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NORMAS PENAIS.

As normas penais existentes no Código não têm como finalidade única e


exclusiva punir aqueles que praticam as condutas descritas nos chamados tipos
penais incriminadores
Existem normas que, ao invés de conterem proibições ou mandamentos
os quais, se infringidos, levarão à punição do agente, possuem um conteúdo
explicativo, ou mesmo têm a finalidade de excluir o crime ou isentar o réu de
pena. São as chamadas normais penais não incriminadoras.
Dessa forma, podemos destacar dois grupos de normas:

NORMAIS PENAIS NÃO INCRIMINADORAS


Às normas penais incriminadoras é reservada a função de definir as
infrações penais, proibindo ou impondo condutas, sob a ameaça de pena.
É a norma penal por excelência, visto que quando se fala em norma penal
pensa-se, imediatamente, naquela que proíbe ou impõe condutas sob a ameaça
de sanção. São elas, por isso, consideradas normais penais em sentido estrito,
proibitivas ou mandamentais.
Quando analisamos os chamados tipos penais incriminadores, podemos
verificar que existem dois preceitos ou chamados de princípios

Principio Primário:
O primeiro deles, conhecido como preceito primário (preceptum iuris)
ou Principio Primário, é o encarregado de fazer a descrição detalhada e
perfeita da conduta que se procura proibir ou impor: Conduta.
Assim, no preceito primário do art. 155 do Código Penal, temos a seguinte
redação:
"Art. 155 do Código Penal. Subtrair, para si ou para outrem, coisa
alheia móvel".

Princípio Secundário:
Ao segundo chamado preceito secundário (sanctio iuris) ou Princípio
Secundário, cabe a tarefa de individualizar a pena cominando em abstrato.
Sanção.
Logo em seguida, vem o preceito secundário:
Artigo 155 do Código ´Penal: "Pena - reclusão, de 1(um) a 4(quatro)
anos, e multa."
Então, aquele que praticar a conduta descrita no preceito primário do art.
155, caput, do Código Penal terá como consequência a aplicação da pena
também nele prevista.
NORMAS PENAIS NÃO INCRIMINADORAS

Possuem as seguintes finalidades:


1. Tornar lícitas determinadas condutas;
2. Afastar a culpabilidade do agente, erigindo causas de isenção de pena;
3. Esclarecer determinados conceitos;
4. Fornecer princípios gerais para a aplicação da lei penal.

Portanto, podem ser as normas penais não incriminadoras subdivididas


em:

1. Permissivas;
2. Explicativas;
3. Complementares;

Normas Penais Permissivas são:

1. Permissivas Justificantes, quando têm por finalidade afastar a ilicitude


(antijuridicidade) da conduta do agente, como aquelas previstas nos arts. 23, 24
e 25 do Código Penal;

1.1. Permissivas Exculpantes, quando se destinam a eliminar a culpabilidade,


isentando o agente de pena, como nos casos dos arts. 26, caput e 29, § 1°, do
Código Penal.

2. Normas penais explicativas são aquelas que visam esclarecer ou explicitar


conceitos, a exemplo daquelas previstas nos arts. 327 e 150, § 4°, do Código
Penal.

3. Normas penais complementares são as que fornecem princípios gerais para


a aplicação da lei penal, tal como a existente no art. 59 do Código Penal.
ESPÉCIES DE LEIS PENAIS:

1. NORMA PENAL COMPLETA: PERFEITA

Considera-se Lei ou Norma Penal Completa aquela que não depende de


nenhum complemento normativo ou valorativo, ou seja, a conduta praticada pelo
agente está perfeitamente descrita na norma penal.

Exemplo: Artigo 121 do Código Penal:

Art. 121. Matar alguém:

Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

O complemento normativo é aquele dado por outra norma, enquanto o


complemento valorativo é dado pelo juiz.

2. NORMA PENAL INCOMPLETA: IMPERFEITA

Estaremos diante de uma Lei Penal Incompleta quando ela depender de


complemento normativo ou valorativo. Isso significa que, embora haja uma
descrição da conduta proibida, essa descrição requer, obrigatoriamente, um
complemento extraído de outra norma para que se possam, efetivamente, ser
entendidos os limites da proibição ou imposição feitos pela lei penal, uma vez
que, sem esse complemento, torna-se impossível a sua aplicação.

A Norma Penal Incompleta é um gênero, da qual derivam espécies, quais


sejam:
2.1. Norma Penal em Branco: Considera-se Normal Penal em Branco aquela
que necessita de complemento normativo (outra norma) para que se possa
compreender o âmbito da aplicação de seu preceito primário.

