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Direito processual

do trabalho
Prof. Bóris Chechi de Assis Aula 03
borisassis@gmail.com
borisassis@acad.ftec.com.br
Jurisdição e
competência /
procedimentos especiais
Jurisdição
Processo Jurisdição
pública
Algumas noções
privada
Em razão da matéria Em razão da pessoa

Art. 114 da CF Art. 114 da CF

Competência da
Justiça do Trabalho

Em razão da função Em razão do TERRITÓRIO

Art. 652 e 653 da CLT Art. 651 da CLT


Conceitos
• Jurisdição: poder-dever do Estado de pacificar conflitos
e/ou resolver controvérsias, assegurando a ordem jurídica;

• Competência: forma como o Estado organiza a prestação


jurisdicional. As atribuições podem ser definidas pela
Constituição Federal, leis infraconstitucionais e atos de
organização judiciária;

Assim, todo(a) o(a) magistrado(a) sempre será investido de


jurisdição, mas nem sempre será competente para processar
e julgar determinada demanda.
“Não se concebe que órgão judiciário único processe e julgue todos os
conflitos surgidos em determinado Estado. O número de habitantes,
distribuído em vastos territórios, talvez desigualmente, obrigam à
divisão do trabalho entre vários juízos. Por outro lado, toda sociedade
comporta litígios, cuja natureza e intensidade prendem-se a múltiplos
fatores, econômicos, culturais, raciais, de gênero, e até religiosos,
gerando, destarte, a massa de lides. A jurisdição é homogênea, mas
urge reparti-la dentre vários órgãos, atendendo à diversidade das
causas e das tarefas do órgão judiciário, afetando a cada qual,
genericamente, uma porção dessa massa (art. 42). Eis o fundamento da
competência. O órgão judiciário único tornaria supérfluas as regras de
competência.”
Araken de Assis, Processo
Civil Brasileiro – vol. 1, p. 1019.
“Enquanto a jurisdição é o poder abstrato atribuído ao
conjunto de órgãos jurisdicionais, a competência
consiste na fixação específica desse poder num órgão
específico, mercê de critérios gerais, abstratos e
predeterminados. Em outras palavras, a jurisdição é
positiva, a possibilidade de exercê-la é a ausência de
impedimento. [...] Na realidade, ‘a competência impõe
limites ao juiz, para que ele possa legitimamente
exercitar seu poder jurisdicional’”.
Araken de Assis, Processo
Civil Brasileiro – vol. 1, p. 1020.
CompetÊncia em razão da matéria

• “A competência em razão da matéria no processo do trabalho é delimitada


em virtude da natureza da relação jurídica material deduzida em juízo”
(BEZERRA LEITE, Carlos Henrique);
• Entendimento do STF – A competência da JT depende da causa de pedir e
do pedido deduzidos pelo demandante, mesmo se a decisão de mérito que
vier a ser proferida envolva a aplicação de normas de direito civil (ex.: dano
mora/dano material – Súmula Vinculante n. 22 do STF e Súmula n. 392 do
TST);
• As hipóteses de competência material da JT estão previstas no art. 114 da
CF;
• Pode ser alegada a qualquer tempo e conhecida de ofício pelo julgador.
Gera nulidade absoluta do processo (art. 795, § 1º, da CLT).
Competência em razão da matéria
Súmula vinculante 22

A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar


as ações de indenização por danos morais e patrimoniais
decorrentes de acidente de trabalho propostas por
empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda
não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando
da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04.
Competência em razão da matéria
SUM-392 DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a


Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações
de indenização por dano moral e material, decorrentes da
relação de trabalho,
inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele
equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou
sucessores do trabalhador falecido.
Competência em razão da matéria

• Mandado de Segurança, Habeas Corpus e Habeas Data;


• Ações possessórias relacionadas a direito de greve (reintegração de posse,
manutenção de posse, interdito proibitório – Súmula Vinculante n. 23);
• Normas de segurança, higiene e saúde do trabalho (Súmula 736, STF), mesmo
para servidor estatutário;
• Questões relativas a direito coletivo do trabalho (direito de greve, relações que
envolvam sindicatos);
• Imposição de penalidades administrativas por órgãos de fiscalização do
trabalho;
• Embora haja controvérsia, prevalece entendimento de que a Justiça do
Trabalho não é competente para processar e julgar matéria de consumo ou
criminal.
Competência em razão da matéria

