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Tópicos em Direito 2

Sumário
TÓPICO 10 – Direito processual do trabalho.....................................................................05

1 Formas de solução de conflitos trabalhistas.................................................................05

1.1 Autotutela................................................................................................................05

1.2 Autocomposição.......................................................................................................06

1.3 Heterocomposição....................................................................................................07

2 As fontes do direito processual do trabalho.................................................................08

3 Princípios.................................................................................................................08

3.1 Princípios fundamentais.............................................................................................08

3.2 Princípios infraconstitucionais.....................................................................................10

4 Eficácia das normas de direito processual do trabalho..................................................11

5 Interpretação das normas de direito processual do trabalho..........................................11

6 Organização da justiça do trabalho............................................................................11

7 Competência material da justiça do trabalho...............................................................13

8 Competência territorial..............................................................................................13

1 Reclamação trabalhista/ação trabalhista/dissídio.........................................................15

2  
Jus postulandi ..........................................................................................................16

3 Partes......................................................................................................................16

4 Substituição processual.............................................................................................17

5 Audiência................................................................................................................17

6 Homologação de acordo...........................................................................................18

7 Defesa trabalhista.....................................................................................................19

8 Ritos.......................................................................................................................20

9 Sistema de provas.....................................................................................................22

1 Princípios.................................................................................................................24

1.1 Pressupostos recursais objetivos e subjetivos.................................................................27

1.2 Modalidades recursais trabalhistas..............................................................................29

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Tópico 10
Direito processual do trabalho

I - Teoria geral do processo


trabalhista
A teoria geral do processo que identifica os conceitos de jurisdição, ação, defesa, processo,
procedimento etc., como sistema, envolve três subsistemas, quais sejam: processo civil, processo
penal e processo do trabalho a partir dos princípios e institutos gerais, sem desconsiderar as dife-
renças próprias de cada ramo do direito processual e somente assim é possível que os ditames da
Constituição Federal de 1988, que revelam o Estado Democrático de Direito, sejam efetivados
em prol da Justiça Social.

Com o reconhecimento da constitucionalização do Direito, a doutrina reconheceu a existência


de um direito constitucional processual, o que significa que o Direito Processual do Trabalho
também deve ser ordenado e interpretado a partir das normas, dos princípios e valores da Carta
Magna, reconhecendo por óbvio as suas especificidades preconizadas em institutos, princípios e
normas próprios.

1 Formas de solução de conflitos


trabalhistas
Os conflitos decorrentes da vida em sociedade podem ser solucionados através da autotutela, da
autocomposição e da heterocomposição.

1.1 Autotutela
Autotutela significa fazer “Justiça com as próprias mãos”, “ dente por dente, olho por olho”. Esta
forma de solução de conflitos utilizada nos primórdios da civilização, onde uma das partes do
conflito subjugava a outra, foi substituída pelo poder do Estado como solucionador dos conflitos,
no entanto, o ordenamento jurídico pátrio a autoriza na via excepcional, por exemplo, no código
civil (direito de retenção, desforço imediato etc.) e na Constituição Federal (exercício do Direito
de Greve), a doutrina menciona o locaute (paralisação de empregadores) como forma de auto-
defesa, no entanto, o ordenamento brasileiro proíbe seu exercício.

A Greve é um direito fundamental exercido coletivamente e tem como antagonista o Direito de


propriedade dos empregadores, na realidade do Estado Democrático de Direito, não podemos
esquecer que a greve é um instrumento extremo de acesso as formas de autocomposição (con-
venção coletiva de trabalho ou acordo coletivo), ou heterocomposição (arbitragem ou jurisdição).

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Tópicos em Direito 2

1.2 Autocomposição
Na autocomposição, as partes conflitantes sem a interferência de terceiro chegam à solução de
seu conflito através de concessões recíprocas (transação) ou por desistência ou renúncia de um
dos sujeitos, modalidades bilateral e unilateral, respectivamente.

A Constituição Federal de 1988 privilegia a negociação coletiva, ou seja, a solução de conflitos


trabalhistas através dos entes sindicais de representação das partes envolvidas nos conflitos, são
instrumentos da negociação coletiva, a convecção coletiva de trabalho e o acordo coletivo de
trabalho, disciplinados no artigo 611 da CLT.

A convenção coletiva de trabalho é um acordo intersindical fruto de negociação coletiva ha-


vida entre sindicatos representativos das categorias econômicas e profissionais, obedecido o
princípio da unicidade sindical, que obriga todos os membros das respectivas entidades,
independentemente de filiação voluntária em razão de seu caráter normativo.

Por exemplo, o Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre objetivando estipular condições de
trabalho de caráter econômico e social negocia coletivamente de forma frutífera com o Sindicato
das Empresas Metalúrgicas de Porto Alegre a materialização jurídica da negociação coletiva é a
Convenção Coletiva de Trabalho, que obriga empresas e trabalhadores.

O acordo coletivo de trabalho é um acordo fruto da negociação coletiva entre sindicatos de


categoria profissional de um lado e empresas de outro, sendo sua abrangência normativa
restrita exclusivamente as empresas que participaram da negociação coletiva.

Exemplo o Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre negocia melhores condições com a Em-
presa Metalúrgica Rio Grande do Sul do que as previstas em convenção coletiva de trabalho, por
exemplo, um percentual de 70% de adicional de horas extras, somente farão jus às normas do
acordo coletivo os trabalhadores da referida empresa.

A transação é forma de autocomposição bilateral onde ambas as partes para a solução do con-
flito sacrificam interesses próprios de outro lado se observa a renúncia quando o sacrifício do
interesse é unilateral.

Note-se que no processo do trabalho a tentativa de conciliação é parte integrante da audiência


trabalhista, sendo certo que o juiz do trabalho pode ter o poder de negar tratativa que viole o
direito protetivo do trabalho.

As COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA estão positivadas nos artigos 625-A e seguintes da


Consolidação das Leis do Trabalho e podem ser constituídas de forma facultativa, por empresas,
grupos de empresas e entre sindicatos, devem ser paritariamente constituídas com representação
dos empregados e dos empregadores (de dois a 10 membros) e somente podem ser utilizadas
para a solução de conflitos individuais.

Os representantes dos trabalhadores serão eleitos pelos trabalhadores com a fiscalização do


sindicato profissional, com mandato de um ano, permitida uma reeleição e os representantes dos
empregadores são por estes indicados.

Note-se que os representantes dos trabalhadores são detentores de estabilidade provisória do


momento do registro da candidatura e se eleitos até um ano após o término do mandato.

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A CLT estabelece que existindo a CCP eventual conflito individual deve ser a ela submetido e
somente se as partes não chegarem à conciliação é permitido o ajuizamento de ação trabalhista,
desta forma a lei trata a submissão do conflito a CCP como pressuposto processual objetivo,
ocorre que tal questão desde a edição da lei acarretou várias celeumas doutrinárias e jurispru-
denciais, sendo certo que o entendimento reiterado dos Tribunais Especializados caminha no
sentido que a exigência contraria o dispositivo do artigo 5º XXXV da Constituição Federal que
estabelece que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Na hipótese do conflito apresentado, a CCP onde as partes atingem a conciliação, será lavrado
termo de conciliação que tem natureza de título executivo extrajudicial, com eficácia liberatória
geral, exceto em relação aos títulos não ressalvados, no entanto, a interpretação desse disposi-
tivo deve ser feita teleologicamente, para se reconhecer que a eficácia liberatória somente com
relação as parcelas que expressamente constem do termo de conciliação.

1.3 Heterocomposição
A heterocomposição trata-se de forma onde a solução do conflito é determinada por um terceiro
que detém força obrigatória sobre os litigantes. São modalidades: a arbitragem e a jurisdição,
embora alguns autores indiquem também a mediação e a conciliação, no entanto, nessas duas
últimas formas de solução dos conflitos o terceiro atua exclusivamente na aproximação das par-
tes, sua decisão não vincula as partes.

a) Arbitragem

O artigo 114 §§ 1º e 2º da Constituição Federal prevê a arbitragem como forma de solução


de conflitos trabalhistas de natureza coletiva, não restando assim qualquer dúvida acerca
de sua utilização. Note-se que no processo do trabalho a sentença arbitral, diferentemente
do que ocorre no civil não permite execução direta e sim ação de cumprimento prevista
no artigo 872 da CLT.

A Lei nº 9307/96 com as alterações da Lei nº 13.129/2015, dispõe sobre o procedimento


da arbitragem de forma genérica e as Leis nº 7783/88, 10101/00, 12815/13 referem-se
a situações de cunho trabalhista, greve, Participação em Lucros e Resultados e Portos e
instalações Portuárias.

A Lei nº 9307/96 estabelece que o procedimento da arbitragem somente pode ser


utilizado para a solução de conflitos que envolvam direito patrimoniais disponíveis, desta
forma resta afastada a sua aplicabilidade em dissídios individuais.

b) Jurisdição

A jurisdição é forma de solução de conflito através da atividade – função – poder estatal


decorrente da própria soberania, que se traduz em linhas gerais no poder em dizer o
direito.

A jurisdição tem como características: a substitutividade, definitividade, exclusividade,


imparcialidade, monopólio do Estado, unidade e inércia.

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2 As fontes do direito processual do


trabalho
A doutrina não é uniforme com relação à classificação das fontes do direito, por questões di-
dáticas será adotada aqui a classificação de Bezerra Leite, que divide as fontes em materiais e
formais, sendo a primeira o próprio direito material do trabalho e a última são as positivadas no
ordenamento com caráter instrumental.

São fontes do Direito Processual do trabalho: a Constituição Federal, a Consolidação das Leis do
Trabalho, o Código de Processo Civil, o Código de Defesa do Consumidor e com relação a le-
gislação esparsa: a Lei nº 5584/70, Lei nos 6830/80, 7701/88, 7347/85, 8069/90 e 7853/89.

Com a edição do Código de Processo Civil de 2015, foi editada a Instrução Normativa nº
39/16, que apresenta o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho acerca da aplicabilidade
de dispositivos desse novo código ao processo do trabalho, a partir da inteligência do artigo 769
da CLT.

3 Princípios
Os princípios possuem função interpretativa, informativa e normativa e são de importância fun-
damental para a compreensão de todo o sistema, no direito processual do trabalho deve-se
levar em conta os princípios constitucionais de processo e princípios gerais com sede no CPC,
que juntos são denominados princípios fundamentais e os princípios próprios de processo
do trabalho.

3.1 Princípios fundamentais


Princípio do Devido Processo Legal: como garantia constitucionalmente assegurada no artigo
5º LIV CF esse princípio é regra base do direito processual onde ninguém será privado da liber-
dade ou de seus bens sem o devido processo legal. Esse princípio é um dos pilares do regime
democrático e de direito e dele derivam outros princípios, fundamentando a estrutura de um
processo constitucionalmente legítimo, em outras palavras, a CF/88 estabelece a base de um
modelo constitucional de processo que deve ser observado de forma obrigatória.

Não é possível que se conceba nenhuma lei de caráter processual, ou a interpretação de seus
dispositivos, sem que se tenha como fundamento de validade e legitimidade a Constituição Fe-
deral, o que significa dizer que só o processo será legítimo.

Os princípios que garantem o due process, que garantem o modelo constitucional de processo,
ou seja, que o processo levará a resultados legítimos, alguns deles são:

Princípio da Igualdade e isonomia: consagrado no caput e inciso I do artigo 5o da CF, ou


seja, segundo o qual todos são iguais perante a lei, ocorre considerando-se para a sua aplica-
bilidade o princípio da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho e os demais
fundamentos da Constituição Federal de forma que seja possível a sua mitigação especialmente
nas searas do Direito do Trabalho e do Processo do Trabalho, em razão da hipossuficiência dos
trabalhadores em relação ao tomador de serviço.

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A garantia à isonomia é uma garantia de igualdade substancial e não meramente formal, o
que significa que todos são tratados igualmente observadas as suas desigualdades. Assim é
necessário que se compreenda esse princípio como forma de se garantir o equilíbrio entre as
partes, desta forma o sistema cria formas de criar esse equilíbrio. Esse princípio permite que se
compreenda uma série de regras no processo, inclusive no processo do trabalho, por exemplo,
o jus postulandi, que faculta ao trabalhador demandar o seu tomador de serviços pessoais sem
a presença de advogado.

Princípios do Contraditório e da Ampla defesa: também consagrados no artigo 5º da CF, o


primeiro implica no reconhecimento da bilateralidade do processo (autor, réu e terceiros, partes
que participam do processo) e o segundo que garante das partes o exercício através dos existen-
tes no ordenamento jurídico de se defender.

IMPORTANTE: para a nova teoria do processo a ampla defesa não é garantida apenas ao réu,
mas também ao autor da demanda.

Princípio da imparcialidade do juiz: o juiz presta um serviço público e deve agir na direção do
processo com imparcialidade e isso significa que o conflito levado à análise deve ser solucionado
através do devido processo legal.

Princípio do juiz natural: ninguém será processado nem sentenciado, são por autoridade com-
petente, o que impede a criação de juízos de exceção e não bastasse isso pela dicção do artigo
286 do CPC a distribuição de processos deve ser realizada considerando-se critérios aleatórios
e objetivos.

Princípio da fundamentação das decisões: garante aos jurisdicionados que as decisões não
serão arbitrárias e sim fundamentadas, sob pena de nulidade, encontra-se consagrado nos ar-
tigos 93XI da CF, 832 da CLT e 489II, § 1º do CPC, vide também o artigo 15 da IN 39/16 do
Tribunal Superior do Trabalho.

Princípio da Razoável Duração do Processo: estabelece que a todos no âmbito judicial e ad-
ministrativo são assegurados à razoável duração do processo e os meios que garantam a sua
tramitação, ou seja, esse princípio busca a real efetivação da tutela jurisdicional e está consa-
grado no artigo 5º LXXVIII da CF, sendo que alguns meios para sua efetivação estão inseridos no
artigo 93 da CF.

Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: não é apresentado de forma explícita na Constituição


Federal, o que causa divergência doutrinária e jurisprudencial em relação ao seu status consti-
tucional, no entanto, é cediço que se trata de princípio processual que indica a possibilidade de
revisão das decisões proferidas por órgãos superiores do Poder Judiciário.