Por vez divide-se em:

2.1.1. Norma Penal em Branco em sentido estrito ou heterogênea ou


própria: É aquela em que o complemento normativo da norma não emana do
mesmo poder que a editou (poder legislativo).
Exemplo: Artigo 28 da Lei 11.343/2006 – Lei de Drogas (Usuário)
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes
penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
(Grifei)
A definição do que é droga tratada pela Lei 11.343/2006, a exemplo do
referido artigo 28 acima transcrito, e das substâncias consideradas
entorpecentes é regulamentada pela Portaria n. 344/98, expedida pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), vinculada ao Ministério
da Saúde.

2.1.2. Norma Penal em Branco em sentido amplo ou homogênea ou


imprópria: É aquela em que o complemento normativo emana da mesma fonte
legislativa (lei complementada por outra lei).
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL

A interpretação da lei penal é a atividade consistente em identificar o alcance e


significado da norma penal.

Pode ser classificada:

a) quanto ao sujeito, levando em consideração aquele que realiza a


interpretação:
b) quanto ao modo ou meios, considerando os meios empregados
para a interpretação;
c) quanto ao resultado, tendo em conta a conclusão a que chegou o
exegeta.

1 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL QUANTO AO SUJEITO

Quanto ao sujeito, a interpretação pode ser autêntica, doutrinária ou


jurisprudencial.

1.1 Interpretação autêntica

Também chamada de legislativa, é aquela que emana do próprio órgão


encarregado da elaboração do texto legal, podendo ser:

a) contextual, quando feita no bojo do próprio texto interpretado (ex.: art.


I50 e § 4º. do CP e o conceito de casa);

b) não contextual ou posterior, quando feita por outra lei de edição


posterior.
1.2 Interpretação doutrinária

È aquela feita pelos estudiosos do Direito, em livros, artigos, teses,


monografias, comentários etc.

A doutrina pode ser conceituada como o conjunto de estudos jurídicos de


qualquer natureza, feito pelos cultores do Direito. Não se trata de fonte do Direito,
mas, antes, de forma de procedimento interpretativo.

1.2 Interpretação jurisprudencial

Também denominada judicial, é aquela dada pelos tribunais, mediante a


reiteração de seus julgamentos.

Jurisprudência é a reiteração de decisões no mesmo sentido, lançadas em


casos idênticos, por meio da interpretação e aplicação do Direito ao caso
concreto. Da mesma forma que a doutrina, não se trata de fonte do Direito, mas,
antes de procedimento interpretativo.

2 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL QUANTO AO MODO OU MEIOS

Quanto ao modo, a interpretação pode ser gramatical ou lógica.

2.1 Interpretação gramatical

Também chamada de literal ou sintática, é aquela fundada nas regras


gramáticas, levando em consideração o sentido literal das palavras.

2.2 Interpretação lógica

Igualmente chamada teleológica, é aquela que procura descobrir a


vontade do legislador, assim como a finalidade com a qual a lei foi editada.
2.3 A interpretação sistemática
Por sua vez, analisa normas jurídicas entre si. Pressupondo que o
ordenamento é um todo unitário, sem incompatibilidades, permite escolher o
significado da norma que seja coerente com o conjunto. Principalmente devem
ser evitadas as contradições com normas superiores e com os princípios gerais
do direito.
O método sistemático impede que as normas jurídicas sejam
interpretadas de modo isolado, exigindo que todo o conjunto seja analisado
simultaneamente à interpretação de qualquer texto normativo. Assim, não
podemos buscar o significado de um artigo, de uma lei ou de um código.
Ambos devem ser analisados em sintonia com a Constituição e as demais
normas jurídicas.
2.4. Interpretação Histórica
Tourinho Filho salienta que é a pesquisa do processo evolutivo da lei, a
história dos seus precedentes, auxilia o aclaramento da norma. Os projetos de
leis, as discussões havidas durante sua elaboração, a Exposição de Motivos, as
obras científicas do autor da lei são elementos valiosos de que se vale o
intérprete para proceder à interpretação. Limonge França, complementa,
dizendo que a interpretação histórica é aquela que indaga das condições de meio
e momento da elaboração da norma legal, bem assim das causas pretéritas da
solução dada pelo legislador.
A interpretação histórica também é conhecida por interpretação histórica
sociológica.
3 . INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL QUANTO AO RESULTADO

Quanto ao resultado, a interpretação pode ser declarativa, restritiva e


extensiva.

3.1 Interpretação declarativa


É aquela que dá à lei o seu sentido literal, sem extensão nem restrição,
correspondendo exatamente ao intuito do legislador.