Conflito de competência entre órgãos com jurisdição


trabalhista (ressalvado o art. 102, I, “o”, CF)

• VT x VT = TRT;
• VT x Juiz Direito (jurisdição trabalhista) = TRT;
• VT x VT (TRT distinto) = TST;
• TRT x TRT = TST;
• JT x Juiz Estadual ou Juiz Federal = STJ
• TRT x TJ ou TRF = STJ;
• TST x STJ = STF.
Competência em razão das pessoas

• A competência em razão das pessoas é fixada em virtude da qualidade


da parte que figura na relação jurídica processual;
• Quem são as pessoas que podem demandar na Justiça do Trabalho?
Trabalhadores (autônomo, representante comercial, avulso), tomadores
de serviços, sindicatos, MPT;
• O voluntário, estagiário e a pessoa jurídica podem demandar na
Justiça do Trabalho quando a pretensão se relacionar ao
reconhecimento de vínculo de emprego;
• A Justiça do Trabalho é competente para julgar conflitos trabalhistas de
servidores públicos, desde que o regime de contrato seja CLT (ADI-MC
3395/DF), bem como contrato de trabalho temporário (art. 37, IX, CF).
Competência em razão da função

"A competência funcional (ou em razão da função) é fixada


em virtude de certas atribuições especiais conferidas aos
órgãos judiciais em determinados processos." (BEZERRA
LEITE, Carlos Henrique)

• Das Varas do Trabalho (Art. 652 e 653 da CLT);


• Dos TRTs (Art. 678 a 680 da CLT);
• Do TST (Art. 702 da CLT e Regimento Interno do TST);
• A incompetência é absoluta.
Competência em razão do lugar

• “A competência em razão do lugar ou territorial, é determinada com


base na circunscrição geográfica sobre a qual atua o órgão
jurisdicional.” (BEZERRA LEITE, Carlos Henrique)
• Varas do Trabalho, TRTs e TST;
• Regra geral: local da prestação de serviços (art. 651 da CLT)
• Empregado agente ou viajante comercial (art. 651, §
1º)
Exceções: • Empregado brasileiro trabalhando no estrangeiro (art.
651, § 2º)
• Empresa que promova atividade fora do lugar da
celebração do contrato (art. 651, § 3º)
Competência em razão do lugar
RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/17. ATLETA PROFISSIONAL. COMPETÊNCIA TERRITORIAL.
LOCAL DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO. POSSIBILIDADE . A lide versa sobre a competência
territorial para o ajuizamento da reclamação trabalhista de atleta profissional. Extrai-se do v.
acórdão regional, soberano na análise das provas, que o trabalhador foi contratado em seu
domicílio (Alvorada/RS) para prestar serviços como atleta profissional no município de São
Luís/MA. O art. 651, § 3º, da CLT, em seus termos, possibilita ao empregado apresentar
reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços,
quando o empregador promova a realização de atividades fora do lugar do contrato de
trabalho. No caso, o empregador - entidade de prática desportiva - realiza atividade fora do
lugar da contratação, razão pela qual o atleta pode escolher entre este e o lugar da execução do
contrato . Logo, a decisão do regional que manteve a competência territorial da vara do trabalho
do local da contratação (Alvorada-RS) está em conformidade com a regra específica fixada no
art. 651, § 3º, da CLT, não se havendo falar em violação da regra geral do art. 651, caput, da CLT.
Recurso de revista não conhecido . (TST - RR: 00209659420155040241, Relator: Alexandre De
Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento: 23/02/2022, 3ª Turma, Data de Publicação:
25/02/2022)
Menu rápido de súmulas e OJs
OJ 138 SBDI-1 do TST Súmula 368 do TST
OJ 26 SBDI-1 do TST Súmula 389 do TST
Súmula 137 do STJ Súmula 392 do TST
Súmula 170 do STJ Súmula 454 do TST
Súmula 19 do TST Súmula 736 do STF
Súmula 300 do TST Súmula 97 do STJ
Súmula 363 do STJ Súmula Vinculante 23 do
STF
Procedimentos
Especiais
Procedimentos especiais

