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PROCESSO LEGISLATIVO

Andreya Cardeal Freire1; Calline Judith Almeida Ribeiro²; Jonathan Frederico


Calheiros Brito³; Oracilia da Silva Alves⁴; Maria Sônia Matos de Andrade⁵

Orientados por Maurício Souza Sampaio⁶

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 25. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2021.

RESUMO

O processo legislativo, consoante disposto no art. 59 da CRFB, é um conjunto de


ações que disciplina a marcha para a criação das espécies normativas para a criação
de leis e abarca as seguintes espécies: emendas à Constituição, leis complementares,
leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
Sendo o processo composto em três fases distintas, a saber: fase de introdutória; fase
constitutiva e fase complementar. A atuação das espécies normativas será permitida
nos limites dos seus respectivos domínios, sob pena de caracterização de vício formal,
tornando-a inconstitucional, quando da sua atuação em campo reservado a espécie
diversa. A primeira espécie, emenda constitucional, é fruto do poder constituinte
derivado reformador, que objetiva a alteração do trabalho do poder constituinte
originário, seja pelo acréscimo, modificação ou supressão das normas, a emenda à
Constituição, que é condicionada a um procedimento rígido para a efetiva aplicação
da matéria proposta, após a respectiva propositura, e havendo plena observância aos
limites indicados, será incorporado ao texto originário, tendo força normativa de
Constituição. Por se tratar de alteração do texto originário de 1988, os limites
indicados, quais sejam, os formais, circunstanciais e materiais, são dispostos de modo
a garantir a constitucionalidade do procedimento proposto. Em síntese, para efetiva
alteração do texto constitucional através de PEC, é necessário que seja proposta por
quem possui prerrogativa para tanto, que seja discutida e votada em cada Casa do
Congresso Nacional, em 2 turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos,
3/5 dos votos dos respectivos membros, que seja promulgada pelas Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, com o seu respectivo número de ordem, sendo
vedada a propositura quando da intervenção federal, estado de defesa ou estado de
sítio, bem constitucional originário (cláusulas pétreas). Quanto a segunda espécie, no

1 Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. andreyacardeal@gmail.com


² Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. callineribeiro@hotmail.com
³ Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. jonathanfredericofred@gmail.com
⁴ Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. oracylia@hotmail.com
⁵ Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. msonia.gomes@hotmail.com
⁶ Mestre em Direito pela Universidade Federal da Bahia. mauricio.samapio@sa.universo.edu.br

