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Considerando a transdisciplinaridade do direito processual do trabalho, discorra sobre o modo

como esse ramo jurídico se relaciona ao direito constitucional, ao direito previdenciário e ao


direito tributário.

DIREITO CONSTITUCIONAL

A CF/88 atribui à União a competência privativa para legislar sobre direito processual,1 o que
inclui o direito processual trabalhista (art. 22, I).

As disposições constitucionais gerais relacionadas com o Poder Judiciário são aplicáveis ao


Judiciário Trabalhista: (a) princípios atinentes à magistratura (art. 93); (b) quinto constitucional
(art. 94); (c) garantias da magistratura (art. 95); (d) competência privativa dos tribunais (art.
96); (e) declaração de inconstitucionalidade (art. 97); (f) autonomia administrativa e financeira
dos tribunais (art. 99); (g) precatórios (art. 100).

Além das normas gerais quanto ao Poder Judiciário, no Texto Constitucional há uma série de
normas que regulam a competência material e funcional da Justiça do Trabalho (arts. 111 e
segs., CF), além da disciplina quanto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) (art. 128, I, b).

Há vários dispositivos fundamentais que garantem o Estado Democrático de Direito, os quais


norteiam a aplicação – interpretação e integração – das normas jurídico-traba-lhistas pelo
magistrado trabalhista, tais como: o princípio da igualdade (art. 5º, caput), do contraditório e
da ampla defesa (art. 5º, LV), da imparcialidade do juiz, da motivação das decisões (art. 93, IX),
do devido processo legal (art. 5º, LIV), do juiz natural (art. 5º, LIII), da inafastabilidade do
controle jurisdicional (acesso individual ou coletivo à justiça) (art. 5º, XXXV) e da razoabilidade
da duração do processo.

A CF assegura ainda a aplicação de vários remédios constitucionais ao processo trabalhista, tais


como: mandado de segurança (art. 5º, LXIX e LXX), habeas corpus (art. 5º, LXVIII), habeas data
(art. 5º, LXXII), ação civil pública (art. 129, III), como também a substituição processual a
entidade sindical (art. 8º, III).
3.3 DIREITO DO TRABALHO

Como o direito processual do trabalho é um conjunto de normas e princípios aplicáveis à


solução dos conflitos individuais e coletivos de trabalho, torna-se inegável a sua interação com
o direito do trabalho. As normas jurídicas autônomas e heterônomas, as quais compõem as
diversas fontes normativas trabalhistas, quando violadas, justificam a ativação da função
jurisdicional trabalhista, portanto o direito processual do trabalho é um instrumento de
efetivação do direito do trabalho.

Para Amauri Mascaro Nascimento,2 “o Direito do Trabalho e o Direito Processual do Trabalho


são autônomos, porque o primeiro é ramo do direito material, e o segundo, do Direito
Processual. Este, em linhas gerais, compreende as figuras da ação, da jurisdição e do processo.
Aquele, diferentemente, traça a estrutura das organizações sociais relacionadas com a matéria
trabalhista e os direitos e deveres dos trabalhadores e empregadores. Historicamente, surgiu
primeiro o Direito do Trabalho. Da necessidade de estabelecer regras para a solução dos
conflitos trabalhistas pelos órgãos judiciais resultou o Direito Processual do Trabalho, cujo fim,
portanto, é o de atuar o Direito do Trabalho”.
3.4 DIREITO ADMINISTRATIVO

O Poder Judiciário é um dos Poderes do Estado (art. 2º, CF), de modo que seus atos não
jurisdicionais são atos regidos pelo Direito Administrativo.

Os regimentos internos, provimentos e resoluções são atos administrativos e, muitas vezes,


possuem ingerência no processo do trabalho, quando, por ex., dividem os Tribunais em órgãos
internos e fixam suas competências, regram os procedimentos de recolhimento de custas e
depósito recursal, preveem o agravo regimental etc.