Importante: No processo do trabalho, as ações no rito sumário (valor da causa até dois salários
mínimos, Lei nº 5584/70) somente admitem recurso extraordinário a teor da súmula 356 do TST,
bem como não há de se falar em obrigatoriedade de remessa de ofício em sentenças desfavo-
ráveis as pessoas jurídicas de direito público quando o valor da condenação não ultrapassa 60
salários mínimos, a teor da súmula 303 do TST.

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3.2 Princípios infraconstitucionais


Princípio dispositivo e Princípio do Impulso Oficial: também denominado de princípio da
inércia ou da demanda, segundo o princípio dispositivo, o processo começa por iniciativa da
parte e se desenvolve por impulso oficial (onde o juiz tem o dever de prestar a jurisdição), salvo
nas exceções previstas em lei. No Direito Processual do Trabalho existem exceções ao princípio
dispositivo expressas nos artigos 39 e 878 da CLT.

Princípio da Instrumentalidade: o processo é instrumento de Justiça e está a serviço do direito


material e não vice-versa, está consagrado nos artigos 180 e 277 da CPC.

Princípio da Impugnação Especifica: tem fundamento no princípio do contraditório, cabendo


ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes na petição inicial, sob
pena de presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, encontra-se positivado no ar-
tigo 341 do CPC.

Princípio da Estabilidade da Lide: estabelece que o autor após a citação do réu não pode mais
modificar os termos do pedido sem a anuência do réu e após o oferecimento da defesa, não
poderá o autor apresentar aditamento nem mesmo com consentimento, conforme preconizado
pelos artigos 108 e 329 do CPC. Note-se que no processo do trabalho não existe o momento
de saneamento do processo e ainda que a defesa é apresentada em audiência, após infrutífera
a tentativa de conciliação, desta forma a sua aplicabilidade na seara laboral deve considerar os
eventos processuais estabelecidos na CLT, por razão de lógica e coerência, desta forma perfeita-
mente cabível a apresentação de aditamento após a citação.

Princípio da Preclusão: tem por fundamento que o processo é o desencadear lógico de eventos
processuais que devem ser praticados nos momentos definidos em lei. Encontra-se definido no
artigo 278 do CPC, note-se que o parágrafo único apresenta como exceções que as nulidades
que devam ser declaradas de oficio, não se aplica preclusão, assim como para atos que não fo-
ram praticados desde que provado legítimo impedimento da parte. A doutrina adota a classifica-
ção da preclusão em: preclusão consumativa, preclusão lógica, preclusão ordinatória, preclusão
pro judicato e preclusão máxima.

Princípio da Oralidade: não existe previsão expressa, no entanto, no processo do trabalho


vários dispositivos conduzem a supremacia de atos processuais realizados através da oralidade,
por exemplo, a reclamação verbal, o prazo de 20 minutos para apresentação da defesa e de dez
minutos para as razões finais.

Note-se que em razão do predomínio do princípio da oralidade no processo do trabalho também


se aplica o princípio da imediação, segundo o qual as partes e testemunhas são inquiridas pelo
juiz a teor do artigo 820 da CLT.

Princípio da Concentração: encontra-se explicito nos artigos 849 e 852-C da CLT, que estabe-
lecem a utilização da audiência una.

Princípio da Irrecorribilidade de Decisões Interlocutórias: o CPC de 2015 permite a recor-


ribilidade das decisões interlocutórias expressamente previstas conforme dicção dos artigos 995
e 1015, assim não há de se falar em sua aplicabilidade em razão da previsão taxativa do artigo
893 § 1º da CLT.

Princípios da boa-fé processual, da cooperação: expressos no CPC nos artigos 5º e 6º, res-
pectivamente, decorrem do Estado Democrático de Direito e o princípio da dignidade da pessoa
humana, vinculando todos não somente as partes, mas também o juiz e terceiros.

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Princípio da Vedação da Decisão Surpresa: extraído do artigo 10 do CPC, onde o juiz não
pode decidir, em qualquer grau de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual
não tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a
qual deva decidir de ofício. A Instrução Normativa 39/16 artigos 4º § 1º estabelece que não se
considera decisão surpresa a que à luz do ordenamento e dos princípios que informam o direito
processual do trabalho, as partes tinham a obrigação de prever (condições da ação, pressupos-
tos processuais, pressupostos de admissibilidade de recursos), salvo disposição legal expressa

Princípio da Supremacia da Decisão de Mérito: informa que somente em situações excepcio-


nais e quando não for possível a correção de irregularidades ou vícios, poderá o processo ser
extinto sem julgamento de mérito.

Princípio da Conciliação: o artigo 764 da CLT estabelece a obrigatoriedade de sujeição dos


dissídios trabalhistas à tentativa de conciliação, sob pena de nulidade absoluta.

4 Eficácia das normas de direito


processual do trabalho
A eficácia das normas refere-se a sua aplicação no tempo e espaço.

Com relação às normas processuais trabalhistas no tempo, a aplicação imediata, no entanto,


não podem prejudicar o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada, desta forma
uma nova lei processual passa a vigorar no prazo de 45 dias (vacatio legis), desde que não haja
previsão em contrário.

A norma processual trabalhista tem aplicação em todo o território nacional, havendo, no entan-
to, de se considerar a exceção à regra da territorialidade, consagrada no artigo 651 § 2º da CLT.

5 Interpretação das normas de direito


processual do trabalho
As normas processuais trabalhistas são interpretadas buscando a determinação do seu conteúdo,
através dos métodos: gramatical, lógico-sistemático, histórico, teleológico e o método conforme
a Constituição.

6 Organização da justiça do trabalho


A estrutura do Poder Judiciário está prevista no artigo 92 da Constituição Federal, que inclui: Su-
premo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, os Tribunais Regionais Federais e os Juízes
Federais, os Tribunais e Juízes do Trabalho, os Tribunais Eleitorais, os Tribunais e Juízes Militares e
os Tribunais e Juízes dos Estados, Distrito Federal e Territórios, que exercem jurisdição e ainda o
Conselho Nacional de Justiça que não exerce atos de jurisdição, com atribuições administrativas,
financeiras e disciplinar, nos termos do artigo 103-B da CF.

A Emenda Constitucional 24/99 estabeleceu que a Justiça do Trabalho é integrada pelos seguin-
tes órgãos: Tribunal Superior do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho, Juízes do Trabalho.

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O Tribunal Superior do Trabalho – TST é composto por 27 Ministros, escolhidos entre os bra-
sileiros com mais de 35 anos e menos de 65, nomeados pelo Presidente da República, respeitado
o quinto constitucional, nos termos do artigo 94 da CF.

Junto ao TST funcionam o Conselho Superior da Justiça do Trabalho e a Escola Nacional de


Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho.

São órgãos do TST: Tribunal Pleno, Órgão Especial, Seção Especializada em Dissídio Coletivo,
Seção Especializada em Dissídio Individual (dividida em duas subseções) e Turmas.

O Tribunal Pleno é constituído por todos os Ministros e para o seu funcionamento é necessá-
ria a presença de no mínimo 14 Ministros, para indicação de nomes que comporão lista para
vaga de Ministro; aprovação de Emenda Regimental, eleição de cargos de direção do Tribunal e
aprovação ou cancelamento de Súmula, Precedente, ou declaração de lei ou ato normativo do
poder público.

O Órgão Especial é constituído pelo Presidente, Vice-Presidente, Corregedor, os sete Ministros


mais antigos e mais sete Ministros eleitos pelo Pleno e para o seu funcionamento exige quórum
mínimo de oito Ministros, no entanto, se o tema a ser deliberado for disponibilidade ou aposen-
tadoria de Magistrado é exigida a maioria absoluta.

A Seção Especializada em Dissídios Coletivos é constituída pelo Presidente, Vice-Presidente,


Corregedor e mais seis Ministros, sendo o quórum mínimo de funcionamento cinco Ministros.

A Seção Especializada em Dissídios Individuais é constituída pelo Presidente, Vice-Presidente


Corregedor e mais 18 Ministros, pode funcionar na forma (plena com quórum de 11 Ministros,
mas as deliberações somente com maioria absoluta) ou dividida em duas subseções. A Subse-
ção I Especializada em Dissídios Individuais – SDI-1 é integrada por 14 Ministros incluindo o
Presidente, Vice-Presidente e Corregedor e preferencialmente os Presidentes das Turmas, note-se
que cada Turma somente poderá ter representação da SDI-1 de até dois Ministros. A Subseção II
Especializada em Dissídios Individuais é composta pelo Presidente, Vice-Presidente, Corregedor
e mais sete Ministros e para funcionamento exige quórum de seis Ministros.

As Turmas são constituídas por três Ministros, para os julgamentos é necessária a presença dos
três Ministros que a compõe ou Ministro de outra Turma.

Os Tribunais Regionais do Trabalho são organizados por Região, atualmente existem 24 TRTs,
embora a redação original da CF determinasse a existência de pelo menos um TRT por Estado e
no Distrito Federal a Emenda Constitucional 45/04, supriu a obrigatoriedade, mas nada impede
que lei federal determine a criação de Tribunais Regionais do Trabalho, nos Estados do Acre,
Amapá, Roraima e Tocantins e são compostos por no mínimo sete Desembargadores do Trabalho.

Os Desembargadores do Trabalho são nomeados pelo Presidente da República, respeitado o


quinto constitucional.

As Varas do Trabalho são juízos monocráticos compostos (por um Juiz do Trabalho Titular fixo
e um Juiz do Trabalho substituto) e sua competência é estabelecida territorialmente por lei. Nas
comarcas onde não existir Vara do Trabalho, o artigo 668 estabelece competência para os Juízes
de direito, que deverá observar o procedimento previsto na CLT para o processamento e julga-
mento das demandas.

A CF estabelece que compete aos tribunais a organização das secretarias e serviços auxiliares
expressos nos artigo 710 a 721 da CLT.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO: “[...] incumbência de defender a ordem pública, o re-


gime democrático e os interesses indisponíveis da sociedade e dos indivíduos […]” (art. 129 da
CF). O MPT tem como “chefe” o Procurador Geral do Trabalho. É um dos ramos do Ministério

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Público da União. O Procurador Geral do Trabalho é nomeado pelo Procurado Geral da Repú-
blica entre os integrantes da Procuradoria com mais de 35 anos de idade e cinco anos de car-
reira. A Procuradoria Geral do Trabalho atua perante o TST, através do Procurador Geral e dos
subprocuradores-gerais. Junto aos Tribunais Regionais funcionam as procuradorias Regionais do
Trabalho, compostas por procuradores regionais, nomeados por concurso público de títulos e
provas. Todas as Procuradorias contam com os serviços de uma Secretaria.

7 Competência material da justiça do


trabalho
Conferiu o inciso I, do artigo 114 da Constituição Federal, que “as ações oriundas da relação
de trabalho”, e o inciso IX” outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho” são compe-
tência da Justiça do Trabalho.

Diferente da relação de emprego, por força do dispositivo constitucional, consta a expressão re-
lação de trabalho, o que é mais ampla e genérica, não se restringindo, apenas, aos julgamentos
dos conflitos empregado/empregador.

Relação de trabalho é conceito mais amplo que relação de emprego e abrange todas as rela-
ções jurídicas em que há prestação de trabalho por pessoa natural, tanto no âmbito de contrato
de trabalho (artigo 442 da Consolidação das Leis do Trabalho), como de prestação de serviços
(arts. 593 e seguintes do Código Civil), e, também, outros tipos de contratos de trabalho como
a empreitada, mandato, transporte e demais.

Assim, um dos critérios determinantes para a delimitação da expressão relação de trabalho é a


pessoalidade na prestação de serviços, a compreensão desse critério é fundamental, inclusive
para a compreensão de todas as demais hipóteses expressas no artigo 114 da CF.

O artigo 114 da CF também apresenta os demais critérios determinantes da competência Ma-


terial da Justiça do Trabalho, tais como as ações que envolvam o exercício do direito de gre-
ve, representação sindical, mandado de segurança, habeas corpus, habeas data quando o ato
questionado envolver matéria trabalhista, conflitos de competência entre os órgãos de jurisdição
trabalhista, ações de indenização por dano moral e patrimonial decorrentes da relação trabalho,
ações decorrentes das penalidades impostas pelos órgãos de fiscalização das relações de traba-
lho, execução de ofício das contribuições da previdência social (vide Súmula Vinculante 53 STF),
além de outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho da forma da lei.

8 Competência territorial
A competência das VARAS DO TRABALHO é definida pelo local onde o empregado prestar
serviços ao empregador (ou tomador do serviço), ainda que tenha sido contratado noutro
local ou no estrangeiro (CLT, art. 651), como regra geral.

Se tratar de empregado agente ou viajante, será competente à Vara do Trabalho ou Juiz da


localidade onde o empregador tiver seu domicílio, salvo se o empregado estiver subordinado
à agência ou filial, quando será competente à Vara em cuja jurisdição estiver situada a mesma
agência ou filial (CLT, art. 651, § 1º);

É competente à Justiça do Trabalho do Brasil para decidir dissídio trabalhista entre empregado
brasileiro e agência ou filial de empresa, no estrangeiro, se não houver convenção internacional
dispondo em contrário (CLT, art., 651 § 2º).

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Qualquer que seja a regra em contrário, constante do direito estrangeiro, será competente à
autoridade judiciária brasileira, em razão do lugar, quando:

a) o réu for domiciliado no Brasil;

b) aqui tiver de ser cumprida a obrigação;

c) a empresa estrangeira não domiciliada no Brasil aqui possuir agência ou filial (porque a
obrigação deverá ser cumprida aqui);

d) a ação se originar de ato ou fato ocorrido ou praticado no Brasil.

Se o empregador prestar serviços fora do lugar da contratação o empregado pode reclamar no


foro da celebração do contrato ou no da prestação do serviço (CLT, art. 651, § 3º).

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II - Ação trabalhista
O Estado não admite a justiça privada (tutela dos direitos subjetivos pelos próprios sujeitos inte-
ressados), chamando a si o monopólio da solução dos conflitos. A essa função estatal de dizer
o direito chama-se jurisdição.

O exercício da jurisdição é feito por meio do processo. A função jurisdicional é inerte (sem ini-
ciativa própria) e só atua por meio de provocação, que se dá pela instauração do processo. Não
há jurisdição sem processo nem processo sem ação. A lide provoca a ação; a ação provoca o
processo; o processo provoca a jurisdição; e a jurisdição compõe ou elimina a lide”.