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que tange ao procedimento de regulamentação de determinada matéria por lei
complementar, ressalta-se que as hipóteses que serão regulamentadas por esta
espécie foram predeterminadas pelo texto originário. Em suma, para sua respectiva
aprovação, além da propositura realizada por quem possui legitimidade para tanto, é
necessário o quórum de maioria absoluta, de cada Casa do Congresso Nacional,
sendo a votação realizada em um único turno para o Senado e, em dois turnos, para
a Câmara dos Deputados. Portanto, percebe-se um procedimento mais flexível
quando comparado ao procedimento da proposta de emenda à Constituição. Quanto
à terceira espécie, o procedimento adotado para a propositura de determinada matéria
que será regulada através de lei ordinária, possui similaridade com o processo de lei
complementar, haja vista que para ambos se faz necessário o quórum de instalação
da sessão de votação, que consiste na presença de maioria absoluta para abertura
da respectiva sessão. Todavia, além dessa característica similar, para a presente
espécie, é necessário o quórum de maioria simples na votação realizada, o que difere
da espécie anterior, que além do quórum de instalação, também necessita de maioria
absoluta quando da votação da sessão legislativa. Portanto, para aprovação de lei
complementar, é exigido uma mobilização parlamentar mais intensa, ao passo que o
processo é mais relativizado na propositura de lei ordinária. Quanto à quarta espécie,
no que se refere a adoção do procedimento para aplicação das leis delegadas, que
consiste na delegação de atribuição do Poder Legislativo ao presidente da República,
onde o chefe do Executivo irá elaborar, após prévia solicitação ao Congresso
Nacional, a espécie normativa a ser analisada, dando início a denominada iniciativa
solicitadora. Por conseguinte, após a referida submissão, não estando entre as
hipóteses que possuem vedação quanto a sua delegação, e, sendo aprovada, tomará
forma de resolução. Contudo, na hipótese de o chefe do Executivo exceder os limites
da delegação legislativa, caberá ao Congresso Nacional sustar o referido ato
normativo, que se dará por meio de decreto legislativo. Por fim, têm-se a possibilidade
de aplicação da delegação nas formas típica e atípica, em que, na primeira, não
haverá apreciação do Congresso Nacional, estando autorizado o chefe do Executivo
a elaborar, promulgar e fazer publicar a lei delegada, ao passo que, na segunda forma,
haverá a apreciação pelo Congresso Nacional, em votação única e vedada qualquer
emenda. No que tange à quinta espécie, face a situação de relevância e urgência, o
chefe do poder Executivo poderá adotar medidas provisórias com força de lei, em que
as submeterá de imediato ao Congresso Nacional para apreciação, fazendo nascer a
MP (medida provisória). A medida adotada pelo presidente da República produzirá
efeitos por 60 dias, no entanto, não havendo a votação nas duas Casas do Congresso
Nacional, o prazo inicial será prorrogado por mais 60 dias, uma única vez. Não sendo
a medida convertida em lei, a MP perderá eficácia desde a sua edição. Portanto, as
medidas adotadas pelo Congresso Nacional poderão ser: aprovação sem alteração,
aprovação com alteração, não apreciação (rejeição tácita, ou então, rejeição
expressa). Quando da tramitação, será a MP examinada por uma comissão mista de
deputados e senadores, que que irá emitir parecer em que são levados em
consideração aspectos constitucionais, de mérito, bem como sua adequação
financeira e orçamentária. Por conseguinte, com o parecer emitido pela comissão
mista, será apreciada em plenário de uma das Casas, ocorrendo a votação em sessão
separada, e não mais conjunta, com início na Câmara dos Deputados e, como casa
revisora, o Senado Federal. O quórum de aprovação se assemelha ao projeto de lei
ordinária, de modo que, para sua aprovação, faz-se necessário o quórum de maioria
simples dos membros da Câmara dos Deputados. Sendo a MP publicada e tendo ela
força de lei, as normas do ordenamento jurídico brasileiro, que com ela sejam
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incompatíveis, terão sua eficácia suspensa. Quanto à sexta espécie, no que concerne
ao decreto legislativo, trata-se de instrumento normativo definidor das competências
exclusivas do Congresso Nacional, tendo as regras para seus procedimentos
contempladas nos Regimentos Internos das Casas ou do Congresso Nacional.
Havendo aprovação do respectivo projeto, pelo quórum de maioria simples, será
realizada a promulgação pelo presidente do Senado Federal, que determinará a sua
publicação. Importa destacar a competência exclusiva do Congresso, por meio de
decreto legislativo, para resolver sobre tratados, acordos ou atos internacionais que
impliquem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. Quanto à
sétima espécie, o elemento definidor do papel das resoluções consiste no ato do
Congresso Nacional destinado a regulamentação das matérias de competência
privativa da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e algumas de competência
do próprio Congresso Nacional. Portanto, os Regimentos Internos serão responsáveis
por determinar as regras sobre o processo legislativo. O procedimento adotado a partir
da deflagração do processo legislativo, conforme Regimento Interno, será discutido
na Casa que deu início ao respectivo processo, no entanto, excetuasse à regra
quando da hipótese de resolução por parte do Congresso Nacional, o que fará com
que a tramitação seja bicameral.

Palavras-chave: processo legislativo; consolidação; alterações; leis.

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