Consignação em
Habeas data
pagamento

PARTE 2
PARTE 1

Mandado de Art. 769 CLT c/c


segurança art. 15 CPC Ação rescisória
IN 27/2005 TST

Habeas corpus Ação de exigir


contas

Interdito
proibitório
Princípio da subsidariedade
• Subsidariedade: aplica-se na hipótese de constatação de
omissão ou lacuna na CLT (ex.: tutela de urgência);
• Supletividade: aplica-se na hipótese em que a CLT não tem
lacuna, mas suas previsões podem ser complementadas
pelo CPC (ex.: suspeição do julgador);
• Grande parte da previsão legal de procedimentalização
das ações especiais estão contidas no próprio Códigod e
Processo Civil (art. 1º, IN 27/2005 TST)

Obs.: Lembre-se dos artigos 769 e 889 da CLT, bem como do


art. 15 do CPC!
Habeas data – art. 5º, LXXII, CF/88

Hipóteses de cabimento:
a) Assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público;
b) Retificar dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;
c) Anotar nos assentamentos do interessado contestação ou
explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja
sob pendência judicial ou amigável (prevista no art. 7º, Lei n.
9.507/97).
Habeas data – art. 5º, LXXII, CF/88

• Pode ser impetrado na JT, desde que o direito material esteja vinculado com a
relação de trabalho.
• Exemplos:
- Servidor não estatutário (CLT) em face do Estado para obtenção de informação
do tempo de serviço;
- Empregador X procurador do trabalho ou fiscal do trabalho para ter acesso a
processo administrativo; e
- Obtenção de documentos junto à reclamada para melhor liquidação dos
pedidos elencados na petição inicial (DIVERGÊNCIA);
• Vem perdendo objeto em razão:
- Ação de produção antecipada de prova (art. 381, II, do CPC) ou ação autônoma
de exibição de documento; e
- Requisição de informação pelo titular do dado pessoal (artigos 18 e 19 da
LGPD).
Habeas data
HABEAS DATA – Via Eleita - “O Habeas data é o remédio constitucional para obtenção ou
correção de dados pessoais, oponível não apenas contra os entes governamentais, mas
também entidades de caráter público, como no caso em tela, e contra entidades privadas que
possam divulgar dados a terceiros, o que leva a entender que o instrumento pode ser utilizado
inclusive contra o empregador privado, quando se recuse a fornecer dados pessoais de seu
empregado ou informações sobre sua vida profissional”. (...) Também o empregador privado
dispõe de assentamentos, cadastros e bancos de dados, acerca de seus empregados ou ex-
empregados, e quando solicitados por terceiros divulgam tais informações. São comuns as
cartas de referência, que são posteriormente investigadas para que se constate a veracidade
de suas declarações. Portanto, se tais informações estão disponíveis a terceiros, que podem
averiguar a vida profissional de postulante a emprego ou cargo público, parece claro que o
instrumento adequado para obtenção de tais registros ou sua retificação haverá de ser o
habeas data.
(TRT 2ª R. - 00730008020065020086 (00730200608602000) - RO - Ac. 1ªT
20110450838 - Rel. Maria Inês Moura Santos Alves da Cunha - DOE 25/04/2011).
Mandado de segurança – art. 5º, LXIX, CF/88

• Remédio constitucional utilizado para a proteção de direito


líquido e certo, quando impossível a utilização de habeas data
ou habeas corpus para tanto;
• Regulado pela Lei n. 12.016/2009;
• O responsável pela ilegalidade ou abuso de poder deverá ser
autoridade pública, ou agente de pessoa jurídica, no exercício
de atribuições do Poder Público;
• Muito utilizado na jurisdição trabalhista, principalmente em
razão da irrecorribilidade das decisões interlocutórias.
Mandado de segurança – art. 5º, LXIX, CF/88

