Superintensivo OAB 1ª Fase – AULA 6 – Processo Penal

1.1- Classificação de competência:

a) Competência material: (continuação)
a.2) ratione loci: competência em razão do lugar;

- Qual é o juízo territorialmente competente?

Para responder essa pergunta tem de observar as seguintes regras que são
hierarquizadas / piramidais.

1ª Regra- Teorias territoriais:

A) Teoria do Resultado: por ela a competência territorial é definida pelo

local da consumação do delito. No Brasil essa teoria é a regra e está
consolidada no artigo 70, CPP.

B) Teoria da Ação: por ela a competência territorial é definida pelo local

dos atos executórios (aplicação). Esta teoria é aplicada aos crimes
tentados (art. 14, II, CP).

C) Teoria da ubiquidade: é a teoria híbrida (tanto faz o local da ação ou

do resultado).

OBS: Esta Teoria é aplicada aos crimes à distância (é aquele em que a ação
criminal nasce no Brasil e o resultado ocorre no estrangeiro
ou vice-versa), neste caso a competência brasileira será
fixada pelo local no Brasil, em que ocorrer a ação ou o
resultado, tanto faz.
2ª Regra – O domicílio ou residência do réu.

OBS: O domicílio da vítima não fixa competência na esfera penal.

3ª Regra – Prevenção

Numa ideia leiga prevenção lembra antecipação, mas no apecto técnico

significa que juiz prevento é aquele que primeiro pratica um
ato do processo (Recebimento da inicial acusatória) , ou juiz
prevento é aquele que ainda durante o Inquérito autoriza
medidas cautelares inerentes ao futura processo.
 1ª Teoria
Territoriais

Resultado

Ação

2ª Domicílio ou residência do
réu

3ª Prevenção

a.3) ratione persone: competência em razão da pessoa;

- O Réu tem foro por prerrogativa de função?

Conceito: algumas autoridades em razão da importância do cargo ou da função

desempenhada serão julgadas originariamente
CF Executivo Legislativo Judiciário Outras autoridades

Presidente Senadores Ministros do STF, MPU (Procurador Geral da

STJ, TST, TSE e República)
ST Vice Dep.
STM
F Presidente Federais Ministros do TCU

Ministros Comandante das Forças

Armadas

Chefes de missão
diplomática permanente

STJ Governadores Ninguém Membros dos MPU (membros que atuam

Tribunal perante Tribunal)
Estaduais.
TCE (conselheiros);
Membros dos
TCM (conselheiros);
Tribunais
Federais

TJ Prefeitos (art. Deputados Juízes Estaduais MP Estadual (todos os

29, X da CF) Estaduais (1º grau) membros)

TR Prefeito – se Deputados Juízes Federais MPU (os membros que

F praticarem Estaduais – (1º grau) atuam no 1º grau)
crime federal se
(Súmula 702 praticarem
do STF) crime
federal (não
tem súmula,
mas é
entendiment
o do STF)
OBS 1: A competência do TJ e do TRF É EXCEPCIONADA pela competência
do TRE para o julgamento dos crimes eleitorais.

OBS 2: JÚRI x FORO POR PRERROGATIVA: Segundo o STF na súmula 721,

se o foro por prerrogativa é disciplinado na Constituição Federal a
autoridade NÃO vai a júri, o mesmo não ocorre quando o foro é
estabelecido apenas na Constituição Estadual.

OBS 3: FORO POR PRERROGATIVA x DESLOCAMENTO: as autoridades com

foro por prerrogativa no TJ ou no TRF ao praticarem crime fora do Estado
ou da região serão julgadas no seu Tribunal de origem.

OBS 4: CIDADÃO COMUM: segundo o STF na súmula 704, NÃO HÁ OFENSA

as garantias constitucionais, quando o cidadão comum é julgado perante
Tribunal por ter praticado crime com a autoridade que usufrui do foro por
prerrogativa de função.

OBS 5: PERPETUAÇÃO NO TEMPO DO FORO POR PRERROGATIVA: com a

declaração de inconstitucionalidade do §1º e 2ºdo artigo 84, CPP passamos
a ter as seguintes regras:

1ª Regra: para os crimes uma vez encerrado o cargo ou o mandato

encerra-se o foro por prerrogativa de função;
2ª Regra: para as ações de Improbidade Administrativa não há foro por
prerrogativa de função em nenhum momento;

* COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DOS CRIMES OCORRIDOS EM NAVIOS

OU AERONAVES:

OBS: CONCEITO DE TERRITÓRIO BRASILEIRO: O Brasil é integrado pelas

nossas fronteiras; mar territorial que vai de 0 a 12 milhas náuticas; espaço
áereo que vai até a camada atmosférica, não abrangendo o espaço
cósmico; por equiparação (composto dos navios e das aeronaves)

Navios e aeronaves públicos de bandeira brasileira: são Brasil em

qualquer lugar do mundo

Navios e aeronaves privados: a matéria bifurca-se da seguinte forma:

a) De bandeira brasileira: são Brasil se estão transitando em nosso

território, ou em alto mar.

b) De bandeira estrangeira: viram Brasil quando ingressam no nosso

território.