Ação é direito abstrato de agir. Pretensão é o direito de exigir; ação é a pretensão e mais a ativi-
dade; direito subjetivo é o poder jurídico de ter a faculdade de agir. Exercer a pretensão é exigir
a prestação; propor ação é pedir a tutela do Estado, deduzindo o que se pede.

O juiz, ao julgar a lide, enfrenta três ordens de matérias: matéria de processo, matéria de ação
e matéria de mérito. Embora a ação seja um direito subjetivo público processual, um direito
abstrato de provocar a jurisdição, há condições legalmente exigíveis para que ela nasça; há,
também, requisitos para que o processo se desenvolva validamente de modo a permitir uma
decisão sobre o mérito.

Os requisitos necessários para o nascimento de uma ação são chamados condições da ação; os
requisitos necessários ao desenvolvimento regular do processo, de modo a permitir uma decisão
sobre o mérito, são chamados pressupostos processuais.

Leia com atenção o artigo 17 do CPC de 2015, que estabelece que para postular em juízo é ne-
cessário interesse e legitimidade, a possibilidade jurídica do pedido não é considerada condição
da ação.

1 Reclamação trabalhista/ação
trabalhista/dissídio
Chama-se reclamação trabalhista a ação do empregado em face do empregador ou do traba-
lhador em face do tomador dos serviços (a ação nunca é movida contra o réu, mas contra o
Estado, que detém o monopólio da jurisdição, em face do réu).

Os dissídios trabalhistas são de três ordens: de conhecimento; de execução; cautelares.

O dissídio de conhecimento classifica-se segundo os sujeitos e a natureza da tutela jurisdicional


pretendida. Subdivide-se em:

a) individuais: o objeto da investigação cognitiva é um interesse individual de um ou mais


de um empregado (litisconsórcio ativo) e de um ou mais de um empregador (litisconsórcio
passivo);

b) coletivos: o objeto da cognição será o interesse de natureza jurídica ou econômica de um


grupo, ideal e abstratamente considerado (categoria econômica e categoria profissional).

15
Tópicos em Direito 2

Segundo a natureza da tutela jurisdicional pretendida, classifica-se em:

a) declaratórios (reclamam sentença de mérito que declare a existência ou a inexistência de


uma relação jurídica ou de uma situação jurídica);

b) constitutivos (reclamam sentença que crie, modifique ou extinga relação jurídica);

c) condenatórios (reclamam sentença que imponha condenação na obrigação de dar, fazer


ou de não fazer).

Por dissídio de execução, deve se entender toda controvérsia trazida ao processo após a prolação
da sentença de mérito, na fase de acertamento do título executivo judicial oriundo da sentença
(cálculos ou artigos de liquidação, perícia, arbitramento etc.) ou na de expropriação forçada de
bens integrantes do patrimônio do devedor (execução, avaliação, penhora, praças e leilões, ar-
rematação, remição, adjudicação, embargos do devedor, agravo de petição etc.), bem assim às
referentes à intervenção de terceiros (embargos do arrematante, embargos de terceiro etc.) não
abrangidos pela sentença condenatória.

Note-se que, após a edição do novo CPC, muito se discute sobre a fim da execução de título
judicial também na Justiça do Trabalho, por uma questão legal adotaremos a posição legalista
da CLT, ou seja, como existe definição expressa não há de se falar em aplicabilidade subsidiária
das novas disposições do CPC

Por dissídios cautelares, deve se entender toda controvérsia trazida ao processo cautelar, isto
é, “[...] àquela nova face da jurisdição e como um tertium genus, contendo, a um só tempo as
funções do processo de conhecimento e de execução, e tendo por elemento específico a pre-
venção”. No processo cautelar não há, propriamente, composição da lide, “[...] mas outorga de
uma situação provisória de segurança para os interesses dos litigantes”. O processo cautelar visa
salvaguardar a utilidade do processo ou a eficácia da decisão de mérito.

2 Jus postulandi
Jus postulandi (direito de postular) é a faculdade outorgada pela lei (CLT, arts. 791 e 843, § 1º) à
parte (reclamante ou reclamado) de exercer a sua capacidade postulatória. Ou seja: para propor
ação na Justiça do Trabalho, ou para defender-se, a parte não precisa estar, necessariamente,
assistida por advogado.

Por conta disso, honorários de advogado só são cabíveis na Justiça do Trabalho se a parte estiver
assistida por sindicato da categoria e se o autor (reclamante) receber, na data do ajuizamento
da ação, menos de dois salários mínimos por mês, ou, se auferir mais que isso, provar que não
pode litigar sem prejuízo de seu sustento ou de sua família.

É esse o entendimento dominante no C. TST. O E. 219/TST 51.

3 Partes
Parte é todo aquele que pede ou contra quem se pede no processo. Podem ser partes as pessoas
físicas, ou naturais, as jurídicas e as formais (espólio, massa falida, herança jacente e herança
vacante), o condomínio, as sociedades de benemerência e todos os que contratarem emprega-
dos sob subordinação e onerosidade, para trabalho de natureza não eventual e intuiti personae.

16 Laureate- International Universities


Exceto se na condição de aprendiz o menor de 16 anos não pode trabalhar (CF/88, art. 7º,
XXXIII). O maior de 16 anos e menor de 18 é relativamente capaz e pode celebrar contrato de
trabalho com assistência do pai, tutor, curador ou responsável legal, pode assinar recibos de
pagamento de salário sem qualquer assistência, mas não pode firmar o recibo de rescisão final.
O menor entre 14 e 18 anos é, pois, assistido na Justiça do Trabalho.

O assistente do menor não o substitui e não pode, pois, fazer acordo em nome do assistido. Se
não houver pai, mãe ou tutor cabe à Procuradoria do Trabalho oficiar como assistente do menor.

Os incapazes serão representados em juízo por seus representantes (CPC 2015, art. 71).

O empregador pode ser representado por gerente ou qualquer outro preposto. Não há na lei
exigência para que o preposto seja empregado. MAS A JURISPRUDÊNCIA SUMULADA DO TST
EXIGE A CONDIÇÃO DE EMPREGADO.

Importante: SÚMULA DO TST 377. Preposto. Exigência da condição de empregado. Exceto quanto à
reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser
necessariamente empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. (ex-OJ nº 99 - Inserida em 30.05.1997).

O empregado pode ser representado pelo sindicato (CLT, art. 791, § 1º).

A massa falida é representada pelo síndico; o condomínio, pelo síndico ou preposto credenciado
por ele; o espólio, por seu representante, independentemente de inventário.

4 Substituição processual
O sindicato pode atuar na Justiça do Trabalho na condição de assistente (representante) ou de subs-
tituto processual. Na condição de assistente ou representante será necessária à juntada de mandato.

Substituto processual, para que seja aceito no processo, nessa condição (de substituto processual),
tem de ser, tanto quanto o substituído, titular do mesmo direito material em discussão, e tem de pro-
var, no processo, que está agindo em seu nome, mas no lugar do substituído, para evitar que a inér-
cia do substituído prejudique o seu (do substituído) direito, que é o mesmo direito dele, substituto.

5 Audiência
A audiência é um ato processual. Na audiência produzem-se quase todas as provas (é claro que
a inspeção, a vistoria, a perícia grafotécnica, de insalubridade ou periculosidade e a contábil,
entre outras, realizam-se fora das audiências, mas repercutem nelas, e ali são apreciadas).

É na audiência que o juiz entra em contato com as partes, advogados, testemunhas. Nela se
materializa o princípio da imediação ou imediatidade.

As audiências realizam-se, em princípio, na sede do órgão da Justiça do Trabalho; se houver


necessidade ou conveniência, poderá ser fixado outro local, desde que previamente comunicado
às partes, por edital (CLT, art. 814, § 1º). As audiências são unas e indivisíveis, mas fraciona-se
se não for possível concluir num só momento a instrução e o julgamento.

Às audiências deverão comparecer as partes e suas testemunhas, independentemente de seus


advogados (CLT, art. 843 e 845); não há tolerância legal para atrasos, a não ser o de 15 minutos
para o juiz (CLT, art. 815, parágrafo único).

17
Tópicos em Direito 2

O empregador poderá se fazer substituir por gerente ou qualquer outro preposto que tenha
conhecimento sobre os fatos (relevantes) da lide e obrigatoriamente por entendimento do TST
repita-se deve ser empregado, em caso de doença ou de qualquer outro motivo relevante, de-
vidamente comprovado, o empregado poderá se fazer representar por outro empregado que
pertença à mesma profissão ou pelo seu sindicato (a representação é apenas para impedir o
arquivamento do processo e provocar o adiamento da sessão).

Para a audiência as partes são intimadas por registrado postal (SEED); se o reclamado, intimado,
não for encontrado ou criar embaraços, será intimado por oficial de justiça ou por edital (mão
no rito sumaríssimo).

O juiz do trabalho poderá, contudo, tratando-se de comarcas contíguas (CPC, art. 230), fazê-la;
por fim, como não há nulidade se o ato, praticado de outra forma, atingir sua finalidade, nada
obsta a que o juiz, dentro do seu poder de diretor do processo, determine a citação por hora certa.

O não comparecimento injustificado do reclamante à audiência impõe o arquivamento do pro-


cesso; o não comparecimento do reclamado implica revelia e confissão quanto à matéria de fato.

Se houver motivo relevante, o juiz poderá suspender o julgamento, designando nova audiência e
deixando de aplicar qualquer penalidade.

Importante: Art. 844 - O não comparecimento do reclamante à audiência importa o ar-


quivamento da reclamação e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além
de confissão quanto à matéria de fato. Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo
relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova audiência.

Se o reclamante der causa a dois arquivamentos seguidos, ficará proibido de demandar na Justiça do
Trabalho por seis meses (CLT, art. 732). A esse hiato de suspensão chama-se perempção de instância.

Se a ausência do reclamante se der após a audiência inaugural, haverá confissão ficta, e não
mais arquivamento. A confissão ficta do empregado permite ao juiz presumir a veracidade das
alegações da defesa, da mesma forma que a confissão ficta do empregador permite ao juiz presu-
mir a veracidade das alegações da inicial. A presunção é juris tantum (admite prova em contrário).

O reclamante e seu advogado sentam-se à esquerda do juiz; o reclamado e seu advogado, à


direita. Antes da contestação, o juiz proporá a conciliação, é a primeira proposta obrigatória
de conciliação; a segunda ocorrerá após as razões finais, depois de terminada a instrução (CLT,
art. 850); não havendo acordo, será apresentada a defesa trabalhista, que é oral, feita em 20
minutos (CLT, art. 846), pelo que consta da CLT; inobstante, a praxe consagrou a defesa escrita
e iniciar-se-á a instrução, ouvindo-se o reclamante e o reclamado, de ofício ou a requerimento
das partes, depois as testemunhas do autor e em seguida as do réu, o perito e os técnicos, se
houver; dependendo da matéria alegada, e do ônus de cada parte na produção da prova, essa
ordem poderá ser invertida pelo juiz, sem qualquer nulidade. Após o interrogatório, qualquer das
partes poderá retirar-se, prosseguindo a instrução com seus representantes.

A falta de proposta de conciliação torna nula a sentença; parte da jurisprudência entende que
apenas a falta da segunda proposta de conciliação NÃO nulifica a sentença; a da primeira, SIM.

6 Homologação de acordo
Se houver acordo, lavrar-se-á termo, assinado pelo Juiz e pelos litigantes (CLT, art. 847, § 1º);
as partes podem conciliar-se a qualquer tempo, antes e depois do julgamento, tendo ou não
interposto recurso. O juiz não está obrigado a homologar qualquer acordo. Se entender que o
acordo é prejudicial a uma das partes, pode deixar de homologá-lo.

18 Laureate- International Universities


7 Defesa trabalhista
Ninguém é obrigado a se defender. A defesa não é um ônus, mas uma oportunidade que se dá
ao reclamado ou réu de contrapor-se às alegações do autor ou reclamante. Logo, revelia não é
pena, mas uma forma de procedimento em que se presume que o réu ou reclamado abdicou da
oportunidade de defesa que o Estado lhe outorgou. Diante da revelia, prossegue-se na marcha
processual ignorando os atos processuais que deveriam ter sido praticados pelo revel e presu-
mindo, por ficção jurídica, a veracidade das alegações da inicial.

A confissão ficta (ficta confessio) do empregado ou do patrão, consequência da revelia, é simples


meio de prova e não impede a colheita do depoimento pessoal ou a realização do interrogatório
da parte presente nem elimina a possibilidade de oitiva de testemunhas de qualquer das partes,
mesmo da ausente. Mesmo diante da revelia de uma das partes o juiz não pode deixar de conside-
rar os demais elementos de prova constantes dos autos (cartões, recibos etc.). A confissão ficta gera
presunção juris tantum (admite prova em contrário) das alegações da parte presente à audiência.

Embora na prática trabalhista geralmente o Juiz não permita a juntada da defesa pelo advogado
da empresa presente ou a oitiva de testemunhas, nessa hipótese deverá o advogado protestar e
consignar o seu protesto em ata para posterior alegação de cerceamento de defesa.

Importante: Há casos na Justiça do Trabalho em que a simples revelia não atrai confissão ficta.
Quando se pede, por exemplo, adicionais de insalubridade ou de periculosidade, a revelia e a
confissão do reclamado são irrelevantes, porque o art. 195, § 2º da CLT determina que a apu-
ração desses adicionais se faça, exclusivamente, por meio de prova pericial, a cargo de médico
do trabalho ou de engenheiro do trabalho.

Revelia não é pena, pois a defesa não é obrigação, mas simples consequência da falta de im-
pugnação das pretensões da inicial no momento próprio. O Estado não pode obrigar ninguém
a se defender.

Deve, isso sim, assegurar em pé de igualdade a qualquer um a possibilidade de defesa, com os


mesmos prazos e o acesso às mesmas provas.

Ao defender-se, o réu pode apenas contestar e reconvir.

Contestação é a defesa direta sobre o mérito; reconvenção é uma ação do réu em face do autor,
dentro do mesmo processo e exceção é a defesa processual, isto é, todo tipo de defesa que,
embora não contrariando diretamente o fato afirmado na exordial, opõe-lhe outro, ou outros,
que possa(m) eliminar ou impedir o efeito normal e desejado daquele fato afirmado na inicial.