• A Súmula 414 do TST indica cabimento de MS em caso de concessão


ou não de tutela provisória em decisão interlocutória. Também refere
que ele perde o objeto se for proferida sentença no processo
originário;
• Cabível para desbloqueio de valores via SisbaJud (novo BacenJud),
RenaJud e outras formas de bloqueio de patrimônio;
• Sucedâneos recursais: da decisão de TRT em MS cabe RO para o TST
(Súmula 201 do TST); da decisão de VT em MS cabe RO para o TRT;
• A Súmula 415 do TST traz os requisitos da petição inicial do MS (prova
documental pré-constituída); e
• A Súmula 417 do TST fala do não cabimento do MS para penhora em
dinheiro.
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem
Unificado - XXVII - Primeira Fase - Em uma reclamação trabalhista, o autor afirmou
ter sido vítima de discriminação estética, pois fora dispensado pelo ex-
empregador por não ter querido raspar o próprio bigode. Requereu, na petição
inicial, tutela de urgência para ser imediatamente reintegrado em razão de prática
discriminatória. O juiz, não convencido da tese de discriminação, indeferiu a tutela
de urgência e determinou a designação de audiência, com a respectiva citação.
Como advogado(a) do autor, assinale a opção que contém, de acordo com a Lei e o
entendimento consolidado do TST, a medida judicial a ser manejada para reverter
a situação e conseguir a tutela de urgência desejada.

A) Interpor recurso ordinário seguido de medida cautelar.


B) Nada poderá ser feito, por tratar-se de decisão interlocutória, que é irrecorrível
na Justiça do Trabalho.
C) Impetrar mandado de segurança.
D) Interpor agravo de instrumento.
Habeas corpus – art. 5º, lxviii, CF/88

• Concedido, conforme a CF “sempre que alguém sofrer ou se achar


ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. Vincula-se ao direito
de ir e vir;
• A Justiça do Trabalho não tem competência para processar e julgar HC
em razão da prática de crime (ex.: falso testemunho na JT);
• A Súmula Vinculante n. 25, STF, não mais permite a prisão civil do
depositário infiel, que era o uso mais comum do HC na JT;
• Casos de cabimento trazidos pela doutrina: condução coercitiva de
testemunha trabalhista; constatação de trabalho em condição análoga
à de escravo; jogador de futebol que pretende trocar de clube
(DIVERGÊNCIA).
Habeas corpus. Cabimento. Jogador de futebol. Livre exercício da profissão. A SBDI-II, por
maioria, conheceu de agravo regimental e, no mérito, negou-lhe provimento, mantendo,
portanto, decisão monocrática que, em sede de habeas corpus, concedeu pedido liminar
para autorizar jogador de futebol a exercer livremente sua profissão, participando de
jogos e treinamentos em qualquer localidade e para qualquer empregador, conforme sua
livre escolha. Na espécie, ressaltou-se que não há falar em não cabimento do habeas
corpus, pois, na Justiça do Trabalho, a referida ação constitucional não se restringe à
proteção do direito à locomoção, mas abrange a defesa da autonomia da vontade contra
ilegalidade ou abuso de poder perpetrado tanto pela autoridade judiciária quanto pelas
partes da relação de trabalho. Ademais, no caso em tela restou demonstrada a presença
da fumaça do bom direito e do perigo da demora, pois o paciente encontra se impedido
de exercer a função de jogador de futebol no clube que lhe interessa, e a manutenção do
vínculo com o empregador atual, por tempo indeterminado, ofende o direito de livre
exercício da profissão. De outra sorte, o debate travado nos autos reclama medida
urgente, pois envolve atleta que, em razão da idade, encontra-se em fim de carreira.
Vencidos os Ministros Douglas Alencar Rodrigues e Renato de Lacerda Paiva.TST -AgR -
HC-5451 -88.2017.5.00.0000, SBDI-II, rel. Min. Delaíde Miranda Arantes , 8.8.2017
Habeas corpus. Não cabimento. Atleta profissional de futebol. Liberação para exercício de atividade
esportiva em agremiação diversa. Ausência de restrição ao direito primário de liberdade de
locomoção. Conforme vem se posicionando o STF e o STJ, o habeas corpus tem cabimento restrito à
defesa da liberdade de locomoção primária (direito de ir, de vir ou de permanecer), ou seja, é meio de
proteção a direitos que tenham como condição necessária para o seu exercício a liberdade física.
Assim, é incabível habeas corpus para discutir cláusula contratual envolvendo atleta profissional de
futebol, com pedido de transferência imediata para outra agremiação desportiva e de rescisão
indireta do contrato de trabalho. No caso, a liberdade de locomoção é afetada apenas de forma
secundária, como reflexo da liberdade de exercício de profissão ou de trabalho, tutelada por outro
meio admitido em Direito. Sob esses fundamentos, a SBDI-II, em sua composição plena, por maioria,
não admitiu o habeas corpus, extinguindo o processo sem resolução de mérito, na forma do artigo
485, IV, do CPC de 2015.
Vencidos os Ministros Alexandre de Souza Agra Belmonte, Delaíde Miranda Arantes e Maria Helena
Mallmann, que admitiam o habeas corpus ao fundamento de que é a medida adequada para
combater a restrição à liberdade de locomoção advinda da impossibilidade de o atleta transferir-se
para outra agremiação, não obstante haja mora contumaz do clube empregador a autorizar o
rompimento do contrato (art. 31 da Lei Pelé), e em razão de o valor da cláusula compensatória de
transferência ser exorbitante. TST-HC-1000678-46.2018.5.00.0000, SBDI-II, rel. Min. Alexandre Luiz
Ramos, 13.11.2018 – Informativo TST nº 187.
Interdito proibitório – arts. 567 e 568 CPC

