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organização da justiça do

trabalho e competência

ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO


fundamentação do assunto: arts. 111, 112, 113, 115, 116 e 117 CF; art. 94 CF;art.
710 a 721 CLT, art. 654 §§ 3 e 6 CLT, art.668 a 669 CLT.

QUAL A COMPOSIÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO?


A justiça do trabalho é composta pelos:
a) juízes do trabalho (ou varas do trabalho);
b) tribunais regionais do trabalho (24 TRT’s);
c) tribunal superior do trabalho (TST).

QUAL A COMPOSIÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO?


Lembre-se da composição: a) juiz do trabalho: composto por juiz singular -
ocupa o cargo a partir de aprovação em prova de concurso;b) TRTs: possuem
no mínimo 7 juízes (brasileiros com idade mínima de 30 e máx. 65 anos de
idade; c) TST possuem 27 ministros (brasileiros com min. 35 e no máx.65 anos
de idade;
COMO É FEITA O PROCESSO DE PROVIMENTO (OCUPAÇÃO) DOS CARGOS?
a) juiz do trabalho: ocupa o cargo a partir de aprovação em prova de concurso,
sendo NOMEADO PELO PRESIDENTE DO TRT ao qual esta viculado;
aprovação > nomeação > ocupação do cargo.
b) juízes do TRT: ocupam o cargo em 1/5, adv. e membros do MPT com mais de
10 anos de carreira e o restante (4/5) sendo juízes do trabalho, mediante
promoção por antiguidade e merecimento, alternadamente NOMEADO PELO
PRFB.

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promoção do juiz do trabalho singular por antiguidade ou merecimento e
membros da adv. e mpt> nomeação pelo PRFB > ocupação do cargo.
c) ministros do TST: ocupam o cargo em 1/5, adv. e membros do MPT com
mais de 10 anos de carreira e o restante (4/5) sendo juízes de carreira do TRT,
NOMEADO PELO PRFB APÓS APROVAÇÃO PELA MAIORIA ABSOLUTA DO
SENADO
indicação feita pelo TST ao PRFB em lista tríplice > sabatina do senado >
nomeação pelo PRFB > ocupação do cargo.
PECULIARIDADES TST:
Funciona junto ao TST o ENAMAT e o CSJT

PECULIARIDADES TRT:
pode instituir a justiça itinerante, nos limites da respectiva jurisdição;
pode funcionar de forma descentralizada por meio de constituição de Câmaras
regionais.
PECULIARIDADE VARAS DO TRABALHO:
quando em determinada comarca não é abrangida pela jurisdição trabalhista de
1° grau, as demandas com essa temática irão para juiz de direito.
ASSUNTO RELACIONADO:

atuam junto à justiça do trabalho o MPT - respectivamente nas justiças de 1, 2,


e 3 grau.
existe ainda, os auxiliares da justiça, que são órgãos e servidores que auxiliam
o juiz e os tribunais, como por exemplo as secretarias, os oficiais de justiça,
contadores, etc.

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO


A competência na justiça do trabalho pode ser definida pelo
critério:

1. funcional;

2. territorial;

3. em razão da matéria.

OBS.: no processo do trabalho, O VALOR DA CAUSA NÃO É CRITÉRIO PARA


DELIMITAÇÃO DA COMPETÊNCIA, MAS SERVE TÃO SOMENTE PARA DEFINIR O
RITO PROCESSUAL:

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sumário; (VALOR DA CAUSA DE ATÉ 2 SM)

sumaríssimo; (VALOR DA CAUSA MAIOR QUE 2 SM ATÉ 40 SM)

ordinário. (VALOR DA CAUSA ACIMA DE 40 SM)

CRITÉRIO FUNCIONAL:
Está relacionado à
hierarquia dos órgãos do judiciário e

cada instância possui a sua competência, seja originária ou


derivada, também chamada de recursal.

a) Varas do Trabalho:
Processam e julgam dissídios concernentes ao
contrato
individual de trabalho
. (art. 652 e 653 CLT).

b) Tribunal Regional do Trabalho - TRT:


Processam e julgam
dissídio coletivo, recursos e ação
rescisória
. (art. 678, 679, 680 CLT).
c) Tribunal Superior do Trabalho - TST:
Processa e julga
dissídios coletivos de sua competência,
recursos, ação rescisória das decisões do próprio TST
. (Lei
7.701/88).

CRITÉRIO TERRITORIAL (ratione loci):

No critério territorial, segue-se a regra da


competência do foro da prestação do serviço. Sendo proposta ação em lugar
incompetente, pode a parte prejudicada arguir excessão de incompetência
quanto ao lugar (arts. 62 a 65 CPC, art.651 CLT).

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a) regra: a ação deve ser ajuizada na localidade da prestação dos serviços,
independentemente do local da contratação;

b) exceção 1 - no caso de empregado agente ou viajante comercial (prevista


no §1 art 651 CLT) a ação deverá ser ajuizada:
1.na localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o
empregado esteja subordinado; e, na falta

2. na localização em que o empregado tenha domicílio ou na localidade


mais próxima.

c) exceção 2 - no caso do empregador que promova realização de


atividades fora do lugar do contrato de trabalho
(“empresa viajante” – exemplos: circos, feiras de negócios, empresas de
entretenimento etc.) prevista no § 3. Nesse caso,o empregado poderá ajuizar a
reclamação trabalhista:
1. no foro da celebração do contrato; ou
2. no local da prestação dos respectivos serviços.

