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Actividade 1

1.Segundo os artigos 58 e seguintes do Código Penal, as penas tem como fim a prevenção (entenda-
se geral e especial) e a repressão (retribuição) dos crimes. O legislador moçambicano adoptou uma
posição eclética.
2. . **Criminalística**: A Criminalística é uma ciência aplicada que se concentra na coleta, análise
e interpretação de evidências físicas encontradas em locais de crime. Os criminalistas são
responsáveis por examinar evidências como impressões digitais, amostras de DNA, vestígios de
fibras, armas, entre outros, a fim de reconstruir os eventos que levaram ao crime e identificar os
responsáveis. Eles trabalham em estreita colaboração com as forças policiais e o sistema judicial
para fornecer provas científicas nos processos criminais.

2. **Criminologia**: A Criminologia, por outro lado, é uma disciplina acadêmica que estuda as
causas, padrões e consequências do comportamento criminoso. Os criminologistas buscam
entender por que as pessoas cometem crimes, examinando fatores individuais, sociais, econômicos
e ambientais que contribuem para o surgimento e a persistência da criminalidade. Eles podem
investigar questões como desigualdade social, influência da mídia, teorias do crime, prevenção da
criminalidade e políticas criminais.
3. Este ramo do direito é duplamente designado, traduzindo uma mera opção terminológica (ou de
perspectiva) sem qualquer efeito ou impacto no conteúdo da matéria ministrada. a) Direito Penal –
usado por referência à mais importante das consequências jurídicas e à legislação codificada
(Código Penal, Código do Processo Penal e Código de Execução das Penas). É restritivo porque
limitado a apenas uma das espécies de consequências jurídicas. b) Direito Criminal – usado por
referência à definição de crime como conjunto de pressupostos de que depende a aplicação de penas
e medidas de segurança. É restritivo porque a culpa, elemento essencial do conceito de crime, não
é considerada na aplicação da medida de segurança, razão pela qual o direito das medidas de
segurança não pode considerar-se criminal.
4. O conceito formal de crime refere-se à definição legal ou normativa de crime estabelecida pelo
ordenamento jurídico de um determinado país. Nesse sentido, o crime é entendido como qualquer
conduta descrita em lei como proibida, passível de punição pelo Estado. O conceito formal de
crime está relacionado aos elementos objetivos e subjetivos que configuram uma infração penal,
como a conduta, o resultado, a culpabilidade, entre outros. É o Estado que define, através da
legislação penal, quais comportamentos são considerados crimes e estabelece as penas
correspondentes a cada infração.

Por outro lado, o conceito material de crime vai além da definição legal e normativa, envolvendo
aspectos sociais, éticos e morais. Esse conceito considera não apenas o que está descrito na lei
como crime, mas também as percepções e valores da sociedade em relação a determinadas
condutas. Assim, o crime material é entendido como qualquer comportamento que fere gravemente
os valores fundamentais da sociedade, independentemente de estar ou não previsto na legislação
penal. Esse conceito pode variar de acordo com o contexto cultural, histórico e social de cada
comunidade.

5. Os fins das penas significam o propósito que o Estado pretende alcançar ao punir determinado
infractor criminoso. A este respeito, essencialmente são apontadas duas teses: a de retribuição e a
de prevenção. A tese Retributiva ou Absoluta defende que a punição tem como fim castigar o
infractor pelo mal (pelo crime) por este cometido. Esta tese iniciou tendo como base a lei de Talião
de dente por dente e olho por olho. As criticas avançadas a esta tese começam pelo facto da punição
dever ter um fim social e não pragmático e, então, a consideração de esse fim das penas é
inconcebível, pois a pena se circunscreveria no próprio agente e sem nenhum fim social. Segundo,
esta tese apoia-se bastante na culpa e a questão que se pode levantar é como determinar a medida
exacta da retribuição. Porquanto mostra-se difícil estabelecer uma proporção entre o desvalor do
crime para a sociedade e o desvalor da pena para o deliquente

