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Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida

Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Parte histórica

O primeiro órgão de solução de conflitos foi o conselho de homens prudentes, criado em Paris em
1426. Não confundir o Direito do Trabalho Individual, nascido na Revolução Industrial, com o Direito
Processual do Trabalho, surgido antes para a mediação dos conflitos entre os senhores feudais e seus
servos.

Com o declínio da idade média com a formação das cidades, nascem as corporações de ofício, que
possuem a ideia de trabalho livre. Com o trabalho livre surge então os conflitos. Os reis nomeavam os
homens da sociedade para solucionar tais conflitos. Na França atual o conselho permanece com os
mesmo nome.

Parte Histórica – Brasil

No Brasil a primeira experiência que tivemos foi em 1911 com o patronato agrícola e em 1922 com o
tribunal rural. Foram criadas apenas em São Paulo e eram órgãos voltados para os conflitos rurais. O
tribunal rural funcionava como uma segunda instância do patronato. Em 1923 surge o conselho
nacional do trabalho que era um órgão consultivo do Ministério da Agricultura, Industria e Comércio.
Só São Paulo possuía um sistema de solução de conflitos até então. Antes de 1930 não havia
qualquer preocupação social. Getúlio buscaria os grupos desfavorecidos, como as mulheres e os
trabalhadores para evitar o contra golpe que se desenhava. Em 1930, Getulio Vargas cria o Ministério
do Trabalho. Getulio cria uma relação promíscua com os sindicatos, inspirado na Carta Del Lavoro de
Mussolini. Essa relação possui um tripé:

I. Carta Sindical (a autorização do Estado para a criação dos sindicatos),


II. Contribuição Sindical (imposto compulsório)
III. Cargos políticos para os sindicalistas (os cargos biônicos e os juízes classistas)

Em 1932, Getulio cria as Comissões Mistas de Conciliação para os conflitos coletivos e as Juntas de
Conciliação e Julgamento para os conflitos individuais. São vinculadas ao executivo e a Justiça do
Trabalho surge como uma instância administrativa. A conciliação é a solução política para os
conflitos.
 Comissões Mistas de Conciliação – Ainda é o modelo mais usado no mundo,
menos aqui no Brasil. Diante do conflito coletivo é destinada a audiência de
conciliação. Se não houver a conciliação, manda-se para a arbitragem. Caso as
partes queiram a arbitragem, o Estado se retira do conflito. A judicialização é
exceção. No Brasil a judicialização é plena. A OIT considera nosso modelo anti
democrático.

 Juntas de Conciliação e Julgamento – Foram criadas para os conflitos individuais.


Havia um presidente que necessariamente deveria possuir formação jurídica e que
seria auxiliado pelos juízes classistas, que não possuíam tal formação. A ideia inicial
é que o classista traria sua experiência para o tribunal. Com o passar dos anos o
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processo ficou mais técnico. Nos anos 80 os togados não queriam mais a presença
dos classistas. Na segunda instância os classistas eram os relatores.

A CF/37 prevê a justiça do trabalho como parte do executivo. Mas ela só será instaurada no Brasil em
1 de maio de 1941. Possui 3 instâncias:
 Primeira instância – Juntas de conciliação e julgamento
 Segunda instância – Conselhos regionais do trabalho
 Terceira instância – Conselho nacional do trabalho

Em 1/05/1943 a CLT nasce, sendo promulgada. É um decreto lei, ou seja, não foi discutida pelo
congresso. Não é um código, é uma consolidação. Ou seja, veio para harmonizar. A CLT possui direito
individual, coletivo,, fiscalização do trabalho (direito administrativo), processo do trabalho. Em 1946
surge a nova CF. A Justiça do Trabalho veio para p o poder judiciário sendo o fim da fase
administrativa, com suas três instâncias: JCJ, TRT E TST. Na época da CLT, pensava-se como processo
administrativo. Houveram institutos criados na fase administrativa e permanecem até hoje. Se
chamam postulados.
 Jus postulandi – Capacidade postulatória das partes. Na Justiça do Trabalho não é necessária
a presença de um advogado para entrar com uma reclamação trabalhista. Regra válida apenas
para as primeira e segunda instâncias. Para ações no TST é necessária a sua presença, assim
como nas ações rescisórias.
Súmula 425 do TST:
JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE.
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da
CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais
Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória,
a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos
de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

 Conciliação - É obrigatória esta fase. O juiz precisa perguntar antes da instrução se há acordo
entre as partes, sujeito a anulação do processo caso não respeitada.
 Audiência Una – A ideia é que se resolva no mesmo dia. É a concentração dos atos.
 Poder normativo – É a possibilidade da Justiça do Trabalho julgar o conflito coletivo, criar
normas que se mostrem necessárias e adequadas para a solução do conflito.

Em editado o decreto lei 779/69, que disciplina as prerrogativas da Fazenda Pública. Em 1970 é
editada a Lei 5584/70, que prevê o procedimento sumário trabalhista no caso, dois salários mínimos.
Prevê a assistência jurídica gratuita pelo sindicato. Assistência gratuita pelo sindicato é a única
hipótese de honorários de sucumbência. Os honorários recaem em 30% sobre o valor da sentença.

Súmula nº 219 do TST


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO (alterada a
redação do item I e acrescidos os itens IV a VI em
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Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

decorrência do CPC de 2015) - Res. 204/2016, DEJT


divulgado em 17, 18 e 21.03.2016
I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento
de honorários advocatícios não decorre pura e
simplesmente da sucumbência, devendo a parte,
concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da
categoria profissional; b) comprovar a percepção de
salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-
se em situação econômica que não lhe permita demandar
sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família.
(art.14,§1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305da SBDI-
I).
II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários
advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista.
III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em
que o ente sindical figure como substituto processual e
nas lides que não derivem da relação de emprego.
IV – Na ação rescisória e nas lides que não derivem de
relação de emprego, a responsabilidade pelo pagamento
dos honorários advocatícios da sucumbência submete-se
à disciplina do Código de Processo Civil (arts. 85, 86, 87 e
90).
V - Em caso de assistência judiciária sindical ou de
substituição processual sindical, excetuados os processos
em que a Fazenda Pública for parte, os honorários
advocatícios são devidos entre o mínimo de dez e o
máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação,
do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (CPC de
2015, art. 85, § 2º).
VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for parte,
aplicar-se-ão os percentuais específicos de honorários
advocatícios contemplados no Código de Processo Civil.

Súmula nº 329 do TST


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ART. 133 DA CF/1988
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Mesmo após a promulgação da CF/1988, permanece
válido o entendimento consubstanciado na Súmula nº 219
do Tribunal Superior do Trabalho.
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Em 1982 o STF declara a inconstitucionalidade dos pré julgados do TST. Pré julgados eram as súmulas
vinculantes. A maior parte dos pré julgados viraram as súmulas do TST. Em 1988, com a nova
Constituição, é ampliada a competência da Justiça do Trabalho. A lei 7701/89 que disciplina
internamente o TST é editada. Em 1999 a Emenda 24 põe fim aos classistas.Em 2000 é editada a lei
9957/00 que cria o procedimento sumaríssimo de até 40 salários mínimos como valor de alçada. A lei
9958/00 cria as comissões de conciliação prévia que são órgãos extra judiciais de soluçãode conflitos
individuais. Em 2004 a emenda 45 amplia a competência da Justiça do Trabalho Em 2014 a lei 14015
altera o sistema recursal. Em 2015 surge o novo CPC.

Conceito de processo do Trabalho

Conjunto de princípios e normas jurídicas destinadas a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais
do Estado nas soluções dos dissídios individuais ou coletivos entre empregadores e empregado. A
finalidade do processo é solucionar o dissídio.

Processo e os ramos do Direito

 Internacional – Tratados internacionais que traem princípios, como o Pacto de San Jose e
Declaração dos Direitos Humanos. Pontualmente sobre processo teremos a Convenção
Interamericana sobre cartas rogatórias e o Protocola de Las Leñas (protocolo de cooperação
judiciária do MERCOSUL em matéria covil, trabalhista e comercial). Também há o
reconhecimento das decisões judiciárias no MERCOSUL
 Constitucional – Artigo 22 prevê que a competência privativa da União para legislar em
matéria processual e procedimental. Artigo 5 falará sobre os princípios processuais e o artigo
93 reitera o principio da motivação das decisões judiciais. No artigo 5 teremos os remédios
constitucionais (habeas corpus e mandado de segurança). No artigo 129 a ação civil pública,
pode ser ajuizada pelo sindicato e pelo Ministério Público do Trabalho. A partir do artigo 91, a
Justiça dará garantias para o poder judiciário. No artigo 111 a Justiça do Trabalho é discutida,
com ênfase no artigo 114 que falará sobre sua competência material. No artigo 128, o
Ministério Público da União é composto por 4 ministérios, incluindo o ministério público do
trabalho.
 Administrativo – Disciplina as relações jurídicas com o Estado. Poder Judiciário faz parte do
Estado e pratica atos administrativos. Esses atos se conectam ao processo. O regimento intero
dos tribunais organizam internamente os tribunais regionais. Também definirá a competência
destes. E há os recursos. Ex: agravo regimental que é um recurso de agravo previsto nos
regimentos internos dos tribunais, cabível da decisão monocrática do tribunal, com o fim de
levar o recurso ou pedido ao colegiado. O TST edita as instruções normativas que determinam
a forma e o processo para o ato processual. Exemplo: Instrução Normativa n° 39, que dispõe
sobre as normas do Código de Processo Civil de 2015 aplicáveis e inaplicáveis ao Processo do
Trabalho, de forma não exaustiva e Instrução Normativa nº 20 - Dispõe sobre os
procedimentos para o recolhimento de custas e emolumentos devidos à União no âmbito da
Justiça do Trabalho. O Juiz Corregedor – Pode ser o Ministro ou o Desembargador. O
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Corregedor é um papel administrativo, que fiscaliza o funcionamento da justiça. No processo


do trabalho o corregedor julga apenas um recurso chamado de correição parcial, que serve
para corrigir erros derivados de ação ou omissão do juiz.
 Penal – No Código Penal há os crimes contra a administração Pública. A Justiça do Trabalho
faz parte da administração pública. Há o desacato e os crimes contra a justiça, como a falsa
testemunha. Há também, os crimes contra a organização do trabalho.
 Processo Penal – art 40 – Comunicação a autoridade e expedição de ofícios para o INSS,. Se
há indicio de crimes tem que mandar para o delegado da PF/MP. O efeito da coisa julgada
penal – a decisão penal projeta efeitos no contrato de trabalho. São aceitas 3 hipóteses:
I. Se a decisão penal foi condenatória, há coisa julgada. No processo
do trabalho não pode mais se discutir isso.
II. Se for absolutória por negativa de autoria ou por inexistência do
fato, também há coisa julgada.
III. Não há coisa julgada quando a sentença for absolutória por
atipicidade penal ou falta de provas

O correto é o juiz do trabalho produzir a prova e aguardar a sentença penal.

 Processo Civil – A CLT possui um mecanismo para preencher suas lacunas através dos artigos.

Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de


disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela
jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais
de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os
usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum
interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.

Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do


trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais
deste.

Direito Comum é o Direito Civil.

Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária
do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com
as normas deste Título.

Para o processo de conhecimento aplica-se subsidiariamente o CPC no processo do trabalho de


forma supletiva quando preenchidos dois requisitos:

I. Objetivo – omissão. A CLT não possui uma regra específica para


omissão. Exemplo: perícia médica. Não há na CLT qualquer menção
a solicitação no processo da realização da perícia médica. Logo,
busca-se de forma supletiva no CPC tal pedido.
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II. Subjetivo – compatibilidade. A regra importada do CPC tem que ser


compatível com o processo do trabalho. É avaliado caso a caso.

Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em
que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos
executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.

Na execução trabalhista, havendo omissão, aplica-se a lei de execução fiscal (6830/80). A lei remete
ao NCPC.

Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou


administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e
subsidiariamente.

O processo civil assume o macro sistema processual. Há uma Regra Geral: O CPC reconhece os micros
sistemas – eleitoral, trabalhista, por exemplo. O administrativo é um processo não judicializado.
Aplicação subsidiária do CPC é no caso de omissão. A supletiva é quando se torna possível levar novos
institutos ao processo do trabalho. Avançar no processo do trabalho com os novos institutos do
processo civil. O TST editou a instrução normativa 39 onde o artigo 15 do CPC deve ser interpretado
com os artigos 769 e 88 da CLT.

Princípios

O processo do trabalho tem a questão principiológica controvertida, alguns afirmam que não há, e
outros indicam vários. Quatro serão tratados os quais há um consenso.
Oralidade
Vários atos podem ser orais- Reclamação trabalhista, contestação, concentração de atos orais. É um
principio processual, comum dos ramos processuais
 Conciliação não é princípio, é meio de solução de conflito, a natureza jurídica foi modificada.
Poderia reconhecê-la como uma ideia de postulado, inerente na lógica do processo do
trabalho – é um principio, mas no sentido de ser essencial, mas não do meio jurídico
 Audiência Uma é uma regra procedimental, não princípio, que pode inclusive terminar.
 Primazia da Realidade Não importa a forma, a aparência, mas sim os fatos reais. Ex: trabalha
como auxiliar de secretaria, o professor falta e começa a substituir o professor – é irrelevante
a forma que está no carteira de trabalho, mas o que de fato ocorre. É principio de direito
material, não processual.
 In dubio pro operário Havendo uma norma, com várias interpretações possíveis há de se
adotar a interpretação mais benéfica ao trabalhador. Alguns doutrinadores mais antigos
afirmam que se aplica ao processo. Os mais atuais, afirmam que não, é principio de direito
material não processual.
 Norma mais favorável: havendo conflito de normas, aplica-se a mais favorável ao
trabalhador, sendo irrelevante a hierarquia da norma – ex: cláusula verbal se sobrepondo a
CF.
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Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Relações de trabalho e conflitos.

Como é possível distinguir as duas relações? Utiliza-se de dois critérios:


 Sujeitos: em uma relação individual terá empregado e empregador. Em uma relação
coletiva terá as categorias (representadas pelos sindicatos dos trabalhadores) ou
empregadores (representados pelos sindicatos patronais).
 Interesses: em uma relação individual, o interesse é individual, nas coletivas
necessariamente, os interesses são coletivas, de todo o grupo ou de parte. Essas relações
coexistem, havendo a relação individual, juntamente com a coletiva, por
automaticamente estar em uma categoria.

Essas relações são conflitantes pois não há harmonia entre o capital e o trabalho. Sobre conflitos diz
Liebaman que “é uma pretensão resistida”, a doutrina entende como interesses antagônicos.

Na justiça do trabalho encontraremos:

1. Conflitos próprios são aqueles que decorrem da relação do direito material. Teremos o
individual e o Coletivo, este se subdivide-se em:
1. Conflito de natureza jurídica: Já existe a norma e o empregador não a aplica. Ex:
CLT, sentenças normativas. CCT e ACT.
2. Conflito de natureza econômica: É um conflito em busca de novos direitos. Aplica-
se o poder normativo da justiça do trabalho. Ex: protetor solar para garis ou
estabilidade pré aposentadoria.

2. Conflitos Impróprios: São considerados conflitos de segunda dimensão. Pressupõe a


existência da relação de direito material mas não envolve os sujeitos ou interesses
1. Categoria X Sindicato – Um conflito comum nessa relação é a respeito da
contribuição assistencial.
2. Sindicato X Sindicato – Teremos dois conflitos comuns: Sindicato contra Sindicato,
ambos da mesma categoria, por território ou desmembramento e Sindicato dos
trabalhadores X Sindicato patronal em época de dissídio coletivo.
3. Intersindical – Conflito que ocorre dentro do sindicato. Ex: Eleição da diretoria do
sindicato e eventuais impugnações das chapas.
4. Empregado X Empregado – Assédio moral ou sexual de forma horizontal.

A justiça do Trabalho só possuía competência para julgar os conflitos próprios. A partir da EM 45 ela
passou a julgar os impróprios também.
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Formas de solução de conflitos

Há 3 formas de solução.

1. Autotutela ou autodefesa: elemento característico é a força física. Nos estados modernos


não é mais admitido. Há um tipo penal e um abuso de direitos. Na doutrina trabalhista
teremos como exemplos a greve e o lock out. O Brasil proíbe o lock out. A greve não é um
meio de solução, mas sim um meio de pressão.

2. Autocomposição: Sua característica principal é a vontade das partes: as partes que decidem
sobre a solução. Ex: negociação no conflito coletivo ou individual. Alteração de contrato,
artigo 468 da CLT é um exemplo de negociação individual.

Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só


é lícita a alteração das respectivas condições por
mútuo consentimento, e ainda assim desde que
não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos
ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula
infringente desta garantia.
Parágrafo único - Não se considera alteração
unilateral a determinação do empregador para
que o respectivo empregado reverta ao cargo
efetivo, anteriormente ocupado, deixando o
exercício de função de confiança.

Pra a OIT a negociação coletiva é um princípio a partir da declaração de princípios e direitos


fundamentais de 98. Pode ter um terceiro para auxiliar, o que torna uma conciliação.
Conciliação
 Conciliação extra judicial no conflito individual: CCP (Comissões de conciliação
prévia)

Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem


instituir Comissões de Conciliação Prévia, de
composição paritária, com representante dos
empregados e dos empregadores, com a
atribuição de tentar conciliar os conflitos
individuais do trabalho. Parágrafo único. As
Comissões referidas no caput deste artigo poderão
ser constituídas por grupos de empresas ou ter
caráter intersindical.

 Conciliação extra judicial no conflito coletivo – Não há regramento específico.


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 Conciliação judicial – Tanto para os conflitos individuais quanto para os coletivos é


considerado o primeiro ato judicial. Caso se trate de conflito em serviços essenciais
(judiciário, metrô, ônibus, ex.) a conciliação deverá se dar no mesmo dia do
ajuizamento da reclamação.

 Mediação – Para os conflitos individuais não há regramento específico. Para os


coletivos é feito no Ministério do Trabalho, na Superintendência Regional do
Trabalho e Emprego. No Ministério se chamará de mesa redonda de negociação e é
presidida pelo auditor fiscal do trabalho. É requisito para ajuizar o dissídio. A
diferença entre a conciliação e a mediação é que na mediação o terceiro não
decidirá nada. São colaboradores. O conciliador é leigo no assunto, mas possui
credibilidade junto as partes. O mediador é um técnico da área no conflito, ele
conhece as questões do conflito e sugere soluções e faz as ofertas. No processo
civil é o contrário, mediador é conciliador e conciliador é mediador.