Em razão do CPC de 2015, as exceções são apresentadas na forma de preliminares ao mérito,


não mais de forma em separado, nos termos do artigo 64 que estabelece:

Importante: Artigo 64 CPC A incompetência absoluta ou relativa será alegada como questão
preliminar de contestação

No direito processual do trabalho, só se consideram exceções às alegações de suspeição ou


impedimento e de incompetência (CLT, art. 799).

Todas as demais serão preliminares, devem ser alegadas na resposta, examinadas com o mérito e
decididas na sentença final. Ex.: coisa julgada (salvo se abranger todo o objeto da lide, litispen-
dência, prescrição (exceto a actio nata), compensação e retenção (CLT, arts. 767 e 799, § 1º).

19
Tópicos em Direito 2

A exceção de suspeição ou de impedimento de juiz ou classista, se não for declarada de ofício,


deve sê-lo pela parte. Recebida, será julgada pela própria Vara em 48 horas contadas da argui-
ção. Rejeitada, reabre-se à ré o prazo de resposta. Da decisão da vara sobre o impedimento ou
suspeição não cabe recurso; é meramente interlocutória.

Se a arguição de suspeição ou impedimento envolver juiz de direito investido da jurisdição tra-


balhista substituindo-se o juiz segundo a lei de organização judiciária local (CLT, art. 802, § 2º).

8 Ritos
1. Rito ordinário

Estão submetidas a esse rito as ações cujo valor da causa exceda a 40 salário mínimos. A
reclamação pode ser verbal ou escrita, admite-se a citação por edital e na fase instrutória
pode cada parte apresentar até três testemunhas.

2. Rito sumário

Também denominado de rito de alçada. Esse rito é regulado pela Lei nº 5584/70
abrangendo as causas de pequeno valor que não excedam a dois salários mínimos.

Tem como caraterística principal: as sentenças não permitem recursos, salvo se houve
violação à constituição federal, portanto, fica limitado às questões constitucionais. O
número de testemunhas por parte é de três.

3. Rito sumaríssimo

O procedimento sumaríssimo foi estabelecido e incluído na CLT (arts. 852-A/852-I) pela


Lei nº 9.957/00, sendo aplicável exclusivamente aos dissídios individuais com o objetivo
de tornar o processo trabalhista mais célere.

O procedimento sumaríssimo será aplicável às causas cujo valor seja superior a dois
salário mínimos até 40 vezes o salário mínimo vigente no momento do ajuizamento da
demanda, conforme estabelece o art. 852-A da CLT, incluído pela referida lei:

São suas características principais:

»» estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a


Administração Pública direta, autárquica e fundacional;

»» o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente, sob


pena de arquivamento;

»» não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e
endereço do reclamado, sob pena de arquivamento;

»» a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de 15 dias do seu


ajuizamento, podendo constar de pauta especial;

»» as demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência


única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para
atuar simultaneamente com o titular;

20 Laureate- International Universities


»» todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que
não requeridas previamente. Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a
solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo
relevante justificado nos autos pelo juiz da causa;

»» o juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem


produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou
excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para
apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica;

»» na ata de audiência serão resumidamente registrados apenas os atos essenciais,


as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa
trazidas pela prova testemunhal;

»» serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no


prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na
sentença;

»» de acordo com a Consolidação, todas as provas serão produzidas na audiência


de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente. Também aqui
prevalece o princípio da concentração dos atos processuais, em consonância com o
objetivo de atender a celeridade processual. Sobre os documentos apresentados por
uma das partes, manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da
audiência, ressalvados os casos de absoluta impossibilidade, a critério do juiz diante
do caso concreto;

»» no procedimento sumaríssimo, o adiamento da audiência para que a parte se


pronuncie sobre documentos somente deve ser deferido quando for absolutamente
impossível a sua manifestação imediata (na mesma sessão) de acordo com o juízo
da autoridade judicial;

»» a prova pericial somente será produzida quando houver necessidade, por força das
circunstâncias fáticas ou por imposição legal. Neste caso, o juiz deve, desde logo,
nomear o perito, fixar o prazo para a realização do exame técnico e entrega do laudo
e, ainda, estabelecer o objeto da perícia. Podem as partes formular quesitos e indicar
assistentes técnicos, para assegurar-lhes o direito de ampla defesa, no prazo assinado
pelo juiz;

»» as testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência


de instrução e julgamento independentemente de intimação. Só será deferida
intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer.
Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata
condução coercitiva;

»» interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão


no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz
da causa;

»» a sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos


relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório;

»» as partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada.


Contudo, as partes serão intimadas da sentença através de nova intimação nos
seguintes casos: revelia da parte reclamada (parte final do art. 852, da CLT); se a ata
de audiência de julgamento não for juntada no prazo de 48 horas (art. 851, § 2º, da
CLT); ou se a parte não estiver presente na data de encerramento da instrução, quando

21
Tópicos em Direito 2

for designada a publicação da sentença. No tocante a esta matéria, o art. 895, §1º,
da Consolidação, cuida da interposição de recurso ordinário no rito sumaríssimo e
assim dispõe:

»» nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário:


será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator
liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-
lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; terá parecer oral do
representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender
necessário o parecer, com registro na certidão; terá acórdão consistente unicamente
na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva,
e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos
próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá
de acórdão. Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma
para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas
demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo;

»» quanto ao cabimento do recurso de revista no procedimento sumaríssimo, é certo que


o referido recurso somente será admitido quando a decisão recorrida for contrária à
súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação
direta da Constituição Federal, conforme estabelece o art. 896, § 9º consolidado:
somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de
jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, Súmula Vinculante
do STF e violação direta da Constituição da República.

9 Sistema de provas
CONCEITO
Para Manoel Antonio Teixeira Filho, a prova no sentido amplo, ou seja, o vocábulo prova (origi-
nário do latim proba, de probare = demonstrar), significa tudo que demonstra a veracidade de
uma proposição ou a realidade de um fato, sem, no entanto, esquecermos, ainda, dos sentidos
de indício, sinal, ensaio, experiência, que ele também sugere.

Art. 5º, CF/88. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] LIV - ninguém
será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste
Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa.

OBJETO DA PROVA
O objeto da prova são os fatos narrados pelo autor, pelo réu ou por terceiros, que na técnica
processual se referem aos acontecimentos jurídicos (fatos jurídicos naturais), ou atos jurídicos ou
ilícitos (fatos jurídicos voluntários), originadores do conflito intersubjetivo de interesses.

SISTEMA DE APRECIAÇÃO DAS PROVAS


Livre convencimento: o juiz não precisa fundamentar suas decisões. 3. Livre convencimento mo-
tivado (ou persuasão racional). Liberdade para formação do convencimento, mas deve ser fun-
damentado nas provas dos autos.

22 Laureate- International Universities


ÔNUS DA PROVA
“Art. 818, CLT. A prova das alegações incumbe à parte que as fizer.”

Por aplicação subsidiária do CPC em razão da singeleza do artigo 818 da CLT, o ônus da prova
incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência
de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Parágrafo único. É nula a con-
venção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando: I – recair sobre direito indispo-
nível da parte; II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.”

Negar o fato constitutivo não inverte o ônus. Para tanto, o réu deve aceitar (ainda que parcialmen-
te) os fatos do autor e suscitar outro subsequente que anule ou altere as consequências jurídicas.

MEIOS DE PROVAS
1. Depoimento pessoal;

2. Exibição de documento ou coisa;;

3. Prova documental ;

4. Prova testemunhal – Importante Contradita – ex-empregados podem ser testemunhas?


Súmula 357 do TST. Informante. Valoração menor, mas subjetiva;

5. Prova pericial – Importante. Custo. Art. 790-B da CLT;

6. Inspeção judicial – Arts. 440-443 do CPC.

PRINCÍPIOS
Contraditório e ampla defesa: as partes podem se manifestar reciprocamente sobre as provas
produzidas e utilizar os meios admitidos por lei.

Necessidade da prova: os fatos, em regra, precisam ser provados.

Unicidade da prova: análise dentro do conjunto probatório, não isoladamente.

Proibição da prova ilícita: somente provas obtidas por meios lícitos.

Livre convencimento motivado: livre apreciação, mas o convencimento tem de ser fundamentado.

Imediação: a prova é do Juízo (produzida perante o juiz). In dubio pro misero: muito relativo, não
pode ser confundido com distribuição do ônus da prova.

PRESUNÇÕES
Processo racional dedutivo por meio do qual um fato infere-se com razoável probabilidade da
existência de outro.

• Presunções relativas (iuris tantum). Dispensa da prova do fato relevante para julgamento,
mas admite prova em contrário. Exemplos: (i) Duração indeterminada do contrato de
trabalho, (ii) jornada ordinária de trabalho, (iii) existência de vínculo diante da prestação
de serviços etc.

• Presunções absolutas. Consequências jurídicas determinadas por lei a certos fatos. Não
inverte o ônus da prova, pois não admite prova em contrário. Exemplos: (i) gerente da
filial pode receber citação, (ii) validade do pedido de demissão de empregado estável etc.

23
Tópicos em Direito 2

III - Sistema recursal trabalhista

1 Princípios
Diversos princípios norteiam o regime recursal no processo do trabalho. Entre eles podemos
destacar o princípio da unirrecorribilidade/singularidade/unidade recursal que determina a
possibilidade de interposição de apenas um recurso contra a mesma decisão.

Isto é, não é possível utilizar simultaneamente diversos recursos contra a mesma decisão, mas
apenas sucessivamente. Contudo, esse princípio não é aplicável nos casos de sucumbência re-
cíproca, especificamente quando o reclamante interpõe contra a decisão recurso ordinário e o
reclamado interpõe embargos de declaração com pedido de efeito modificativo.

Nesse caso, se os embargos modificativos forem procedentes modificando o julgado, ao re-


clamante é facultado interpor novo recurso ordinário ou apenas aditar o recurso ordinário já
interposto, compondo uma exceção ao princípio em tela, tendo em vista a apresentação de dois
recursos (recursos ordinários) contra uma mesma decisão.

Outro princípio que podemos elencar é o princípio da fungibilidade, que permite ao juiz rece-
ber um recurso equivocadamente interposto como se o correto fosse, atentando para o princípio
da finalidade e da simplicidade que orientam o processo do trabalho.

A doutrina estabelece três condições para que esse princípio seja plenamente aplicável: a) deve
inexistir erro grosseiro; b) deve haver dúvida aceitável quanto ao recurso cabível no caso concre-
to; c) o recurso equivocadamente interposto deve respeitar o prazo recursal do recurso cabível.

A Constituição Federal não determina o duplo grau de jurisdição obrigatório, mas garante
aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral o contraditório
e a ampla defesa, com meios e recursos a ela inerentes, conforme estabelece o art. 5º, LV: Art.
5º. [...] LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. Vale di-
zer, embora o sistema não estabeleça a obrigatoriedade, é assegurado às partes a utilização de
todos os recursos previstos na legislação vigente. Impende destacar que das decisões proferidas
nos dissídios de alçada ou procedimento sumário (que não ultrapassam o valor de dois salários
mínimos) não é cabível recurso, ressalvados os casos em que verse sobre matéria constitucional.
Em prosseguimento, o princípio da voluntariedade determina que o recurso é voluntário. Diante
disso, é possível afirmar que a autoridade judiciária não poderá conhecer de ofício matérias não
alegadas em sede recursal, ressalvadas as de ordem pública.

Outro princípio de grande relevância dentro do processo do trabalho é o da proibição da refor-


matio in pejus, que proíbe o Tribunal de proferir decisão menos favorável ao recorrente que a
decisão anteriormente proferida e recorrida.

O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que tiver
sido objeto de recurso.

24 Laureate- International Universities


Os recursos trabalhistas possuem algumas peculiaridades em relação aos recursos dos demais
ramos processuais. Vejamos:

a) Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias: o art. 893, § 1º, da CLT determina
que:

Art. 893 – Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: [...] § 1º - Os incidentes
do processo são resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do
merecimento das decisões interlocutórias somente em recursos da decisão definitiva. Em
outras palavras, determina o dispositivo que as decisões interlocutórias não são recorríveis de
imediato, sendo possível a sua apreciação apenas em recurso da decisão definitiva. Sobre o
tema, o TST estabeleceu e revisou a matéria através da Súmula 214, que determina: Súmula nº.
214. Decisão interlocutória. Irrecorribilidade. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893,
§ 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de
decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial
do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo
Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto
no art. 799, § 2º, da CLT.

b) Inexigibilidade de fundamentação: também chamado de princípio da discursividade, a


inexigibilidade de fundamentação toma como base o art. 899 da CLT que estabelece que
os recursos deverão ser interpostos por meio de simples petição somente para o
jus postulandi.

Art. 899 – Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente
devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória
até a penhora. A afirmação feita permite a interpretação de que os recursos podem
ser interpostos sem qualquer fundamentação ou razões recursais. No entanto, a
fundamentação é necessária, pois assim assegura-se a ampla defesa e o contraditório,
além de permitir que o Tribunal conheça o motivo que gerou o inconformismo da parte
com a decisão proferida.

No âmbito trabalhista, a maioria dos recursos exige fundamentação, por exemplo, o


recurso de revista e o agravo de petição. O TST estabeleceu em sua Súmula 422 a
obrigatoriedade de fundamentação dos recursos. Súmula nº 422. Recurso. Apelo que não
ataca os fundamentos da decisão recorrida. Não conhecimento. Art. 514, II, do CPC. Não
se conhece de recurso para o TST, pela ausência do requisito de admissibilidade inscrito
no art. 514, II, do CPC, quando as razões do recorrente não impugnam os fundamentos
da decisão recorrida, nos termos em que fora proposta.

c) Efeito devolutivo dos recursos: o art. 899 da CLT também estabelece que os recursos
trabalhistas serão dotados, via de regra, de efeito meramente devolutivo, sendo possível a
execução provisória até a penhora: “Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples
petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título,
permitida a execução provisória até a penhora”. Obs.: as Leis nos 7.701/88 (art. 9º)
e 10.192/01 (art.14) admitem que o presidente do TST conceda efeito suspensivo ao
recurso ordinário interposto em face de sentença normativa prolatada pelo TRT, pelo
prazo improrrogável de 120 dias, contados da publicação, salvo se o recurso for julgado
antes do término do prazo.

