdobramento do Processo Civil, daí a improcedência
de se justificar a tese de sua autonomia, na medida em que contraria com princípios e institutos próprios.
Renomados juristas defendem a Teoria Monista, embora representem, atualmente, a posição minoritária.”
(PEREIRA, L., 2019, p. 46)

- Teoria Dualista: sustenta que o Direito Processual do Trabalho é autônomo em relação ao Direito Processual
Civil, apresentando diferenças substanciais que justificam a sua autonomia. Atualmente, representa a posição
majoritária.

• Autonomia: - Legislativa; - Judicial; - Científica


Fontes

• Fontes Materiais: são os fatos sociais e econômicos que influenciam e contribuem para a ordem jurídica.

• Fontes Formais: são meios de exteriorização do direito, por meio da formação e do estabelecimento

São fontes formais do Direito Processual do Trabalho: - Constituição Federal de 1988; - Consolidação das Leis do Trabalho
(Decreto-Lei n. 5.452, de 1- de maio de 1943), que dedica o Título X ao “Processo Judiciário do Trabalho”;

- Lei n. 5.584/70, que estabelece algumas importantes normas procedimentais e complementares aplicáveis ao processo do
trabalho;; - Código de Processo Civil, aplicado supletiva e subsidiariamente (CPC, art. 15) em caso de lacuna da legislação
processual trabalhista, desde que haja compatibilidade daquele com os valores, princípios e regras do direito processual do trabalho
(CLT, art. 769);

- Lei n. 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal), aplicada subsidiariamente (CLT, art. 889) na execução trabalhista; ;- Lei n. 7.701/88,
que dispõe sobre organização e especialização dos tribunais para processar e julgar dissídios coletivos e individuais

- Lei Complementar nº 75/93 – Estatuto do Ministério Público da União (LOMPU); - Lei nº 7.347/85 – Lei da Ação Pública Civil; -
Lei nº 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor;

- Lei nº 8.069/90 – ECA


- Lei 7.853/89 – Lei de Proteção à Pessoa Portadora de Deficiência

- Decreto-Lei nº 779/69 – Prerrogativas da Fazenda Pública;

- Decreto-Lei nº 75/66 – Correção Monetária;

- Regimentos Internos dos Tribunais Trabalhistas;

- Convenção da OIT;

- Tratados Internacionais;

- Convenções Coletivas e Acordos Coletivos de Trabalho;

- Súmulas do STF (matéria trabalhistas);

- Súmulas do STJ (matéria trabalhistas);

- Súmulas, Orientações Jurisprudências e Precedentes Normativos do TST;

- Doutrina;

- Jurisprudência;

- Analogia;

- Costumes;

- Princípios gerais do direito.


Interpretação, Integração e Eficácia da norma
processual no tempo e no espaço
• Interpretação: busca o sentido e o alcance da norma.

• Métodos: a) gramatical:

b) lógica:

c) teleológica:

d) histórica:

• Resultados: literal, extensiva ou restritiva


• Integração: preenchimento de lacunas normativas.

• Métodos de integração: a) analogia;

b) usos e costumes;

c) princípios gerais;

d) equidade (Parágrafo único do Artigo 140 do CPC: O juiz só decidirá por equidade
nos casos previstos em lei.)
e) Jurisprudência (Sumulas e OJs do TST)
f) direito comparado: Art. 8º, da CLT - As autoridades administrativas e a Justiça do
Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por
analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e,
ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse
de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
• Eficácia da norma processual no tempo: é a possibilidade que a norma tem de produzir efeitos no tempo. É
regida por dois princípios:

• a) irretroatividade, que prevê a impossibilidade de aplicação da lei nova a fatos anteriores ou a atos
processuais já consumadas. (Art. 5º, XXXVI, CF: XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada)

• b) de efeito imediato, que estabelece que a lei processual, uma vez em vigor, se aplica de imediato a todos
os fatos ainda não realizados ou não consumado no processo.