Resultados frutíferos da autocomposição

Conflito Individual – posa pela alteração do contrato de trabalho, observa-se os


limites firmados no art 468, caso o contrato esteja vigendo. A solução altera o
contrato. Se o contrato acabou o resultado será patrimonial.
Conflito coletivo – a celebração dos instrumentos normativos (ACT e CCT)

3. Heterocomposição – O elemento característico é a existência de um terceiro que decide o


conflito.
Arbitragem – Lei 9307/96 – Para os conflitos coletivos usa se o art 114 da CF/88
O TST não admite a arbitragem para o conflito individual, pois na própria lei de arbitragem
possui o seu foco em direito patrimonial e direito disponível. No direito do trabalho, esse
direito é indisponível. E teremos a clausula arbitral que tem vício de consentimento. Para
optar pela arbitragem existem duas formas: o pacto seria após o conflito e a cláusula é antes
(nota da Vanessa: essa clausula em questão é a imposta nos contratos antes de sua
celebração, onde se especifica que todo o conflito que existir durante o contrato, deverá ser
levado antes para a arbitragem). Imposta a arbitragem judicial, sua jurisdição será no poder
judiciário. Jurisdição: prestação da tutela pelo Estado pelo Poder Judiciário. Para os conflitos
individuais a regra serão as varas. Para os conflitos coletivos, a regra serão os tribunais.

Comissões de Conciliação Prévia – CCP

Foram criadas pela lei 9958/2000, a qual inseriu na CLT os artigos 625 A, 877 A e alterou o 876. Tem
por finalidade promover a conciliação (solução de conflitos) em conflitos extrajudiciais de natureza
individual. Nessas comissões há uma regra comum a todas, qual seja, que ela tenham composição
paritária, ou seja, com representantes dos empregados e empregadores.
Há três espécies de comissões:
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1. Comissão por empresas ou grupo de empresas: pode atuar em uma empresa específica ou
em um grupo. A criação não é obrigatória – é facultativo como as demais – Entende-se
que a criação é por ato unilateral do empregador (prof. discorda pois entende que deveria
ter uma negociação com o sindicato – só ele)

Haverá no mínimo 2 membros e no máximo 10 – sempre paritário empregador/empregado. E para


cada titular haverá o suplente com mandatos de 1 ano, permitida uma única recondução.
Os representantes do empregador, serão indicados por ele, e o dos trabalhadores serão eleitos, em
uma votação secreta, fiscalizada pelo sindicato.Os representantes eleitos titulares e suplentes tem
estabilidade até 1 ano após o término do mandato, só podendo ser dispensados na ocorrência de
falta grave. Obs: alguns entendem que é necessário um inquérito de apuração de falta grave.
O tempo destinado ao trabalho na CCP são horas remuneradas, fazem parte da jornada de trabalho,
se ficar até tarde – horas extras.

2. Comissão por sindicato: busca conciliar conflitos individuais em uma categoria especifica.

3. Intersindical: pode atender várias categorias diferentes, motoboys/engenheiros.

Ambas deve ter composição paritária, e serão criadas por acordos ou convenção coletiva de trabalho,
se é remunerado ou não estará na convenção.
Procedimentos das CCPs
Art. 625 D: tem duas regras:

 Tem que usar a CCP do lugar onde presta serviços. Ex: empresa Osasco, mora em SP,
trabalha em Guarulhos, a CCP é de Guarulhos.
 Passagem obrigatória pela CCP: todo conflito deve ser submetido pela CCP – para o
TST obrigatoriamente tem que ir a CCP antes de ir ao judiciário, caso a parte não fosse
resultaria em falta de interesse de agir.

O Tribunal de São Paulo sempre entendeu que não era obrigatório ir a CCP, isso porque restringiria o
direito de ação – obstáculo judicial. Chegava depois no TST de que depois de anos dizendo que era
obrigatório. A matéria chegou ao STF, e este entendeu que a passagem é FACULTATIVA a CCP – isso
acabou com os meios alternativos de solução de conflitos. A parte interessada vai a CCP e faz um
requerimento, esse pode ser escrito ou verbal, não sendo necessário advogado. Com isso a parte
contrária é convidada para uma audiência. Nessa audiência pode: a parte contrária não ir (não sofre
sanção); as partes comparecerem e não se conciliarem – termo de conciliação infrutífera (para provar
a passagem, antes precisava); as partes comparecerem e se conciliarem – termo de conciliação
perante a CCP. Esse termo conciliatório é título executivo extrajudicial – se não cumprir pode
promover uma ação de execução. Além disso, ele tem eficácia liberatória (instituto) Obs: Só há 2
títulos executivos na justiça do trabalho Termo na CCP e o TAC – Termo de Ajustamento de Conduta –
perante o MP.
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Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Se recebe um cheque, atrás está escrito verbas rescisórias do trabalho – não pode executar na justiça
do trabalho – provavelmente o empregador vai alegar a incompetência da justiça comum – afasta
pelo principio da autonomia da cartula (a relação de direito material fica desprendido ao título, não
há mais relação), mas a discussão vai até o STF, atualmente o STF iria remeter para a Justiça do
Trabalho, e este extingue o feito por falta de interesse Promover uma ação de cobrança ou monitória
na Justiça do Trabalho, pois não considera como título executivo o cheque na Justiça do Trabalho.
Correntes da eficácia liberatória (instituto):

1. Entende que eficácia liberatória significa quitação plena/total do contrato de trabalho. Ex:
reclama horas extras, pede 10 mil, o empregador sugere pagar 6 mil em 6 parcelas,
chegam a um acordo, o empregado esqueceu das férias, não tem mais jeito. 50% dos
tribunais.
2. Entende que a quitação é dos títulos (verbas pleiteadas). Ex: pede as horas extras, chega a
um acordo. Se esqueceu das férias ainda pode pleitear, pois é outro título. 50% dos
tribunais.
3. Quitação dos valores pagos. Ex: pede 10 mil, concorda em 6 mil, para essa corrente o
empregado pode pleitear os 4 mil restantes – não é uma solução de conflito, é muito
criticada, excepcionalmente é usada, empregado (vulnerabilidade) tem menor ideia dos
seus direitos, e há uma diferença muito grande do que foi conciliado e do que tem direito.
A CCPs tem um prazo para atuar, de no máximo 10 dias, ultrapassado esse prazo, qualquer das partes
pode declinar do procedimento, então lavra-se o termo de Conciliação Infrutífera por decurso de
prazo – facultativo. No período que estiver na CCP a prescrição trabalhista está suspensa.

Organização judiciária

 Primeira Instância – As varas de trabalho


Onde não há vara do trabalho, quem prestará a jurisdição é o juiz estadual. As varas tem
competência para conflitos individuais. E a lei 6947/81 trás os critérios para a criação das
varas. Vara é criada por Lei federal e por iniciativa do poder judiciário, por sugestão do TST. O
TST avalia a cada dois anos a possibilidade da criação. A competência territorial é de 100 km.
Há os critérios para a criação da primeira vara: a cidade precisa ter 24 mil trabalhadores ou
média de 240 ações sido ajuizadas por ano no ultimo triênio. Para a ampliação da vara serão
necessários 1.500 ações por ano. Lei 10770/03 – essa lei permite que os TRTs desloquem
Varas dentro da sua competência - se o número de ações diminuir – todo o processo iria
demorar – com essa lei o tribunal pode deslocar a Vara para uma localidade que precise mais.

 Segunda instância – Tribunais Regionais do Trabalho


Em determinadas circunstâncias, também poderão ser a primeira instância. A constituição
determina que haja um para cada Estado e para o DF. São Paulo possui dois: TRT-2 e TRT-15
(Campinas e região).. Os tribunais possuem competência recursal. Em sua competência
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originária, serão as ações ajuizadas diretamente na segunda instância, seguindo os trâmites


da primeira instância. Exemplos: Mandado de segurança, ação rescisória, habeas corpus e
dissídio coletivo. É dividida em:
1. Tribunal Pleno – Composto por 93 desembargadores. É um órgão especial no TRT em
que compartilham matérias administrativas como punições de servidores e questões
judiciais, precatórios. Também fazem o controle difuso da constituição – art 97 da
CF/88. Clausula de reserva de plenário – o controle de normas é feito pelo pleno ou o
especial. Em 2014 os tribunais são obrigados a editar súmulas.
2. SDI – Sessão de dissídios individuais: Existem 8 SDI no TRT 2. Possuem a competência
originária individual – os mandados de segurança caem no SDI.
3. SDC – Sessão de dissídios coletivos – lá as votações são por cláusula por clausula dos
dissídios.

SDI E SDC fazem o papel da primeira instância. A competência recursal é das turmas.

4. Turmas: Competência para questões recursais – aqueles que sobem da 1º instancia, e


possíveis ações incidentais – ação cautelar
5. Desembargador corregedor: função administrativa, bom funcionamento da justiça, se
está abrindo no horário, juízes estão cumprindo pauta.

 Terceira instância - Tribunal Superior do Trabalho


A competência é recursal dos recursos provenientes do TRT. É segunda instância quando os
processos se iniciam no TRT. A competência é originária em ações individuais como o habeas
corpus, ação rescisória e dissídio coletivo.
Habeas Corpus ou Mandado de segurança – a autoridade coautora deverá ser o juiz da vara
ou o desembargador
Ação rescisória do TST – impetra no TST
Ação rescisória do TRT – Impetra no Tribunal.
O critério para definir a competência do Tribunal em dissídio coletivo é a extensão territorial
do conflito. Ex: Problema em MG com os metroviários – TRT de MG julga. Agora se houver um
conflito que envolva bases de vários tribunais distintos – carteiros de MG e RJ – competência
é do TST.
Exceção em SP: SP tem 2 Tribunais – a 2º Região e a 15º Região – problema em SP, o Tribunal
de SP, se for em Ribeirão Preto, é 15º - se envolver RP e SP – quem julga é a 2º Região, apesar
de ser dois tribunais
É dividido em:
1. Tribunal Pleno: é o Orgão Especial, que possui competência administrativa:
precatórias, controle de constitucionalidade, edição de súmulas
2. Sessão de Dissidios Individuais SDI- 1(competência recursal interna, da decisão da
turma, pode ter recurso para a SDI II) e SDI-2 (competência individual originária – MS,
HC, AR)
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

3. Sessão de Dissídios Coletivos: competência originária coletiva (DC), mas também tem
competência recursal coletiva. 8 Turmas: Competência recursal individual, quando o
processo começa na 1º Instancia (Vara – TRT – TST) – cabe recurso para a SDI I
4. Ministro Corregedor: bom funcionamento da justiça nacionalmente

O TST tem aproximadamente 443 Súmulas, mas internamente o TST edita os chamados OJ
(Orientações Jurisprudenciais), que na prática tem o mesmo peso de Súmula. A diferença
formal é que a Súmula é votada pelos 27 ministros, a OJ só discute com os Ministros o vinculo
ao SDI e SDC, sendo mais rápida a discussão. As OJ são editadas pelo Tribunal Pleno, os SDI I e
SDC II editam as OJ transitórias, que são temas superados pela lei, no caso, os processos que
ainda correm com o antigo código de processo civil. A SDC II também edita os Precedentes
Normativos (aplicação do poder normativo da justiça do trabalho – 95 cancelados)

 Quarta Instância - STF

Em matéria constitucional o STF é a última instância – Recurso Extraordinário.

Competência da Justiça do Trabalho.

Segundo Liebman “Competência é a É a quantidade de jurisdição que se atribui a um órgão ou


conjunto de órgãos do Poder Judiciário. A repartição da jurisdição é a competência”

No Brasil tudo pode ser levado ao judiciário.

Critério

1. Absolutos – pode ser alegado em contestação – preliminar, a qualquer tempo – 1º e 2º


instâncias – e pode ser conhecido de ofício. Se transitar em julgado cabe ação rescisória.

 Material:

 Hierárquico/ Funcional: quando uma ação entra na 1º, 2º instancia


(originariamente)

2. Relativos: se não for alegado em contestação há preclusão, havendo prorrogação da


competência.

 Territorial: As regras para a competência territorial estão no artigo 651 da CLT

Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é


determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado,
prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local
ou no estrangeiro.

§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a


competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante
filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a
Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade
mais próxima.

§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida


neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no
estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção
internacional dispondo em contrário

§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades


fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar
reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos
respectivos serviços.

A regra geral é no local de prestação do serviço.

a) Lugares simultâneos – É em qualquer lugar onde se prestou o serviço


b) Lugares sucessivos – É sempre no último local da prestação do serviço.

Exceções à regra geral.

1. Para o agente ou viajante comercial (prática atos de comércio – vende, assina contratos,
demonstra produtos pelo empregador): Há duas regras:

 Se estiver vinculado a uma filial a competência é do local desta filial. Ex.: Ticio
visita vários clientes em SP, depois vai para RJ onde é a filial da qual foi contratado
diretamente, volta a SP e resolve, vai para BH, mais problemas se reporta RJ, sua
filial;
 Não há vínculo especifico de filiais, nesse caso a competência é a do domicilio do
trabalhador.

Caso que caiu em prova: Ticio estava em SP, pegou as mercadorias e foi até
BH, deixou lá e seguiu vazio até o RJ, lá pegou outras mercadorias e foi até
salvador, descarregou, pegou outras e voltou para SP. Ticio não pratica atos de
comércio só leva e traz, não é agente para levar negócios. Como ele fazia
habitualmente, são locais simultâneos, então pode propor em cada um, se era só
às vezes, em SP.

2. Brasileiros no exterior: todo país tem regra de proteção aos seus cidadãos, ela só não será
aplicada se houver Tratado em sentido contrário.

a. É possível que o empregado seja transferido para uma filial no exterior

Quando chegar no Brasil pode propor a ação em território brasileiro, sendo


competente por todo o período do contrato. Quanto à lei que será aplicada deve
adotar o princípio da norma mais favorável pela Teoria Conglobamento
Mitigado/ ou por Instituto
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Ex: Ticio foi transferido para o Japão, ficou 3 anos, entra com ação trabalhista e
pede férias de 30d, e que no Brasil era 5d, bem como horas extras (jornada 6h
por dia e 6d por semana) – Aplica-se a mais favorável por bloco conforme for
mais favorável – a brasileira para férias, e a jornada aplica-se a japonesa

a. Pode ainda o contrato ser exclusivamente no exterior, ex. vai trabalhar em um


restaurante – começa, e termina no exterior – exclusivo no exterior.

Nesse caso, há muito dificuldade inclusive para citar – não aceita jurisdição externa
em relação que foi apenas no local, seria possível apenas se houvesse uma filial no
Brasil, então poderia processar a filial daqui. Nesse caso tem que trazer a lei local
traduzida para o processo e aplica-se aqui.

3. Empregadores que promovem atividades fora do local do contrato: prevalece que isso
significa atividades itinerantes do empregado, ex: circo, shows – quando desloca, é toda a
atividade empresarial que desloca.
Neste caso, a competência é do local da celebração do contrato ou qualquer um dos locais da
prestação de serviços.
EX: Contratado na Itália 3m, depois Grécia 6m, Rio 3m, Sp 5m, Buenos Aires 6m – e contrato é
extinto. Pode processar no Brasil? Se for brasileiro, valesse da 2º regra, tanto no Rio quanto
em SP. Se não for brasileiro também pode propor aqui, mas só o período em que prestou a
atividade aqui, e pode ser em qualquer um dos locais, pois a atividade é itinerante.
Se não passou no Brasil e for brasileiro pode, o problema é qual será o direito material
utilizado, terá que trazer todos os códigos dos países passados. E se fosse uma multinacional
qualquer e for brasileiro, aplica-se o último local – SP - regra do caput, porque o empregador
não é itinerante. Se não passou no Brasil, em qualquer lugar do Brasil Se for estrangeiro em
multinacional o último local, só do tempo que passou no Brasil.

Observações

I. No processo do trabalho não existe agravo de instrumento – não existe recurso contra
decisão interlocutória, essa Sumula permite o Recurso Ordinário (apelação no Processo Civil)
quando o juiz acolhe uma exceção de incompetência territorial e determina a remessa dos
autos para uma Vara vinculada a outro Tribunal. Se o juiz rejeitar cabe mero protesto
(parecido com a. retido). Só cabe processo se remeter para outro Tribunal (TRT). Ex: para
Santos ainda é SP, mas se for mG ou RJ pode.

Súmula nº 214 do TST


DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ
14, 15 e 16.03.2005
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias
não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional
do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do
Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c)
que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o
disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

II. As regras de competência territorial podem ser afastadas se inviabilizar o direito de ação. Ex:
A está há 10 anos na empresa, surge vaga de gerente em outro local, muda de local, 6m sai da
empresa e entra com ação, no dia da ação a empresa pede exceção de incompetência para
mandar para Manaus, pois trabalhou lá, estando em SP – inviabilizaria o direito de ação, por
isso o juiz poderia afastar as regras de incompetência, ás vezes pode deslocar mesmo se o
local for mais perto. O direito de ação deve prevalecer.
III. Cláusula de foro de eleição – todo contrato cível geralmente tem essa cláusula – no contrato
de trabalho não é possível, pois este contrato geralmente é quase de adesão, e haveria um
vício de consentimento. Só seria possível se a cláusula fosse mais benéfica (raro)
IV. Com o novo CPC, a incompetência territorial virou preliminar de contestação – apresentada a
exceção suspende a contestação, alguns juízes não recebem, tem que fazer constar em ata -
incidente – mas estas deviam ser apresentadas em primeira audiência, algum juiz pode
entender que não deva receber e estaria precluso, por isso deve estar contido em ata se for
excepcionado – TODA DEFESA DEVE SER APRESENTADA NA PRIMEIRA AUDIÊNCIA.
V. Se a incompetência territorial for peça apartada – apresentada a exceção, suspende o
processo para solucionar o incidente e não recebe a peça. Se o juiz não aceitar a contestação,
registra-se em ata para não haver preclusão na próxima audiência.

Competência Material

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Relação de Trabalho – trabalho humano é gênero


Relação de emprego – contrato de trabalho.

Outras relações:

1. Relação de emprego: individual ou coletiva

Competência Justiça do Trabalho

2. Outras relações de trabalho: existe trabalho humano, é protegido juridicamente, só que


essa proteção é incidental, secundária, p. ex: trabalho do preso, trabalho voluntário,
trabalho do cônjuge que fica em casa – dona de casa;

Competência Justiça Comum – pois é incidental

3. Trabalho proibido: varia muito de momento histórico e local – esta pode envolver o sujeito,
no Brasil há uma idade mínima 16, e aprendiz 14, alguns países proíbem trabalho de
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

mulheres. Mas a maior parte está relacionada ao objeto, cassino, bingo, rufianismo, tráfico
de drogas, comércio de armas, trabalho escravo.

