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Organização da Justiça do

Trabalho
D. Processual do Trabalho I

O poder judiciário em geral, mesmo que aparente, não há uma hierarquia entre os
magistrados, mas sim uma competência funcional, cada um tem sua função e todas são
importantes.
A divisão de competência no judiciário se deu pois todos os juízes, assim como todas as
pessoas, são falíveis, então há essa divisão para que cada um se dedique em uma matéria.

STF – Atua quando há afronta direta com a CF;


STF
Tribunais especiais – Atua nos casos em que há contradição
Tribunais
de jurisprudência no mesmo tribunal, quando a 2ª instância
especiais
houver contrariado e lei e nos casos de grande relevância
2ª instância 2ª instância – Reexame no tribunal ordinário, faz jus ao
princípio do duplo grau de jurisdição.
1ª instância
1ª instância – Organização do processo + sentença.

A CF ainda dividiu o judiciário de mais um modo, diferenciado a justiça especializada (d.


do trabalho, militar e eleitoral) da justiça comum (estadual e federal – quando houver
interesse da União).
Vara do Trabalho
Os órgãos da Justiça do trabalho são os Juízes do Trabalho/Vara do trabalho (1ª instância),
TRT (2ª instância) e TST (tribunal especial), podendo até chegar no STF.

Obs.: A nomenclatura do Juiz da Vara do Trabalho é de Juiz do Trabalho, e não Juiz de


Direito como se vê diariamente, este ultimo trata-se só da Justiça comum estadual.

Estrutura:
Existe o juiz titular e o juiz substituto, o primeiro é aquele vitalícia e com irredutibilidade
do salário, o segundo é aquele que se encontra ainda em estágio probatório, nenhum é
menor que o outro, mas são cargos diferentes.
Extensão territorial:
Há uma abrangência municipal. A Lei 10770/03, em seu art. 28 prevê a possibilidade de
um Município utilizar da Vara de seu vizinho quando houver pouca demanda nessa
Cosmópolis que
vem para Paulinia
cidade, não sendo necessário criar mais uma vara, porém, essas cidades devem ser
próximas, tendo até 100km de distância e atendidos por transporte público (Lei 6974/01).
O art. 112 da CF prevê que as cidades que não forem atendidas por uma vara de trabalho
e não for possível acesso a cidade vizinha, o próprio juiz de direito fica responsável pelo
processo.
Tribunal Regional do Trabalho - TRT
Diferente do TJ que faz a divisão de competência mediante o Estado, o TRT dividiu em
regiões, isso porque a distribuições dos processos trabalhistas dependem da distribuição
de riqueza, não sendo equivalente entre os estados. Então, existem estados que não tem
a necessidade de um TRT, mas tem por exemplo, o Estado de SP que tem mais de um
tribunal.
Estrutura
A formação do TRT é prevista no art. 115 da CF, devendo haver pelo menos 7 juízes,
contudo, a legislação infraconstitucional pode ampliar esse mínimo, mas não impor
máximo.
Para que as vagas de juízes a sejam preenchidas, é seguido uma divisão, que é:

Obs.: Os juízes do TRT devem ser brasileiros e ter entre 30 e 65 anos.

Competência
O TRT tem competência recursal e originária. Quando se fala em competência recursal, é
a realização do princípio do duplo grau de jurisdição, vem da primeira instância através
de um recurso ordinário (equivalente a apelação da justiça comum). Nesse caso, o TRT
apenas reavalia a instrução apresentada na primeira instância.
A competência originária são aquelas em que o processo pula a 1ª instância, é a exceção
a regra, ocorre nos casos de dissídio coletivo, mandado de segurança e ações rescisórias.
- Dissídio coletivo: Trata-se de ações ajuizadas afim de resolver conflito entre os
sindicatos, são julgados diretamente pelo TRT, isso porque, mesmo os sindicatos devendo
representar no mínimo um município, geralmente representa uma região, sendo o órgão
ideal para o julgamento. A sentença do dissídio coletivo tem efeito erga omnis.
Nesses casos, após a decisão do TRT, o TST realiza o princípio do duplo grau de jurisdição,
analisando o mérito do dissídio coletivo. Além disso, quando o sindicato abrange dois
estados diferentes, o órgão julgador é o TST.
Exceção: Dissídios coletivos formados por sindicatos do estado de São Paulo é julgado
pelo TRT da 2ª região.
- Mandado de segurança: Esse instrumento visa garantir alguns dos princípios
constitucionais. É utilizando quando uma autoridade pública (ou equiparado) viola um
direito líquido e certo, ou seja, um direito bem definido, indiscutível e que haja prova pré-
constituída (documental).
No caso em que a competência é do TRT, a autoridade coautora deve ter sido um
magistrado ou servidor do judiciário de 1° grau ou um membro do ou servidor do TRT.