Orientação Jurisprudencial 149/TST-SDI-II - 03/12/2008 -


Competência. Conflito. Incompetência territorial. Hipótese
do art. 651, § 3º, da CLT. Impossibilidade de declaração de
ofício de incompetência relativa. «Não cabe declaração de
ofício de incompetência territorial no caso do uso, pelo
trabalhador, da faculdade prevista no art. 651, § 3º,
da CLT. Nessa hipótese, resolve-se o conflito pelo
reconhecimento da competência do juízo do local onde a
ação foi proposta. (empresa viajante)

d) exceção 3 - demanda ouriunda de dissídio ocorrido em agência ou filial no


estrangeiro (prevista no § 2) (competência internacional da Justiça do
Trabalho). Poderá a justiça do trabalho brasileira ser provocada para julgar a
causa. Nesse caso será aplicado:
1.
regras de direito processual brasileiras, porque a demanda tramitará perante a

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Justiça do Trabalho;
2.
regras de direito material aplicação da lei brasileira apenas quando mais
favorável ao trabalhador, nos termos do art. 3,II,da Lei n. 7.064/82, não sendo,
aplica-se a lei material do país em que se prestou o serviço.

peculiaridade da JT: a cláusula de eleição de foro não é admtida na justiça do


trabalho.

CRITÉRIO MATERIAL:
No critério material, são trazidas as matérias que podem ser discutidas na
Justiça Trabalhista (art. 114 CF).

Comentários ao art. 114:

inciso I)

relação de trabalho é o gênero traduzindo-se em qualquer relação jurídica por


meio da qual uma pessoa natural (pessoa física) presta um serviço ou realiza
uma obra para outrem (pessoa física, jurídica ou ente despersonalizado);
São espécies de relação de trabalho:
a) relação de emprego (a mais importante);
b) trabalho autônomo;
c) trabalho avulso;
d) trabalho eventual;
e) trabalho voluntário;
f) trabalho institucional (ou estatutário);
g) estágio etc.

A JUSTIÇA DO TRABALHO NÃO TEM COMPETÊNCIA


PARA PROCESSAR E JULGAR
AÇÃO DE COBRANÇA
DE HONORÁRIO ADVOCATÍCIOS
! compete na verdade a Justiça Comum Estadual. ( súmula 363 STJ).

A JUSTIÇA DO TRABALHO NÃO TEM COMPETÊNCIA


PARA PROCESSAR E JULGAR
AÇÕES PENAIS! em consonância com o entendimento consolidado pelo STF
em sede da ADIn 3.684.

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OS ENTES DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO NÃO GOZAM DE IMUNIDADE DE
JURISDIÇÃO EM MATÉRIA TRABALHISTA por se tratar de mero “ato de
gestão” e não de “ato de império”, competindo a Justiça do Trabalho brasileira
solucionar as lides daí decorrentes (entendimento do STF). NÃO OBSTANTE
ISSO, GOZAM DE IMUNIDADE DE EXECUÇÃO, em virtude de sua Soberania, só
podendo ter penhorado os seus bens: a) caso renunciem a esta prerrogativa;
b) caso a penhora atinja bens que não estejam vinculados a finalidade
essencial, às ligações diplomaticas ou representações consulares mantidas no
Brasil.

Orientação Jurisprudencial 416/TST-SDI-I - 14/02/2012 -


Imunidade de jurisdição. Organização internacional ou
organismo internacional. «As organizações ou organismos
internacionais gozam de imunidade absoluta de jurisdição
quando amparados por norma internacional incorporada ao
ordenamento jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a
regra do Direito Consuetudinário relativa à natureza dos atos
praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição
brasileira na hipótese de renúncia expressa à cláusula de
imunidade jurisdicional.» (EXCEÇÃO: cláusula de imunidade
jurisdicional)

A JUSTIÇA DO TRABALHO NÃO É COMPETENTE PARA PROCESSAR E


JULGAR AÇÕES ENVOLVENDO SERVIDORES PÚBLICOS ESTATUTÁRIOS, e sim
a Justiça Comum Federal para servidores públicos federais, e a Justiça Comum
Estadual para servidores públicos estaduais ou municipais à luz do
entendimento firmando na ADIn 3.395 e 3.529 STF. (Como é sabido, a nova
redação do art. 114 da Carta da República, conferida pela Emenda
Constitucional n.º 45/2004, ensejou a propositura da ADI n.º 3.395-6/DF, por
meio da qual arguiu-se a inconstitucionalidade do inciso I do artigo supra.
Subsidiariamente, defendeu-se a interpretação do dispositivo conforme a
Constituição, sem redução de texto, para que se excluíssem de seu âmbito

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material de abrangência os conflitos entre servidores ocupantes de cargos
criados por lei, de provimento efetivo ou em comissão, do Poder público,
inclusive autarquias e fundações públicas.)