6. A simples reputação de alguém como uma pessoa grosseira, turbulenta e litigiosa não é suficiente
para justificar a aplicação de uma sanção jurídico-legal. No entanto, se houver evidências concretas
ou comportamentos específicos que indiquem que Alberto representa uma ameaça iminente à
segurança pública, a aplicação de medidas legais preventivas ou cautelares poderia ser considerada.
Essas medidas podem incluir:

1. **Medidas Cautelares**: Se Alberto representar uma ameaça imediata, um juiz pode ordenar
medidas cautelares, como a proibição de se aproximar de certas pessoas, locais ou instituições, a
fim de prevenir possíveis incidentes.

2. **Acompanhamento Policial**: As autoridades policiais podem decidir realizar um


acompanhamento mais próximo das atividades de Alberto, especialmente se houver preocupações
sobre sua propensão para cometer crimes violentos.

3. **Aconselhamento ou Tratamento**: Se houver indicações de que Alberto está lutando com


problemas de comportamento ou saúde mental, ele pode ser encaminhado para aconselhamento ou
tratamento, a fim de ajudá-lo a lidar com suas dificuldades e reduzir o risco de comportamentos
violentos.

É importante ressaltar que qualquer intervenção jurídica deve respeitar os direitos e garantias
fundamentais de Alberto, incluindo o direito à presunção de inocência, o direito à privacidade e o
direito a um julgamento justo. Qualquer medida deve ser proporcional à ameaça representada e
baseada em evidências sólidas
ACTIVIDADE 2
1. Fontes de direito são os modos ou processos de formação e revelação de normas jurídicas.
Os artigos 1.º a 4.º do CC fazem referência a lei, os assentos (jurisprudência), usos e
equidade como fontes do direito, deixando por fora o costume e a doutrina que são
apontados por alguns autores.
2. O costume, diferentemente dos usos, consiste numa prática reiterada acompanhada de
convicção de obrigatoriedade. Existe alguma divisão entre os autores em relação ao
entendimento do costume como fonte de direito criminal. Entendem alguns que se deve
afastar o costume deste grupo dado que em direito criminal vigora o princípio nullum
crimen sine lege scripta e então, o costume, por não ser escrito, não pode ser fonte de
matéria de incriminação. Alega-se ainda que o princípio da legalidade proíbe o juiz de
condenar alguém invocando a convicção generalizada do carácter reprovável de certo facto.
3. As convenções e tratados internacionais constituem instrumentos normativos de direito
internacional cuja vigência em ordenamento jurídico nacional encontra-se dependente da
respectiva aprovação e ratificação pelos Estados, veja-se o art. 18.º da CRM. Entre os actos
normativos de direito internacional com vigência em Moçambique podem citar-se a título
exemplificativo: a Carta das Nações Unidas da Declaração Universal dos Direitos do
Homem e a Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, expressamente previstos
no art. 43.º da CRM.
4. Os assentos significam doutrina jurisprudencial fixada pelo TS com força obrigatória geral
na interpretação e aplicação de certos artigoss. Os assentos significam um meio de
uniformização do direito perante casos ou processos diversos em que tenham sido
proferidas sentenças contraditórias. Visam atribuir segurança e credibilidade aos tribunais.
O assento não cria normas jurídico-criminais porém serve como meio de revelação destas
normas dado que pode ser usado como instrumento de interpretação de destas normas.
5. O Direito Penal Fundamental refere-se aos princípios e fundamentos básicos que sustentam
o sistema de direito penal em uma sociedade. Esses princípios são considerados essenciais
para garantir a justiça, a equidade e o respeito aos direitos humanos no âmbito do direito
penal.
Alguns dos elementos que compõem o Direito Penal Fundamental incluem:

**Princípio da Legalidade**: Este princípio estabelece que não há crime nem pena sem lei
anterior que os defina. Em outras palavras, ninguém pode ser punido por um ato que não
seja expressamente previsto como crime em lei.