Este pode ter uma questão penal – trabalho escravo


Justiça Comum

Segundo o STF, o trabalho escravo é de competência federal. Competência da Justiça do Trabalho –


relação de emprego.

Pode ter uma questão trabalhista, e mesmo de responsabilidade civil (perdeu uma perna), bem como
problema administrativo (autua a fazenda por ter trabalho escravo).

As demais, Competência Justiça do Trabalho.


4. Relações de trabalho com o Estado:
a. Estatutário: regimes próprios de trabalho
Justiça Comum, depende do empregador se federal, federal, se munc/estad comum.
b. Empregado público: contrata pela CLT
Justiça do Trabalho
5. Trabalho do CC e CDC (relações consumeristas): nos contratos – contratar dentista, a clínica
não, pois seria prestação de serviço
Justiça Comum

Lei de greve cuida da greve típica – a paralisação dos trabalhadores. Greve atípica: ato de não
colaboração dos trabalhadores. há várias figurar, como a greve de ritmo lento – operação tartaruga,
greve de rigor excessivo – operação padrão (PF- nos aeroportos fiscalizar quem entra e sai,
geralmente é por amostragem, ou por informação prévia, nesses casos verificam todos – faz o
trabalho com rigor além. O metro tem um sistema de operação para checar a segurança, nesse caso
checam em cada estação), greve de superprodução – produz além do que deve, greve de ocupação
(os trabalhadores acampam no local e não trabalham)
Greve de ocupação: trabalhadores ocupam a empresa. Greve ambiente – consta apenas na CF/SP –
visa a melhoria do ambiente do trabalho. Greve geral – greve de cunho político. Não há no Brasil
As típicas e atípica a Competência Justiça do Trabalho
Para retirar o trabalhador pode utilizar ação possessória – reintegração de posse – bem jurídico é o
direito real, ou abuso do direito de greve - SV 25 STF decidiu que a competência é da Justiça do
trabalho
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Súmula Vinculante 23 - STF

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação


possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de
greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.

É possível ainda alguma responsabilidade civil, por ofensa, danos, e essas condutas ilícitas podem ter
desdobramentos penais, e nesse caso não é competência da Justiça do Trabalho.
Quanto a responsabilidade civil, dos trabalhadores, empregador e sindicato, bem como
desdobramentos trabalhistas, esses sim são de competência da justiça do trabalho.
Ex: 3 trabalhadores queimam carro da empresa, e câmera grava, gera justa causa, fora
desdobramentos penais
Isso está relacionada ao Movimento Paredista: se o empregador quebra essas garantias, ele responde
por isso. Durante a greve o empregador não pode contratar, só se for para evitar grave prejuízo. Ex:
fornos de siderúrgicas que precisam estar ligados 24h, e precisam haver manutenção ou pode
explodir.
Lockout: é a paralização do empregador – proibida no Brasil – caso haja a competência é da justiça do
trabalho, isso é justificado pois é um ato coletivo do empregador, e o lockout e a greve é o mesmo
fenômeno, com a inversão dos sujeito – e a CF prevê que a greve é competência da justiça do
trabalho.

Conflitos Impróprios

 Os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado


envolver matéria sujeita à sua jurisdição. O HC é um remédio constitucional que visa proteger
o direito de locomoção – e esta pode estar na ótica do direito penal e no comum. Na civil
atualmente só a de alimentos, a que tinha antes era a prisão do depositário infiel na execução
do bem, hoje não há mais – Sum 25 STF. MS visa segurar direito liquido e certo, na justiça do
trabalho é uma ação corriqueira, pois não há recurso contra decisão interlocutória, e por isso
é comum. usar a via mandamental – contra juiz, alguns acham possível contra diretor de Vara,
e há uma nova hipótese é contra atos da fiscalização do trabalho. HD protege o direito a
informação do impetrante que conste em banco de dados da administração pública, ou banco
de dados de acesso público – o direito a informação pode ser desdobrado em conhecer a
informação, retificá-la e complementar a informação. Não cabe contra ao empregador – STF
já afirmou. Pode-se pensar em duas hipóteses: contra a fiscalização do trabalho, por exemplo,
o auditor fiscal solicita uma série de documentos, e programa para voltar e não volta, na
superintendência pergunta e afirmam que tem um procedimento e negam por afirmar que é
sigiloso, cabe HD para ter acesso. Um banco de dados de recolocação profissional de acesso
público gerido pelo sindicato, por exemplo, portal para professores que quiserem enviar
currículo, inserido este currículo, estas informações estão erradas, e estas não são
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

modificadas, pode impetrar HD para retificar. A lei e a jurisprudência exigem um


requerimento prévio, negado ou não respondido em 10d, não pode ir direto ao judiciário.

 Os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no


art. 102, I; Pode ter um conflito entre:
1. Juízes de trabalho da mesma região = o TRT julga
2. Juiz do trabalho e Estadual investido em jurisdição trabalhista = o TRT julga
3. Juízes de trabalho de tribunais diferentes = o TST julga
4. Entre dois TRTs = TST julga
5. Juiz do Trabalho e Juiz Estadual ou Federal: STJ julga
6. TRT e TJ/TRF = STJ
7. TST e STJ = STF

O juiz estadual investido a jurisdição trabalhista, ele se torna juiz de trabalho, inclusive para aspectos
disciplinares, se for da sua jurisdição nata vai para o STJ. Discussão de competência entre juiz do
trabalho e TRT – não há conflito, pois é uma questão hierárquica, o TRT determinou, o juiz deve
cumprir.

 Ações indenizatórias por dano moral, patrimonial, e não citou o extrapatrimonial. As espécies
de dano material: lucro cessante (deixou de ganhar) dano emergente (efetivo prejuízo)
Espécies de dano extrapatrimonial: dano estético (reconhece como extrapatrimonial e não
moral), dano moral, há ainda o dano moral coletivo (STJ tende a não aceitar) – interesses
difusos, coletivos e individuais homogêneos -, dano psíquico (posição majoritária entende que
está dentro do dano moral, prof. não – é aquele causado na psique, não afeta a honra,
imagem, nome, mas afeta no comportamento, reação, cria um transtorno psíquico na pessoa)
– ex: avião decolou em Congonhas e a porta foi arrancada, algumas pessoas provavelmente
jamais entrariam no avião. A doutrina criou também o dano social (controvertido) este tem
sido reconhecido ex officio, está relacionado a uma prática socialmente reprovável, ex:
contrato de convenio, reiteradamente considerava a cláusula abusiva, e indenizou a
coletividade por essa cláusula. Greve no metro, e que trabalhadores e metro não cumpriu a
ordem, condenou o metro e o sindicato a dar cestas básicas, na justiça do trabalho tem sido
dado quando envolve meio ambiente do trabalho – falta de IPI, reiteradamente, dá um dano
moral coletivo. Meio ambiente: para fiscalização do trabalho, do convenio para informativos -
a sociedade seja reparada nesse sentido estrito. Essa questão do dano cresceu muito na
justiça do trabalho – dano moral porque não foi registrado, não atualizou, não teve intervalo,
férias, chefe xingou, uniforme vexatório. O dano existencial (desdobramento do moral)
trabalha na empresa 6 dias da semana 10h, não pode tirar férias, e empregador paga 3 vezes,
do ponto de vista do trabalho o empregador pagou tudo, mas do ponto vista existencial ele
foi privado. Também é comum hoje o atraso de salário, restrição ao toalet, falta de água
potável no local. Há ainda o assédio mora, que é diferente do dano (que é um ato só), o
assédio é uma prática reiterada, como fixação de metas reiteradas – colocando em um
quadro quem não atingiu.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Esse assédio também pode ser sexual, e em abos pode ter em várias linhas de hierarquia. Art.
206A – assedio sexual, é um tipo penal da relação do trabalho, este tipo exige a subordinação,
não existe por isso, o assédio do inferior para o superior, é necessário que o superior busque
se favorecer – Justiça comum - testemunha. Doenças e acidentes de trabalho: tendinite,
perdeu um braço- danos morais, pensão vitalícia. Esses são danos com o contrato, mas pode
ocorrer de ser antes do contrato – em uma dinâmica, por exemplo em que pediram para que
a mulher simulasse um strip-tease. Essa fase é um pré-contrato, acessório, por ser trabalhista,
então é de competência da Justiça do Trabalho. Há ainda os danos pós contratuais, depois que
o empregado saiu da empresa. Ex: ligam no local para pedir informações, afirma que era ruim
dando aula – relacionado ao trabalho competência justiça do trabalho, usuário de crack-
justiça comum.

 As ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de


fiscalização das relações de trabalho; Suspensão da atividade, multa – é qualquer ato abusivo
da fiscalização do trabalho, e não somente penalidade – exige algo que não está previsto na
lei, é abusivo. Fiscalização do Trabalho: firmou-se que é Ministério do Trabalho – auditor – o
que significa dizer que fiscalização do FGTS e INSSS, não é fiscalização do trabalho, tendo a
priori natureza tributária – justiça federal. Sistema de cotas: art. 93 da 8213/91 – 5% dos
empregados com deficiência, se não tiver é autuado. Alguns tem impetrado mandado de
segurança preventivo – ato ilegal ou abusivo (muitas vezes na justiça federal – com o
argumento de que a autoridade coatora é o Superintendente Regional do Trabalho – mas
seria um equivoco face ao 114, VII – pois apesar dessa autoridade ser federal, a competência
é deslocada em razão da matéria). Mas é melhor na justiça federal, pois este está mais
familiarizado, estando mais sensível aos requisitos, além disso, um juiz do trabalho não vai dar
uma liminar para não cumprir uma determinação da justiça do trabalho.

 Contribuições sociais decorrentes das decisões trabalhistas – emenda constitucional 20/98: A


justiça do trabalho passou a ter competência tributária. Lei 10035 determina que todo
processo trabalhista em que a sentença determinar o pagamento de quantia certa, a Justiça
do Trabalho deverá intimar o INSS. Deverá intimar a união para fiscalizar o recolhimento
previdenciário e o imposto de renda.

Súmula nº 368 do TST


DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA.
RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO (redação
do item II alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em
16.04.2012) - Res. 181/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012
I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento
das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto
à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças
condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo
homologado, que integrem o salário de contribuição. (ex-OJ nº 141 da
SBDI-1 - inserida em 27.11.1998 )
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

II - É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das


contribuições previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do
empregado oriundo de condenação judicial, devendo ser calculadas, em
relação à incidência dos descontos fiscais, mês a mês, nos termos do art.
12-A da Lei nº 7.713, de 22/12/1988, com a redação dada pela Lei nº
12.350/2010.
III - Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração
encontra-se disciplinado no art. 276, §4º, do Decreto n º 3.048/1999
que regulamentou a Lei nº 8.212/1991 e determina que a contribuição
do empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês,
aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite
máximo do salário de contribuição. (ex-OJs nºs 32 e 228 da SBDI-1 –
inseridas, respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001)

Súmula Vinculante 53 -STF


A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da
Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições
previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das
sentenças que proferir e acordos por ela homologados.

 A competência da Justiça do Trabalho pode ser ampliada através de lei. Art. 652, a, III – CLT: a
JT tem competência para o operário artífice – chamada de pequena empreitada pela doutrina
– controvérsia envolvendo contrato de pequena empreitada é da Justiça do Trabalho a
competência. Empreitada é obra, seriam pequenas obras, se der algum problema é JT, não é
JEC. Critérios:
1. Temporal – no máximo 3 meses
2. Quantitativo: máximo 4 trabalhadores.

Pequena empreitada: Justiça do Trabalho.

Prescrição e Decadência

Decadência é a extinção do direito. A prescrição é a extinção da ação.

Teoria do Agnelo Amorim Filho – CC/02 adota em sua maioria

Decadência e prescrição se relaciona a natureza da pretensão. Teoria dos diretos potestativos de


Chiovenda – uma das partes faz prevalecer a sua vontade sobre a parte contrária, ex: A trabalha
tarde e a esposa pede divórcio, A não pode fazer nada contra a essa vontade, bem como a demissão
pelo empregador/empregado, não há como se opor a sua vontade. Prof Agnelo conclui que se a
pretensão for condenatória, nós estamos falando de prescrição, se a pretensão for constitutiva (ou
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desconstitutiva) com prazo estabelecido em lei (ou pela vontade das partes) estamos falando de
decadência. Se for declaratória, ou constitutiva (desconstitutiva) sem prazo, estamos falando de
ações imprescritíveis.

Ação rescisória prazo 2 anos – decadência – a pretensão tem que ter natureza constitutiva ou
desconstitutiva, que é o caso, desconstituir a coisa julgada e anular ou proferir nova decisão;

MS – 120 dias – decadência – muitas vezes os juiz desconstitui um ato administrativo;

Ação declaratória (reconhecer um estado, algo que já existe) é imprescritível.

Decadência no Processo do Trabalho

Há 3 hipóteses, duas já vistas,

a. MS
b. Ação Rescisória
c. Inquérito de apuração de falta grave – 494 e 853 CLT.
Essa ação no processo do trabalho, é uma ação judicial apesar do nome inquérito – dirigente sindical
eleito tem estabilidade, não pode mandar embora, e esta só pode ser rompida via ação judicial, antes
era a estabilidade, estável decenal (não existe mais) – fica 10 anos na empresa e não pode ser
mandado embora. Se quer demitir tem duas opções:
 afastar este e tem 30 dias para ajuizar o inquérito, esse prazo é decadencial;
 Se não afastar tem que promover a ação (inquérito) imediatamente – nesse caso, NÃO tem
decadência. Se não entrar imediatamente tem perdão tácito.

Essa ação tem uma natureza desconstitutiva (visa promover um vínculo obrigacional, e a
desconstitutiva visa romper esse vinculo), pois só o juiz pode mandar embora o empregado. O
dirigente sindical tem que ter uma proteção diferenciada pois representa o trabalhador – proteção
máxima.

Regras da prescrição

1. Na vigência do contrato, proposta a ação, discute-se os últimos 5 anos – patrimonial.


2. Extinção do contrato – prescrição de 2 anos para entrar com a ação. Do dia em que propor a
ação – só os últimos 5 anos – só em questões patrimoniais.

Art. 11 - O direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de


trabalho prescreve [...]
Il - em dois anos, após a extinção do contrato de trabalho, para o trabalhador
rural
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por objeto
anotações para fins de prova junto à Previdência Social.

Ex: Tício entrou em 1980 e é registrado em 1985. O vínculo de emprego não possui
prescrição.

3. FGTS: 5 anos.
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Suspensão / Interrupção/ Impedimento

 Suspensão da Prescrição: quando o direito for lesado, essa lesão é chamada de actio nata
e a partir disso díspara a prescrição. Se passado um ano e um fato previsto em lei (artigos
197 e 198 CC) ocorre – por exemplo ficou em coma – estando em estado de incapacidade
civil, a prescrição pára de ser contada. Dois anos depois a pessoa sai do coma, retomando
sua capacidade, então volta a contar a prescrição de onde tinha parado, desconsiderando
o período que estava incapacitado.
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade
conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder
familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou
curadores, durante a tutela ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da
União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças
Armadas, em tempo de guerra.

 Impedimento: são as mesmas hipóteses dos artigos 197 e 198. No impedimento há o


fato/hipótese legal, e depois há o action nata. Ex: incapacidade absoluta do menor de 14
anos. Lesam o seu direito de imagem e aos 16 anos, quando cessa a incapacidade
absoluta, a prescrição começa. A causa legal para, dispara a prescrição.

A diferença é que na segunda já existe a causa legal, e depois a lesão, na primeira existe a
lesão, e a causa legal virá.

Ex: Contrata secretária, e depois casa com ela e continua sendo secretária, 20 anos depois
o casamento acaba. Vai na Justiça comum e fica com 50% do patrimônio, e continua como
secretária, 6 meses depois o contrato de trabalho acaba. Então vai na justiça do trabalho e
entra com reclamação trabalhista – prescrição de 5 anos. Como durante o casamento não
conta a prescrição, pode pedir a hora extra de 22 anos.- Nesse caso é suspensão, pois o
fato legal veio depois.

Ex: Justa causa por furto, enquanto tiver a questão penal, não tem a prescrição
trabalhista. Suspensão
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Art. 200 do CC.


Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não
correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

Justa Causa ---- Inquérito (ainda está correndo ) --- Ação penal (para prescrição) – foi absolvido
– a partir daqui tem os 2 anos para ação trabalhista – reversão da justa causa e horas extras e
equiparação salarial, só a justa causa estará sob o judice penal e não prescreverá, as outras
questões do contrato tem prescrição.

Há 2 hipóteses trabalhista de suspensão e impedimento.


1. Comissão de conciliação Prévia, nesses dias a prescrição está suspensa – pode ficar até 10
dias na CCP
Contrato de trabalho, vai com o advogado no dia 10 de julho vai na CCP, e marca até 20
julho – não conta esse período, depois volta - suspensão.

2. Art. 440 CLT – não há prescrição para o trabalhador menor de 18 anos.


Ex. Aprendiz com contrato extinto, não conta a prescrição, só a partir dos 18, é mais protetiva
que o CC. Se estende ao menor herdeiro. Entra com ação trabalhista, e a prescrição começa
aos 16a – TST reviu posição e segue o CC – impedimento.

 Interrupção da prescrição: Houve a lesão, a prescrição vem correndo, então corre um fato
previsto em lei – 202 CC, interrompe a prescrição, e essa quando retornar volta do zero.
Ex: protesto cambial– fica com o cheque sem fundo, e não promove ação, 5 meses e 20
dias depois protesta, zera o prazo, e tem mais 6 meses para entrar com ação.

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer


uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação,
se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou
em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe
reconhecimento do direito pelo devedor.

Prescrição ex-oficio: O juiz do trabalho não pode determinar de ofício a prescrição (art 240 CPC). O
TST firmou entendimento recente de que esta conduta é incompatível com o processo do trabalho,
pois a Justiça do trabalho existe para garantir os direitos trabalhistas. A regra civilista entra em
choque com vários princípios constitucionais, como o da valorização do trabalho e do emprego, o da
norma mais favorável e o da submissão da propriedade à sua função socioambiental, além do próprio
princípio da proteção.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Art. 240 CPC. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo
incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e
constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397
e 398 da Lei no10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).

