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NOVATIO LEGIS IN PEJUS –> superveniência (é o surgimento de uma lei no meio do

processo penal, ou seja, desde a denúncia do réu, o recebimento e o início da ação penal,
enquanto ainda não houve o julgamento) de lei com condenação mais gravosa ao réu.
Neste caso, aplica-se lei anterior com a pena menos gravosa, isto é, há a ultratividade
(quando uma lei anterior projeta seus efeitos para o futuro).
Se a lei posterior é menos gravosa do que a anterior, não há novatio legis in pejus: aplica-se
a lei atual (a posterior), isto é, há a retroatividade (quando uma lei posterior projeta seus
efeitos para o passado).
Explicado pelo par. único do art. 2º do CP, “a lei posterior, que de qualquer modo
favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores”. Assim, se houver lei posterior que de
qualquer modo desfavorecer o réu (novatio legis in pejus), aplica-se, por analogia, a lei mais
favorável.

ABOLITIO CRIMINIS –> superveniência de lei de descriminalize a conduta omissiva ou


comissiva do réu e, assim, o réu não é mais punido, cessando a condenção. Observância
do princípio da aplicação da lei mais favorável ao réu (irradia do princípio constitucional de
não prejudicação de direito adquirido, conforme o inc. XXXVI do art. 5º, CF e também, neste
mesmo art., do inc. XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu). Nesse caso,
há a retroatividade.
Explicado pelo caput do art. 2º do CP, “ninguém pode ser punido por fato que lei
posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos
penais da sentença condenatória”.

FONTES DE INTERPRETAÇÃO –> as fontes materiais ou de produção são, na


estruturação de um sistema de mínima convivência, onde as normas são gestadas
(confronto de interesses); as fontes formais são as que incidirão no caso concreto,
precipuamante lei federal, mas também existem outras fontes indiretas e mediatas formais
da lei.

PODER NEGOCIAL DOS SUJEITOS EM RELAÇÃO A LEIS PENAIS –> pode haver o
consentimento de não persecução (é a perseguição ao infrator, realizada pelo Estado,
usando-se dos meios necessários para a punição), isto é, não haver incriminação.
Não obstante a conduta seja prevista em lei como crime (incriminada), de acordo com as
convenções sociais e costumes, os sujeitos não serão punidos: por exemplo, furar a orelha
de um bebê para colocar brinco (enquadra-se, por não haver consentimento – e nem
poderia havê-lo —, em lesão corporal, Art. 129 - Ofender a integridade corporal ou a saúde
de outrem) ou pegar um lapís sem pedir (enquadra-se em furto, Art. 155 - Subtrair, para si
ou para outrem, coisa alheia móvel). Também há de se relacionar com o princípio da
mínima intervenção estatal (o Direito penal deve ser a ultima ratio, limitar o jus puniendi) e
fins sociais da norma.

[contexto social -> significado]

PRETENSÃO DE JUSTIÇA –> usa-se o método analítico de incriminação (processo que se


utiliza dos princípios da mínima intervenção, da subsidiaridade — o direito penal só deve
atuar quando diante da ineficiências dos demais ramos do Direito — e da fragmentariedade
— o direito penal é a última etapa de proteção dos bens jurídicos fundamentais à vida em
sociedade, e, assim, apenas contra alguns comportamentos, “fragmentos”, que violem
esses bens), mas a racionalidade não deve ser apenas teórica, mas prática (práxis). Há
subpretensões, que serão tratadas na teoria significativa do delito (a teoria defendida por
Vives Antón, que o Busato usa).

NORMAS PRESCRITIVAS E NORMAS INCRIMINADORAS –> as normas prescritivas


compreendem as necessárias para entender outras normas, ou seja, referem-se à Parte
Geral do CP. Já as normas incriminadoras (arts. 121 e ss do CP, a Parte Especial) se
estruturam compreendendo a norma primária (preceito de conduta dirigido a todos) e a
norma secundária (sanção, a pena, que é dirigida para aplicação pelo juiz, dosimetria da
pena).

[conjugação; tipicidade indireta]

ARTIGO 21 DO CP E SUAS PARTICULARIDADES –> Erro sobre a ilicitude do fato


Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir
essa consciência.

O conhecimento da lei (texto) é irrelevante. O conhecimento da norma é relevante, ou seja,


o conhecimento do ilícito.