- O artigo 1º da Lei de Introdução às Normas Brasileiras, Tempus regit actum. EXCEÇÃO: atos processuais individualmente
considerados.

Art. 1o,, da LINDB: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.

Art. 1.046, CPC: Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando
revogada a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973.

Art. 912, CLT: Os dispositivos de caráter imperativo terão aplicação imediata às relações iniciadas, mas não consumadas,
antes da vigência desta Consolidação.
• Eficácia da norma processual no espaço

Art. 22, da CF: Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;

Art. 651, da CLT - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou
reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.

§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou
filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a
localidade mais próxima.

§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.

§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado
apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.

Art. 3º, da Lei 7.064/82: Art. 3º - A empresa responsável pelo contrato de trabalho do empregado transferido assegurar-lhe-á, independentemente
da observância da legislação do local da execução dos serviços:

I - os direitos previstos nesta Lei;

II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável
do que a legislação territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria.

Parágrafo único. Respeitadas as disposições especiais desta Lei, aplicar-se-á a legislação brasileira sobre Previdência Social, Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço - FGTS e Programa de Integração Social - PIS/PASEP.
Princípios
• O que são princípios?

• Princípios são proposições genéricas, abstratas, que fundamentam e inspiram o legislador na elaboração da
norma.

• Os princípios exercem as seguintes funções: informativa, normativa e interpretativa.

• Princípios Constitucionais aplicáveis ao Processo do Trabalho:


• Princípios comuns ao direito processual civil e ao direito processual do trabalho.
• Princípios peculiares do direito Processual do Trabalho.
• Princípios Constitucionais aplicáveis ao Processo do Trabalho
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa:
• A CF/88, no art. 5º, inciso LV, assegura aos litigantes em processo
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral, o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

• Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: Implica a possibilidade de


reexame de uma demanda pela instância superior, mediante
interposição de recurso em face da decisão do órgão de instância
inferior.
• EXCEÇÃO – Dissídio de Alçada – Lei 5.584/1970, art. 2º § 3º e 4º.
• Princípio do Devido Processo Legal: Art. 5º, LIV, da CRFB, dispõe
que ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal.
• Princípio do Juiz Natural: Determina que não haverá juízo ou tribunal
de exceção, art. 5º, XXXVII, CRFB e que ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente, art. 5º, LIII, da CRFB.
• Princípio da Motivação das Decisões: Art.93, IX, da CRFB e o art.
832/CLT, determina que as decisões devem ser sempre fundamentadas e
motivadas.
• Princípio da Igualdade: Decorre da norma do art. 5º, caput, da CF,
segundo a qual todos são iguais perante a lei, e aos brasileiros ou
estrangeiros residentes no País é garantida a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
• Princípio Dispositivo ou da Inércia da Jurisdição
• Art.2º do NCPC, informa que nenhum juiz prestará a tutela
jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer.

• O Princípio Inquisitório ou Inquisitivo


• Confere ao magistrado a função de impulsionar o processo na busca da
solução do conflito, arts. 765, e 878, todos da CLT.