No Processo do Trabalho aplicam-se a Sumula 268 e a OJ 392 DA SDI-1.

Súmula nº 268 do TST


PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. AÇÃO TRABALHISTA ARQUIVADA (nova
redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A ação trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrição
somente em relação aos pedidos idênticos.

Orientação Jurisprudencial SDI-1 nº 392


PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. AJUIZAMENTO DE PROTESTO JUDICIAL.
MARCO INICIAL. (republicada em razão de erro material) - Res.
209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
O protesto judicial é medida aplicável no processo do trabalho, por
força do art. 769 da CLT e do art. 15 do CPC de 2015. O ajuizamento da
ação, por si só, interrompe o prazo prescricional, em razão da
inaplicabilidade do § 2º do art. 240 do CPC de 2015 (§ 2º do art. 219 do
CPC de 1973), incompatível com o disposto no art. 841 da CLT.

Exemplo: Tício trabalha de 1990 a 2013 em uma empresa, mas só em 1993 é registrado. De 10/03/13
a 10/04/13 ele é levado a discutir seus direitos em uma CCP. Em 10/06/13 ele entra com uma ação
trabalhista referente às horas extras. A reclamação tramita, mas no dia da audiência ele não
comparece e a reclamação é arquivada (extinção sem resolução do mérito). Em 10/03/2016 ele entra
com uma nova ação, pedindo horas extras, equiparação salarial e vinculo de 1990 a 1993.

1. Vinculo: não há prescrição


2. Horas extras: prescrição bienal a partir da extinção da ação.
3. Equiparação: prescrição a partir da extinção do contrato de trabalho.

A prescrição bienal refere-se ao prazo em que o empregado pode ingressar com a reclamação
trabalhista após a rescisão do contrato de trabalho. Assim, o empregado terá dois anos (bienal) para
ingressar com ação, a contar da cessação do contrato de trabalho. Já a prescrição quinquenal refere-
se ao prazo em que o empregado pode reclamar as verbas trabalhistas que fizeram parte do seu
contrato de trabalho, a contar do ajuizamento da ação. Assim, o empregado poderá reclamar os
últimos cinco anos trabalhados (quinquenal), contados da propositura da demanda trabalhista.
Portanto, o cômputo de dois anos para ingressar com a reclamação trabalhista terá início a partir da
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

rescisão do contrato de trabalho, e o prazo de cinco anos para reclamar as verbas trabalhistas será
computado a partir do ajuizamento da demanda.

Desta forma, a partir do momento em que o autor propõe ação trabalhista, independente de haver
citação válida ou não do réu, há interrupção da prescrição dos direitos trabalhistas. A ação
trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrição somente em relação aos pedidos idênticos.

O aviso prévio trabalhado ou indenizado projeta o contrato de trabalho, faz parte, então
consequentemente projeta o inicio da prescrição. Quando era trabalhado não havia dúvida, agora o
indenizado não. Faz parte os 30 dias, que se projetam no tempo o inicio da prescrição. (obs: lembrar
da regra do aviso prévio para a contagem)

Orientação Jurisprudencial nº 82: AVISO PRÉVIO. BAIXA


NA CTPS (inserida em 28.04.1997)
A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder
à do término do prazo do aviso prévio, ainda que
indenizado.

Orientação Jurisprudencial nº 83. AVISO PRÉVIO.


INDENIZADO. PRESCRIÇÃO (inserida em 28.04.1997)
A prescrição começa a fluir no final da data do término do
aviso prévio. Art. 487, § 1º, da CLT.

Alteração ilícita do contrato – é inválida, exceto quando a parcela questionada esteja prescrita em
lei.

Súmula nº 294 do TST


PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL.
TRABALHADOR URBANO (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações
sucessivas decorrente de alteração do pactuado, a
prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja
também assegurado por preceito de lei.

Ex:Tício em 1990 é contratado e em seu contrato há a previsão de um salário fixo e 10% de comissão.
Em 2010, Tício ao vender certo produto, ganha 10% sobre sua venda, um valor considerável que
assusta seu patrão. Este então, altera a sua comissão para 5% em março de 2010. Desde então, Tício
terá prejuízo pois houve uma alteração ilícita em seu contrato. O contrato se encerra em
janeiro/2016. Tício ajuíza uma reclamação trabalhista exigindo os prejuízos desde março de 2010.
Neste caso, Tício só poderá se valer da prescrição quinquenal (a partir de janeiro/2011) de seus
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

direitos, com exceção do prejuízo relacionado a alteração contratual. Caso houvesse lei prevendo
10% de comissão, seu prejuízo não prescreveria.

Prescrição por doença: A prescrição começa a partir do conhecimento inequívoco da doença.

SÚMULA 230 STF


A prescrição da ação de acidente do trabalho conta-se do
exame pericial que comprovar a enfermidade ou verificar
a natureza da incapacidade.

SÚMULA N. 278 STJ

O termo inicial do prazo prescricional, na ação de


indenização, é a data em que o segurado teve ciência
inequívoca da incapacidade laboral.

Procedimentos

No processo do Trabalho, os 3 procedimentos existentes são fixados no valor da causa.

Ordinário: Acima de 40 salários mínimos.

Regra da CLT

 Citação: A Reclamação trabalhista poderá ser verbal ou escrita. Há o Jus Postulandi. Após
feita, o distribuidor a encaminhará para a vara, que citará a reclamada. Em regra, o juiz só
verá a RT na audiência. Exceção: tutela de urgência. A citação é sempre por correio. Há a
presunção de citação de 48h entre a postagem e o recebimento. A Justiça do trabalho adota
a teoria da aparência em citação pelo correio, ou seja: citação de alguém que representa a
empresa. Ex: secretaria da empresa recebe a carta: empresa é representada pela secretária
pois esta trabalha para ela. Ex: Empresa que está no 7º andar de um prédio da qual aluga, a
carta é recebida pelo porteiro deste. Empresa não é citada pois não há vínculo entre o
porteiro do prédio e a empresa. STJ fixou o entendimento de que a citação de pessoa
natural pelo correio deve ser sempre pessoal. Do dia da citação ao dia da audiência o prazo
fixado é de 5 dias. Na JT não há a necessidade da juntada de AR pois não há prazo para a
contestação, já que esta só será apresentada no dia da audiência. O AR somente será
juntado nos casos em que a empresa não compareceu à audiência.

 Audiência Uma: É divida em três fases. Em tese, é unificada, todavia tem sido
desmembrada ao longo dos anos. Primeira fase é conhecida como inicial, onde a
conciliação poderá ocorrer, a segunda como instrutória onde as provas serão feitas e a
terceira fase é a do julgamento. Na audiência inicial é necessária a presença das partes.
Caso o reclamante falte, a reclamação é arquivada, ou seja, a ação será extinta sem
resolução do mérito. Na ausência do reclamante, este poderá ser representado por um
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

colega de trabalho ou pelo representante do sindicato de sua categoria, mas só para fins de
adiamento da audiência. Se a reclamada falte, será considerada revel quanto a matéria de
fato e não será intimada dos demais atos processuais, apenas da sentença. Quem representa
a reclamada é o preposto.

Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar presentes o reclamante e o reclamado,


independentemente do comparecimento de seus representantes salvo, nos casos de Reclamatórias
Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os empregados poderão fazer-se representar pelo
Sindicato de sua categoria.

§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que
tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.

Para ser preposto, há a exigência de 4 requisitos.


1. Jurisprudencial:

Súmula nº 377 do TST


PREPOSTO. EXIGÊNCIA DA CONDIÇÃO DE EMPREGADO
(nova redação) - Res. 146/2008, DJ 28.04.2008, 02 e
05.05.2008
Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou
contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve
ser necessariamente empregado do reclamado.
Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

2. Carta de preposição: Segundo o conselho de Ética da OAB, o advogado da empresa


não poderá ser preposto. Mas a Justiça do Trabalho tem aceito.

3. Legal: O preposto da empresa tem que ter conhecimento dos fatos. Não é
necessário que ele seja testemunha do ocorrido, mas precisa ter o total
conhecimento. O que ele não souber será considerado confissão ficta.

4. Confissão expressa: Tudo o que o preposto declarar em juízo será vinculado ao


empregador.

Fases da Audiência – Rito Ordinário

 Primeira fase – Inicial – Conciliação: O juiz é obrigado a tentar a conciliação na primeira


audiência. Caso haja, ele homologa o acordo que terá força de sentença e só poderá ser
atacado com a ação rescisória. Caso não haja o acordo, a reclamada entrega a defesa
(contestação), que pode ser escrita ou oral, esta no prazo de 20 minutos. O juiz lê primeiro a
inicial (antes ou depois da tentativa de acordo) e depois a defesa. Haverá a réplica, decorrente
do principio do contraditório. Há uma omissão da CLT nisso. A réplica deverá ser entregue no
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

prazo de 10 dias após a audiência ou na audiência de instrução (no caso de audiência


fracionada). Se for na mesma audiência, o prazo para apresentação é de 5 minutos.

 Segunda fase – Instrutória: A ausência de ambas as partes implica em confissão (súmula 74


TST). Essa fase é para produzir provas, como depoimentos pessoais, destituir testemunhas e
apresentação de laudos periciais. Só pode juntar documentos fora da inicial/contestação
quando for fato novo ou superveniente (súmula 8 TST). Documento superveniente surge
durante o processo (ex: prova emprestada). O documento novo já existia na época da
propositura da ação, mas não se conhecia a época. A Fase instrutória termina com as
alegações finais que são orais no prazo de 10 minutos. Se for julgar depois, pode se levar por
escrito no prazo de 10 dias.

Súmula nº 74 do TST
CONFISSÃO. (atualizada em decorrência do CPC de 2015)
– Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada
com aquela cominação, não comparecer à audiência em
prosseguimento, na qual deveria depor. (ex-Súmula nº 74 - RA
69/1978, DJ 26.09.1978)

II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada


em conta para confronto com a confissão ficta (arts.
442 e 443, do CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de
1973), não implicando cerceamento de defesa o
indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da
SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte
confessa somente a ela se aplica, não afetando o
exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir
o processo.

Súmula nº 8 do TST
JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida) - Res. 121/2003,
DJ 19, 20 e 21.11.2003
A juntada de documentos na fase recursal só se justifica
quando provado o justo impedimento para sua oportuna
apresentação ou se referir a fato posterior à sentença.

 Terceira fase – julgamento – Há uma nova tentativa de conciliação. O que importa nessa
tentativa será a verdade contida nos autos. Se houver o acordo, será homologado. Se não,
será pronunciada a sentença. Essa audiência é uma ficção. Se quiser conciliar tem que
peticionar antes. O prazo recursal ocorre de duas formas: súmula 197 ou pela imprensa oficial
(a forma como serão intimadas as partes sai na segunda fase da audiência)
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Súmula nº 197 do TST


PRAZO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
O prazo para recurso da parte que, intimada, não
comparecer à audiência em prosseguimento para a
prolação da sentença conta-se de sua publicação.

Fases da audiência – Rito Sumário

Até 2 salários mínimos. Lei 5584/70. No Sumario é tudo igual ate a sentença, conforme o
ordinário. O que é diferente e a esfera recursal. Neste caso, quando o valor da causa é recusado,
terá o recurso chamado pedido de revisão que deverá ser interposto em 48 horas para o
presidente do TRT. É um recurso com instrumento, ou seja, deverá ir com cópia do processo na
íntegra. Se o juiz não acolher, não haverá duplo grau. Só haverá se houver matéria constitucional.

Fases da audiência – Rito Sumaríssimo

Até 40 salários. Art 852 CLT. Importante observar o endereço da Reclamada. Se não citar por erro de
domicilio o processo é extinto sem resolução do mérito. Os pedidos deverão ser liquidados, ou seja,
quantificados. A citação é por correio e é vedada citação por edital. Mas e se a única forma possível
de citação for o edital?
1. O juiz converterá o procedimento para ordinário.
2. O juiz declara inconstitucional a restrição pois ela restringe o direito de ação.

A audiência é única e não poderá ser fracionada. Se houver fracionamento, será necessária a
justificação. A conciliação será a qualquer tempo. Na fase instrutória o número de testemunhas é
reduzido, sendo duas (no ordinário e no sumário são 3) e no inquérito de apuração de falta grave são
6) Não há restrição na fase recursal. Entre a distribuição e a sentença não poderá exceder o prazo de
15 dias prorrogáveis por mais 30 dias. Se passar disso, o juiz deverá justificar sob pena de possuir
responsabilidade. Tem pauta preferencial nas duas instâncias. Se na fase instrutória houver perícia,
nomeia-se o perito e fixa a entrega para os autos na própria audiência. Laudo entregue, são 5 dias
para a manifestação. Não se aplica a administração pública direta, fundação, autárquica, caso forem
parte.

Processo Eletrônico

Passa-se a exigir a assinatura digital. A distribuição é eletrônica. É possível a citação por domínio
eletrônico (a doutrina e jurisprudência entende que é o email). O CPC indica que o prazo para
peticionamento termina às 24h00/00h00. Se houver problema com o servidor do tribunal, ele deverá
comunicar em seu site os horários que ocorreram. Os arquivos devem ter o tamanho de 5mb. O
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

prazo para apresentar contestação é até o dia da audiência, todavia, é necessário observar o prazo
dado pelo juiz para o peticionamento eletrônico.
Prazo: dia da disponibilidade -> dia da intimação -> dia que começa a correr o prazo.

Primeiramente: fora temer. Segundo: a P1 vai até aqui. Boa prova!

Obs: leiam as súmulas

Obs 2: leiam os artigos. A prova costuma ser literal ao que tá escrito nos artigos.

Atos processuais

O processo é a concretização do direito material de ação, é a relação formada entre o autor, réu e o
Estado. O procedimento é o caminho pelo qual o processo vai percorrer.

Art 200 NPCP

Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações


unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a
constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.

Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos


após homologação judicial.

A forma dos atos vige o princípio da liberdade das formas, não há uma forma definida para realiza-los
e ainda que exista uma forma, o ato é válido. Só haverá vício de forma quando a lei expressamente
determinar. Citação por edital é exemplo de ato formal.

Publicidade: art 93, inciso 9 CF/88 – Segredo de justiça é a restrição aos atos que visam proteger a
intimidade e interesse social.

Art. 189 NCPC

Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em


segredo de justiça os processos:

I - em que o exija o interesse público ou social;

II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio,


separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e
adolescentes;
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à


intimidade;

IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de


carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem
seja comprovada perante o juízo.

§ 1o O direito de consultar os autos de processo que tramite em


segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e
aos seus procuradores.

§ 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao


juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de
partilha resultantes de divórcio ou separação.

Aplica-se o segredo de justiça quando envolver intimidade, por exemplo, nos casos de assédio moral
e sexual.

Tempo para realização dos atos

Os atos serão realizados e dias úteis das 6h às 20h. Os horários das audiências são das 8h às 18h, não
devendo exceder 5 horas contínuas, salvo urgência. Expediente forense é das 11h às 18h. Se os atos
como perícia e citação forem realizados fora desse horário, serão válidos apenas com autorização
expressa do judiciário.

Local para a realização dos atos.

Em regra na sede do juízo. Exceção é a rogatória e o precatório.

É importante destacar a existência do Protocolo de Las Leñas – protocolo de cooperação judiciária do


Mercosul – tem alguns mecanismos – as decisões proferidas no âmbito do mercosul valem no
mercosul – ou seja, uma sentença do Brasil, vale na Argentina. (fora esse deveria homologar no STJ).

Há ainda o Protocolo integrado, em que pode protocolar de uma região para outra. Cuidado quando
for recurso aos Tribunais Superiores. Ex: rec especial em Araçatuba, só pode protocolar no TJ e no
TRF, então não pode usar esse protocolo. Para o TST pode ser protocolado via protocolo integrado.

Prazos no processo do trabalho.

Citação feita em dia sem expediente forense: atos podem ser feitos sem expediente. Considera-se
citado no 1º dia útil subsequente ao prazo que começa em outro dia. Ex: citado por carta no sábado,
considera-se publicado na segunda e o prazo começa na terça.

Súmula nº 262 do TST


PRAZO JUDICIAL. NOTIFICAÇÃO OU INTIMAÇÃO EM SÁBADO.
RECESSO FORENSE. (redação do item II alterada na sessão do
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante
Tribunal Pleno realizada em 19.05.2014) – Res. 194/2014, DEJT
divulgado em 21, 22 e 23.05.2014
I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará
no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente. (ex-
Súmula nº 262 - Res. 10/1986, DJ 31.10.1986)
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal
Superior do Trabalho suspendem os prazos recursais. (ex-OJ nº 209
da SBDI-1 -inserida em 08.11.2000)

A súmula 385 trata do feriado local. Se o último dia do prazo for um feriado, prorroga-se o prazo para
o dia subsequente. O advogado deve provar a existência do feriado.

Súmula nº 385 do TST

FERIADO LOCAL. AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE FORENSE. PRAZO


RECURSAL. PRORROGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE ATO
ADMINISTRATIVO DO JUÍZO “A QUO” (redação alterada na sessão
do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do
recurso, a existência de feriado local que autorize a prorrogação do
prazo recursal.
II – Na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que
proferir a decisão de admissibilidade certificar o expediente nos
autos.
III – Na hipótese do inciso II, admite-se a reconsideração da análise da
tempestividade do recurso, mediante prova documental
superveniente, em Agravo Regimental, Agravo de Instrumento ou
Embargos de Declaração.

O primeiro dia é o da intimação, o segundo é o do prazo. No processo do trabalho a contagem é feita


em dias corridos. Expediente encerrado antes do horário: prorroga-se o prazo. E se o expediente se
iniciar após o horário previsto? Não prorroga o prazo. O NCPC permite e devolução do prazo. No caso
de morte de advogado, a parte deverá ser intimada para constituir novo patrono (suspende-se o
prazo).

A Justiça do Trabalho tem seu recesso do dia 20/12 ao 06/01. Durante o recesso não há prazo, já que
eles são suspensos. O NCPC criou uma outra figura: suspender os prazos de 20/12 a 20/01. Apesar
que não há prazoz no recesso, o fórum abre dia 07/01.

O prazo da administração pública é em dobro e para contestar é em quádruplo.

Citação pelo correio é a regra. No rito sumaríssimo é vedado citação por edital.