Obs.: Quando se fala de fiscal do trabalho, por exemplo, ou seja, um membro do poder
executivo, pode ser imposta na vara do trabalho, isso porque, o TRT tem competência
para tal quando houver hipóteses de suspeição na 1ª instância.

Quando a autoridade coautora for um membro do TST, é o próprio TST que julga.
- Ação Rescisória: Tem como objetivo rescindir a coisa julgada, devendo começar pelo
menos no TRT.
Ação rescindida de 1° grau -> TRT;
Acórdão rescindido no TRT -> TRT;
Acórdão rescindido no TST -> TST.

Tribunal Superior do Trabalho – TST


Em regra, o TST não analisa matérias de mérito, mas sim matéria de direito, tem o intuito
de pacificar jurisprudências em caso de conflito e decisões contra a legislação. O TST tem
a finalidade de manter a estabilidade no sistema jurídico.
Estrutura:
Órgão especial localizado em Brasília e composto por 27 ministros. Para se tornar um
deles, deve ser brasileiro entre 35 e 65 anos e segue a mesma divisão do TRT.
- 4/5 das vagas serão destinadas mediante promoção de juízes do trabalho por
antiguidade e merecimento, alternadamente.
- 1/5 das vagas serão destinadas aos advogados com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez
anos de efetivo exercício.
Competência:
O TST tem competência recursal, mas também realiza o duplo grau de jurisdição dos
dissídios coletivos.

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO


Jurisdição x Competência
A jurisdição é o direito de dizer o direito, tendo como características, una, indivisível e
inerte. Quem exerce a jurisdição é o juiz, e é aqui que a competência atua, ela limita a
atuação do juiz, sendo uma limitação dogmática, ou seja, indiscutível.
Critérios da competência
A competência no Direito Processual do Trabalho deve ser regida por 4 critérios,
cumulativos, ou seja, todos devem ser atendidos.
- Em razão da matéria: A Constituição Federal divide a justiça especializada (trabalhista,
eleitoral e militar) da justiça comum, essa divisão leva em consideração a matéria
abordada.
A matéria se trata de competência absoluta, logo, se não for respeitado causa extinção
do processo sem resolução do mérito.
- Em razão da pessoa/parte: Em geral, os processos dão início na primeira instância,
porém tem a exceção à regra, ocorre nos casos de dissídio coletivo e mandado de
segurança, como supracitado.
Se trata de competência absoluta, logo, se não for respeitado causa extinção do processo
sem resolução do mérito.
- Em razão da função/hierarquia: Diz respeito a hierarquia dos juízes nas respectivas
instâncias. Um empregado ao entrar com uma reclamação ao empregador, se da início
na 1ª instância, sendo o juiz da 1ª instância competente para julgar, após proferida a
sentença, quem passa ater competência para a julgar é o juiz do TRT, 2ª instância, depois
o TST e por fim STF.
Se trata de competência absoluta, logo, se não for respeitado causa extinção do processo
sem resolução do mérito.
- Em razão do território: O território competente para que seja realizado o processo é o
local da prestação do serviço, isso porque tem mais fácil acesso as provas.
Se trata de competência relativa, deve ser alegado através de uma peça feita em até 5
dias após a notificação.

Obs.: Competência em razão do valor da causa:


No CPC há mais um critério de competência, na qual se utiliza do valor da causa, são
os casos por exemplo do Juizado Especial Cível, assim como no Processo Civil, o rito no
processo do trabalho se altera em razão do valor da causa.
- Rito Sumário: até 2 salários mínimos;
- Rito Sumaríssimo: de 2 a 40 salários mínimos;
- Rito ordinário: mais de 40 salários mínimos.
Contudo, o valor da causa não é critério de competência no processo do trabalho, isso
porque, independente do rito, não altera o juiz.