• Princípio da Oralidade: possibilita a realização de atos processuais


pelas partes e pelo próprio magistrado na própria audiência, de forma
verbal, oral.
• Princípio da Concentração dos Atos Processuais
• A finalidade é prestar a tutela jurisdicional no menor tempo possível,
concentrando os atos processuais em uma única Audiência. Exemplo -
artigo 849 da CLT.
• Princípio da Imediação ou da Imediatidade:
• Permite um contato direto do juiz com as partes, testemunhas, peritos,
terceiros e com a própria coisa litigiosa, objetivando firmar o seu
convencimento, mediante a busca da verdade real.
• Princípio da Irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias: Não
permite recurso das decisões interlocutórias, somente permitindo-se a
apreciação do seu merecimento em recurso de decisão definitiva.
(artigo 893, §1º, da CLT), somente ao Processo do Trabalho
• Princípio da Impugnação Especificada:
• Previsto no Artigo 341 do CPC, o qual dispõe que: “Incumbe também
ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato
constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não
impugnadas..”.
• Princípio da Eventualidade:
• As partes devem alegar todas as matérias de defesa ou de seu
interesse. Artigo 336 do CPC, in verbis: “Incumbe ao réu alegar, na
contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de
direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas
que pretende produzir”.
• Princípio da Perpetuatio Juristionis:
• Está previsto no Artigo 43 do CPC “Determina-se a competência no momento do
registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações
do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando
suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta”.
• Súmula 10 do STJ. A função jurisdicional trabalhista, nas localidades não
abrangidas pela jurisdição das varas do trabalho, é atribuída aos juízes de direito
da respectiva comarca, nos termos do art. 668 , da CLT , e o artigo 112 da
Constituição Federal . Instituída a vara do Trabalho, cessa a competência do Juiz
de Direito em matéria trabalhista, inclusive para a execução das sentenças por ele
proferidas.
• Princípio do Ônus da Prova:
• Artigo 818 DA CLT que o ônus da prova incumbe: “I - ao autor, quanto ao fato
constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor”.
• O Princípio do Jus Postulandi:
• Art. 791/CLT, assegura que trabalhadores e empregadores poderão
reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as
suas ações até o final. Cabe esclarecer que, em se tratando de recurso
perante o Supremo Tribunal Federal ou no Superior Tribunal de
Justiça, este deverá ser subscrito por advogado, sob pena de o apelo
não ser conhecido.
• Súmula nº 425 do TST JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO
TRABALHO. ALCANCE. Res. 165/2010, DEJT divulgado em
30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 O jus postulandi das partes,
estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos
Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a
ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência
do Tribunal Superior do Trabalho.
• Princípio da Normatização coletiva:
• Concedeu-se à Justiça do Trabalho o poder normativo, ou seja, a competência de fixar,
por meio da sentença normativa novas condições de trabalho.
• Princípio da Busca da Verdade Real:
• Deriva do princípio material da primazia da realidade. O disposto no art. 765, da CLT,
confere aos juízes e tribunais do trabalho ampla liberdade na direção do processo. Para
tanto, os magistrados do trabalho “velarão pelo andamento rápido das causas, podendo
determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.
• Princípio da Conciliação,
• art. 764 da CLT, estatui que os dissídios individuais ou coletivos devem ser submetidos
à apreciação da Justiça do Trabalho e serão sempre sujeitos à conciliação. No
Procedimento Ordinário a conciliação deve ser tentada na forma dos artigos 846 e 850
da CLT e no Procedimento Sumaríssimo, conforme o artigo 852-C da CLT. Devemos
observar a Súmula 418 do TST que preceitua que é faculdade do julgador a
homologação de acordo, não comportando mandado de segurança.
• Princípio da Gratuidade Inicial:
• As custas serão pagas ao final pela parte sucumbente, na forma do art.
789, da CLT. O reclamante/autor somente pagará as custas no caso de
improcedência do pedido ou quando der causa ao arquivamento, ou
seja, extinção do processo sem julgamento do mérito.

• Princípio da Aplicação Subsidiária do CPC: O direito processual


civil é fonte subsidiária do direito processual do trabalho, só podendo
ser admitido nos casos omissos e desde que haja compatibilidade com
o ordenamento processual laboral (CLT, art. 769).
Referências Bibliográficas:

• LEITE, C. H. B. Curso de Direito Processual do Trabalho. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2021. E-book.

• ROMAR, C. T. M.; LENZA, P. Direito do Trabalho Esquematizado®. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. E-book.

• PEREIRA, L. Manual de Processo do Trabalho. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.

• CLT http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm

• CPC http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm

• LINDB http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657compilado.htm

• Lei 7.064/06-12-1982: Dispõe sobre a situação de trabalhadores contratados ou transferidos para prestar
serviços no exterior http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7064.htm

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