A própria atuação do juiz corregedor não é jurisdicional. Também merece ser destacado que os
magistrados e servidores da Justiça do Trabalho possuem uma relação jurídico-administrativa
com o Estado.
3.5 DIREITO PENAL E PROCESSO PENAL

No desenrolar do processo trabalhista há vários momentos nos quais o Direito Penal está sendo
observado pelo magistrado trabalhista, a saber: crimes de falso testemunho, falsa perícia,
coação, fraude processual, além de crimes contra a organização do trabalho, contra a Justiça,
crimes praticados por funcionários públicos e o crime de trabalho escravo.

Nessas situações, os órgãos trabalhistas devem oficiar a autoridade competente para que sejam
tomadas as medidas administrativas e judiciais cabíveis (art. 40, CPP).

Várias normas materiais trabalhistas são assemelhadas aos ilícitos penais, notadamente na área
da justa causa para o término da relação jurídico-trabalhista, deve o magistrado trabalhista, ao
sentenciar, conhecer e aplicar as interpretações das normas penais, como forma de se dar a
melhor solução ao caso concreto, como ocorre no caso de furto e assédio sexual.

Há também os casos em que a decisão penal faz coisa julgada trabalhista. Se a Justiça Criminal
reconhecer, por exemplo, a legítima defesa ou o estado de necessidade, a decisão faz coisa
julgada na Justiça do Trabalho (art. 65, CPP). No caso da não condenação dos réus, por falta de
elementos, tais decisões na Justiça Criminal não influenciam a Justiça Comum ou Trabalhista
(art. 66). Poderá o juízo trabalhista reconhecer a justa causa e declarar a improcedência dos
títulos rescisórios solicitados. A decisão criminal que reconhece a existência material do crime e
da autoria faz coisa julgada na Justiça do Trabalho (art. 63). A sentença criminal, a qual
reconhece a inexistência categórica do crime ou a inocência do réu, tem força de coisa julgada
na Justiça Comum ou do Trabalho (art. 935, CC).

No tocante à prescrição, quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo
criminal, ela não correrá antes da respectiva sentença definitiva (art. 200, CC).
3.6 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Entre direito processual civil e direito processual do trabalho, além de pertencerem ao mesmo
ramo do direito (teoria monista), existem princípios comuns (ex., economia processual e boa-
fé) e institutos comuns (mas também existem os institutos com idêntico nome, contudo, com
tratamentos distintos, ex.: agravo de instrumento e perempção).

Quanto ao direito processual civil, não se pode esquecer que o mesmo é fonte subsidiária do
direito processual do trabalho (art. 769, CLT; art. 15, CPC). Quando for o caso de lacunas, o
magistrado trabalhista há de aplicar a norma do direito processual civil, desde que seja
compatível com os princípios do processo do trabalho. Como exemplos: a aplicação dos
conceitos de ação, autor, réu, exceção, reconvenção, recurso etc.

Na execução trabalhista, de forma subsidiária, em primeiro lugar aplica-se a lei dos executivos
fiscais (art. 889, CLT) (Lei 6.830/80) e, posteriormente, as normas do processo civil.

O Enunciado 66 da 1ª Jornada de Direito Material e Processual da Justiça do Trabalho (2007)


prevê: “Diante do atual estágio de desenvolvimento do processo comum e da necessidade de
se conferir aplicabilidade à garantia constitucional da duração razoável do processo, os arts.
768 e 889 da CLT comportam interpretação conforme a Constituição Federal, permitindo a
aplicação de normas processuais mais adequadas à efetivação do direito. Aplicação dos
princípios da instrumentalidade, efetividade e não retrocesso social.”
3.7 DIREITO TRIBUTÁRIO