Competência Material
Art. 114, CF: Compete à Justiça do Trabalho V os conflitos de competência entre órgãos
processar e julgar: (Redação dada pela com jurisdição trabalhista, ressalvado o
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela
ADIN 3392) (Vide ADIN 3432) Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I as ações oriundas da relação de trabalho, VI as ações de indenização por dano moral


abrangidos os entes de direito público ou patrimonial, decorrentes da relação de
externo e da administração pública direta e trabalho; (Incluído pela Emenda
indireta da União, dos Estados, do Distrito Constitucional nº 45, de 2004)
Federal e dos Municípios; (Incluído pela
VII as ações relativas às penalidades
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
administrativas impostas aos empregadores
II as ações que envolvam exercício do direito pelos órgãos de fiscalização das relações de
de greve; (Incluído pela Emenda trabalho; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) Constitucional nº 45, de 2004)

III as ações sobre representação sindical, VIII a execução, de ofício, das contribuições
entre sindicatos, entre sindicatos e sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus
trabalhadores, e entre sindicatos e acréscimos legais, decorrentes das
empregadores; (Incluído pela Emenda sentenças que proferir; (Incluído pela
Constitucional nº 45, de 2004) Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV os mandados de segurança, habeas IX outras controvérsias decorrentes da


corpus e habeas data, quando o ato relação de trabalho, na forma da lei.
questionado envolver matéria sujeita à sua (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
jurisdição; (Incluído pela Emenda de 2004)
Constitucional nº 45, de 2004)

O art. 114 da CF, antes da alteração feita pela emenda 45/2004 se referia apenas a
relação de emprego, dividindo das relações de trabalho que é mais amplo, até que essa
mudança foi proposta para que a vara do trabalho tenha mais abrangência.
Antes dessa emenda, era muito comum ocorrer a chamada competência negativa, ou
seja, ambos juízes se acharem incompetentes para julgas, com isso, o STJ decidia tal
competência.
Nesse sentido, foi criada a Súmula 363 do STJ, onde colocou a justiça estadual como
competente para ações de cobranças por profissional liberal contra cliente, sendo uma
matéria sem muito sentido, mas dogmática.
- Entes do Direito Público Externo – ADI 3395: Os servidores da Adm. Pública seguem as
normas da CLT, logo, devem ser julgados na vara do trabalho, já os empregados públicos
seguem as normas do regime estatuário, devendo ser julgados na justiça comum.
Contudo, a Súmula 97 do STJ prevê em que em caso de mudança de regime (servidor
público -> empregado público – ou vice versa), compete a justiça do trabalho processar
e julgar tão reclamação, adotando um regime jurídico único.
Os casos de convocação irregular feita por concurso, ou seja, entrar em cargo de
concurso sem concurso, a justiça competente para que seja feita o julgamento é a justiça
comum.
- Exercício do direito de greve (art. 114, II, CF): Direito disciplinado por lei, forma de forçar
a negociação feita por um sindicado que fora frustrada. A greve tem requisitos a serem
respeitados, caso violados, é considerado grave ilícita, gerando a responsabilização de
todo sindicato. Tudo que decorre do direito de greve é de competência do direito do
trabalho.

Obs.: Súmula Vinculante 23, STF: Ações possessórias decorrentes de greve é de


competência do trabalho.