Sujeitos do processo

O menor será representando por seu representante legal, caso não o tenha, o juiz nomeará alguém
para aquele processo. Poderá ser representado pelo sindicato ou pelo Ministério Público do Trabalho
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

ou Estadual. Não há uma hierarquia a respeito dos Ministérios. O Ministério Público Estadual atua
onde não há vara do trabalho. O MP é obrigado a intervir quando o reclamante for incapaz.

A Justiça do Trabalho admite o mandado tácito.

Súmula nº 164 do TST


PROCURAÇÃO. JUNTADA (cancelada) - Res. 210/2016, DEJT
divulgado em 30.06.2016 e 01 e 04.07.2016
O não-cumprimento das determinações dos §§ 1º e 2º do art. 5º da
Lei nº 8.906, de 04.07.1994 e do art. 37, parágrafo único, do Código
de Processo Civil importa o não-conhecimento de recurso, por
inexistente, exceto na hipótese de mandato tácito.

Histórico:
Nova redação - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Redação original - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982
Nº 164 O não cumprimento das determinações dos §§ 1º e 2º do art.
70 da Lei nº 4.215, de 27.4.63, e do art. 37, e parágrafo único, do
Código de Processo Civil, importa no não conhecimento de qualquer
recurso, por inexistente, exceto na hipótese de mandato tácito (ex-
Prejulgado nº 43).

O prazo para juntar a procuração é de 15 dias prorrogáveis por mais 15 dias. O mandado tácito se
concretiza pela realização de um ato processual em conjunto da parte com o advogado. Exige duas
cautelas apenas:

1. Não tem poderes especiais art. 59 (quitar, confessar, substabelecer)


2. Em eventual agravo de instrumento há um rol de peças obrigatórias, e a procuração é uma
delas, então tem que juntar o ato que fez em conjunto com a parte – que pode estar
constado em ata.

No NCPC pode-se regularizar a procuração a qualquer momento.

Atenção: a súmula 383 não pode ser mais aplicada devido ao NCPC. (obs: melhor ler a súmula
porque eventualmente pode cair em prova se é ou não válida)

Súmula nº 383 do TST


RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE
REPRESENTAÇÃO. CPC DE 2015, ARTS. 104 E 76, § 2º (nova
redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 210/2016,
DEJT divulgado em 30.06.2016 e 01 e 04.07.2016
I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem
procuração juntada aos autos até o momento da sua
interposição, salvo mandato tácito. Em caráter excepcional
(art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado,
independentemente de intimação, exiba a procuração no
prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso,
prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso
não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não se
conhece do recurso.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

fase recursal, em procuração ou substabelecimento já


constante dos autos, o relator ou o órgão competente para
julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para
que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o
relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao
recorrente, ou determinará o desentranhamento das
contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, §
2º, do CPC de 2015).

Súmula 456: a procuração de pessoa jurídica tem que identificar o outorgante, ou seja, é necessário
trazer os atos constitutivos provando quem é a pessoa.

Súmula nº 456 do TST


REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO.
INVALIDADE. IDENTIFICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU
REPRESENTANTE. (inseridos os itens II e III em decorrência
do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25
e 26.08.2016

I - É inválido o instrumento de mandato firmado em nome


de pessoa jurídica que não contenha, pelo menos, o nome
do outorgante e do signatário da procuração, pois estes
dados constituem elementosque os individualizam.

II – Verificada a irregularidade de representação da parte na


instância originária, o juiz designará prazo de 5 (cinco) dias
para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação,
extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a
providência couber ao reclamante, ou considerará revel o
reclamado, se a providência lhe couber (art. 76, § 1º, do CPC
de 2015).
III – Caso a irregularidade de representação da parte seja
constatada em fase recursal, o relator designará prazo de 5
(cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a
determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a
providência couber ao recorrente, ou determinará o
desentranhamento das contrarrazões, se a providência
couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de2015).

IUJ 85600-06.2007.5.15.0000 - Red. Min. Ives Gandra


Martins Filho
DEJT 19.04.2014/J-16.11.2010 - Decisão por maioria

Histórico:
Redação original (conversão da Orientação Jurisprudencial
nº 373 da SBDI-1 com nova redação) – Res. 194/2014, DEJT
divulgado em 21, 22 e 23.05.2014
É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de
pessoa jurídica que não contenha, pelo menos, o nome do
outorgante e do signatário da procuração, pois estes dados
constituem elementos que os individualizam.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Estagiário depois foi efetivado, e a procuração não foi atualizada – para o TST esse ato é válido, e
continua habilitado.

OJ 319 – SDI-1 REPRESENTAÇÃO REGULAR.


ESTAGIÁRIO. HABILITAÇÃO POSTERIOR ( DJ
11.08.2003)
Válidos são os atos praticados por estagiário
se, entre o substabelecimento e a interposição
do recurso, sobreveio a habilitação, do então
estagiário, para atuar como advogado.

Nulidades os atos processuais

Requisitos do NJ que se estendem ao ato processual: agente capaz, objeto licito possível e
determinado e forma prescrita.

A nulidade deve ser alegada na primeira oportunidade e é importante alegar a nulidade quando esta
trazer prejuízo a uma das partes. Ex: No processo civil há o laudo pericial e por erro do cartório só
uma parte é intimada. No processo do trabalho, se ocorrer, tem que comprovar a nulidade. Como
alega? O art 893 da CLT prevê o princípio da irrecobilidade das decisões interlocutórias, em regra,
não há recurso contra decisão.

§ 1º - Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do
merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva.

Então como se socorre? É alegada a nulidade pela figura do protesto. Pode ser oral em audiência.
Protesto não preclusivo, ou seja, se mais prá frente houver um prejuízo decorrente da nulidade,
resgata-se o protesto em audiência na preliminar do recurso. O protesto pode ser escrito, neste caso,
o prazo é de 5 dias. Se não protestar haverá a preclusão. O protesto oral, em regra, não precisa de
fundamentação, pois só registra em ata e só será apresentada a fundamentação no recurso
ordinário. Quando for escrito, o protesto deverá conter a fundamentação.

As peças

Petição Inicial

Requisitos: 840 CLT e 319 NCPC

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do


Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a
qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do


reclamante ou de seu representante.

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)


vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no
que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Art. 319. A petição inicial indicará:


I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação
ou de mediação.
§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o
autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua
obtenção.
§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de
informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao
disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar
impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.

 Direcionamento: não se usa o termo Comarca. O importante é a competência territorial.


 Qualificação das partes: novidade do CPC é o e-mail do advogado e das partes. Além disso a
qualificação deverá conter o nº da CTPS, a data de nascimento, o nome da mãe, o CNPJ da
reclamada. Se for o rito sumaríssimo, deverá ter muita cautela com o endereço da reclamada.
 Fatos e fundamentos: Estrutura
1. Contrato de trabalho – Detalhes sobre a vigência do contrato, a função do reclamante,
o salário, a jornada e os motivos do encerramento do contrato.
2. Pretensões – cada pretensão precisa ser descrita em tópicos. Cada tópico precisa ser
subdividido.
3. Tutelas provisórias – art 294 e seguintes do NCPC. Uma novidade é que as tutelas
poderão ser requeridas a qualquer tempo no processo.
 Tutela de urgência pode ter natureza antecipatória ou cautelar. Para tanto, há
necessidade da comprovação do fumus boni iurus e do periculum in mora.
 Tutela de evidência. (nova figura no NCPC) Não se discute mais o perigo,
apenas a possibilidade do direito. Exemplo: liberação das guias do FGTS.
 Tutela incidental é a tutela de urgência que pode ser requerida em caráter de
antecedente ao próprio processo. É para extrema urgência. Ex: Pai do
reclamante está na UTI e a empresa corta o plano de saúde. Neste caso, não
há a necessidade da peça inicial, resume-se os fatos e leva-se os documentos.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

 Tutela provisória: o juiz dá a liminar e pede que emenda-se a inicial.


 Tutela de natureza antecipatória- entra-se com o pedido de tutela provisória
com característica de antecipatória. Neste caso há a possibilidade de 3
situações: 1) o juiz não se convence do fumus boni iuris e do periculum in
mora, logo ele dará prazo para que se emende a inicial. 2)O juiz se convence
que é urgente e concede a liminar, intima a parte contrária para cumprir. O
Réu recebe e cumpre e não recorre, mas se recorrer deverá ser por agravo de
instrumento. O NCPC chama de estabilização da lide quando não há recurso.
Durante dois anos ainda pode se discutir. Não é coisa julgada, o juiz dá a
liminar e o réu agrava (agravo de instrumento), o autor é chamado para aditar
a inicial – forma-se a relação processual.

A CLT já previa a tutela de urgência


Art. 659 - Competem privativamente aos Presidentes das Juntas, além das que
lhes forem conferidas neste Título e das decorrentes de seu cargo, as seguintes
atribuições
(...)
IX - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações
trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada pelos
parágrafos do artigo 469 desta Consolidação.
X - conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações
trabalhistas que visem reintegrar no emprego dirigente sindical afastado,
suspenso ou dispensado pelo empregador.

Os artigos acima citado dizem respeito à proteção do dirigente sindical


estável.

4. Requerimento e pedido: O pedido precisa estar relacionado com a pretensão e o


requerimento com as medidas administrativas da justiça do trabalho (ex: citação,
designação de audiência, provas em audiência, assistência judiciaria gratuíta). O valor
da causa é a expressão econômica do pedido e define o procedimento. Não há custas
na inicial. Os pedidos no rito sumaríssimo precisam ser quantificados. Há também os
pedidos implícitos, tais como custas processuais, juros legais, correção monetária,
honorários, INSS e IR.

5. Emenda da peça: Emendar significa retificar a peça. Pode ser feita no dia da audiência.

Súmula nº 263 do TST


PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO
OBRIGATÓRIA DEFICIENTE (nova redação em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT
divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do
CPC de 1973), o indeferimento da petição inicial, por
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à


propositura da ação ou não preencher outro requisito legal,
somente é cabível se, após intimada para suprir a
irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa
do que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer
(art. 321 do CPC de 2015).

6. Aditamento – Aditar é acrescentar algo. Não há fase saneadora como no processo


civil. Até a citação o aditamento é livre, depois da citação só com anuência do réu, no
limite da audiência. O juiz pode concordar na audiência com o aditamento e devolver
o prazo para a reclamada contestar. Se houve aditamento para o reclamante, há
também para a reclamada. A não concordância com o aditamento não significa que o
empregado não poderá pleitear posteriormente, ele poderá ingressar com nova ação.

Contestação
Art. 355 NCPC, 847 CLT.
Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para
aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for
dispensada por ambas as partes

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de


15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de
conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou,
comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de
conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a
hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a
citação, nos demais casos.
§ 1o No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art.
334, § 6o, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos
réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de
cancelamento da audiência.
§ 2o Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso II, havendo
litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda
não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da
decisão que homologar a desistência.

Visa garantir o amplo direito de defesa, contraditório e devido processo legal.


Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

1. As preliminares processuais – 301 NCPC

a. Condições da Ação
b. Desenvolvimento regular e validade do processo – citação válida, incompetência, -
processo nulo
c. Inépcias de peça inicial (falta de coerência, sem pedido), coisa julgada, litispendência,
perempção e compromisso arbitral
2. Prejudiciais de mérito: prescrição e decadência CPC. No processo do trabalho há duas
outras –
 Compensação: pressupõem que seja credor e devedor de alguém, de dívidas
líquidas vencidas – 369 CC – Ex: Tício compra fiado no mercado, sai e não paga, entra
com ação trabalhista, pedindo férias, e o reclamado pede para este valor ser
compensado – NÃO É POSSÍVEL, só pode compensar dívidas trabalhistas, pode pedir
esse valor na justiça comum, por ser comercial.

Súmula nº 18 do TST
COMPENSAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
A compensação, na Justiça do Trabalho, está restrita a dívidas
de natureza trabalhista.

Poderia se não cumprisse o aviso prévio, ou bateu o carro da empresa, antecipação


salarial (empréstimo não). E deve constar na defesa

Súmula nº 48 do TST
COMPENSAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
A compensação só poderá ser argüida com a contestação.

Obs: dedução – esta é a apuração de diferenças – ex: entra com ação por não
depositar FGTS, empregador mostra que está pago, mas se ficar comprovado que
alguma não foi pago, só vai pagar o que falta.

 Retenção – 767 CLT: quando o empregado ou empregador tem a posse direta e


legítima de um bem. Ex: caseiro no sítio, e dono perde o emprego, e caseiro é
demitido, e afirma que assim que a empresa pagar, paga, mas quer que desocupe o
local. Volta no sítio e o caseiro ainda está lá, e retém a casa enquanto não paga (pode
ser mostruário, celular), enquanto não cumpre a obrigação, retém o bem.

3. Mérito: segue dois princípios:


 impugnação especifica: tudo que foi alegado na inicial, tem que impugnar – e o
que não for impugnado, presume verdadeiro
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

 Eventualidade: tem que alegar todas as teses de defesa – pode ter mais de uma
defesa, podendo inclusive ser contraditórias – o que não for alegado preclusão –
dar os limites da líti contestati – não poderá inovar em curso do processo ou em
sede recursal.
Prova documental
Defesa direta: impugna o fato

Defesa indireta: reconhece o fato, mas apresenta uma questão impeditiva, modificativa ou
extintiva (já houve o pagamento)

Reconvenção – 343 CPC

O réu (reconvinte) se volta contra o autor (reconvindo)

Possui um requisito especifico, qual seja a conexão com a ação principal ou com o fundamento da
defesa. Ex: problema com muro do vizinho, entra com ação para discutir o muro, e paralelamente
pede reconvenção por ter batido no carro – não há conexão, não pode.

JT – pede equiparação salarial, e o empregador entra com reconvenção dizendo que bateu o carro da
empresa, do ponto do processo civil não admitiria, mas o PT admite, pois a conexão aqui será o
contrato de trabalho – se decorrer dele pode fazer a reconvenção.

Exceção de suspeição e impedimento

801 e 802 CLT

144 CPC

Envolvimento do juiz como parte, ligado a uma das partes.

Prazo:Exceção e impedimento poderá ser alegada a qualquer tempo, no prazo de 15d que tomar
ciência do fato.

Quem julga a exceção? Na CLT quem julga é a Junta de Conciliação e Julgamento – não tem mais,
discussão, na 2º região o próprio juiz julga – da decisão não cabe recurso, só protesto.

O processo ficará suspenso enquanto tramita

Exceção de Incompetência Territorial

651, CLT – local da prestação do trabalho. Incompetência relativa por meio de exceção. Flexibilidade
da regra, se inviabilizar o direito de ação. Em regra esta decisão será irrecorrível. Exceto se acolher a
exceção e mandar para uma vara de outro tribunal – Sum 214 – cabe recurso ordinário.

Súmula nº 214 do TST


DECISÃO INTERLOCUTÓRIA.
IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005,
DJ 14, 15 e 16.03.2005
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as


decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas
hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho
contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal
Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante
recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de
incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal
Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado,
consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

Impugnação ao valor da causa e justiça gratuita.

No CPC é incidente – em autos apartados, no PT corre tudo junto, a prática é que seja feita na contestação

Instrução

Visa a produção de provas, as mesmas do CPC (pessoal, testemunha, pericia etc.).


A fase instrutória se encerra com as alegações finais, que segundo a CLT é de 10 minutos – o juiz só
manda fazer na hora se a audiência não for fracionada (o juiz for julgar na hora), se for, o juiz pode
dar o prazo de 10 dias.
Uma peculiaridade: as parte, obrigatoriamente, devem estar na audiência. Se uma das partes for na
primeira e não for na instrução a pena será de confissão – seja autor ou réu.

Súmula nº 74 do TST
CONFISSÃO. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res.
208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com
aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento,
na qual deveria depor. (ex-Súmula nº 74 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978)

II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta


para confronto com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do CPC de
2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não implicando
cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores.
(ex-OJ nº 184 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte
confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo
magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.

Julgamento

Começa com uma nova tentativa de conciliação.


A tentativa de conciliação tem dois momentos: na audiência inicial (o juiz ainda não conhece os fatos)
e antes de julgar (o juiz aqui já tem conhecimento da causa). Se o juiz não tentar a conciliação da
nulidade no processo.
Se tiver conciliação: o juiz homologa;
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Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Se não tiver conciliação: o juiz sentencia.

Provas

Conceito: qualquer meio hábil que disponha para mostrar a verdade.

Finalidade: Convicção do magistrado. NCPC a ideia de prova é que seja para todos no processo, e não
só para o juiz.

Há um capitulo na CLT, mas usa-se muito o CPC.

Objetos de Prova: fatos controvertidos – o que não for controvertido não é objeto de prova, e
somente os fatos relevantes para a compreensão do processo, fatos determinados tem que ser
específicos, pontuados e individualizar os fatos.

Art 374 CPC- rol o que não é objeto de prova – algumas vezes o juiz diz para o Tribunal que é
elemento notório na localidade – quem é o vereador da cidade de determinado município, fatos que
dependam exclusivamente de documento público

Princípios:

 Informativos
I. Necessidade da prova – só o que for necessário – economia processual
II. Concentração dos atos em audiência – ideia de audiência uma. Se ouviu 2, marcou
outra audiência para ouvir mais duas, contamina a prova.
III. Unidade para cada pretensão – isola a prova toda e avalia só determinada pretensão –
férias, equiparação salarial, etc.
IV. Lealdade: se admite todos os meios legais, lícitos e moralmente admitidos. Ex: vídeo
V. Aquisição – uma vez produzida a prova esta pertence ao processo, a todas as partes.
VI. Igualdade de oportunidades – tem que ter a mesma oportunidade de produzir e
contrapor a prova
 Constitucionais
I. Devido processo legal;
II. Amplo direito de defesa;
III. Legalidade.
 Principio da Primazia da realidade

Não importa a aparência com o que se deu a relação – contrato, carteira, controle de frequência, o
que importa é o dia a dia. Semelhante a busca da verdade real – quem traz esse elementos é a prova
testemunhal – mas é suscetível a fraude.

 Principio In dubio pro operário/ pro misero

Há uma norma com várias interpretações, aplica-se a mais favoráveis. Se forem normas distintas,
aplica o p. da norma mais favorável
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Ex: empresa e trabalhador levou testemunhas, e cada uma disse um fato – e juiz não se decidiu –
havendo dúvida deveria julgar a favor do operário – doutrina clássica. Doutrinadores mais novos não
concordam, juntamente com os Tribunais, não se aplicaria – se resolveria com a prova dividida,
entende que não está provada, e julga conforme o ônus

Poderes Instrutórios do juiz

Art. 370 CPC, art. 765 CLT – o Juiz deve definir os meios de prova, no CPC é no saneador, no PT o juiz
decide na audiência inicial – que irá deferir ou não as provas solicitadas, que deverão ser reiteradas
nessa audiência pela parte.