**Princípio da Intervenção Mínima**: O Direito Penal deve ser usado apenas como último
recurso, reservado para casos graves em que outras formas de controle social não são
suficientes para proteger os valores fundamentais da sociedade.

**Princípio da Culpabilidade**: Esse princípio exige que apenas pessoas que tenham agido
com culpabilidade possam ser responsabilizadas criminalmente. Isso implica que a pessoa
deve ter agido com consciência e vontade de cometer o crime.
**Princípio da Humanidade das Penas**: As penas aplicadas pelo sistema de justiça penal
devem ser proporcionais ao crime cometido e não devem envolver tratamento cruel,
desumano ou degradante.

**Princípio da Dignidade Humana**: Todos os aspectos do sistema penal devem respeitar


e proteger a dignidade humana, incluindo o tratamento dos acusados, o direito à defesa
adequada, a presunção de inocência e a garantia de um julgamento justo.

O Direito Penal Fundamental serve como uma base sólida para o sistema de justiça penal,
garantindo que as leis penais sejam justas, proporcionais e respeitem os direitos
fundamentais de todos os indivíduos.

6.O Direito Criminal pode ser considerado tanto uma ciência normativa quanto valorativa,
dependendo do contexto e da abordagem adotada.

**Ciência Normativa**: O Direito Criminal é, em sua essência, uma ciência normativa, pois se
baseia em normas jurídicas estabelecidas pelo Estado para regular o comportamento humano. Ele
define o que é considerado crime, estabelece as penas para infrações e delineia os procedimentos
legais para a aplicação da justiça penal. Nesse sentido, o Direito Criminal opera dentro de um
sistema de normas jurídicas que regem a conduta humana e as consequências legais de violações
dessas normas.

**Ciência Valorativa**: Por outro lado, o Direito Criminal também possui uma dimensão
valorativa, uma vez que reflete e promove os valores sociais, éticos e morais de uma sociedade. As
leis penais são frequentemente baseadas em princípios de justiça, equidade e proteção dos direitos
individuais e coletivos. Além disso, as decisões judiciais em matéria penal muitas vezes envolvem
considerações sobre o que é moralmente correto ou justo em determinadas circunstâncias
ACTIVIDADE 3
1. O princípio da legalidade, igualmente designado princípio nullum crimen sine lege,
significa que a definição de um ato ou de uma conduta como crime, estabelecendo se
igualmente a sua sanção, só pode ser efetuada por lei formal; e este princípio pode
apresentar quatro facetas complementares
2. Mesmo princípio acima indicado
3. o repúdio de qualquer forma de incriminação sem que haja uma lei escrita. Segundo esta
faceta, a qualificação de qualquer conduta como crime deve necessariamente ocorrer por
meio de lei escrita
4. não há
5. O princípio da intervenção mínima (princípio da máxima restrição do direito criminal) é
um princípio que identifica o direito e a pena criminais como medidas de ultima ratio da
política social e jurídica de combate à criminalidade. Dele decorre que a intervenção penal,
além de fragmentária deve ser proporcional e subsidiária.

6. Princípio da humanidade da pena e da dignidade da pessoa humana – o poder punitivo deve


ajustar-se ao humanitarismo como manifestação do respeito pela pessoa e deve ajustar se à
necessidade social do castigo. O princípio veda-se a criação, a aplicação ou a execução de
pena ou medida de segurança que atentem contra a dignidade humana. Assim, não são
admissíveis a pena de morte, as penas corporais infamantes, as penas privativas da liberdade
de duração excessiva ou com carácter perpétuo ou de duração ilimitada ou indefinida.

7. A interpretação extensiva ocorre quando não haja coincidência entre o espírito e a letra da
lei. Consiste em alargar ou estender a letra da lei ao que se crê ser o espírito. É uma
actividade hermenêutica que consiste em harmonizar o espírito e a letra da lei quando esta
não coincida com aquela. Segundo o art. 18.º do CP, não é admissível a interpretação
extensiva em matéria de incriminação, não existindo qualquer impedimento ao recurso a
esta forma de interpretação nas restantes matérias.

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