25
Tópicos em Direito 2

d) Uniformidade dos prazos recursais: o art. 6º da Lei nº 5.584/70 determina que o prazo
para arrazoar e contra-arrazoar qualquer recurso trabalhista é de oito dias. Contudo,
alguns recursos podem ter prazos diferenciados, como os embargos de declaração que
serão interpostos no prazo de cinco dias, conforme determina o art. 897-A, CLT: “Art.
897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco
dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua
apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos
de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos
extrínsecos do recurso. Já para interpor e contestar recurso extraordinário o prazo legal
é de 15 dias. O prazo para interpor agravo regimental varia de acordo com o regimento
interno de cada Tribunal, sendo possível afirmar que os Tribunais Regionais do Trabalho
fixaram, em regra, o prazo de cinco dias para a interposição do agravo regimental,
enquanto que o TST fixou o prazo de 8 dias para a interposição do recurso.

e) Instância única nos dissídios de alçada: conforme já supramencionado, não será


cabível recurso contra decisões proferidas nos dissídios de alçada ou procedimento
sumário (aquelas que não ultrapassem o valor de dois salários mínimos), ressalvados os
recursos que versem sobre matéria constitucional, conforme determina o art. 2º, § 4º da
Lei nº 5.584/70.

Os efeitos do recurso são classificados em: efeito devolutivo, suspensivo, translativo, substituti-
vo, extensivo ou regressivo.

No processo laboral, em regra, os recursos são dotados apenas de efeito devolutivo, que consiste
na possibilidade de reexame da decisão pela autoridade superior (Tribunal, por exemplo).

Com isso, torna-se possível a execução provisória, conforme determina o art. 899, caput, da CLT:

“Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolu-
tivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora”.

Quanto ao efeito suspensivo, é possível afirmar que os processos trabalhistas em geral não o possuem,
tendo em vista que seu objetivo consiste em impedir a execução provisória da sentença recorrida.

Para ser conhecido, o recurso deve preencher alguns requisitos mínimos, compondo o juízo de
admissibilidade. A análise do juízo de admissibilidade consiste em verificar a presença dos
pressupostos recursais, também conhecidos como requisitos de admissibilidade recursal.

Em regra, com a interposição do recurso ocorre a análise de dois juízos de admissibilidade: juízo
a quo (aquele que prolatou a sentença recorrida) e o juízo ad quem (aquele competente para
julgar o recurso interposto).

Uma vez presentes todos os pressupostos recursais, o recurso será conhecido. Contudo, na au-
sência de apenas um requisito de admissibilidade o resultado é o não conhecimento do recurso
interposto. Obs.: o despacho proferido pelo juízo de admissibilidade a quo não vincula o juízo
ad quem, não havendo como se falar em coisa julgada ou preclusão.

Ou seja, um juízo ad quem pode conhecer de recurso não conhecido pelo juízo a quo, assim
como o inverso é permitido. Igualmente, o despacho de admissibilidade proferido pelo juízo a
quo não tem o condão de delimitar o campo de conhecimento do recurso pelo juízo ad quem,
razão pela qual a autoridade julgadora do recurso poderá conhecer do apelo por fundamento
diverso daquele admitido pela instância inferior.

Nessa esteira, é possível destacar a Súmula 285 do TST, que assim estabelece: “Súmula nº. 285.
Recurso de revista. Admissibilidade parcial pelo juiz presidente do Tribunal Regional do Trabalho.
Efeito. O fato de o juízo primeiro de admissibilidade do recurso de revista entendê-lo cabível

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apenas quanto a parte das matérias veiculadas não impede a apreciação integral pela Turma do
Tribunal Superior do Trabalho, sendo imprópria a interposição de agravo de instrumento”.

Interessante observar que os embargos de declaração possuem apenas um juízo de admissibi-


lidade, tendo em vista que o recurso é julgado pela mesma autoridade judicial que proferiu a
decisão objeto do apelo.

Será denegado seguimento ao Recurso nas hipóteses de intempestividade, deserção, falta de


alçada e ilegitimidade de representação, cabendo a interposição de Agravo de Instrumento.

1.1 Pressupostos recursais objetivos e subjetivos


Os pressupostos recursais ou requisitos de admissibilidade recursal dividem-se em extrínsecos
(objetivos) e intrínsecos (subjetivos).

Vejamos a classificação:

Pressupostos recursais objetivos


Os pressupostos objetivos podem ser classificados em: possibilidade de recorribilidade do ato,
adequação, tempestividade, preparo e regularidade de representação. A admissibilidade do re-
curso depende do fato de ser ou não o ato recorrível. Se a decisão proferida não for impugnável
via recurso, o recurso interposto não será conhecido em razão do pressuposto em tela. A ade-
quação determina que a parte utilize o recurso estabelecido em lei como correto para determi-
nada situação.

Quanto ao preparo, o processo do trabalho exige que o recorrente recolha as custas e realize o
depósito recursal (se empresa ou empregador), sob pena de não conhecimento.

As custas sempre serão pagas pelo vencido após o trânsito em julgado da decisão. Em
caso de recurso, as custas devem ser pagas, devendo ser comprovado seu recolhimento dentro
do prazo recursal, sob pena de não conhecimento do apelo por deserção. Assim determina o art.
789, §1º da CLT:

O reclamante empregado que ajuizar demanda trabalhista somente


será responsável pelo pagamento das custas judiciais se o processo for
extinto sem resolução de mérito ou se o pedido for julgado totalmente
improcedente, na hipótese de não ser o obreiro beneficiário da justiça
gratuita.

Se, eventualmente, for firmado acordo judicial e de outra forma não tiver sido convencionado, o
pagamento das custas será feito pelos litigantes em partes iguais (art. 789, §3º).

Por sua vez, o art. 789 da CLT estabelece que o valor das custas incidirá à base de 2% do valor
estabelecido na condenação.

Por sua vez, o art. 790-A da CLT determina que são isentos de custas a União, os Estados, o DF, os
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações públicas que não explorem atividade econô-
mica, possuindo a mesma prerrogativa o Ministério Público do Trabalho. Contudo, a referida isen-
ção não se aplica às entidades fiscalizadoras do exercício profissional nem exime as pessoas jurí-
dicas referidas da obrigação de reembolsar as despesas judiciais realizadas pela parte vencedora.

Obs.: O Tribunal Superior do Trabalho estabeleceu na Instrução Normativa 27/2005 que as ações
ajuizadas perante a Justiça do Trabalho sejam derivadas da relação de emprego ou da relação de
trabalho em sentido amplo, obedecerão quanto às custas, os dispositivos legais previstos na CLT.

27
Tópicos em Direito 2

Estabelece ainda a Instrução Normativa 27/2005 que, salvo nas lides decorrentes da relação de
emprego, é aplicável o princípio da sucumbência recíproca, relativamente às custas. Portanto, às
lides que envolvam relação de trabalho distintas da relação de emprego, aplica-se o art. 21 do
CPC que assim estabelece:

Art. 21. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente
distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas. Parágrafo único. Se um litigante
decair de parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e honorários.

Por fim, o art. 789-A da CLT dispõe que no processo de execução são devidas custas, que sem-
pre serão de responsabilidade do executado e pagas ao final, em conformidade com a tabela
exposta no decorrer dos incisos do artigo: Art. 789-A.

No processo de execução são devidas custas, sempre de responsabilidade do executado e pagas


ao final.

O depósito recursal tem por objetivo garantir o juízo para o pagamento de futura execu-
ção a ser movida pelo reclamante.

Diante disso, ainda que parcialmente vencida a empresa, por exemplo, é necessário que ela
efetue o depósito recursal, garantindo dessa maneira o juízo.

O empregado, contudo, é dispensado do depósito recursal. Com isso, é possível afirmar que
o recolhimento do depósito recursal somente será obrigatório em relação ao empregador que,
vencido em sede de reclamação trabalhista, opte por recorrer da decisão proferida. Por meio da
já referida Instrução Normativa 27/2005, que dispõe sobre normas procedimentais aplicáveis
ao processo do trabalho em decorrência da ampliação da competência da Justiça do Trabalho,
determina o TST que o depósito recursal estabelecido no art. 899 da CLT é sempre exigível como
requisito extrínseco do recurso, quando houver condenação em dinheiro.

Nas ações que envolvam relação de trabalho distinta da relação de emprego, portanto,
em caso de eventual condenação em dinheiro, será necessário que o recorrente (empre-
gador somente) realize o depósito recursal, sob pena de não conhecimento do recurso.
Nessa esteira, o art. 899, §1º da CLT determina que:

Obs.: as pessoas jurídicas de direito público e o Ministério Público não são obrigados a efetuar
depósito recursal. Contudo, as empresas públicas e sociedades de economia mista são obriga-
das a recolher o respectivo depósito. De acordo com a Lei, a comprovação do depósito recursal
deve ser feita dentro do prazo para a interposição do recurso, sob pena deste ser considerado
deserto, conforme estabelece o art. 7º, Lei nº 5.584/70: Art. 7º. A comprovação do depósito da
condenação (CLT, art. 899, §§ 1º a 5º) terá que ser feita dentro do prazo para a interposição do
recurso, sob pena de ser este considerado deserto. Nessa esteira, a Súmula 245 do TST determi-
na que: Súmula nº 245. Depósito recursal. Prazo. O depósito recursal deve ser feito e comprova-
do no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal.

A Súmula 128, III, do TST, estabelece que, em caso de condenação solidária de duas ou mais
empresas, o depósito recursal realizado por uma delas aproveita as demais, desde que a empre-
sa que o realizou não pleiteie exclusão da lide.

Como já estabelecido na Súmula 86 do TST, a massa falida não está sujeita ao pagamento de
custas nem ao depósito recursal, o que é obrigatório para as empresas em fase de liquidação
extrajudicial, de acordo com a mesma Súmula: Súmula nº 86.

Outro pressuposto recursal objetivo consiste na regularidade da representação, o qual esta-


belece que o recurso deva ser subscrito pela própria parte (em razão do jus postulandi) ou por
advogado com procuração nos autos ou detentor de mandato tácito (aquele que mesmo sem

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procuração realizou diversos atos processuais, representando a parte judicialmente), sob pena
de não conhecimento do recurso por conta da irregularidade de representação. Sobre o tema,
destaca-se a Orientação Jurisprudencial nº 120 da SDI-I/TST, que determina: OJ nº 120. Recur-
so. Assinatura da petição ou das razoes recursais. Validade. O recurso sem assinatura será tido
por inexistente. Será considerado válido o apelo assinado, ao menos, na petição de apresenta-
ção ou nas razões recursais.

Pressupostos recursais subjetivos


Os requisitos subjetivos dos recursos são: legitimidade das partes, capacidade e interesse.

Quanto à capacidade, é necessário que a parte interessada demonstre que é plenamente capaz
de praticar o ato processual.

Quanto ao interesse, a parte recorrente deve demonstrar que seu recurso é útil e necessário,
sob pena de não conhecimento. Dessa maneira, a parte que recorre de uma decisão que lhe foi
plenamente favorável não possui interesse no recurso, pois em nada lhe será útil.

1.2 Modalidades recursais trabalhistas


1 - RECURSO ORDINÁRIO: é o recurso contra sentença definitiva da instância a quo para a ins-
tância ad quem e tem previsão legal no art. 895 da CLT, que assim dispõe:

Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: a) das


decisões definitivas das Juntas e Juízos, no prazo de 08 ( oito; b) das
decisões definitivas dos Tribunais Regionais, em processos de sua
competência originária, no prazo de 08 (oito dias), quer nos dissídios
individuais, quer nos dissídios coletivos.

O recurso ordinário, portanto, pode ser interposto contra sentenças definitivas ou terminativas
proferidas pela Vara Trabalhista ou pelo juiz de direito que atue no exercício da função trabalhis-
ta. Também será cabível contra as decisões definitivas proferidas pelos TRTs em processo de sua
competência originária, como mandado de segurança e ação rescisória, independentemente de
ser proferida em dissídios individuais ou coletivos.

O prazo para interposição será de oito dias da intimação da sentença. As pessoas jurídicas de
direito público têm prazo em dobro para recorrer, mas não para apresentar contrarrazões.

Com isso, indeferida a petição inicial e, consequentemente, extinto o processo sem resolução de
mérito por faltar alguma das condições da ação ou dos pressupostos de constituição e desenvol-
vimento do processo, somente resta ao prejudicado a possibilidade de interpor recurso ordinário,
por conta da sentença terminativa proferida.

O mesmo efeito ocorre quando a demanda trabalhista é arquivada em razão da ausência do


reclamante à audiência. Outra situação se configura quando o magistrado acolhe a exceção
de incompetência territorial e determina a remessa imediata dos autos à Vara Trabalhista
submetida à jurisdição de outro Tribunal Regional do Trabalho, conforme bem esclarece a
Súmula 214 do TST:
Sumula nº. 214. Decisão interlocutória. Irrecorribilidade. Na Justiça do Trabalho, nos termos
do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas
hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação
Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ;b) suscetível de impugnação mediante recurso
para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos
autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante
o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.

29
Tópicos em Direito 2

O recurso ordinário não possui efeito suspensivo, sendo dotado apenas de efeito devolutivo.
Diante disso, a Súmula 414 do TST permite a utilização excepcional de ação cautelar para obten-
ção de efeito suspensivo, como na hipótese de sentença que determina a imediata reintegração
de empregado.

2- RECURSO DE REVISTA

Recurso de revista está previsto no art. 896 e 896 A da CLT e sua interposição está condicionada
ao atendimento de certos requisitos específicos, uma vez que seu objetivo principal é a unificação
da jurisprudência trabalhista, através da correta interpretação das Leis pelos Tribunais Trabalhistas.

Leia e preste atenção nos destaques.

Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões
proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Tra-
balho, quando:

a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro
Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do
Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte
ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)

b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coleti-
vo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial
que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação diver-
gente, na forma da alínea a;

c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Consti-
tuição Federal. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 1998)

§ 1º O recurso de revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será interposto perante o Presi-
dente do Tribunal Regional do Trabalho, que, por decisão fundamentada, poderá recebê-lo ou
denegá-lo. (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 1º-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte: (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia


objeto do recurso de revista; (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmula ou


orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional;
(Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da deci-
são recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constitui-
ção Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte. (Incluído pela
Lei nº 13.015, de 2014)

§ 2º Das decisões proferidas pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execu-
ção de sentença, inclusive em processo incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de
Revista, salvo na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal. (Redação
dada pela Lei nº 9.756, de 1998)

§ 3º Os Tribunais Regionais do Trabalho procederão, obrigatoriamente, à uniformização de sua


jurisprudência e aplicarão, nas causas da competência da Justiça do Trabalho, no que couber,
o incidente de uniformização de jurisprudência previsto nos termos do Capítulo I do Título IX do

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Livro I da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). (Redação dada pela
Lei nº 13.015, de 2014)

§ 4º Ao constatar, de ofício ou mediante provocação de qualquer das partes ou do Ministério


Público do Trabalho, a existência de decisões atuais e conflitantes no âmbito do mesmo Tribunal
Regional do Trabalho sobre o tema objeto de recurso de revista, o Tribunal Superior do Trabalho
determinará o retorno dos autos à Corte de origem, a fim de que proceda à uniformização da
jurisprudência. (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 5º A providência a que se refere o § 4º deverá ser determinada pelo Presidente do Tribunal Re-
gional do Trabalho, ao emitir juízo de admissibilidade sobre o recurso de revista, ou pelo Ministro
Relator, mediante decisões irrecorríveis. (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 6º Após o julgamento do incidente a que se refere o § 3o, unicamente a súmula regional ou


a tese jurídica prevalecente no Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com súmula ou
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho servirá como paradigma para viabi-
lizar o conhecimento do recurso de revista, por divergência. (Redação dada pela Lei nº 13.015,
de 2014)

§ 7º A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se considerando como
tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal,
ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. (Incluído pela
Lei nº 13.015, de 2014)

§ 8º Quando o recurso fundar-se em dissenso de julgados, incumbe ao recorrente o ônus de pro-


duzir prova da divergência jurisprudencial, mediante certidão, cópia ou citação do repositório de
jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publica-
da a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na internet, com indica-
ção da respectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou
assemelhem os casos confrontados. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 9º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista
por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a
súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal.
(Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 10. Cabe recurso de revista por violação à lei federal, por divergência jurisprudencial e por
ofensa à Constituição Federal nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução que
envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei no 12.440, de 7
de julho de 2011. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 11. Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave, o Tribunal
Superior do Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo, julgando o mérito.

§ 12. Da decisão denegatória caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias. (Incluído pela Lei nº
13.015, de 2014)

§ 13. Dada a relevância da matéria, por iniciativa de um dos membros da Seção Especializada
em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, aprovada pela maioria dos integrantes
da Seção, o julgamento a que se refere o § 3º o poderá ser afeto ao Tribunal Pleno. (Incluído pela
Lei nº 13.015, de 2014)

Art.896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a


causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política,
social ou jurídica. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.226, de 4.9.2001)

31
Tópicos em Direito 2

Art. 896-B. Aplicam-se ao recurso de revista, no que couber, as normas da Lei nº 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), relativas ao julgamento dos recursos extraordinário e
especial repetitivos. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

Art. 896-C. Quando houver multiplicidade de recursos de revista fundados em idêntica questão
de direito, a questão poderá ser afetada à Seção Especializada em Dissídios Individuais ou ao
Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples de seus membros, mediante requerimento de um
dos Ministros que compõem a Seção Especializada, considerando a relevância da matéria ou a
existência de entendimentos divergentes entre os Ministros dessa Seção ou das Turmas do Tribu-
nal. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 1º O Presidente da Turma ou da Seção Especializada, por indicação dos relatores, afetará um


ou mais recursos representativos da controvérsia para julgamento pela Seção Especializada em
Dissídios Individuais ou pelo Tribunal Pleno, sob o rito dos recursos repetitivos. (Incluído pela Lei
nº 13.015, de 2014)

§ 2º O Presidente da Turma ou da Seção Especializada que afetar processo para julgamento sob
o rito dos recursos repetitivos deverá expedir comunicação aos demais Presidentes de Turma ou de
Seção Especializada, que poderão afetar outros processos sobre a questão para julgamento con-
junto, a fim de conferir ao órgão julgador visão global da questão. (Incluído pela Lei nº 13.015,
de 2014)

§ 3º O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho oficiará os Presidentes dos Tribunais Regionais


do Trabalho para que suspendam os recursos interpostos em casos idênticos aos afetados como
recursos repetitivos, até o pronunciamento definitivo do Tribunal Superior do Trabalho. (Incluído
pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 4º Caberá ao Presidente do Tribunal de origem admitir um ou mais recursos representativos da


controvérsia, os quais serão encaminhados ao Tribunal Superior do Trabalho, ficando suspensos
os demais recursos de revista até o pronunciamento definitivo do Tribunal Superior do Trabalho.
(Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 5º O relator no Tribunal Superior do Trabalho poderá determinar a suspensão dos recursos de


revista ou de embargos que tenham como objeto controvérsia idêntica à do recurso afetado como
repetitivo. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 6º O recurso repetitivo será distribuído a um dos Ministros membros da Seção Especializada ou


do Tribunal Pleno e a um Ministro revisor. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 7º O relator poderá solicitar, aos Tribunais Regionais do Trabalho, informações a respeito da


controvérsia, a serem prestadas no prazo de 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 13.015, de
2014)

§ 8º O relator poderá admitir manifestação de pessoa, órgão ou entidade com interesse na con-
trovérsia, inclusive como assistente simples, na forma da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973
(Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 9º Recebidas as informações e, se for o caso, após cumprido o disposto no § 7º deste artigo,


terá vista o Ministério Público pelo prazo de 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 13.015, de
2014)

§ 10. Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos demais Mi-
nistros, o processo será incluído em pauta na Seção Especializada ou no Tribunal Pleno, devendo
ser julgado com preferência sobre os demais feitos. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 11. Publicado o acórdão do Tribunal Superior do Trabalho, os recursos de revista sobrestados


na origem: (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

32 Laureate- International Universities


I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação a
respeito da matéria no Tribunal Superior do Trabalho; ou (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

II - serão novamente examinados pelo Tribunal de origem na hipótese de o acórdão recorrido


divergir da orientação do Tribunal Superior do Trabalho a respeito da matéria. (Incluído pela Lei
nº 13.015, de 2014)

§ 12. Na hipótese prevista no inciso II do § 11 deste artigo, mantida a decisão divergente pelo
Tribunal de origem, far-se-á o exame de admissibilidade do recurso de revista. (Incluído pela Lei
nº 13.015, de 2014)

§ 13. Caso a questão afetada e julgada sob o rito dos recursos repetitivos também contenha
questão constitucional, a decisão proferida pelo Tribunal Pleno não obstará o conhecimento de
eventuais recursos extraordinários sobre a questão constitucional. (Incluído pela Lei nº 13.015,
de 2014)

§ 14. Aos recursos extraordinários interpostos perante o Tribunal Superior do Trabalho será apli-
cado o procedimento previsto no art. 543-B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
de Processo Civil), cabendo ao Presidente do Tribunal Superior do Trabalho selecionar um ou mais
recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los ao Supremo Tribunal Federal, sobres-
tando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte, na forma do § 1º do art. 543-B da Lei
nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.015, de
2014)

§ 15. O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho poderá oficiar os Tribunais Regionais do


Trabalho e os Presidentes das Turmas e da Seção Especializada do Tribunal para que suspendam
os processos idênticos aos selecionados como recursos representativos da controvérsia e encami-
nhados ao Supremo Tribunal Federal, até o seu pronunciamento definitivo. (Incluído pela Lei nº
13.015, de 2014)

§ 16. A decisão firmada em recurso repetitivo não será aplicada aos casos em que se demonstrar
que a situação de fato ou de direito é distinta das presentes no processo julgado sob o rito dos
recursos repetitivos. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)

§ 17. Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de recursos repetitivos quando se alterar
a situação econômica, social ou jurídica, caso em que será respeitada a segurança jurídica das
relações firmadas sob a égide da decisão anterior, podendo o Tribunal Superior do Trabalho mo-
dular os efeitos da decisão que a tenha alterado. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014).

O recurso de revista deve ser interposto no prazo de oito dias (seguindo a regra dos prazos re-
cursais), devendo ser julgado por uma das Turmas do Tribunal Superior do Trabalho. As hipóteses
de cabimento do recurso de revista estão expressas no art. 896 da CLT

O recurso de revista, portanto, poderá ser interposto para impugnar acórdão prolatado pelo
Tribunal Regional do Trabalho em dissídios individuais, em grau de recurso ordinário.

Uma vez proferida a sentença pela Vara Trabalhista, o processo chegará ao Tribunal Regional do
Trabalho através da interposição de recurso ordinário.

A partir das decisões proferidas nos dissídios individuais pelo TRT, em grau de recurso ordinário,
é que será utilizado o recurso de revista. Diante disso, é possível afirmar que em sede de dissídios
coletivos não há possibilidade de utilização do recurso de revista, haja vista que são processos
de competência originária dos tribunais, seja TRT ou TST.

O recurso de revista deverá respeitar os requisitos gerais de admissibilidade recursal, sob pena
de não conhecimento.

33
Tópicos em Direito 2

O recurso de revista, portanto, deverá estar motivado em alguma das hipóteses elencadas nas
alíneas do referido dispositivo, tendo em vista que o recurso não poderá questionar matéria fática
ou probatória, conforme estabelece a Súmula 126 do TST: Súmula nº 126. Recurso. Cabimento.
Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, “b”, da CLT) para reexame de
fatos e provas.

Passemos então à análise dos fundamentos em que se pode basear o recurso de revista, em con-
sonância com as alíneas a, b e c do art. 896 consolidado:

a) Divergência jurisprudencial na interpretação de lei federal: o recorrente deve se valer de


acórdão de outro TRT para fundamentar seu recurso de revista ou acórdão da Seção de
Dissídios Individuais do TST ou mesmo demonstrar que o acórdão impugnado contraria
Sumula Vinculante do STF, Súmula do TST ou orientação jurisprudencial da Seção de
Dissídios Individuais.

b) Divergência jurisprudencial na interpretação de lei estadual, convenção coletiva,


acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento de empresa: o impugnante deverá
fundamentar seu recurso de revista em acórdão de outro TRT ou da Seção de Dissídios
Individuais do TST, ou ainda provar que o acórdão recorrido contraria Súmula do TST
ou Orientação Jurisprudencial da Seção de Dissídios Individuais do TST. Em outros
termos, o impugnante deverá demonstrar a divergência jurisprudencial entre tribunais na
interpretação de lei estadual, convenção coletiva, acordo coletivo, sentença normativa ou
regulamento de empresa, valendo-se para tanto das decisões supramencionadas.

Obs.: Impende destacar que para caracterizar a divergência jurisprudencial o impugnante não
pode utilizar como paradigma acórdão do mesmo Tribunal recorrido.

Se a decisão recorrida nada versar sobre a alegada violação à lei federal ou à Constituição, é
cabível ao impugnante interpor embargos de declaração para que o TRT se pronuncie explicita-
mente sobre a matéria, cumprindo o requisito do prequestionamento.

Obs.: cabe relembrar a Súmula 98 do Superior Tribunal de Justiça (objeto de estudo ao falarmos
dos embargos de declaração) que estabelece regra geral para o prequestionamento na corte.
Assim estabelece a referida Súmula: Súmula nº 98. STJ. Embargos de declaração manifestados
com notório propósito de prequestionamento não tem caráter protelatório.

Quanto à necessidade de prequestionamento como pressuposto específico do recurso de revista,


o Tribunal Superior do Trabalho já se pronunciou através de Súmulas e Orientações Jurispru-
denciais a seguir transcritas: Súmula nº 184. Embargos declaratórios. Omissão em recurso de
revista. Preclusão. Ocorre preclusão se não forem opostos embargos declaratórios para suprir
omissão apontada em recurso de revista ou de embargos.

Súmula nº 297. Prequestionamento. Oportunidade. Configuração. I. Diz-se prequestionada a


matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a
respeito. II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso
principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de
preclusão. III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal so-
bre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração.

Súmula nº 126. Recurso. Cabimento. Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e
894, “b”, da CLT) para reexame de fatos e provas. Súmula nº 218. Recurso de revista. Acórdão
proferido em agravo de instrumento. É incabível recurso de revista interposto de acórdão regional
prolatado em agravo de instrumento.

O recurso de revista é admitido no procedimento sumaríssimo. Contudo, sua admissibilidade


está restringida às hipóteses de contrariedade à Súmula do Tribunal Superior do Trabalho e/ou
violação direta da Constituição Federal, conforme determina o art. 896, §9º da CLT.
34 Laureate- International Universities
3. AGRAVO DE PETIÇÃO: o agravo de petição tem previsão legal no art. 897, a, da CLT, que
assim dispõe: Art. 897. Cabe agravo, no prazo de oito dias: a) de petição, das decisões do Juiz
ou Presidente, nas execuções; Ou seja, o agravo de petição é cabível, em regra, para impugnar
as decisões terminativas ou definitivas prolatadas no processo de execução trabalhista, como a
decisão que julga eventuais embargos à execução ou embargos de terceiros ou a que extingue
a execução.

Obs.: parcela da doutrina aceita a interposição do agravo de petição em face de decisões inter-
locutórias, desde que sejam terminativas em relação ao mérito da pretensão, como nos casos de
decisão que torna a penhora sem efeito.

O agravo de petição (razões e contrarrazões) deve ser interposto no prazo de oito dias, sendo
julgado pelo tribunal presidido pela autoridade recorrida, ressalvados os casos em que se tratar
de decisão de juiz da Vara do Trabalho ou de juiz de direito investido de jurisdição trabalhista,
tendo em vista que nesses casos a competência para o julgamento do agravo de petição passará
a ser de uma das turmas do Tribunal Regional do Trabalho a que estiver subordinado o prolator
da decisão recorrida, conforme estabelece o art. 897, § 3º da CLT: § 3º Na hipótese da alínea
a deste artigo, o agravo será julgado pelo próprio tribunal, presidido pela autoridade recorrida,
salvo se tratar de decisão de Juiz do Trabalho de 1ª Instância ou de Juiz de Direito, quando o
julgamento competirá a uma das Turmas do Tribunal Regional a que estiver subordinado o prola-
tor da sentença, observado o disposto no artigo 679, a quem este remeterá as peças necessárias
para o exame da matéria controvertida, em autos apartados, ou nos próprios autos, se tiver sido
determinada a extração de carta de sentença.

O agravo de petição possui como requisito específico de admissibilidade a delimitação justifica-


da das matérias e valores impugnados.