Ônus da Prova

Fatos constitutivos – autor – o fato gerador do direito, uma vez provado garante o direito.

Modificativos (A alega que fazia jornada noturna além do tempo, o empregador afirmou que paga um
adicional maior para não pagar além – acordo coletivo), impeditivos (reconhece o fato, mas impede o
efeito pretendido, ex: reclamante 1 mês fora do horário, o empregador afirma que tinha sistema de
compensação) e extintivo (afirma que pagou as horas extras – se tiver diferença tem tribunal que não
aceita, pois estaria mudando a causa de pedir)– réu –

A CLT também tem uma regra no 818 CLT – só que esta é mais singela – quem alega tem que provar,
por isso usa CPC.

NCPC: mantém a regra atual – 373 – só que vai além e adota a Teoria da Carga Dinâmica – quebra o
paradigma contra o ônus probatório, passa a ser de quem tiver maior capacidade para a prova –
inversão do ônus da prova. E poderá quando houver previsão na lei: CDC, diante da peculiaridade da
causa – a empresa teria maior facilidade de obtenção por esta – deve ser fundamentado em decisão
saneadora. A finalidade é de maior efetividade. No PT não há decisão saneadora, há dúvida é se
deveria sanear o processo – para alguns juízes cada um saberia seu ônus, mas seria contra a lógica do
CPC, inclusive quando há inversão.

SUM 443 TST – inversão do ônus – dispensa discriminatória de empregado portador de HIV ou
doença grave que cause estigma social – hanseníase. O empregador tem que provar que não
discriminou – problemas disciplinares, ou problemas econômicos da empresa – filial foi fechada, ou
questões técnico tecnológica – substituiu por uma máquina, ou trocou os equipamentos e este não
consegue aprender as novas tecnologias.

Súmula nº 443 do TST


DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO.
EMPREGADO PORTADOR DE DOENÇA GRAVE.
ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À
REINTEGRAÇÃO - Res. 185/2012, DEJT
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
Presume-se discriminatória a despedida de
empregado portador do vírus HIV ou de outra
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

doença grave que suscite estigma ou


preconceito. Inválido o ato, o empregado tem
direito à reintegração no emprego.

Questões trabalhistas

1. Jornada de trabalho/horas extras – a priori o empregado. Mas empresas com mais de 10


empregados tem que ter controle de frequência e cabe ao empregador trazer os controles
de frequência – se não apresentar, inverte o ônus de provar que ele não fazia horas
extras –

Súmula nº 338 do TST


JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas
as Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1) - Res.
129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados
o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A
não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera
presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode
ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela
Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que
prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em
contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída
uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da
prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador,
prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº
306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003)

Reclamante afirma que a empresa tem 13 empregados, e empresa afirma que tem 7,
primeiramente cabe ao empregado que tinha 13, se provou, cabia ao empregador trazer
os controles, sendo o ônus do empregado, se não trouxe, ônus volta para ele.
Mesmo que tenha menos de 10, mas tinha o controle, o empregador prova que tinha o
controle, e empregador deve trazer, se não trouxer aplica a Sum, ônus do empregador.

Reclamante afirmou que tinha 2 controles, uma para jornada regular e outra para as horas
extras. Empresa traz só um, mas afirma que tinha 2 controle, e não traz, inverte o ônus.

2. Diferenças de Horas extras – afirma que pagava em números inferiores as horas extras –
ônus do reclamante/ empregado – mostra o cartão de ponto, e faz o cálculo por
amostragem – o ideal é pelo menos um mês por semestre – as diferenças efetivas serão
apuradas depois em liquidação.

3. Supressão do intervalo intrajornada – almoço


Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Se suprimir paga horas extras – ônus do empregado, mas se a reclamada não trazer os
controles não irá aplicar a Sum 338, TST – tem que isolar as pretensões intervalo, horas
extras – sempre é ônus do empregado

4. Citação – não recebimento da citação ou entrega fora do prazo – Ônus do


empregador/empresa

Súmula nº 16 do TST
NOTIFICAÇÃO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19,
20 e 21.11.2003
Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito)
horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento
ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus
de prova do destinatário.

5. Remuneração e salário Prova do pagamento de salário é sempre do empregador, só


admitindo prova documental – recibo assinado, depósito bancário. Salário “por fora” –
comissões, gorjeta – prova do empregado. FGTS: ônus do empregado – pelos extratos do
FGTS – a cada 3 meses recebe o extrato. Insalubridade e Periculosidade, Doença do
Trabalho: só por perícia. Os dois primeiros, é de oficio pelo juiz Obs: prova emprestada é
uma exceção. Dano Moral: em regra não precisa de prova, pressupõe o dano com a
ofensa, por exemplo. Dano Material: deve ser provado, õnus do reclamante – lucro
cessante (redução da capacidade de trabalho) e dano emergente (o que de fato gastou).
Contrato Fraudulento de prestação de serviços: alega que o contrato de cooperado é
fraude – ônus do empregado a fraude (mascarar relação de emprego, terceirização),
matéria divida nos tribunais quanto ao ônus – para empregador provar a licitude – TST
Dispensa discriminatória – Sum 443 TST – dispensa de funcionários com HIV ou doença
grave de estigma discriminatória com a hanseníase – inverte o ônus da prova, cabendo ao
empregado provar que não ocorreu a discriminação.

Meios de Prova

1. Depoimento Pessoal: tem como finalidade a confissão


 Expressa: quando a parte declara
 Ficta: quando não sabe os fatos (preposto)

É requerido de forma cruzada, uma parte requer o depoimento da parte contrária.

Obs: não confundir com o interrogatório, este é determinado ex officio a qualquer tempo – e
houve o reclamante.

2. Prova documental: deve vir na peça inicial ou na contestação – o CPC faz uma análise maior,
CLT mais tímida 830. Pode juntar documento em outra fase? Recursal? Quando o
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

documento for novo (aquele que existia a época, mas a parte desconhecia sua existência) ou
superveniente (surge no curso do processo) – 1º e 2º instancia pode juntar.
Sum 8 TST prevê a possibilidade de juntar documentos em fase recursal, desde que se
justifique.

Súmula nº 8 do TST
JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando
provado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se
referir a fato posterior à sentença.

CLT 830 – o documento tem que ser original ou cópia autenticada (cartório extrajudicial, em
juízo, ou pelo próprio advogado - devendo ser folha a folha), outras questões é utilizado CPC
– incidente de falsidade, exibição incidental de doc. Apesar do 830, a jurisprudência entende
que não é necessário o original, na prática todos juntam cópia simples, sendo descabida a
impugnação da forma, ou seja, a impugnação sempre deve versar sobre o conteúdo do
documento

3. Prova Testemunhal:
 Número de Testemunhas: proc. ordinário e sumário – 3; no sumaríssimo 2; no Inquérito
de apuração de falta de grave – 6
 Quem pode ser testemunha: a priori qualquer pessoa pode ser testemunha – o CPC traz
algumas restrições 405 CPC – incapazes, impedidos ou suspeitos, quem tem interesse na
causa, consanguinidade. A CLT tem regras próprias 829 – aplica ambas as hipóteses:
parente até 3º grau – tio, amigo intimo (diferença de amigo, colega e amigo intimo –
frequenta a casa, padrinho, ultrapassa o ambiente de trabalho), inimigo da parte. Essas
são as hipóteses legais, mas há desdobramentos:
i. Sum 357 TST – quem promove ação contra a empresa é inimigo? Segundo essa
sumula o mero exercício do direito de ação não gera inimizade – tem que
observar as vezes o conteúdo, questões corriqueiras, ou dispensa discriminatória,
brigas.

Súmula nº 357 do TST


TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA.
SUSPEIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar
litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador.

ii. Troca de favores: a priori configura interesse na causa. Ex: entra com ação, e
precisa de testemunha, um é testemunha do outro – pré- pactuação – isso tiraria
a isenção da testemunha – em função da sum 357 entende que não, nos tribunais
é convertida a matéria, pois se a testemunha pode exercer o direito de ação dela,
não haveria problema dela ser testemunha.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

iii. Cargos de confiança: são os de chefia – chefe, coordenador, gerente – a empresa


que leva um destes seria isento? Em SP a maior parte dos juízes aceita, na 10º
região não aceitam – matéria controvertida

Essas causas que impedem devem ser alegadas em contradita – que é um incidente processual. Tem
um momento especifico, entre a qualificação da testemunha e compromisso (de dizer a verdade). A
praxe é que entrou na sala já pede. Por ser um incidente, permite todos os meios de prova,
teoricamente pode produzir prova documental, testemunhas – se passar preclusão.

Produção da prova de testemunha formas:

 Do ponto de vista da CLT, a testemunha é convidada, se este não der resultado, ela
será intimada judicialmente. Se não comparecer, condução coercitiva e multa - Art 825
CLT (mais importante).
 O advogado se compromete de levar a testemunha, independente de intimação,
normalmente usa quando a audiência é fracionada – a parte assume o dever (85% dos
advogados usam). O problema desta é se a testemunha ficar doente, viajou, haverá
preclusão.
 Intimação pelo Provimento: a parte apresenta o rol de testemunhas, e o cartório
expede os mandados de intimação, e a parte fica responsável em cumpri-lo, o
advogado retira, e a parte entrega, e pega o comprovante de entrega - Na 2º região
tem essa forma – só aqui, provimento do tribunal – essa intimação já é judicial, mesmo
se não vier, faz a condução coercitiva e multa.
 Apresenta o rol no cartório até 10 dias antes da audiência, ou no prazo fixado pelo juiz,
segundo o TST não se aplica este dispositivo no processo do trabalho, mas no dia a
dia muitos juízes aplicam - Aplicação do artigo 407 do CPC – se não apresentar,
segundo o TST tem preclusão, e pode levar a testemunha no dia da audiência.

Obs: Se for sumaríssimo e for aplicar o 825, tem que fazer prova do convite – todo mundo faz uma
carta convite.

Obs2: Troca de testemunhas – o CPC é bem rigoroso quanto a troca de testemunha, só pode se tiver
enferma ou em lugar incerto. No processo do Trabalho o TST entende que pode substituir sem
justificar, mesmo que tenha apresentado o rol, no dia da audiência pode chegar com outra.

A prova testemunhal contribui para o principio da primazia da realidade, traz o dia a dia.

O juiz do trabalho dificilmente faz acareação.

4. Prova Pericial

A CLT não trata muito sobre o tema, por isso usa o CPC. A CLT só tem 3 regras:

 Insalubridade e periculosidade se dê por prova pericial - Art. 195


 No sumaríssimo se precisar de perito, na audiência o juiz já nomeia, fixa o prazo de
entrega do laudo, e desta ambas tem 5 dias em prazo comum - Art. 852 G(tvz)
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

 Quem paga os horários periciais é a parte sucumbente no objeto da perícia- Art 790 CLT B.
Ex: ticio pediu horas extras, insalubridade, ganhou tudo, mas perdeu a insalubridade, ele
tem que pagar a perícia. Se houver justiça gratuita, tem o fundo da justiça do trabalho que
paga.
No Processo civil, quem paga a perícia é quem pediu, e poderá ser ressarcido ao final, no
processo do trabalho isso seria complexo, pois o reclamante está desempregado
geralmente – OJ 98 da SDI1 entendeu que é incabível na justiça do trabalho os honorários
periciais prévios. Na prática tem problema com perito médico, pois ninguém quer ser, pois
ganha entre 2 a 3 mil, e só no final, se a empresa não quebrar.

OJ- SDI-II 98. MANDADO DE SEGURANÇA. CABÍVEL PARA ATACAR EXIGÊNCIA


DE DEPÓSITO PRÉVIO DE HONORÁRIOS PERICIAIS (nova redação) - DJ
22.08.2005
É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários periciais,
dada a incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o
mandado de segurança visando à realização da perícia, independentemente do
depósito.

5. Inspeção Judicial: o juiz vai até o local – tudo CPC, CLT é totalmente omissa.

Audiência de Julgamento:

A sentença trabalhista tem que ser proferida na audiência, e antes tentar conciliação, se houver
homologa, se não tiver profere a sentença. Teoricamente as partes estão lá, e dá a sentença – em SP,
pois o volume processual é muito grande, e a audiência não é uma, é ficta.

A sentença é semelhante aos do CPC – 832 CLT se aproxima do 489 do CPC – tem um relatório, uma
fundamentação e uma parte dispositiva. Se for sumaríssimo está dispensado o relatório – a
peculiaridade é que na sentença trabalhista o juiz tem que arbitrar o valor da condenação – é
estimado, não vincula a execução, e sua finalidade é o preparo recursal.O prazo recursal é dado a
partir da intimação ou da súmula 197. Se não publicar o prazo pela súmula, peticiona-se para
redesignar o julgamento.

Recursos

Conceito de Barbosa Moreira


“É o remédio voluntário idôneo a ensejar dentro do mesmo processo a reforma, a invalidação, o
esclarecimento ou a integração de decisão judicial que se impugna.”
Este conceito já se refere que é voluntário, não existindo recurso obrigatório, isso quer dizer que não
existisse recurso ex officio. O que é então a remessa obrigatório, que muitos chamam de recurso ex
officio? – este é requisito de formação da coisa julgada – precisa da confirmação do Tribunal.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Outro fato importante é a natureza jurídica, hoje os recursos são vistos como desdobramentos do
direito de ação – direito dispositivo – e além disso é um direito fundamental. O pacto San José da
Costa Rica prevê expressamente o 2º grau de jurisdição – pacto dos direitos humanos.
Recurso ainda é um meio de impugnação, que se somam a outros, só que há uma peculiaridade, o
recurso tramita dentro da mesma relação processual, enquanto os citados formam novas relações
processuais.
Por fim, a finalidade do recurso pode ter por finalidade a invalidação, seria o erro in procedendo, ou
seja, houve alguma nulidade na 1º instancia, e busca-se o Tribunal para corrigir – como não tem
agravo seria semelhante ao Protesto.
Se o recurso visar reforma, será erro in judicando, o juiz a quo errou na aplicação do direito, avaliação
das provas, julgou mal.

Se este visar o esclarecimento ou integração, será um recurso peculiar, os embargos de declaração.

Classificação dos Recursos

1. Extensão da matéria: Pode ter um recurso total ou parcial. Ex: condenada a pagar 10
verbas diferentes, recorre só de 5, recurso parcial, não impugnou toda sentença.
2. Fonte normativa: Se for a CF estamos falando de recursos excepcionais – rec especial e
extraordinário. Se for o sistema infraconstitucional, serão recursos ordinários, comuns.
3. Autonomia da interposição: Pode ter um Recurso principal, quando é autônomo. E pode
ter um recurso acessório – que é o recurso adesivo – 500 CPC. Ex: sentença parcialmente
procedente, ambos não recorrem por concordar, no último dia o outro recorria – permitiu
que quando fosse intimado podia fazer recurso – recurso no prazo das contrarrazões, se o
principal não for reconhecido, o adesivo também não.

Discussão: possibilidade de fazer um recurso principal e um adesivo – não pode, pois já teria feito
todas as alegações possíveis, se não fez estará precluso.

Principios

 Duplo Grau de jurisdição – 1013 CPC: É o efeito devolutivo – duplo grau de jurisdição
pleno – não permitiria uma restrição ao duplo grau de jurisdição. Discussão mensalão –
STF é 1º e última instancia, e por não ter duplo grau violaria. No Procedimento sumário, o
duplo grau é limitado a matéria constitucional, e não seria compatível com o sistema
constitucional vigente.
 Unirrecubilidade/ Unicidade recursal/ Singularidade: Traz a ideia que para cada decisão
há apenas um recurso – diante de um acordão do trf tem simultaneamente a possibilidade
do rec especial e extraordinário.

No Processo do Trabalho também haveria uma possibilidade, diante de uma decisão de uma das
turmas do TST que viole simultaneamente a CF é cabível Recurso Extraordinário, e for proferida com
divergência em relação as outras turmas – cabe Embargos no TST.
Acordão que envolve várias matérias, uma delas é constitucional e viola CF – nessa parte Recurso
Extraordinário e outra matéria tem matéria divergente com outras turmas, então também caberia
Embargos no TST – só nessa hipótese poderia interpor ambos
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Obs: em SP estavam interpondo os recursos ordinários e embargos– o ordinário não era conhecido,
pois viola a unicidade, tinha que interpor primeiro embargos.
 Fungibilidade: Possibilidade de interpor um recurso pelo outro. Requisitos: aplicar o de
menor prazo, ausência de erro grosseiro – o primeiro requisito já daria um requisito
objetivo. Esta deveria ocorrer quando houver uma dúvida objetiva, não vinculada ao
prazo, mas uma dúvida da doutrina e da jurisprudência, ou da própria lei.

No âmbito trabalhista há duas hipótese:


I. Sum 421 TST – interposição de rec ordinário, este sobe, e o relator dá uma decisão
monocrática (932 CPC – julga de plano se em consonância com a jurisprudência), desta
cabe agravo regimental, mas todos fazem embargos de declaração e tenta mostrar
para o relator para este modificar – a sumula diz que o relator pode reverter esse
recurso em agravo regimental.

Súmula nº 421 do TST


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO. DECISÃO
MONOCRÁTICA DO RELATOR CALCADA NO ART. 932 DO CPC
DE 2015. ART. 557 DO CPC DE 1973. (atualizada em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado
em 22, 25 e 26.04.2016
I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do
relator prevista no art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de
1973), se a parte pretende tão somente juízo integrativo
retificador da decisão e, não, modificação do julgado.
II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão
monocrática, cumpre ao relator converter os embargos de
declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e
celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do
Colegiado, após a intimação do recorrente para, no prazo de 5
(cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a
ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015.

II. Oj 69 SDI II- impetra MS no tribunal, o relator faz o julgamento monocrático (dizendo
que decaiu, ou é incabível MS – extinguindo o MS – sentença acordão), cabe nesse
caso, o TST entende que é agravo regimental, e não recurso ordinário, se este for
processado, converte em agravo regimental pela fungibilidade.