Atualmente, como a Justiça do Trabalho, de ofício, possui competência para executar as


contribuições previdenciárias incidentes sobre a folha de pagamento, em decorrência das suas
decisões (art. 114, VIII, CF/88; Lei 10.035/00; Súm. 368, TST; art. 876, parágrafo único, CLT, com
a redação da Lei 13.467/17), os laços do direito processual do trabalho com o direito tributário
foram corroborados. Além disso, a legislação tributária determina a retenção do imposto de
renda pelo magistrado. Não poderíamos deixar de citar o art. 186 do Código Tributário
Nacional, o qual assegura o caráter privilegiado do crédito trabalhista.3

O art. 16, da Lei 11.457/07, atribui a Procuradoria Geral Federal à representação da União, nos
processos em tramitação perante a Justiça do Trabalho relacionados com a cobrança de
contribuições previdenciárias, de imposto de renda retido na fonte e de multas impostas aos
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho, mediante delegação da
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Além disso, tem-se a competência da Justiça do Trabalho para decidir todas as questões
relacionadas ao imposto sobre a renda incidente sobre os créditos trabalhistas.4
3.8 DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL

Direito da Seguridade Social é “um conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado


a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os
impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos
à saúde, à previdência e à assistência social”.5

Vários são os pontos de conexão entre o Direito do Trabalho e o da Seguridade Social: (a)
empregado (art. 3º, CLT); (b) empregador (art. 2º); (c) remuneração (art. 457); (d) salário (art.
457); (e) salário-utilidade (art. 458); (f) conceito de empregado doméstico (art. 1º, LC 150/15);
(g) conceito de trabalhador temporário (Lei 6.019/74) etc.

Pela EC 20/98, a Justiça do Trabalho passou a ser competente para executar, de ofício, as
contribuições sociais previstas no art. 195, I, a (contribuição social do empregador, da empresa
e da entidade a ela equiparada na forma da lei incidente sobre a folha de salários e demais
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste
serviço, mesmo sem vínculo empregatício) e II (contribuição social do trabalhador e dos demais
segurados da previdência social), e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que
proferir (art. 114, § 3º). Atualmente, essa competência está disciplinada pelo art. 114, VIII.

O TST, com respaldo do entendimento do STF (SV 53), vem entendendo que a competência da
Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às
sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado,
que integrem o salário de contribuição (Súm. 368, I, TST). A matéria encontra-se disciplinada
pelo art. 876, parágrafo único, CLT, alterado pela Lei 13.467/17.

Na execução das contribuições previdenciárias, é do empregador a responsabilidade pelo


recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado
oriundo de condenação judicial, devendo ser calculadas, em relação à incidência dos descontos
fiscais, mês a mês, nos termos do art. 12-A da Lei 7.713/88 (Súm. 368, II, TST).

Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração encontra-se disciplinado


no art. 276, § 4º, do Decreto 3.048/99, que regulamentou a Lei 8.212/91 (art. 43) e determina
que a contribuição do empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês,
aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de
contribuição (Súm. 368, III, TST).

Com a alteração do art. 43 da Lei 8.212, pela MP 449/08 e pela Lei 11.941/09, o TST (Súm. 368,
IV e V) passou a entender que:

a) Considera-se fato gerador das contribuições previdenciárias decorrentes de créditos


trabalhistas reconhecidos ou homologados em juízo, para os serviços prestados até 4/3/2009,
inclusive, o efetivo pagamento das verbas, configurando-se a mora a partir do dia dois do mês
seguinte ao da liquidação (art. 276, caput, Decreto 3.048/1999). Eficácia não retroativa da
alteração legislativa promovida pela MP 449, posteriormente convertida na Lei 11.941, que deu
nova redação ao art. 43 da Lei 8.212;
b) Para o labor realizado a partir de 5/3/2009, considera-se fato gerador das contribuições
previdenciárias decorrentes de créditos trabalhistas reconhecidos ou homologados em juízo a
data da efetiva prestação dos serviços. Sobre as contribuições previdenciárias não recolhidas a
partir da prestação dos serviços incidem juros de mora e, uma vez apurados os créditos
previdenciários, aplica-se multa a partir do exaurimento do prazo de citação para pagamento,
se descumprida a obrigação, observado o limite legal de 20% (art. 61, § 2º, Lei 9.430/96).