Esse pressuposto específico está contido no art. 897, §1º da CLT: § 1º O agravo de petição só
será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impug-
nados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou
por carta de sentença.

O Tribunal Superior do Trabalho estabelece em sua Súmula 416 que a matéria que não tenha
sido objeto de agravo de petição pode continuar a ser executada: Súmula 416. Mandado de
segurança. Execução. Lei nº 8.432/92. art. 897, §1º, da CLT. Cabimento. Devendo o agravo de
petição delimitar justificadamente a matéria e os valores objeto de discordância, não fere direito
líquido e certo o prosseguimento da execução quanto aos tópicos e valores não especificados
no agravo.

Diante disso, é possível afirmar que não se admite o agravo de petição genérico, devendo ser
indicado pelo agravante as matérias e valores impugnados, acompanhados da devida funda-
mentação, sob pena de não conhecimento do recurso.

Por conta da ausência de efeito suspensivo, as parcelas não impugnadas através de agravo de
petição poderão ser executadas definitivamente, sendo possível desde logo a extração da carta
de sentença pelo exequente para a execução definitiva da parte não impugnada, remetendo o
juiz ao Tribunal Regional do Trabalho respectivo os autos originais contendo o agravo de petição
(art. 897, §3º, parte final).

4. AGRAVO DE INSTRUMENTO: o agravo de instrumento está previsto no art. 897, b, da CLT,


que assim dispõe: “Art. 897. Cabe agravo, no prazo de oito dias: b) de instrumento, dos despa-
chos que denegarem a interposição de recursos”.

O agravo de instrumento é o recurso cabível para impugnar os despachos que negarem segui-
mento a recurso. Destaque-se que o preparo é desnecessário para sua interposição.

35
Tópicos em Direito 2

É competente para julgar o agravo de instrumento o tribunal que seria competente para conhe-
cer o recurso cuja interposição foi obstada, conforme prevê o art. 897, §4º da CLT: § 4º “Na
hipótese da alínea b deste artigo, o agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para
conhecer o recurso cuja interposição foi denegada”.

Obs.: não se pode confundir a função do agravo de instrumento na justiça comum com a sua
função na justiça do trabalho, visto que nesta só se utiliza o agravo de instrumento para destran-
car recurso ao qual foi denegado seguimento pelo primeiro juízo de admissibilidade, enquanto
que naquela é utilizado para recorrer de decisões interlocutórias.

Nessa esteira, sempre que o primeiro juízo de admissibilidade negar seguimento a recurso ordi-
nário, recurso de revista, agravo de petição, adesivo, recurso extraordinário e ao próprio agravo
de instrumento, será cabível o agravo de instrumento, com o intuito destrancar o recurso e fazer
com que seja analisado em instância superior.

Por outro lado, o agravo de instrumento pode ser interposto perante o juízo que não conheceu
o apelo, tendo em vista que admite o chamado juízo de retratação ou reconsideração. Dessa
forma, o juiz reconsiderará a decisão agravada, conhecendo o recurso e ordenando sua remessa
a instância superior para julgamento.

Se a decisão objeto do agravo de instrumento for mantida, o agravado será intimado para que,
no prazo de oito dias, ofereça resposta ao agravo e ao recurso principal, instruindo sua petição
com as peças que entender necessárias ao seu julgamento.

Assim aduz o art. 897, §6º da CLT: § 6º “O agravado será intimado para oferecer resposta ao
agravo e ao recurso principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julga-
mento de ambos os recursos”.

O art. 897, §2º, da CLT determina que o agravo de instrumento interposto contra despacho que
não receber agravo de petição não suspende a execução da sentença, tendo em vista a ausência
de efeito suspensivo. Vejamos o dispositivo: § 2º “O agravo de instrumento interposto contra o
despacho que não receber agravo de petição não suspende a execução da sentença”.

Todavia, demonstrado o fumus boni juris e o periculum in mora, nada impede que o agravante
ajuíze ação cautelar perante a autoridade judiciária competente para julgar o recurso, objetivan-
do alcançar o efeito suspensivo da decisão, suspendendo, assim a execução.

Obs.: o apelo cabível para impugnar as decisões que denegarem seguimento ao recurso de em-
bargos no TST não é o agravo de instrumento, mas o agravo regimental.

5. AGRAVO REGIMENTAL: tem natureza recursal e está previsto nos regimentos internos dos
Tribunais, embora a Consolidação mencione o recurso em seu art. 709, §1º. Vejamos a redação
do dispositivo:

Art. 709. Compete ao Corregedor, eleito dentre os Ministros togados do Tribunal Superior do
Trabalho: I – exercer funções de inspeção e correição permanente com relação aos Tribunais
Regionais e seus Presidentes; II – decidir reclamações contra os atos atentatórios da boa ordem
processual praticados pelos Tribunais Regionais e seus Presidentes, quando inexistir recurso
específico; § 1º Das decisões proferidas pelo Corregedor, nos casos do artigo, caberá o agravo
regimental, para o Tribunal Pleno. Nessa esteira, a Lei 5.584/70, que cuida do procedimento
sumário, também menciona o agravo regimental em seu art. 9, parágrafo único, que assim
dispõe: Art. 9º - No Tribunal Superior do Trabalho, quando o pedido do recorrente contrariar
súmula de jurisprudência uniforme deste Tribunal já compendiada, poderá o Relator negar
prosseguimento ao recurso, indicando a correspondente súmula. Parágrafo único. A parte
prejudicada poderá interpor agravo desde que à espécie não se aplique o prejulgado ou a
súmula citada pelo Relator.

36 Laureate- International Universities


A Lei nº 7.701/88 também prevê hipóteses de cabimento para o agravo regimental, estabelecen-
do a possibilidade de interposição do agravo contra a decisão que indeferir recurso em ações
coletivas e nos embargos de divergência em ações individuais. Assim aduz o dispositivo:

Art. 3º Compete à Seção de Dissídios Individuais julgar: III – em última instância: a) os recursos
ordinários interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais em processos de dissídio individual
de sua competência originária; b) os embargos das decisões das Turmas que divergirem entre
si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais; c) os agravos regimentais
de despachos denegatórios dos Presidentes das Turmas, em matéria de embargos, na forma
estabelecida no Regimento Interno; d) os Embargos de Declaração opostos aos seus acórdãos;
e) as suspeições argüidas contra o Presidente e demais Ministros que integram a seção, nos
feitos pendentes de julgamento; e f) os Agravos de Instrumento interpostos contra despacho
denegatório de recurso ordinário em processo de sua competência.

O agravo regimental, portanto, será utilizado, em regra, para provocar o reexame de decisões
monocráticas proferidas pelo Tribunal, como as que concedem ou negam medidas liminares, ou
de decisões proferidas pelo presidente do Tribunal em matérias administrativas.

Também será cabível para impugnar decisão monocrática proferida pelo juiz relator que negue
seguimento a recurso, dentro dos limites do segundo juízo de admissibilidade.

O agravo regimental também é cabível para impugnar decisão monocrática do Presidente do


Tribunal Superior do Trabalho que nega seguimento ao recurso de embargos no Tribunal Superior
do Trabalho. O prazo para interposição do agravo regimental é fixado pelos próprios Tribunais
em seus regimentos internos ao regular o agravo de regimental.

Os Tribunais Regionais do Trabalho fixam o prazo, em regra, em cinco dias. Enquanto isso, o Tribu-
nal Superior do Trabalho fixa o prazo de oito dias para interposição do agravo em seu regimento
interno. Não haverá custas ou depósito recursal, sendo recebido apenas em seu efeito devolutivo.

O prazo para interposição do recurso é contado em dobro quando a parte for pessoa jurídica de
direito público ou o Ministério Público do Trabalho. O agravo regimental será interposto perante
o órgão judicial que prolatou a decisão a ser impugnada, sendo possível o juízo de retratação.

Contudo, se não houver retratação pelo juízo prolator da decisão, o relator incluirá o processo
na pauta de julgamento pelo órgão colegiado competente perante o regimento interno, não
sendo cabível a apresentação de contrarrazões ou de sustentação oral. Impende destacar que
o processamento do agravo regimental segue o previsto no regimento interno de cada Tribunal.

Sobre agravo regimental é possível destacar as seguintes Súmulas e Orientações Jurisprudenciais:

6 - EMBARGOS “NO TST”

Os embargos “no TST” podem ser das seguintes modalidades: infringentes, de competência da
Seção de Dissídios Coletivos, e de divergência, de competência da Seção de Dissídios Individuais
(SBDI-I) e estão disciplinados no artigo 894 da CLT.

No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias:


I - de decisão não unânime de julgamento que:
a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência
territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do
Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; e
b) (VETADO)
II - das decisões das Turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção
de Dissídios Individuais, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula ou
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal.
II - das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela Seção de
Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior
do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.

37
Tópicos em Direito 2

Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014)


§ 2º A divergência apta a ensejar os embargos deve ser atual, não se considerando tal a
ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou
superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 3º O Ministro Relator denegará seguimento aos embargos:
I - se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Tribunal
Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou com iterativa, notória e atual
jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, cumprindo-lhe indicá-la.
II - nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de
ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco de admissibilidade
§ 4º Da decisão denegatória dos embargos caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias.

No caso dos embargos de divergência, essa divergência não pode ser oriunda da mesma turma
do TST. A divergência apta a ensejar o recurso de embargos ao TST deve ser atual, assim não
sendo considerada aquela que for ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou
do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do TST.

O relator no âmbito dos embargos no TST, deve negar seguimento aos embargos nas seguintes
hipóteses:

• se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Tribunal


Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou iterativa, notória e atual
jurisprudência do TST, cumprindo-lhe indicá-la;

• nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de


ausência de qualquer outro pressuposto recursal extrínseco de admissibilidade.

Proferida essa decisão pelo Ministro Relator, que denega seguimento aos embargos no TST, é
cabível agravo, no prazo de oito dias (art. 894, § 4º, da CLT, com redação determinada pela Lei
nº 13.015/14).

7 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Os embargos de declaração têm previsão no art. 897-A da Consolidação, que assim dispõe:

Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco


dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua
apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de
omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos
do recurso. Parágrafo único. Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes. Os embargos de declaração serão cabíveis quando se
buscar suprir omissão, obscuridade ou contradição do julgado, através de seu esclarecimento
ou complementação. Também serão cabíveis quando se buscar obter efeito modificativo da
decisão, nos casos de omissão, contradição ou manifesto equívoco na análise dos pressupostos
de admissibilidade recursal (pressupostos extrínsecos).

Nessa esteira, impende destacar a Súmula 278 do Tribunal Superior do Trabalho:

Súmula nº. 278. Embargos de declaração. Omissão no julgado. A natureza da omissão


suprida pelo julgamento de embargos declaratórios pode ocasionar efeito modificativo no
julgado. Os embargos de declaração também serão válidos para efeito de prequestionamento
de determinada matéria não apreciada na decisão proferida, com o objetivo de possibilitar
eventual interposição de recurso de natureza extraordinária, como o recurso de revista ou o
recurso extraordinário.

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Sobre essa função dos embargos de declaração a jurisprudência já está pacificada, conforme
estabelece as Súmulas 297 do TST. Súmula nº 297. Prequestionamento. Oportunidade.
Configuração I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada
haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito. II. Incumbe à parte interessada, desde que
a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando
o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. III. Considera-se prequestionada a
questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar
tese, não obstante opostos embargos de declaração.

Ainda que tenha sido alvo de diversas discussões doutrinárias, ainda prevalece que os embargos
de declaração têm natureza jurídica de recurso. Como já esclarecido em artigos anteriores, os
embargos de declaração estão submetidos tão somente a um único juízo de admissibilidade,
tendo em vista que os embargos serão julgados pela mesma autoridade que proferiu a decisão
embargada. Por conta disso, é correto afirmar que os embargos de declaração devem ser opos-
tos, e não interpostos como os demais recursos.

Os embargos de declaração devem ser opostos no prazo de cinco dias (artigo 897 A CLT), con-
tados da intimação da sentença ou do acórdão, sem necessidade de preparo para sua oposição.
Não é necessária a apresentação de contrarrazões pelo embargado, ressalvados os casos em
que houver pedido de efeito modificativo do julgado pelo recorrente, casos em que é obrigatória
a oitiva do embargado, sob pena de nulidade, conforme estabelece a Orientação Jurisprudencial
142 da SDI-I/TST: OJ nº 142. Embargos declaratórios. Efeito modificativo. Vista à parte contrá-
ria. A SDI-plena decidiu, por maioria, que é passível de nulidade decisão que acolhe embargos
declaratórios com efeito modificativo, sem oportunidade para a parte contrária se manifestar.

O juiz julgará os embargos de declaração no prazo de cinco dias. Em caso de julgamento por
Tribunal, os embargos devem ser apresentados em mesa pelo relator em sessão subsequente,
devendo proferir voto.

Em âmbito trabalhista, os embargos de declaração são opostos, em regra, em face das sentenças
proferidas por juízes trabalhistas ou por juiz de direito investido da jurisdição trabalhista e dos
acórdãos proferidos pelos Tribunais, sendo admitida ainda pelo Tribunal Superior do Trabalho a
sua oposição em face de decisão monocrática prolatada pelo juiz relator.

Obs.: havendo omissão em recurso de revista ou nos embargos, devem ser opostos embargos
de declaração para sanar a omissão existente, sob pena de preclusão, conforme estabelece a
Súmula 184 do TST: Súmula nº 184. Embargos declaratórios. Omissão em recurso de revista.
Preclusão. Ocorre preclusão se não forem opostos embargos declaratórios para suprir omissão
apontada em recurso de revista ou de embargos.

8- PEDIDO DE REVISÃO

Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes, impugnar o valor fixado e se
o Juiz o mantiver. O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo deverá ser instruído com
a petição inicial e a Ata da Audiência, em cópia autenticada pela Secretaria da Junta, e será
julgado em 48 (quarenta e oito) horas, a partir do seu recebimento pelo Presidente do Tribunal
Regional. Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças
proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse
fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. Pedido de revisão a ser interposto
perante o Tribunal Regional do Trabalho competente, no prazo de 48 horas, devendo ser enca-
minhado ao presidente do respectivo Tribunal.

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Tópicos em Direito 2

9- RECLAMAÇÃO CORREICIONAL

A reclamação correicional, também conhecida como correição parcial, consiste em um procedi-


mento administrativo regulado pelos Regimentos Internos dos Tribunais do Trabalho.