69. FUNGIBILIDADE RECURSAL. INDEFERIMENTO LIMINAR DE


AÇÃO RESCISÓRIA OU MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO
PARA O TST. RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL E
DEVOLUÇÃO DOS AUTOS AO TRT (inserida em 20.09.2000)
Recurso ordinário interposto contra despacho monocrático
indeferitório da petição inicial de ação rescisória ou de
mandado de segurança pode, pelo princípio de fungibilidade
recursal, ser recebido como agravo regimental. Hipótese de
não conhecimento do recurso pelo TST e devolução dos autos
ao TRT, para que aprecie o apelo como agravo regimental.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

 Dialética: É o contraditório, a questão é se existiria contraditório nos embargos de


declaração – 897A CLT, diz expressamente que se houver a possibilidade de efeito
modificativo tem que haver o contraditório. O NCPC preza pelo princípio da cooperação,
no qual as partes devem cooperar para o processo, vedando assim a decisão surpresa.

NCPC Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de


jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual
não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual
deva decidir de ofício.

 Voluntariedade: O recurso é ato voluntário


 Proibição de Reformatio in pejus: Quem recorre não pode ter a sua situação agravada –
exceto se a parte contrária também recorrer.

Exceções:
i. Matéria de ordem pública
ii. Matérias que o juiz deva conhecer de ofício – condições de ação
Obs: Sucessão trabalhista – manchete perdeu concessão, e ômega assumiu e pegou todos os
trabalhadores, todos entraram contra a ômega por considerar sucessão. Uma parte ganhou
parcialmente 1 instancia, só a parte recorreu, e tribunal alterou, reconhecendo que não houve
sucessão trabalhista.
 Irrecubilidade das decisões interlocutórias/ Principio da concentração dos recursos (só
no processo do trabalho) – 893 §1º: Não há recurso contra decisão interlocutória, faze o
protesto, e lá na frente pode arguir em preliminar de recurso ordinário – é incidente
processual (semelhante ao agravo retido)

Efeito dos Recursos

 Devolutivo – quantum apelatum quantum devolutum – a matéria que faz parte do recurso
devolve ao tribunal. Efeito Devolutivo em extensão e Efeito Devolutivo em profundidade:
Ex: reclamação trabalhista com pedido A, B, C, a reclamada para cada pretensão possui
uma tese de defesa– um dos pedidos trata-se de um intervalo de 15 min para as mulheres
antes da jornada extraordinária. Há uma vertente que diz que tal intervalo não foi
recepcionado, outros dizem que devem estender aos homens, pelo principio da isonomia.
O juiz julga a ação totalmente improcedente. Acolhe A1, B1, C1 – o empregado faz o
recurso ordinário (apelação) atacando a sentença nos pedidos A1, B1, e não recorre da C.
O Tribunal não poderá julgar o C – não tem o efeito devolutivo extensivo, não pode ir além
da matéria do recurso. O tribunal reconhece que a A1 não pode, pois foi recepcionada,
como fica o A2 e A3 (demais teses não alegadas no recurso)? O juiz de primeiro grau já
entendeu que era inconstitucional e não analisou as demais teses referentes ao pedido A.
O RO devolve ao tribunal as demais teses, recorre de A em toda sua profundidade, mesmo
que o recorrente não tenha recorrido especificamente das demais, podendo analisar A2 e
A3. Extensão não, profundidade sim.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

 Efeito Suspensivo: A regra dos recursos trabalhistas é que não haja o efeito suspensivo, a
única exceção é o efeito suspensivo decorrente de recurso ordinário em dissidio coletivo,
o qual fica a critério do presidente do TST (incidente de efeito suspensivo). Ex: bancários
em greve, dispara o dissidio coletivo dos tribunais, vem acordão – sentença normativa, o
tribunal em uma decisão inovadora dá 30% de aumento, como não tem efeito suspensivo,
ainda que recorra, tem que começar a pagar – todos fazem o RO e fazem o incidente de
efeito suspensivo, e o presidente do TST julga, podendo dar totalmente, parcialmente ou
não conceder. Se não tem efeito suspensivo pode fazer uma execução provisória – que
será possível a partir da sentença, que se faz nos termos do 496 do CPC, e vai até a
penhora de bens esta execução provisória, enquanto o recurso estiver no Tribunal – hoje
pouco fazem, tem sido feito execução provisória do acórdão do tribunal, pois recurso de
revista dificilmente ocorre. Não pode usar o valor enquanto não tiver caução, se tiver
pode levantar o valor. Só que o CPC tem uma outra regra, que prevê que pode levantar os
valores sem caução quando houver os seguintes requisitos: o crédito não exceder 60
salários mínimos (a maioria); ter natureza alimentar (salário); prova da necessidade. Os
juízes não costumam levantar, por receio, mas é possível

 Efeito Translativo: É a exceção do devolutivo, em matéria de ordem pública, e que o juiz


deve conhecer de ofício.
 Efeito extensivo: Ex: 5 reclamadas, uma delas recorre, este recurso beneficia a todos?
1005 NCPC – Tem efeito extensivo aos outros recorrentes? Depende se a alegação é
pessoal e peculiar, só o recorrente se beneficia (ilegitimidade passiva) ou é uma questão
comum.
 Efeito substitutivo: É a possibilidade que o recurso tem de produzir uma nova decisão a
qual então substituirá a decisão atacada. Várias decisões podem formar uma só. Ex: saiu a
sentença, falando do intervalo, equiparação salarial, 13º, férias – vem acórdão do tribunal
e fala do intervalo e da equiparação salarial. Acórdão do TST que fala do intervalo. Essas
três decisões se integram e formam uma só, e na execução 13º, férias a da sentença, a
equiparação salarial – acórdão do tribunal, e a questão intervalo está no acórdão do TST –
mesmo estanho em vários momentos formam um teor condenatório.

Problema – em que momento há a coisa julgada? Há a coisa julgada parcial – 13º e férias, não houve
recurso, transitou em julgado jan/13, em jan/14 há um novo ternsito parcial a equiparação salarial, e
o intervalo só em jan/2020 – são em momentos distintos da formação da coisa julgada, isso produz
um outro efeito – ações rescisórias parciais –n em que o prazo será diferente conforme o transito de
cada uma das pretensões.
Súmula nº 100 do TST
AÇÃO RESCISÓRIA. DECADÊNCIA (incorporadas as Orientações
Jurisprudenciais nºs 13, 16, 79, 102, 104, 122 e 145 da SBDI-2) - Res.
137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005
I - O prazo de decadência, na ação rescisória, conta-se do dia imediatamente
subseqüente ao trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

de mérito ou não. (ex-Súmula nº 100 - alterada pela Res. 109/2001, DJ


20.04.2001)
II - Havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito em julgado dá-se
em momentos e em tribunais diferentes, contando-se o prazo decadencial
para a ação rescisória do trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o
recurso tratar de preliminar ou prejudicial que possa tornar insubsistente a
decisão recorrida, hipótese em que flui a decadência a partir do trânsito em
julgado da decisão que julgar o recurso parcial. (ex-Súmula nº 100 - alterada
pela Res. 109/2001, DJ 20.04.2001)
III - Salvo se houver dúvida razoável, a interposição de recurso intempestivo ou
a interposição de recurso incabível não protrai o termo inicial do prazo
decadencial. (ex-Súmula nº 100 - alterada pela Res. 109/2001, DJ 20.04.2001)
IV - O juízo rescindente não está adstrito à certidão de trânsito em julgado
juntada com a ação rescisória, podendo formar sua convicção através de
outros elementos dos autos quanto à antecipação ou postergação do "dies a
quo" do prazo decadencial. (ex-OJ nº 102 da SBDI-2 - DJ 29.04.2003)
V - O acordo homologado judicialmente tem força de decisão irrecorrível, na
forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em
julgado na data da sua homologação judicial. (ex-OJ nº 104 da SBDI-2 - DJ
29.04.2003)
VI - Na hipótese de colusão das partes, o prazo decadencial da ação rescisória
somente começa a fluir para o Ministério Público, que não interveio no
processo principal, a partir do momento em que tem ciência da fraude. (ex-OJ
nº 122 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003)
VII - Não ofende o princípio do duplo grau de jurisdição a decisão do TST que,
após afastar a decadência em sede de recurso ordinário, aprecia desde logo a
lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em
condições de imediato julgamento. (ex-OJ nº 79 da SBDI-2 - inserida em
13.03.2002)
VIII - A exceção de incompetência, ainda que oposta no prazo recursal, sem ter
sido aviado o recurso próprio, não tem o condão de afastar a consumação da
coisa julgada e, assim, postergar o termo inicial do prazo decadencial para a
ação rescisória. (ex-OJ nº 16 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000)
IX - Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subseqüente, o prazo
decadencial para ajuizamento de ação rescisória quando expira em férias
forenses, feriados, finais de semana ou em dia em que não houver expediente
forense. Aplicação do art. 775 da CLT. (ex-OJ nº 13 da SBDI-2 - inserida em
20.09.2000)
X - Conta-se o prazo decadencial da ação rescisória, após o decurso do prazo
legal previsto para a interposição do recurso extraordinário, apenas quando
esgotadas todas as vias recursais ordinárias. (ex-OJ nº 145 da SBDI-2 - DJ
10.11.2004)
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Pressupostos recursais

Estes são separados em:


 Subjetivos

1. Legitimidade: Quem pode recorrer no processo? As partes, terceiro juridicamente


interessado (sofre os efeitos da decisão – ex: sublocatário), Mp como custus legis – na
primeira instancia só quando houver incapazes ele atua como custus legis.

2. Representação Processual: É feita pelo instrumento de mandato – procuração (mandado


tácito Sum 164) – Sum 383 – não conhece o recurso interposto por advogado sem
procuração, não sendo possível protestar pela juntada posterior da procuração, ou o juiz
conceder prazo para regularizar a situação processual.

Súmula nº 164 do TST


PROCURAÇÃO. JUNTADA (cancelada) - Res. 210/2016, DEJT divulgado em
30.06.2016 e 01 e 04.07.2016
O não-cumprimento das determinações dos §§ 1º e 2º do art. 5º da Lei nº
8.906, de 04.07.1994 e do art. 37, parágrafo único, do Código de Processo Civil
importa o não-conhecimento de recurso, por inexistente, exceto na hipótese
de mandato tácito.

Súmula nº 383 do TST


RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC DE 2015,
ARTS. 104 E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res.
210/2016, DEJT divulgado em 30.06.2016 e 01 e 04.07.2016
I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos
autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter
excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado,
independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco)
dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante
despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não
se conhece do recurso.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em
procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o órgão
competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para
que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá
do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o
desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido
(art. 76, § 2º, do CPC de 2015).

3. Interesse Recursal: Se associa a ideia de sucumbência – pode recorrer quem perder o


processo – se perder parcialmente, pode recorrer. No processo do trabalho é vista de
maneira mais ampla, com ideia de lesividade, que trata-se do interesse jurídico contrariado.
Ex: CPC – entra com ação no cível, e réu alegou prejudicial prescrição, juiz afasta, e julga
improcedente a ação, só o autor pode recorrer – mais relacionada a procedência ou
improcedência. No processo do trabalho, o juiz afasta a prescrição e julga improcedente a
ação, ambos pode recorrer, a reclamada questionando a prescrição, independente do
mérito. Questões processuais podem der matérias de recurso especifico – mais lesividade,
do que mera sucumbência.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

 Objetivos

1. Previsão legal: não pode inventar, ou trazer recurso do direito comparado – estrita
legalidade.
2. Adequação: a priori, para cada decisão tem um recurso adequado. Excepcionalmente tem
dois recursos para uma decisão – unirrecobilidade. Exceção: Interpor um recurso pelo
outro – fungibilidade
3. Tempestividade: os prazos conta como o CPC – exclui o primeiro, inclui o último. O mais
peculiar é a questão de intimação em dias sem expediente forense. Ex: semana da
conciliação não há expediente forense – considera intimado no dia útil subsequente, e
começa o prazo no dia seguinte.
Art. 229 CPC – réus com procuradores diferentes dobra o prazo – NÃO APLICA ESTE
ARTIGO Na Justiça do Trabalho. OJ 310 SDI 1

310. LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO


EM DOBRO. ART. 229, CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE 2015.
ART. 191 DO CPC DE 1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO
TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) –
Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art.
229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de
1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe
é inerente.

Sum 434 – não conhece recurso extemporâneo- interposto antes do inicio do prazo.
(tende a cair)

Súmula nº 434 do TST


RECURSO. INTERPOSIÇÃO ANTES DA PUBLICAÇÃO DO
ACÓRDÃO IMPUGNADO. EXTEMPORANEIDADE. (cancelada) –
Res. 198/2015, republicada em razão de erro material – DEJT
divulgado em 12, 15 e 16.06.2015
I) É extemporâneo recurso interposto antes de publicado o
acórdão impugnado.(ex-OJ nº 357 da SBDI-1 – inserida em
14.03.2008)
II) A interrupção do prazo recursal em razão da interposição
de embargos de declaração pela parte adversa não acarreta
qualquer prejuízo àquele que apresentou seu recurso
tempestivamente.

4. Preparo: Valor da causa (procedimento), na sentença trabalhista o juiz fixa o valor da


condenação (obrigatório), esse valor da condenação não é uma sentença liquida, mero
arbitramento, não vincula o seu crédito. O reclamante só paga custas quando a ação for
totalmente improcedente – não existe custa proporcionais (artigo 789 CLT mais Inst
Normativa 20 TST). As custas do reclamante é 2% sobre o valor da causa em guia GRU. A
reclamada paga as custas sempre que tiver condenação – juiz fixou valor de condenação
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

tem custas da reclamada, em 2% - Se juiz não fixar tem que embargar. Obs: Há a
possibilidade da ação ser procedente e não tiver valor condenatório quando a ação for
declaratória, não tem discussão patrimonial.
Improcedente Prescrição – não aceita, se reclamada recorre, não paga custas, pois não
tem valor de condenação. O preparo é custas mais depósito recursal, este último é só feito
pela reclamada (899 CLT), este é uma garantia da execução, então não vai para o estado,
fica em uma conta vinculada ao juízo, mas no nome do trabalhador, só o juiz pode liberar
o valor. O valor do depósito recursal, é igual ao valor da condenação, limitado ao teto

Valores de teto (são atualizados em 1º de agosto) – cai na prova

Recurso Ordinário: R$ 8.959,63


Recurso de Revista, embargos no TST, Recurso extraordinário e Recurso ordinário em ação rescisória:
valor do teto é o dobro. R$ 17.919,26

EXEMPLO 1
Sentença parcialmente procedente: o valor é de 4 mil – O reclamante e a Reclamada fazem R.O. A
reclamada paga 80,00 de custas.

O depósito recursal será de 4 mil pagos pela reclamada

O Tribunal aprecia o recurso mas mantém a sentença da primeira instância


A reclamada recorre ao TST. Ela não pagará as custas porque elas já foram pagas no R.O. Também
não pagará o depósito porque o valor da sentença não foi reformado pelo Tribunal e porque ainda se
manteve no teto da condenação.

EXEMPLO 2

Sentença parcialmente procedente: 14 mil reais. Ambas as partes recorrem.

A reclamada paga 2% das custas: 280,00 e o Depósito recursal de R$ 8.959,63.

O Tribunal aprecia o recurso mas mantém a sentença da primeira instância


A reclamada recorre ao TST. Não paga as custas pois já foram pagas anteriormente. Depósito recursal
de R$ 5.000 (teto da condenação. Paga a diferença)

EXEMPLO 3

Sentença parcialmente procedente: 6 mil reais. Ambas as partes recorrem.

A reclamada paga 2% das custas: R$ 120,00 e o depósito recursal: R$ 6.000,00


O Tribunal aprecia o recurso e altera o valor da condenação em primeira instância. O novo valor
arbitrado é de R$ 50,000,00.
A reclamada recorre ao TST. Ela paga 2% das custas sobre o novo valor arbitrado, R$ 1.000,00 e o
depósito recursal é integral R$ 17.919,26.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Esse preparo recursal tem que ser comprovado no prazo do recurso. A regra é o prazo de 8 dias para
o recurso, se fez no 3 dia tem até o 8º dia para provar o prazo – não precisa ser junto (todo mundo
faz junto).
Os valores são bastantes quebrados, se faltar 0,30 centavos o recurso é deserto, não é possível a
complementação, mesmo com diferenças ínfimas OJ 140 SDI 1.
140. DEPÓSITO RECURSAL E CUSTAS. DIFERENÇA ÍNFIMA.
DESERÇÃO. OCORRÊNCIA (nova redação) - DJ 20.04.2005
Ocorre deserção do recurso pelo recolhimento insuficiente das
custas e do depósito recursal, ainda que a diferença em relação
ao "quantum" devido seja ínfima, referente a centavos.

Se houver mais de uma reclamada no pólo passivo, uma fez o preparo, beneficia as outras.
Súmula nº 128 do TST
DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações
Jurisprudenciais nºs 139, 189 e 190 da SBDI-1) - Res.
129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal,
integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob
pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum
depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex-Súmula nº
128 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou
a OJ nº 139 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998)
II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de
depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e
LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor
do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo.
(ex-OJ nº 189 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas,
o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as
demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia
sua exclusão da lide. (ex-OJ nº 190 da SBDI-1 - inserida em
08.11.2000)

Em regra beneficia, salvo quando aquela que fez o preparo perde a exclusão da lide (parte ilegítima, e
questiona outras coisas) – pois se for excluída, leva o preparo com ela, e o processo ficaria sem
garantia.
PROVA - Não tem preparo proporcional – Tem 3 reclamadas no polo passivo – terceirização de 2010
a 2015, Ticio empregado da X (prestadora de serviço de limpeza), trabalhou de 2010 a 2011 na
empresa A, e 2011 a 2015 na emp B – entra com ação pede responsabilidade subsidiária da A e B
conforme os anos trabalhados. Vem a sentença, e condena a empresa X a pagar, e subsidiariamente
A e B conforme os anos. Valor da condenação 50 mil reais.
RO da reclamada A (2010 a 2011) – só ela quer recorrer, mesmo sendo a menos condenada – PAGA O
PREPARO DO VALOR TOTAL, e não sobre o seu período apenas – NÃO EXISTE PROPORCIONALIDADE –
50 mil.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

5. Prequestionamento: para Recurso. de revista e embargos no TST: É o debate da matéria


nos autos. Caso a temática não tenha sido apreciada pelo tribunal, o advogado deve
embargar. O TST inovou em sua súmula 297. Se o advogado fez os embargos e o tribunal
não se manifestou, há o pré questionamento implícito. Sum 98 STJ diz que os embargos
pré questionatórios não tem natureza prolatória.