No que tange ao imposto de renda decorrente de crédito do empregado recebido


acumuladamente, o mesmo deve ser calculado sobre o montante dos rendimentos pagos,
mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses
a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal
correspondente ao mês do recebimento ou crédito (art. 12-A, Lei 7.713/88, com a redação
conferida pela Lei 13.149/15), observado o procedimento previsto nas Instruções Normativas
da Receita Federal do Brasil (Súm. 368, VI, TST).
3.9 DIREITO PRIVADO (DIREITO CIVIL E COMERCIAL)

Quanto ao direito privado (direito civil e comercial), o magistrado do trabalho utiliza-se de uma
série de normas, tais como: falência, recuperação judicial, habilitação de herdeiros, laços de
parentesco (para fins de análise da incapacidade e impedimento das testemunhas), prescrição,
decadência, direitos de personalidade, atos e fatos jurídicos, direito de empresa, teoria geral
das obrigações, contratos etc. Também não se pode esquecer que o Direito comum é fonte
subsidiária do direito do trabalho (art. 8º, CLT).

Com a alteração constitucional quanto à competência da Justiça do Trabalho, houve um


entrelaçamento maior com o direito civil, na medida em que o Judiciário Trabalhista é
competente para dirimir e solucionar as relações de trabalho, a qual envolve uma série de
contratos regulados pelo CC.
3.10 DIREITO DO CONSUMIDOR

Direito do consumidor é o conjunto de princípios, institutos e normas que regulam as relações


de consumo existentes entre consumidor e fornecedor.

O direito processual do trabalho entrelaça-se com o Direito do Consumidor no que se relaciona


com o Título III do Código de Defesa do Consumidor (CDC, Lei 8.078/90), que trata da parte
processual. Citados dispositivos são importantes para a análise do procedimento da ação civil
pública no âmbito do Judiciário Trabalhista.

Relações Transdisciplinares do direito processual do trabalho

Por ser o Direito uma Ciência Social aplicada, parece-nos inegável que ele se relaciona com
todas as demais ciências, principalmente as sociais e humanas como a Filosofia, a Psicologia, a
Antropologia, a História, a Sociologia, a Estatística e a Política.
O direito processual do trabalho é um segmento da Ciência do Direito, razão pela qual também
se relaciona com todas as ciências e, é óbvio, com todos os demais ramos da árvore jurídica.

Preferimos utilizar o termo transdisciplinar para designar que o direito processual do trabalho
relaciona-se no plano externo com as demais ciências e no plano interno, com as outras
disciplinas jurídicas.

No que concerne ao plano interno, o direito processual do trabalho mantém estreita relação
com as seguintes disciplinas jurídicas: direitos humanos, direito processual, direito
constitucional, direito do trabalho, direito civil, direito das relações de consumo, direito
administrativo, direito penal, direito tributário e direito previdenciário.

A vinculação entre direitos humanos e direito processual do trabalho é corolário do


reconhecimento de que o processo constitui instrumento de proteção e de realização dos
direitos da pessoa humana que trabalha. Afinal, a Declaração Universal dos Direitos Humanos
reconhece os direitos sociais dos trabalhadores como direitos humanos de segunda dimensão e
prevê, em seu art. 8º, que: “Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as jurisdições
nacionais competentes contra os atos que violem os direitos fundamentais reconhecidos pela
Constituição ou pela Lei”. Vale dizer, o acesso à justiça, o que, modernamente, significa o
acesso a um processo justo, é, inegavelmente, tema que exige do hermeneuta a aplicação
interdisciplinar de direitos humanos e direito processual do trabalho.