3.2 Interpretação restritiva

É aquela que, concluindo ter dito mais do que queria o legislador, restringe
seu sentido. Aos limites da norma.

3.3 Interpretação extensiva


É aquela que, concluindo ter a lei dito menos que queria o legislador, estende
seu sentido para que corresponda ao da norma.

Duas espécies de interpretação extensiva se apresentam: a interpretação


extensiva ampliativa e a interpretação extensiva analógica.

Em regra, o sentido da lei, em matéria penal, não pode ser estendido,


ampliado, sob pena de se atentar contra o princípio da reserva legal.
Excepcionalmente, entretanto, admiti-se a interpretação extensiva,
havendo aqueles doutrinadores que defendem a aplicação do princípio in
dúbio pro reo sempre a interpretação.

A interpretação extensiva analógica pode ser classificada em:

a) intra legem, quando o próprio texto legal induz à aplicação da


analogia em relação a alguma circunstância ou fato (ex.: art. I2I, § 2º
, III do CP – “ com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura
ou outro meio insidioso ou cruel...”);
b) in bonam partem, quando o texto da lei é estendido de forma a
beneficiar o réu. (ex.:art. 128, II, do CP – “se a gravidez resulta de
estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou,
quando incapaz, de seu representante legal”. Permite-se o aborto legal
também no caso de gravidez resultante de atentado violento ao
pudor).
OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO PENAL

Segundo consta na obra de Fernando ( CAPEZ, 2004, p. 14), é da


dignidade da pessoa humana que nascem os princípios orientadores e
limitadores do Direito Penal (DP). Damásio (JESUS, 2009, p. 9-12)
define quatorze Princípios Fundamentais do Direito Penal:

a) Princípio da Legalidade ou da reserva legal: Não há crime sem lei


anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal (CF/88, art. 5º,
XXXIX e Código Penal (CP) art. 1º).

b) Princípio da proibição da analogia “in malam partem”: Proibição da


adequação típica “por semelhança” entre os fatos.

c) Princípio da anterioridade da lei: Só há crime e pena se o ato foi


praticado depois de lei que os define e esteja em vigor.

d) Princípio da irretroatividade da lei mais severa: A lei só pode retroagir


para beneficiar o réu.

e) Princípio da fragmentariedade: O estado só protege os bens jurídicos


mais importantes, assim intervém só nos casos de maior gravidade.

f) Princípio da intervenção mínima: O estado só deve intervir pelo DP


“quando os outros ramos do Direito não conseguirem prevenir a conduta ilícita.”
(JESUS, 2009, p. 10).

g) Princípio da ofensividade: Não basta que a conduta seja imoral ou


pecaminosa, ela deve ofender um bem jurídico provocando uma lesão efetiva ou
um perigo concreto ao bem.

h) Insignificância ou Bagatela: Baseia no pressuposto de que a tipicidade


penal exige um mínimo de lesividade ao bem jurídico, reconhecendo a
“atipicidade do fato nas perturbações jurídicas mais leves.” (JESUS, 2009, p.
10).
APLICAÇÃO DA LEI PENAL – LEI PENAL NO TEMPO

Tempus Regit Actum: Tempo Rege o Ato.


Tempus regit actum é uma expressão jurídica latina que significa
literalmente o tempo rege o ato, no sentido de que os atos jurídicos se regem
pela lei da época em que ocorreram. Porém, existem duas exceções possíveis
que consistem na validade da lei a algo ocorrido anteriormente ao início de sua
vigência (retroatividade) e futuramente à revogação da referida (ultratividade).
Aplicação da lei penal no tempo

• Tempo do crime: em que momento se considera praticado o delito


no Brasil?
– No dia 07/03/2015 (momento da conduta), Fulano efetua três
disparos de arma de fogo contra o seu desafeto, Beltrano, com a intenção de
matá-lo. Beltrano é socorrido e levado ao hospital, mas, no dia 10/03/2015 (resul-
tado), vem a óbito em razão dos ferimentos sofridos.

Para definir em que momento foi praticado o delito, temos três


teorias:
• Teoria da atividade ou ação: Considera praticado o crime no
momento da conduta (ação ou omissão delituosa).
• Teoria do resultado: Considera praticado o crime no momento do
resultado do crime.
• Teoria da ubiquidade ou mista: Considera praticado o crime no
momento da conduta ou do resultado.