- Ações sobre representação sindical (art. 114, III, CF) Também é levado na justiça do
trabalho, o empregado não sindicalizado deve respeitar as decisões do sindicato da
respectiva região, e qualquer litígio onde o sindicato, agindo como sindicato, deve ser
levado a justiça do trabalho.
- Mandado de segurança, HC e HD (art. 114, IV, CF): Remédios constitucionais quando
envolver matéria trabalhista.
- Conflito de competência (art. 114, V, CF): Conflitos de competência na justiça do
trabalho, ocorre quando autoridades judiciárias tiverem opiniões diferentes quanto a
competência (podendo ser negativa ou positiva). Os conflitos tem regras para decisão:
TRT – 2 juízes divergem na mesma base territorial de um mesmo TRT (art. 808, CLT).
TST – quando o conflito e da entre juízes do trabalho de TRT distintos ou entre TRTs (art.
808, CLT).
STJ – quando o conflito se dá por juiz do trabalho e juiz de qualquer outra vara (dúvida
quanto a competência material – art. 105, I, alínea “d”).
STF – quando houver conflitos de tribunais superiores, como STJ, e TST (art. 105, I, alínea
“o”.
- Indenização de dano moral/patrimonial (art. 104, VI, CF): Danos decorrentes da relação
de trabalho é de competência do trabalho.
- Penalidades administrativas: As penalidades administrativas devem ser discutidas no
âmbito trabalhista.
Competência territorial
Regra geral: local da prestação de serviços.

Partes e Procuradores
A relação processual era considerada como uma relação tríplice, sendo partes o autor,
réu e juiz. Hoje em dia, por ter mais envolvidos, como o oficial de justiça, MP, peritos,
etc., a doutrina não utiliza mais da nomenclatura tríplice, pois considera que todos os
envolvidos sejam parte do processo, direta ou indiretamente.
- Capacidade de parte: A capacidade parte equivale a capacidade de direito, tem
capacidade de parte aquele que tem direito de ter direito. O art. 2º do Código Civil prevê
que tem direito todos aqueles que nascem com vida.
Quanto a pessoa jurídica, tem capacidade de parte aquele que possui a inscrição do ato
constitutivo no respectivo registro, conforme o art. 45 do Código Civil.
- Capacidade processual: Equivale a capacidade civil, é o direito de exercer o direito em
juízo, previsto no art. 70 do CPC e 3 e 4 do CC (versa quanto os absolutamente incapazes,
e relativamente), todas as pessoas capazes tem direito de estar em juízo.
- Representação: absolutamente incapazes devem ser representados pelo
seu representante legal, conforme o CPC, na falta deles, o art. 793 da CLT permite que a
reclamação seja proposta pelo Ministério Público do Trabalho, subsidiariamente pelo
respectivo sindicado, e por fim, um curador nomeado pelo juiz.
- Assistidos: relativamente incapaz, eles expressam a vontade do incapaz.
Aqueles que não são aptos para trabalhar, como os menores de idade, mas mesmo assim
exercem o trabalho, pode entrar com reclamação trabalhista afim de receber os
benefícios previstos na CLT, além disso, o tempo trabalhado conta para a aposentadoria.

Obs. 1: Trabalho proibido x Trabalho ilícito: O trabalho proibido é aquele com menores
de 14 anos e grávidas em condições perigosas, esses mesmo proibidos, devem receber
os respectivos benefícios. Já o trabalho ilícito são aquelas práticas proibidas por lei, por
exemplo tráfico de drogas, nesse caso, não há possibilidade de receber os direitos.
Obs. 2: O emancipado pode agir sozinho não precisa agir com assistência, contudo, não
retira do menor a proibição de trabalhar.

- Capacidade postulatória: Advogado e MPT, é o direito de pedir. Há exceções no direito


do trabalho, de acordo com o princípio do jus postulandi.
- Mandato na Justiça do Trabalho: procuração ad judicia, o mandato pode ser expresso
ou tácito.
Mandato expresso: Expressamente constitui alguém como procurador, em
regra, por escrito.
Mandato tácito: implícito, num determinado contexto leva a interpretação
de que foi constituído pelo advogado. Por exemplo, acompanhar a parte na audiência, é
a chamada procuração apud acta.
Súmula 383, I, TST: É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos
autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter excepcional
(CPC/2015, art. 104 - CPC/2015), admite-se que o advogado, independentemente de intimação,
exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual
período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não
se conhece do recurso.
O advogado não pode assinar recurso sem procuração, mas há o prazo de 5 dias após a
interposição de recurso para juntar.
OJ 286, TST: I - A juntada da ata de audiência, em que consignada a presença do advogado, desde
que não estivesse atuando com mandato expresso, torna dispensável a procuração deste, porque
demonstrada a existência de mandato tácito.

