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Autos n…
RECURSO DE APELAÇÃO
Pede deferimento.
ADVOGADO
OAB/SC
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR DA CÂMARA CRIMINAL
DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA
Pede deferimento.
ADVOGADO
OAB/SC
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COLENDA CÂMARA
INCLITOS (AS) DESEMBARGADORES (AS)
Apelante...
Apelado: Ministério Público do Estado de Santa Catarina.
Processo...
Origem: Vara Criminal da Comarca de...
RAZÕES DE APELAÇÃO
1. DOS FATOS
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados
por órgão competente:
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
II - ter o agente cometido a infração:
i) à noite;
Prova disso que, ao ser abordado pela Polícia Ambiental, o Apelante estava
com redes para pescar peixes, com a malha permitida por lei e por tal motivo não foram
apreendidas, sendo apreendido somente a embarcação e 03 crustáceos que sequer o Apelante
tinha conhecimento que ali se encontravam.
A suposta autoria, por sua vez, teria sido atestada pelos depoimentos dos
policiais que flagraram o acusado com três camarões em sua embarcação, durante o período em
que sua pesca era proibida, assim como pela palavra do próprio Apelante, que admitiu estarem
os crustáceos ali.
Assinalaram ainda, que o réu não levava petrechos para a pesca do crustáceo
consigo na ocasião e, ainda, que não o avistaram pescando os espécimes apreendidos.
O Apelante, por sua vez, aduziu, sob o crivo do contraditório que, naquela
data, havia jogado uma rede para pescar tainhota, na lagoa, durante a tarde, e que saiu para
retirá-la no período da noite. Contou que, quando os policiais o abordaram, levantaram o
assoalho de sua embarcação e, ali, encontraram os camarões.
Asseverou que, até os agentes revistarem seu barco, não sabia que os
camarões estavam ali. Explicou, ainda, que a rede de pesca de camarão é diferente da rede
usada para pescar peixes e contou que, na noite dos fatos, estava com a tarrafa própria para a
pesca de peixe, a qual, inclusive, deixou de ser apreendida pelos policiais, porquanto estava
dentro da malha permitida.
1
GOMES, Luiz Flávio; MACIEL, Silvio Luiz. Lei de Crimes Ambientais: comentários à Lei
9.605/1998. 2. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015. p. 160.
Em caso análogo, a Quinta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa
Catarinense decidiu, por unanimidade de votos, conhecer do recurso e dar-lhe provimento para
absolver o Apelante condenado pela suposta prática do crime previsto no art. 34, caput, da Lei n.
9.605/1998, nos termos do art. 386, VII, do Código de Processo Penal. O aresto foi assim
amentado:
EMENTA: AÇÃO PENAL. Crime ambiental. Pescador flagrado com doze camarões e
rede de pesca, em desacordo com a Portaria 84/02, do IBAMA. Art. 34, parágrafo
único, II, da Lei nº 9.605/98. Rei furtivae de valor insignificante. Periculosidade não
considerável do agente. Crime de bagatela. Caracterização. Aplicação do princípio da
insignificância. Atipicidade reconhecida. Absolvição decretada. HC concedido para
esse fim. Voto vencido. Verificada a objetiva insignificância jurídica do ato tido por
delituoso, à luz das suas circunstâncias, deve o réu, em recurso ou habeas corpus,
ser absolvido por atipicidade do comportamento. (HC 112563, Relator(a): Min.
RICARDO LEWANDOWSKI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. CEZAR PELUSO, Segunda
Turma, julgado em 21/08/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-241 DIVULG 07-12-
2012 PUBLIC 10-12-2012).
3. DOS PEDIDOS
Subsidiariamente, requer seja absolvido pelo princípio in dubio pro reo, eis que
é extrema a fragilidade probatória verificada nos autos, ou ainda, pela aplicação do princípio da
insignificância ao caso concreto.
ADVOGADO
OAB/SC