O direito processual é gênero de que são espécies o direito processual civil, o direito processual
penal e o direito processual do trabalho. É pela teoria geral do direito processual que a nossa
disciplina mais se aproxima dos outros ramos do direito processual, pois é ela o tronco comum
de todos os setores da processualística moderna. Institutos como ação, defesa, processo e
jurisdição são inerentes a todos os ramos do direito processual. A relação com o processo civil é
mais estreita, haja vista as regras de subsidiariedade e supletividade estampadas no art. 769 da
CLT e art. 15 do CPC.

Com o direito constitucional, o direito processual do trabalho relaciona-se não apenas com os
seus princípios fundamentais – dignidade da pessoa humana e valor social do trabalho –, como,
também, com os princípios constitucionais do processo que decorrem do princípio do devido
processo legal e do princípio do acesso à justiça. Além disso, existem regras de organização e
competência da própria Justiça do Trabalho que estão explícitas na Constituição (arts. 111 a
117). Ademais, já vimos no item 3, supra, que a Carta Magna brasileira contempla, a um só
tempo, normas de direito processual constitucional e de direito constitucional processual. Não
é, portanto, exagero dizer que o direito processual do trabalho é também direito constitucional
aplicado.

A relação do direito processual do trabalho com o direito do trabalho é a mais íntima possível,
pois aquele constitui instrumento de realização deste. Esse vínculo é tão próximo que alguns
autores chegam a dizer que o direito processual do trabalho nada mais é do que uma parte do
direito do trabalho. Todavia não podemos olvidar que o direito processual do trabalho, assim
como o direito processual em geral, emancipou-se em relação ao direito material, já que ambos
possuem autonomia, caracterizada, principalmente, pela presença de valores, regras e
princípios próprios.

Com o direito civil, que é fonte subsidiária do direito do trabalho (CLT, art. 8º, parágrafo único),
o direito processual do trabalho também se relaciona, mormente no que diz respeito aos
conceitos relacionados às pessoas naturais e jurídicas, à capacidade para prática dos atos da
vida civil, aos direitos de personalidade, aos atos e fatos jurídicos, à prescrição e à decadência,
ao direito de empresa etc. Com a ampliação da competência da Justiça do Trabalho para
processar e julgar ações oriundas das relações de trabalho de natureza civil, a relação entre o
direito civil e o direito processual do trabalho torna-se cada vez mais evidente.

Com o direito das relações de consumo, o direito processual do trabalho se relaciona,


principalmente, com o Título III do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90), que é a
parte processual desse Código. Aliás, as ações civis públicas ou coletivas previstas no CDC vêm
sendo largamente ajuizadas no âmbito da Justiça do Trabalho.

O direito administrativo mantém relações com o direito processual do trabalho, seja pelo
próprio regime jurídico de trabalho dos magistrados e servidores, seja em função da
organização e funcionamento da Justiça do Trabalho. Ademais, o Juiz do Trabalho exerce o
Poder de Polícia nas audiências que preside.

A interdisciplinaridade com o direito penal decorre, principalmente, dos fundamentos deste


para apreciação de questões atinentes aos crimes de falso testemunho, fraude processual,
patrocínio infiel dos advogados, coação no curso do processo, ao descumprimento das ordens
emanadas dos juízes do trabalho etc.

A vinculação com o direito tributário ocorre, principalmente, por meio da Lei n. 6.830/80, que é
a Lei de Execuções Fiscais. Esta Lei é aplicada subsidiariamente à execução trabalhista, como se
infere do art. 889 da CLT. A competência da Justiça do Trabalho para as questões atinentes ao
imposto de renda (TST, Súmula 368) sobre os valores pagos por decisão judicial também
demonstra a relação do processo do trabalho com o direito tributário.

No que concerne à vinculação do processo do trabalho com o direito previdenciário, sabe-se


que a Justiça do Trabalho passou a ser competente para executar as contribuições
previdenciárias reconhecidas em suas deci

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