SÚMULA 282 STF


É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na
decisão recorrida, a questão federal suscitada.
SÚMULA 356 STF
O ponto omisso da decisão, sôbre o qual não foram opostos embargos
declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar
o requisito do prequestionamento.

Súmula nº 297 do TST


PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE. CONFIGURAÇÃO (nova
redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão
impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito.
II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido
invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios
objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão.
III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso
principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não
obstante opostos embargos de declaração.

Súmula nº 184 do TST


EMBARGOS DECLARATÓRIOS. OMISSÃO EM RECURSO DE
REVISTA . PRECLUSÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
Ocorre preclusão se não forem opostos embargos declaratórios para
suprir omissão apontada em recurso de revista ou de embargos.

SÚMULA 98 STJ - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO MANIFESTADOS COM


NOTORIO PROPOSITO DE PREQUESTIONAMENTO NÃO TEM CARATER
PROTELATORIO.

6. Repercussão GeraL: É para o recurso extraordinário, é mostrar para o Tribunal não é


meramente interesse das partes, esta ultrapassa os limites do processo, pode ser política,
jurídica, econômica ou social a repercussão. Ex: inconstitucionalidade do aumento do IPTU
– muitas pessoas seriam afetadas por esta decisão, ainda que no plano individual. Este
requisito é necessário par o Recurso de revista, mas com outro nome, é chamado de
TRANSCENDENCIA – da mesma forma, porém (896 A), não exige-se por ora esse requisito
pois falta uma complementação do regimento interno.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Admissibilidade dos Recursos

Tem dois juízos de admissibilidade pelo juizo a quo e ad quem, contrarrazões antes.

Na CLT tem o RO – tem a admissibilidade – Contrarrazões e ad quem.


Se o juiz o juiz denega seguimento não existirá nem a contrarrazões, ocorre que essa decisão é
atacada por agravo de instrumento (hipótese única desse recurso). Com este, abre prazo para
contraminuta, e remessa ao tribunal
O agravo de instrumento em nenhuma hipótese pode ser segurado pelo juízo a quo, e o Tribunal o
analisa. Se provido o agravo, na sequencia julga o recurso ordinário – um acórdão só. O problema do
tribunal julgar é as contrarrazões, por isso deve ser feita na contraminuta do agravo de instrumento –
dois em um.

Recursos em espécie

897 A CLT – foi alterado por lei processual – L13015/14 – recursos trabalhistas.

E tem a L. 13105/15 NCPC


Embargos de declaração: Hipóteses - omissão, obscuridade e contradição. No juizado especial tem
uma hipótese a mais que é a dúvida. O problema é o que seria esta, pois teoricamente a obscuridade
abarca a dúvida. A CLT tem hipóteses especificas: omissão, contradição, manifesto equivoco no
exame dos pressupostos extrínsecos do recursos (pressup. Objetivos) – Ex: denega seguimento do
recurso por intempestividade – juiz errou na contagem do prazo, podia fazer por ag. de instrumento,
mas bem é mais rápido, questionar matéria de ordem pública e também direito superveniente, o juiz
julga o processo conforme o direito vigente na época, mas pode considerar o vigente se for mais
adequado erro material – se houver obscuridade aplica subsidiariamente CPC Esses ainda podem ter
o efeito infringente, que é quando tem o efeito modificativo. Ex: julga a ação procedente, mas não foi
analisada a prescrição, por embargos, julga improcedente pela prescrição – efeito infringente. O que
se discute é se existe contraditório no e. declaração, o CPC é omisso, o TST já vinha dizendo que é
necessário, e hoje está na lei – aqueles que tem possibilidade de efeito modificativo tem que
contraditório 897 A. Ganharam uma importância também muito grande, no que diz respeito ao
prequestionamento – embargos de declaração prequestionatórios. Prazo: 5 dias.
538 CPC prevê a ideia dos embargos protelatórios, multa de até 1% sobre o valor da causa, e esta é
majorada em 10% se há reincidência, o recolhimento da multa passa a ser pressuposto do recurso
quando há reincidência. É possível embargos dos embargos, mas não é caso de se manter a omissão,
é quando a nova decisão apresenta um vicio – ex: sentença omissa, embargou, analisou,
fundamentou e rejeitou, mas na parte dispositiva disse não conhecer dos embargos, e em baixo
rejeitou – embarga por contradição. Os embargos interrompem o prazo recursal, para ambas as
partes. Podendo ter situações de necessidade de complementar o recurso. Ex: saiu sentença A
improcedente, B, C, D – não julgado. Reclamante embarga o pedido D – se for conhecido,
interrompeu o prazo para ambos, se for intempestivo, sem assinatura – não conhecido, não
interrompe o prazo. A reclamada não viu e faz o recurso ordinário. Juiz julga primeiro embargos e
altera a sentença dando procedência no D.
Dessa forma pode fazer um recurso ordinário complementar, mas só para D, que foi o que modificou.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Poderia ocorrer da reclamada não recorrer de D, precisa esta ratificar o seu interesse recursal? No
processo civil, pela sum 418 do STJ precisa, no processo do trabalho não – construção jurisprudencial,
TST entende.

Não tem preparo.

Recurso Ordinário

Corresponde ao recurso de apelação do Processo Civil


Ou seja, atinge o duplo grau de jurisdição via RO – recurso amplo, pode discutir tudo, e este é cabível
contra:
 Sentenças proferidas pelos juízes de trabalho e,
 Pelos juízes estaduais quando no exercício da jurisdição trabalhista;
 Contra acórdãos proferidos pelos tribunais em sua competência originária. Ex: MS, AR, DC
 Processo administrativo perante o TRT– exoneração a bem do serviço público, pode
recorrer para o TST via RO – interno. Ex: magistrado pede aposentadoria, tribunal
indefere, pode usar RO.
 Excepcionalmente – contra decisão interlocutória
I. Sum 214 TST – contra decisão que acolhe exceção de incompetência territorial e
determina a remessa dos autos para uma vara vinculada a outro Tribunal (para
minas)
II. Juiz acolhe preliminar de incompetência absoluta e determina a remessa para a
Justiça Comum – estadual, federal, p. ex –

Prazo de 8 dias, recurso com preparo.


Protesto: não há recurso contra decisão interlocutória, então faz o protesto – artigos 794, 795 e 893
– faz e o resgata em preliminar de recurso ordinário, se não suscitar preclusão.
RO em Procedimento Sumário: tem uma restrição de matérias, só é cabível em matéria
constitucional, não pode discutir matéria de fato, lei federal – por isso que é conhecido como
instancia única. Pacto de San Jose da Costa Rica

Agravo de Instrumento – 897 A

Só há uma hipótese de ag. que é a decisão denegatória de seguimento de recurso pelo juízo a quo.

Prazo 8 dias
Exige o instrumento – peças obrigatórias: rol 897, §5º - procurações, decisão agravada, certidão de
intimação da decisão agravada, PI, contestação, decisão originária, cópia do preparo, bem como , o
recurso travado, pois o Tribunal julgará se procedente. E outras peça que a parte entender necessária
– não é facultativa, se faltar peça que seja essencial para compreender a matéria, o recurso não será
conhecido.

As cópias precisam ser autentificadas, folha a folha.


Foi implementado o processo eletrônico no TST, não existindo processo físico, por isso não precisa
apresentar as cópias, pois o Tribunal escaneia todo o processo quando vai para o TST.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

O agravo de instrumento tem preparo.


Custas processuais: não há custas quando o agravo é em processo de conhecimento. Se estiver no
processo de execução há custas, e estas são fixas R$ 44, 26
Tem depósito recursal – sempre pelo empregador, e este corresponderá a 50% do depósito recursal
do recurso que se pretende destrancar – se era 8 mil - RO, acrescenta 4 mil, exceto se passar o valor
da condenação, NUNCA COLOCA MAIS DINHEIRO DO QUE DEVE.

Agravo Interno ou Agravo Regimental


Apesar da CLT mencionar, estão disciplinados nos regimentos internos dos tribunais, a lógica é que
este seja possível contra decisões monocráticas dos relatores nos Tribunais. Ex: 557 e 527 CPC.
Outras hipóteses: entrou com MS, AR, HC, pediu liminar, concedida ou não, pode pedir.

Não há preparo.

Prazo: está no regimento de cada Tribunal, alguns 5 dias, e outros 8 dias.

Agravo de Petição

É o Recurso Ordinário da fase de execução. – 897 A CLT


Cabimento: das decisões proferidas durante a execução, sentença dos embargos a execução,
sentença dos embargos de terceiros, sentença dos embargos de impugnação de sentença de
liquidação, embargos a adjuficação, decisão que obsta prosseguimento da execução (ex: trazer outra
empresa paea o polo passivo do grupo econômico. Para isso, usa-se o agravo). Para a
desconsideração da personalidade jurídica i juiz impede o agravo.

Prazo 8 dias.
Exige que a parte indique quais matérias controvertidas. O que não for controvertido pode ser
levantado.

Preparo: custas 44,26 + deposito recursal.

Pedido de revisão
Cabimento contra decisões que rejeitam a impugnação ao valor da causa e a competência do recurso
é o presidente do TRT. O prazo é de 48h. O recurso é com instrumento e sem preparo.

Correição Parcial
Recurso anômolo que pede para o Corregedor intervir no processo. Cabível contra decisão que cause
tumulto processual e atente contra a boa ordem do processo. 5 dias. Sem preparo.

Recurso de Revista
Quem julga são as turmas do TST. Cabível quando houver divergêngencia de lei federal,
jurisprudência diversa horizontal (entre TRT’S), ou verticais (TRT x TST, Sumula X OJ) ou contradição
direta às súmulas vinculantes do STF.
Recurso de Revista em execução – mesas hipóteses do RR. Neste caso, observa-se as alterações
advindas com a lei 1315/14 que alterou os aspectos recursais da execução fiscal.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Recurso de Revista em Agravo de Instrumento

Súmula nº 218 do TST


RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PROFERIDO EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
É incabível recurso de revista interposto de acórdão regional prolatado
em agravo de instrumento.

Recurso de Revista em Rito Sumaríssimo

Súmula nº 442 do TST


PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. RECURSO DE REVISTA
FUNDAMENTADO EM CONTRARIEDADE A ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL. INADMISSIBILIDADE. ART. 896, § 6º, DA CLT,
ACRESCENTADO PELA LEI Nº 9.957, DE 12.01.2000 (conversão da
Orientação Jurisprudencial nº 352 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de
recurso de revista está limitada à demonstração de violação direta a
dispositivo da Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do
Tribunal Superior do Trabalho, não se admitindo o recurso por
contrariedade a Orientação Jurisprudencial deste Tribunal (Livro II,
Título II, Capítulo III, do RITST), ante a ausência de previsão no art. 896,
§ 6º, da CLT.

Embargos no TST

 Embargos Infringentes – Ações de competência originária da SDC (dissídio coletivo) quando a


decisão proferida não for unânime
 Embargos de divergência – Cabíveis contra as decisões proferidas pelas turmas em que se
verifica divergência de entendimento com outra turma do TST ou com a SDI XSDC, ou entre
sumulas X OJ’s. Prazo de 8 dias e sem preparo.

Recurso Extraordinário

Não é considerado recurso trabalhista. Observar os cabimentos na CF/88 E NCPC – O preparo segue o
preparo trabalhista. Recurso contra decisão do TST que vai para o STF.

EXECUÇÃO TRABALHISTA

Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que não
contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais para a
cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Prevê que na ausência de lei trabalhista, aplica=-se a lei dos executivos fiscais.

A execução pode ser promovida pelas partes ou pelo juiz ex offcio. São executáveis os títulos extra
judiciais: termo de conciliação perante a CCP, e o Termo de ajustamento de conduta celebrado no
Ministério Público do Trabalho. A instrução normativa 39 fala de outros 2 t´tulos: nota promissório e
o cheque quando oriundos de ralações de trabalho.

Liquidação

Ocorre de 3 formas:

 Arbitramento: quando se faz necessário ter conhecimento técnico específico. Ex: avaliar obra
de arte.
 Por artigos: Não existe na prática. É quando o juiz transfere do processo de conhecimento a
prova para o processo de execução.
 Por cálculos: A CLT prevê que se os cálculos poderão ser ofertado pelas partes. Há outro
caminho, quando há a figura do calculista, servidor público que faz os cálculos. Elaborada a
sentença de liquidação, a reclamada é citada para pagamento ou indicação de bens. Caso ela
não o faça acontece a penhora forçada. Essa fase é chamada de constrição patrimonial. Uma
vez garantida a execução é possível o embargos a execução (5 dias). Nesse mesmo prazo o
credor pode fazer a impugnação da sentença de liquidação. Nessa fase pode ocorrer os
embargos de terceiros. A sentença pode ser atacada por agravo de petição. O agravo tem
preparo: 44,26 + depósito recursal (só se não estiver garantida a execução)

Desconsideração da personalidade jurídica – art 28 do NCPC e 50 CC – Incidente de


desconsideração, a hipótese de cabimento está no artigo 194 do CPC. Ela é ex officio, já que o juiz
pode iniciar a execução, entende-se que ele poderá praticar todos os atos da execução. A
desconsideração poderá ser requerida na peça inicial.

Medidas cautelares podem ser declaradas ex offcio. O incidente de desconsideração na fase de


conhecimento não tem recurso, já na fase de execução enseja agravo de petição, sem depósito
recursal.

Bem de família – há uma vertente que acredita que o credito trabalhista pode penhorar o bem de
família, pis na CF/88 há dois bens jurídicos em conflito: trabalho X família. Logo, se foi o
empregador que deu causa, ele que deve pagar. Mas a posição majoritária diz que não se
penhora.

Sócio retirante

Exemplo: Sócio ficou de 2008 a 2010 na empresa. Tício entrou em 2009 e saiu em 2011. Tício
ajuíza ação contra a empresa. Em 2014 começa a execução trabalhista. Em 2016, Tício cita o sócio
retirante solicitando que o sócio venha ao pólo passivo. O juiz aplica a ele a responsabilidade
solidária.

 Primeira vertente – A responsabilidade não abrange ilícitos e fraudes.


Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

 Segunda vertente – Quando Tício entrou com a ação, para de contar os 2 anos.

Ou seja, o sócio só responde pelos créditos no período em que foi sócio da empresa.

Bens impenhoráveis – é impenhorável o instrumento de trabalho, os


salários/vencimentos/aposentadoria. Há exceção: crédito alimentar de laço familiar e alimentos de
ilícito civil.

Exemplo: Há uma ação trabalhista em andamento e penhora a conta salário do dono da reclamada. É
possível, pois o que é importante é saldar a dívida com o reclamante.

Posição do TST: O crédito trabalhista não pode penhorar salário ainda que de forma proporcional.
Mas a posição do TRT-2 é de penhorar o salário, mesmo que proporcional.

Procedimentos Especiais

Inquérito de apuração de falta grave

Procedimento especial trabalhista. Ação que só pode ser ajuizada pelo empregador contra
empregado estável na ocorrência da falta grave. É estabilidade sindical e empregado eleito para
dirigir cooperativa. O empregado faz algo, é suspenso por 30 dias. O empregador ajuíza a ação até 30
dias. É necessário 6 testemunhas. A decisão judicial, se for procedente, o juiz rompe a estabilidade e
extingue o contrato. Se for improcedente, o empregado é reintegrado e tem os salários do período.
Se o empregado nã quiser voltar ele é indenizado em dobro. Uma outra opção é não afastar o
empregado e promover imediatamente a ação. Se não promover no prazo é perdão tácito. Ação
tramita. A decisão é favorável ao empregado, ele continua trabalhando. Se for procedente à
reclamada, o contrato é extinto na data de ajuizamento da ação. O período em que o trabalhador
ficou trabalhando é considerado um segundo contrato, esse sem a estabilidade.

Dissidio Coletivo

É uma ação específica para os conflitos coletivos de trabalho. A CLT ala em 3 possibilidades:

 Dissidio coletivo originário: Quando se busca pela primeira vez um instrumento normativos
 Dissidio coletivo de revisão – É como uma ação revisional. Tem um requisito: a norma
coletiva que se pretende reverter tem que estar em vigor a pelo menos 1 ano. Prazo máximo
de sentença normativa é de 4 anos.
 Dissidio coletivo de extensão – Uma parte da categoria conquista novos direitos e por este
dissidio pode se entender aos ouros trabalhados. Requisitos estão no 868 CLT – ¾ dos
trabalhadores e dos empresários devem concordar com a extensão. 75% no caso. Para
negociar precisam de 51%.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

Outros Dissídios

 Dissidio coletivo de natureza jurídica – se discute a interpretação e aplicação das normas pré
existentes
 Dissidio coletivo de natureza econômica – se busca novos direitos, é o poder normativo da
justiça do trabalho
 Dissidio coletivo de greve – julga aspectos formais da greve

Condições da ação

 Legitimidade: sindicato/federação/confederação. Centrais Sindicais não são legitimadas. O


empregador também pode e o MPT, mas só na ocorrência de greve em atividade essencial
quando houver possibilidade de lesão ao direito coletivo. Quando não há
sindicato/federação/confederação os trabalhadores podem se unir para ajuizar dissidio
coletivo de greve. Há outra condição de ação: deliberação de assembleia.
 Interesse de agir: É a adequação que a medida judicial seja aplicada corretamente
 Negociação frustrada – tem que provas que tentou negociar com a outra parte, só que ela
não quis. Provas podem ser a pauta de reindivicação e atas da assembleia. Se não der certo, o
MPT chama para a mesa redonda.
 Proposta de comum acordo (Válido apenas para os dissídios de natureza econômica)– É uma
postulação conjunta das partes. O TST admite o comum acordo tácito, quando uma das partes
postula e a outra não se opõe. Parte da doutrina acha que é inconstitucional – é restrição ao
direito de ação.
 Procedimento: competência dos tribunais. É ação proposta em cláusulas. Ajuizado o dissidio é
designada a audiência conciliatória com o presidente do tribunal. Se houver conciliação, é
homologado o acordo. Se não for, é distribuído para o SDC para um relator. O Julgamento é
feito por clausulas, e dessa decisão se proferida pelo TRT é cabível R.O para o TST. ÚNICO
RECURSO TRABALHISTA COM EFEITO SUSPENSIVO A CRITÉRIO DO PRESIDENTE.
Processo do Trabalho Vanessa Ferreira de Almeida
Jouberto Quadros de Pessoa Cavalcante

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