SOBRE AÇÕES QUE ENVOLVAM O EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE:

AS AÇÕES DE GREVE QUE ENVOLVEM SERVIDORES PÚBLICOS


ESTATUTÁRIOS é de competência da Justiça Comum Estadual (entendimento
doutrinário e jurisprudencial).

Súmula Vinculante 23 - Ações possessórias A Justiça do


Trabalho é competente para processar e julgar ação
possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito
de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.

AS AÇÕES QUE ENVOLVEM SINDICATOS ENGLOBA FEDERAÇÕES,


CONDEFERAÇÕES E CENTRAIS SINDICAIS (interpretação ampliativa).

sindicatos

federações

confederações

centrais sindicais.

Súmula Vinculante 40 A contribuição confederativa de que


trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos
filiados ao sindicato respectivo.

Súmula 666/STF - 09/10/2003 - Sindicato. Contribuição


confederativa. Exigibilidade somente dos filiados. Súmula

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Vinculante 40/STF. CF/88, art. 8º, IV. «A contribuição
confederativa de que trata o art. 8º, IV, da CF/88, só é
exigível dos filiados ao sindicato respectivo.»

Precedente Normativo Nº 119 TST - CONTRIBUIÇÕES


SINDICAIS - INOBSERVÂNCIA DE PRECEITOS
CONSTITUCIONAIS – (mantido) - DEJT divulgado em
25.08.2014 «A Constituição da República, em seus arts. 5º,
XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e
sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade
cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou
sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de
entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema
confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento
sindical e outras da mesma espécie, obrigando
trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as
estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se
passíveis de devolução os valores irregularmente
descontados.»

HABEAS CORPUS

art. 5 LXVII, CF e SV 25 STF, súmula 419 STJ e Decreto 678/92, art. 11;
decreto 678/92 art. 7 item 7.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE ÓRGÃOS COM


JURISDIÇÃO TRABALHISTA
(art. 66 CPC e arts. 804, 805 CLT) solução (art. 808, 'a', 808, 'b', CLT, 105, I, 'd'
e 102, I, 'o' CF, súmula 420 TST):

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1. TRT resolve o conflito de competência quando o conflito for entre varas do
trabalho da mesma região;

2. TST resolve o conflito de competência quando o conflito for entre varas do


trabalho de regiões distintas; entre tribunais do trabalho; entre tribunal do
trabalho e vara do trabalho de região distinta; (NA Câmara de Justiça do
Trabalho)

3. STJ: resolve o conflito entre Justiças distintas = ex. JT x JCF ou JCE,

4. STF: conflito que se envolva algum Tribunal Superior.

(LEGENDA: JCF - justiça comum federal; JCE - justiça comum estadual)

COMPETE A JUSTIÇA DO TRABALHO PROCESSAR E JULGAR AS AÇÕES DE


INDENIZAÇÃO MORAL OU PATRIMONIAL DECORRENTES DA RELAÇÃO DE
TRABALHO.

Súmula n° 392 TST - DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO


DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição
da República, a Justiça do Trabalho é competente para
processar e julgar ações de indenização por dano moral e
material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as
oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele
equiparadas.

Ressalte-se que:

trabalhador x INSS (autarqua federal). Nas ações acidentárias propostas


pelo trabalhador em face da seguradora INSS competem a Justiça Comum
Estadual resolver a lide, nos termos do art. 109, I CF, art. 643 §2 CLT,
Súmula 235 e 501 STF e 15 STJ.

trabalhador x empregador. Nas ações promovidas pelo trabalhador em


face do empregador postulando indenização pelos danos sofridos em

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decorrência de acidente de trabalho compete a Justiça do Trabalho
resolver a lide, segundo Súmula Vinculante 22 STF e a Súmula 392 TST.

OBS.: vale salientar que, se a questao perguntar a quem compete


processas as questoes referentes a acidentes do trabalho, de acordo com a
Lei 5452/43 (CLT), a resposta correta é o juiz de Direito, visto que é o que
prevê o art 643 §2 CLT.

INSS x empregador (ação regressiva). Nas ações regressivas ajuizadas


pelo INSS em face do empregador negligente na observância das normas
de segurança e saúde do trabalho competem a Justiça Comum Federal
resolver a lide, à luz do art. 109, I, CF.

→ acrescentar os artigos e sumulas

AUTOS DE INFRAÇÕES LAVRADOS POR AUDITORES FISCAIS

É oportuno ressaltar uma importante inovação: o novo título executivo


extrajudicial
executável na Justiça do Trabalho, decorrente de multa
aplicada pelo auditor fiscal do trabalho inscrita na certidão da Dívida Ativa da
União.

COMPETE A JUSTIÇA DO TRABALHO executar de ofício as contribuições


sociais decorrentes de sentença condenatória que proferir ou homologação
de acordo que proferir. Apenas. Vide súmula 368 TST, art. 876 CLT, SV 53 STF,
OJ 368, 376, 398 SDI 1/TST.

→ acrescentar os artigos e súmulas


(FIM)

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