• Poderá ser requerido quando o possuidor direto ou indireto


tenha justo receio de ser molestado na posse, resguardando-se
de turbação ou esbulho iminente;
• O mandado proibitório, então, comina pena ao réu em caso de
concretização do receio do autor (ônus da prova do autor em
comprovar a posse, a turbação, o momento e a perpetuação da
turbação ou esbulho);
• Utilizado na Jurisdição Trabalhista como forma de coibir
turbação, ou esbulho na posse em casos de greve (Súmula
Vinculante n. 23, STF).
I) EMBARGOS INTERPOSTOS PELOS BANCOS RECLAMADOS SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/14 - ANÁLISE
CONJUNTA - AÇÃO CIVIL PÚBLICA AFORADA PELO SINDICATO OBREIRO, COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO
POR DANO MORAL COLETIVO - DIREITO DE GREVE - AJUIZAMENTO SIMULTÂNEO DE INTERDITOS
PROIBITÓRIOS POR INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS - NÃO CONFIGURAÇÃO DE CONDUTA ANTISSINDICAL OU
ABUSIVA DE DIREITO - PROVIMENTO. [...] 2. O interdito proibitório previsto no art. 567 do CPC de 2015
(correspondente ao art. 932 do CPC de 1973), que é espécie do gênero das ações possessórias, delas se
distinguem pelo seu caráter preventivo destinado a preservar o direito de posse dado o justo receio de ser
molestado por esbulho ou turbação, que se perfaz nas obrigações de fazer e não fazer a serem
determinadas pelo juízo competente. 3. Na esfera trabalhista, e especialmente no setor bancário, tem sido
comum a adoção de práticas, em greves, de impedimento de empregados que não aderem ao movimento
paredista de adentrarem em agências bancárias, a par destas serem tomadas por lideranças grevistas,
impedindo seu funcionamento nos níveis mínimos de atendimento às necessidades inadiáveis da
população. Daí que o ajuizamento de interditos proibitórios ou possessórios pelas instituições bancárias
revela tão somente o mero exercício do direito de ação assegurado constitucionalmente (art. 5º, XXXV), de
modo a prevenir ou reparar tais transtornos, independentemente de lograr êxito ou não quanto ao mérito da
demanda . [...] 6. Nesses termos, o recurso de embargos merece ser provido, a fim de restabelecer o acórdão
regional no tocante à improcedência do pedido alusivo à indenização por dano moral coletivo. Recursos de
embargos conhecidos e providos, no aspecto.
(TST - E-ED-ED-RR: 2538409020065030140, Data de Julgamento: 23/05/2019, Data de Publicação: DEJT
04/10/2019)
Até semana
que vem!
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