A Consolidação das Leis Trabalhistas cita a correição parcial em seu art. 709, II, que assim
determina: “Art. 709 - Compete ao Corregedor, eleito dentre os Ministros togados do Tribunal
Superior do Trabalho: II - Decidir reclamações contra os atos atentatórios da boa ordem proces-
sual praticados pelos Tribunais Regionais e seus presidentes, quando inexistir recurso específico”.

A correição parcial não possui natureza jurídica de recurso (embora alguns doutrinadores a
classifiquem como recurso sucedâneo recursal, visto que se trata de instrumento idôneo para
impugnar decisão ou ato judicial, mas que não possui natureza recursal ou de ação autônoma
de impugnação. Impende destacar que a correição parcial deve preencher alguns requisitos para
sua admissibilidade, como a necessidade de que o ato seja atentatório à boa ordem processual,
a inexistência de recurso cabível contra o ato viciado, devendo, ainda, ser demonstrado o prejuí-
zo processual à parte recorrente. Para melhor ilustrar, pode ser classificado como ato atentatório
à boa ordem processual o fato de o juiz ter em sua mesa há vários meses processo concluso para
sentença e não julga por mera displicência.

40 Laureate- International Universities


IV - Liquidação de sentença: métodos
de liquidação no processo do
trabalho
A liquidação da sentença sempre constituiu um procedimento prévio (ou preparatório) da execu-
ção trabalhista, pois a liquidez do título é imprescindível, isto é, encerra condição sine qua non
de procedibilidade da execução.

Com efeito, proferida sentença ilíquida, cabe ao juiz da execução ordenar previamente sua li-
quidação, nos claros e incisivos termos do art. 879, caput, da CLT, que poderá ser feita de três
maneiras distintas: cálculo, arbitramento ou artigos. A ordem que estatuiu não é aleatória.

Os artigos e o arbitramento só têm lugar quando o cálculo se mostrar inviável, isto é, quando
os autos não fornecerem os elementos para operar os números (contas aritméticas) e, com isso,
obter a determinação do valor necessária para liquidar o título judicial exeqüendo. Ou seja: não
provado o fato do qual se possa extrair os dados para feitura das contas, proceder-se-á aos ar-
tigos; se esse fato não existir ou for insuscetível de prova, dá-se, então, ensejo ao arbitramento
para fixar, por estimativa, o valor da obrigação.

O método de liquidação foi instituído para servir e viabilizar a liquidação. O legislador trabalhis-
ta não disciplinou nenhum desses métodos. Por conseguinte, o CPC foi seu paradigma e a única
fonte subsidiária, dada à omissão da lei de executivo fiscal (Lei nº 6.830/80), que não trata da
matéria justamente porque só pode ter como objeto um título líquido, a teor do art. 2º, § 3º Sen-
do contemporâneo do CPC de 39, o legislador trabalhista o teve como fonte de inspiração, mas
promoveu uma disciplina precária, escassa, que exigia, como ainda exige, embora com menos
intensidade, a utilização supletiva de regras estranhas à consolidação para completar o procedi-
mento que deixou inacabado. Isso aumenta o desafio de quem se aventura a tentar compreender
os meandros do regime da liquidação da sentença no processo trabalhista e sua execução, à luz
dos dispositivos constantes do texto da CLT e da legislação que a supre. Esse constitui, portanto,
o escopo deste modesto trabalho.

Liquidação por cálculos


Neste método, mais comum e utilizado nas liquidações trabalhistas, os elementos suficientes
para apuração do título exequendo já estão presentes nos autos. Far-se-á liquidação por cál-
culo quando o montante da condenação depender de simples cálculo aritmético. Neste caso a
sentença abriga em seu interior todos os elementos necessários à fixação do quantum debeatur,
destinando esta fase em virtude disso, apenas a revelar a exata expressão pecuniária desses ele-
mentos. A CLT dispõe “por cálculo “, sem acrescentar “do contador”.

Essa simplificação permite admitir-se que o cálculo possa ser realizado pelo contador do juízo ou
Tribunal quando houver, e, também, pelas partes ou por laudo pericial contábil. Assim, a liquida-
ção por simples cálculos se consuma com os passos do artigo 879 da CLT.

Caso a execução seja negativa, a parte sucumbente arcará com os honorários periciais e as
custas processuais. Procedimento mais utilizado na Justiça do Trabalho.

Apresentado o cálculo pela parte interessada ou, se o cálculo, for apresentado pelo Contador
nomeado pelo juízo, PODERÁ aberta vista às partes, sucessivamente, pelo prazo de 10 dias.
Não havendo impugnação, o juiz julgará imediatamente a conta, podendo corrigi-la no que lhe
parecer conveniente, e mandará citar o executado para o cumprimento ou seguro o juízo, uma
vez que estará precluso o direito de impugnar a conta.

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Tópicos em Direito 2

IMPORTANTE: LEIA O ARTIGO 879 PARÁGRAFO 2º DA CLT, que estabelece que elaborada
a conta e tornada líquida a sentença o juiz poderá abrir prazo – trata-se de faculdade,
caso o juiz opte pela não abertura de vistas, as partes somente poderão discutir o valor
homologado na fase de Embargos à Execução para exequente, após a penhora

Não será admitida impugnação genérica ou cálculo que não venha acompanhado da planilha
respectiva. Havendo impugnação/manifestação circunstanciada, quanto aos fundamentos e va-
lores do cálculo, o juiz poderá, antes de proceder à sua homologação, determinar o retorno dos
autos ao Perito para que efetue as devidas alterações ou preste esclarecimentos.

Vindo aos autos o novo cálculo, será aberto vista às partes, novamente, com prazo de 10 dias
para concordância ou impugnação.

Na prática tem-se observado que, mesmo que haja impugnação pelas partes, os juízes, na sua
maioria, têm homologado o cálculo, rejeitando as novas impugnações.

Tornada líquida a sentença, com essa decisão, o Juiz mandará citar o executado para cumpri-
mento ou embargar a execução, após seguro o juízo, no prazo de cinco dias.

Liquidação por arbitramento


Se liquida a sentença por arbitramento quando a apuração não depende de simples cálculos, nem
de prova de fatos novos, mas seja necessário o “juízo ou parecer de profissionais ou técnicos”.

Arbitrar está aqui, não no sentido de julgar, mas no de estimar. Em princípio, o arbitrador será
um perito, mas pode ocorrer que, na impossibilidade de calcular-se com exatidão o débito, a
estimativa não tenha outro fundamento senão o bom senso, o prudente arbítrio de um cidadão
ou até do próprio juiz; isto para que a ausência de elementos não impeça a reparação, quando
não há possibilidade de encontrar elementos bastantes. O arbitramento está previsto quando de-
terminado pela sentença ou convenção das partes ou exigir a natureza do objeto da condenação.
Se as partes escolherem esta forma, excluem-se outras e passa a ser uma solução de transigência
dos interessados em seu desfecho.

O princípio do contraditório é garantia de defesa e baliza de Justiça, que deve ser respeitado
também na liquidação por arbitramento, ouvindo-se as partes.

A jurisprudência tem se firmado no sentido de que a liquidação por arbitramento só se justifica


quando impossível fazê-la por artigos, forma em que podem ser utilizados todos os meios de
prova em direito admitidos.

Liquidação por Artigos


A liquidação da sentença trabalhista por artigos é utilizada quando há necessidade de se provar
fato novo (CPC. Art. 608). Não é qualquer fato, mas aquele que influencia a fixação do valor da
condenação ou a individuação do seu objeto.

O procedimento por artigos não está expressamente indicado na CLT. Como se trata de processo
de conhecimento, devem aplicar-se as normas do procedimento ordinário trabalhista, que são
as da própria CLT, com oitiva de testemunhas, perícia, nulidades etc. A exemplo do que ocorre
no processo cível, a liquidação por artigos ocorre quando há necessidade de provas, não sendo
possível, no entanto, introduzir, nessa fase, fatos estranhos aos limites do contraditório. Cabe
às partes, em geral ao credor, que irá articular em sua petição, aquilo que deve ser liquidado.
Quem elabora os artigos é a própria parte e não o juiz. A sentença é de mérito e enseja ação
rescisória.

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V - Execução
Realizada a liquidação da sentença, através de um dos métodos já referenciados inicia-se a fase
de execução, necessária para a satisfação da tutela jurisdicional.

A execução na seara trabalhista opera-se não apenas pela iniciativa das partes, mas também de
oficio pelo juiz.

A execução, portanto, será realizada contra o patrimônio do devedor, devendo ser resguardada
sua integridade física, liberdade, dignidade humana e vida. A execução trabalhista fundamenta-
-se em quatro normas legais, que devem ser aplicadas na seguinte ordem:

A CLT cuida da execução trabalhista em seus arts. 876 a 892. Se a CLT se revelar omissa
quanto ao caso concreto, o magistrado deverá aplicar Consolidação das Leis do Trabalho;
Lei nº 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal); e por fim o Código de Processo Civil.

Em qualquer hipótese, a remição só será deferível ao executado se este oferecer preço igual ao
valor da condenação. Permanecendo a omissão legislativa, o art. 889 da CLT estabelece que
poderá ser aplicável a lei de execução fiscal no que não for incompatível com a legislação tra-
balhista:

Art. 889 - Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo em que
não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos executivos fiscais
para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.

Por fim, persistindo a omissão, aplica-se o Código de Processo Civil de forma subsidiária à exe-
cução trabalhista. Em prosseguimento, impende destacar a discussão doutrinária acerca da auto-
nomia do processo de execução laboral. A doutrina é majoritária no sentido de que a execução
trabalhista é autônoma, visto que a existência de um dispositivo legal (art. 880, CLT) que deter-
mina a citação pessoal do executado configura a autonomia do processo de execução laboral.

Além disso, a possibilidade de execução de títulos executivos extrajudiciais não deixa dúvidas
quanto à autonomia do processo de execução trabalhista. Saliente-se, ainda, que prevalece o
entendimento de que o referido processo é autônomo em relação ao processo de conhecimento,
principalmente após a nova redação do art. 876 da CLT, acrescentado pela Lei nº 9.985/00,
que possibilitou a execução no âmbito da Justiça do trabalho de títulos executivos extrajudiciais:

Contudo, subsiste uma doutrina minoritária que afirma que a execução trabalhista não constitui
processo autônomo, mas apenas fase do processo do trabalho, já que a execução do julgado
ocorre nos mesmos autos de origem e que a execução trabalhista, nos moldes do art. 878 da
CLT, pode ser promovida de ofício pelo magistrado, sendo apenas um prolongamento do pro-
cesso de cognição: “Art. 878 - A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou
ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior”.

Além disso, o art. 880 da CLT, apesar de mencionar expressamente a citação do executado,
referiu-se à intimação do devedor para cumprir a decisão judicial, no prazo e sob as cominações
determinadas, não havendo que falar em autonomia do processo de execução.

Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado
de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo
e sob as cominações estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive
de contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou
garanta a execução, sob pena de penhora.

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Princípios
1. Princípio da natureza real: o princípio da natureza real estabelece que a execução deve
recair sobre os bens do devedor, e não sobre a pessoa natural.

2. Princípio da limitação expropriatória: este princípio impede o gravame total do


patrimônio do devedor quando parte dos bens for suficiente para satisfazer o crédito.

3. Princípio da utilidade para o credor: segundo este princípio, o credor não pode se
valer do processo de execução apenas para prejudicar o devedor, nos casos em que o
patrimônio deste não for suficiente para arcar com o valor integral da dívida.

4. Princípio da não prejudicialidade do devedor: o credor deverá prestigiar o meio


executório que cause menos transtornos ao devedor, sempre que puder realizar a execução
por mais de uma forma.

5. Princípio da igualdade das partes: o executado deve arcar com os efeitos dos atos
expropriatórios gerados pela execução, sendo-lhe assegurado que no cumprimento do
julgado seja observada a legalidade.

6. Princípio da especificidade: estabelece que o credor tem direito a receber o valor da


coisa adicionado de perdas e danos, quando a coisa não lhe for entregue, se deteriorou,
não for encontrada ou não for reclamada do poder do terceiro adquirente.

Títulos Executivos Trabalhistas Judiciais E Extrajudiciais


São títulos sujeitos à execução trabalhista, as decisões passadas em julgado ou das quais não
tenha havido recurso com efeito suspensivo; os acordos, quando não cumpridos; os termos de
ajuste de conduta firmados perante o Ministério Público do Trabalho e os termos de conciliação
firmados perante as Comissões de Conciliação Prévia serão executada pela forma estabelecida

A Constituição estabelece que também são títulos executivos extrajudiciais executáveis na Justiça
do Trabalho as multas inscritas na Dívida Ativa da União advindas dos autos de infração lavrados
pelos Auditores Fiscais do Trabalho: Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
relações de trabalho; VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na
forma da lei; Art. 114. [...] § 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbi-
tros. Com a eleição do árbitro e a consequente prolação de sentença arbitral, as partes passam
a dispor de título executivo extrajudicial (sentença arbitral) que pode ser executado nas Varas do
Trabalho.

Procedimento Da Execução Trabalhista


Citado pessoalmente o executado e tenha ocorrido penhora espontânea ou forçada, inicia-se a
partir da intimação da penhora o prazo de cinco dias para a defesa do executado, lembre-se DA
INTIMAÇÃO DA PENHORA E NÃO DA JUNTADA DO MANDADO AOS AUTOS.

Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará expedir mandado
de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou o acordo no prazo, pelo modo
e sob as cominações estabelecidas ou, quando se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive
de contribuições sociais devidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou
garanta a execução, sob pena de penhora.
Art. 883 - Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos
bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de
custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for
ajuizada a reclamação inicial.

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Da decisão proferida em sede de embargos à execução cabe AGRAVO DE PETIÇÃO que será
interposto perante a Vara do Trabalho e julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho, sendo que
do acordão proferido em sede de agravo de petição, nas hipóteses taxativas do artigo 896 pa-
rágrafo 2º cabe Recurso de Revista.

Aquele que tem seu patrimônio atingido por penhora que foi determinada em ação trabalhista da
qual não compõe o polo passivo, opõe EMBARGOS DE TERCEIRO, que segue processualmente
o mesmo procedimento acima apresentado, qual seja dos embargos a execução.

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