Obs: O artigo 4º do CP: “considera-se praticado o crime no momento


da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. No
Brasil, portanto, adota-se a Teoria da Atividade.
• Definido o momento do crime como sendo aquele em que é
praticada a ação ou omissão, devemos agora definir qual a regra de aplicação
da Lei penal no tempo. Vamos retomar o nosso exemplo:
– No dia 07/03/2015, Fulano efetua três disparos de arma de fogo
contra o seu desafeto, Beltrano, com a intenção de matá-lo. Beltrano é socorrido
e levado ao hospital, mas, no dia 10/03/2015, vem a óbito em razão dos
ferimentos sofridos.
• Em regra, aplica-se a lei penal do momento do crime e que ainda
não tenha sido revogada no momento do julgamento (Atividade da Lei Penal).
Sucessão de leis penais no tempo

Eventualmente, é possível que, entre a data do fato criminoso e o fim da


execução da pena, ocorra uma sucessão de leis penais tratando do mesmo
assunto. Veja o exemplo:

Lei A: lei penal vigente no momento do crime/revogada no momento do


julgamento.

Lei B: lei penal não vigente no momento do crime/não revogada no


momento do julgamento.

Quando tiver um sucessão de leis penais no tempo, trabalha-se com a


exceção: Extra Atividade da Lei Penal.

Qual o parâmetro deveremos utilizar para definir qual a lei deve ser apli-
cada diante dessa sucessão de leis penais no tempo?

- Utilizaremos sempre a lei penal mais benéfica ao autor do crime.

DIREITO INTERTEMPORAL.
Diante de uma sucessão de leis penais no tempo, quatro situações devem
ser analisadas:
1. Novatio legis incriminadora (nova lei incriminadora).
2. Novatio legis in pejus (nova lei maléfica ou lex gravior)
3. Novatio legis in mellius (nova lei benéfica ou lex mitior)
4. Abolitio criminis (nova lei revogadora)
Novatio legis incriminadora (nova lei incriminadora)
Na nova lei incriminadora, um fato que
anteriormente era tido como penal- mente atípico passa a
configurar crime com o advento da nova lei. Veja um exemplo
recente abaixo:

Lei n. 12.550/2011 – Fraudes em certames de interesse público


Art 311- As Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de
beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do
certame, conteúdo sigiloso de:
I– concurso público.
II– avaliação ou exame públicos.
III– processo seletivo para ingresso no ensino superior IV – exame
ou processo seletivo previstos em lei.
• Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Obs: Nesse caso, a nova lei incriminadora é irretroativa (Princípio da
Legalidade).
Abolicio criminis
Natureza Jurídica: Causa extintiva da punibilidade Art 107 CP Extinção da
Punibilidade.
Efeitos: Art 2° “cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais
da sentença condenatória.”
Exemplo: Art 2° Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.
SÚMULA 711 DO STF
A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU
AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO
DA CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA.

Imaginem:

Pedro e Paulo sequestram Marina (crime permanente) no dia 05.03.2011. A


libertação ocorre somente no dia 05.06.2011. Quando iniciaram o sequestro,
vigorava a lei A, que previa pena de 05 a 15 anos para o crime de sequestro.
Durante a permanência, entrou em vigor a lei B, que prevê pena de 04 a 10 anos
para o referido crime.

Qual lei se aplica, já que a súmula fala em aplicação da lei mais gravosa?

Nesse caso se aplica a lei nova, não por ser mais benéfica, mas por ser a lei
vigente à época da cessação da permanência. Não há retroatividade, não é isso!
A lei B estará sendo aplicada simplesmente porque o crime ocorreu durante sua
vigência. Só haveria sentido em se falar de retroatividade se o crime tivesse se
consumado (cessado a permanência) antes da entrada em vigor da lei B. Nesse
caso ela também seria aplicada, só que por outro fundamento, o do art. 5°, XL
da Constituição e art. 2°, § único do CP.

A súmula 711 do STF não diz que será aplicada a lei mais gravosa se ela vigorar
durante a permanência, não é isso. Ele diz que ela será aplicada se ela for a lei
que vigorar durante a cessação! São coisas distintas. Admitindo-se o contrário,
chegaríamos ao absurdo de termos uma lei penal mais benéfica, que vigorou
durante a prática do crime, e não foi aplicada. Pior, se ela tivesse sido editada
dias depois, seria aplicável. ABSURDO!

Assim, a súmula 711 do STF deve ser entendido da seguinte forma:

“A lei penal mais gravosa aplica-se ao crime continuado ou permanente se era a


lei vigente quando da cessação da permanência ou continuidade”
Obviamente, mesmo nesse caso, sobrevindo lei nova mais branda, esta se
aplicaria pela retroatividade da lei mais benéfica.

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