II - Configurada a existência de mandato tácito fica suprida a irregularidade detectada no


mandato expresso.

Assistência judiciária
Art. 14, Lei 5.584/70: Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei nº
1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que
pertencer o trabalhador.

Os responsáveis pelos hipossuficientes é o respectivo sindicato, porém somente o


empregado (sindicalizado ou não), nunca empregador.

Obs.: Assistência judiciária ≠ Justiça gratuita: na justiça gratuita, o empregado não arca
com as custas do processo, mas o advogado é particular.

Pode ser beneficiário da assistência judiciária aquele que recebe até 40% do teto da
previdência social, acima disso, pode pleitear o pedido, desde que comprova nos autos a
dificuldade financeira, conforme o art. 790, §§ 3 e 4 da CLT.
- Benefícios: A gratuidade de justiça isenta a parte beneficiária de custas e depósitos
recursais, conforme o art. 790, §3 da CLT.
As custas são as taxas judiciárias utilizadas para a manutenção do poder judiciário, elas
são divididas entre a fase de conhecimento (2% do valor da condenação, e se não houver,
do valor da causa) e a fase de execução. O destinatário é a União
O depósito recursal tem função de provar a idoneidade do recorrente, o valor pode ser o
da condenação, ou de uma tabela imposta pelo TST.
Os honorários periciais geraram uma grande discussão, isso porque no artigo 790-B da
CLT, coloca que é a parte sucumbente que o suporta, independente se há ou não a
gratuidade de justiça. Contudo, o STF decidiu ser inconstitucional.
Quanto aos honorários sucumbenciais, que é aquele em que a parte perdedora deve e
pagar os honorários da parte vencedora, há esse regramento independente de
gratuidade de justiça.
Nos casos de ausência na audiência inicial injustificada, deve haver o pagamento de
custas, conforme o art. 844, §1 da CLT para que possa ser proposta a mês lide,
independente de ser ou não beneficiário da gratuidade de justiça.
Atos processuais
Os atos processuais são as manifestações de vontade dentro de uma relação processual,
estão previstos nos art. 188 a 211 do Código de Processo Civil e art. 770 ss da CLT.
- Tipos de atos processuais:
Das partes – art. 200, CPC: Qualquer ato que a parte realizar é um ato processual.
Do juiz – art. 203, CPC: Sentenças, despachos e decisões interlocutórias.
Dos órgãos auxiliares de justiça – art. 206, CPC.
- Comunicação dos atos processuais:
No CPC se fala em intimação e citação, contudo, na CLT (art. 840) fala somente em
notificação de maneira indistinta, a única exceção é a citação para a execução.
- Tramitação do processo trabalhista:
Reclamação: Peça inicial, é feita a distribuição por sorteio, o chefe da
secretaria tem 48 horas para expedir a notificação a parte reclamada.
Notificação: Em regra a notificação se faz por correio, contudo, em casos de
execução ou lugares em que o correio não alcança, é feita pessoalmente pelo oficial de
justiça.
Súmula 16, TST: Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de
sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de
prova do destinatário.

A referida Súmula reforça a ideia de não pessoalidade na notificação, onde basta o envio
para a parte ser considerada notificada.
Em caso de réu não encontrado, pode haver a citação com hora certa como prevê o art.
248, mas também, somente nos casos de execução ou onde o correio não chega
No âmbito trabalhista é possível a utilização do edital conforme o art. 841, §1 da CLT, mas
há uma exceção. Nos casos de processos sumaríssimos (entre 12 e 40 s.m.) não é
admitido a notificação por edital, então o juiz deve converter o rito para ordinário,
permanecendo assim o resto do processo.
Quanto réu revel, o posicionamento majoritário entende que não é admitido curador.
Audiência: Após a notificação, é posto um prazo de 5 dias para a audiência
e nela o juiz marca a data em que a sentença será publicada.
Súmula 30, TST: Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, contadas da audiência de
julgamento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para recurso será contado da data em que a parte
receber a intimação da sentença.

A Súmula 30 prevê que, em regra não há notificação para publicação da sentença,


somente se houver um atraso de 48 horas, nesse caso deve ser divulgado no diário oficial.

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