Há de se lembrar da diferença entre texto e norma, aquele é o texto meramente escrito,


esta é o comando que é intuido do texto. Ou seja, quando o artigo fala em “lei” susbtitua por
“norma”, haja vista que o desconhecimento do “texto” nem entra na questão. Assim, o “erro
sobre a ilicitude do fato” é o erro em que seu agente cria (devido às alegações
apresentadas no processo) estar realizando ação ou omissão em pleno direito e, por isso,
imputa-se-lhe o “desconhecimento” da conduta típica, que é o fato ilícito e punível. Sendo
esse erro (o desconhecimento específico) inevitável, quando não era possível o
conhecimento dado seu estado de consciência, há a isenção de pena; se evitável, isto é,
não sendo inevitável (faz-se a investigação para achar a ineviitabilidade, em não encontrada
é evitável), há a diminuição de pena.

TÉCNICAS DE TIPIFICAÇÃO –> a tipificação é a aferição de condutas lesivas que


necessitam de incriminação, tranformando-se em ações típicas. Há diversas técnicas para
organizar e descrever essas condutas típicas. A principal é o uso de normas penais em
branco, que nada mais são que normas abertas à ação legislativa (condizente com a
complexificação das relações sociais) para dar seu complemento, podem ser normas penais
em branco em sentido extrito (quando o complemento vem de norma hierarquicamente
inferior, ou igual no caso de normas não federais); ou normas penais em sentido amplo
(quando o complemento vem de lei federal). As normas penais em branco devem ser dadas
aos assuntos facilmente mutáveis em seu conteúdo “do incriminado”, não prejudicando a
compreensão.
Os elementos normativos do tipo, aqueles que, constituindo o tipo penal, demandam certa
valoração jurídica ou cultural, são elementos cuja interpretação poderá variar conforme as
pessoas às quais estão destinados ou de acordo com o sentido em que estão inseridos no
ordenamento. São juízos de valor que necessitam de um intérpete (processo dialético). O
excesso de elementos normativos do tipo fere o princípio da legalidade.

TÉCNICAS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS PENAIS –> classifica-se a interpretação


de acordo com o intérprete: interpretação autêntica é feita pelos membros do Legislativo, no
processo legislativo; a interpretação jurisprudencial é feita pelos membros do Judiciário; a
interpretação doutrinal é feita pelos doutrinadores. Há também a classificação de acordo
com a técnica: a interpretação literal é feita com base nos princípios de que “a lei não
contempla palavras inúteis” e que “a lei é de conotação técnica”; a interpretação analógica é
feita por “cláusulas de equivalência”, em sentido incriminador (é diferente de analogia, haja
vista não haver analogia em matéria penal, exatamente por não haver “lacunas” no Direito
Penal); a interpretação teleológica é feita de acordo com o resultado e é defendida pelo
Busato (mas há outros parâmetros a se observar, “a ação é significativa”).
[ato impossível]

AÇÃO, TIPICIDADE, ANTIJURIDICIDADE E CULPABILIDADE –> construção teórica feita


pelas teorias causal-naturalista e neokantiana. No modelo causal-naturalista, a ação estava
relacionada a dois planos: injusto (elemento objetivo do delito) e culpabilidade (elemento
subjetivo do delito, teoria psicológica). O injusto se subdividia em tipo e antijuridicidade, esta
demandaria um juízo de valor e aquele indicaria a antijuridicidade. Elementos de uma teoria
do delito.
CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE, EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA E
IMPUTABILIDADE –> conceitos construídos pela teoria neokantiana necessários para a
construção da teoria do delito do Busato. Fala-se em dolo e culpa, relacionados à
consciência de agir + vontade de agir + consciência da ilicitude (dolus malus), como
elementos da culpabilidade. A imputabilidade é categoria da culpabilidade e a exigibilidade
de conduta diversa é juízo de culpabilidade.

[Art. 28, § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.]

A AÇÃO É UM DIRECIONAMENTO DE UMA VONTADE –> tese fundamental do


funcionalismo de Welzel, para quem a ação é previamente dolosa ou culposa (a vontade
interna, tendo em vista os fins, projeta as ações que devem ser tomadas para alcançar um
fim, um “retrocesso”, isto é, a vontade final é fator que configura objetivamente o “acontecer
real”, é ação).

ESTRUTURA DO DELITO FINALISTA (NEO-ONTOLOGISMO) –> a AÇÃO é pensada em


termos de consciência e vontade, o dolo é a “finalidade real”e a culpa a “finalidade
potencial”; o TIPO depende do verbo, no que está positivado, o verbo guarda a ação; na
ANTIJURIDICIDADE, deve-se ter consciência da exceção; a CULPABILIDADE é pensada
em termos de imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa e potencial de consciência da
ilicitude.

MOTIVAÇÃO SOCIAL PARA CUMPRIMENTO DA NORMA –> o funcionalismo explica


assim a exigibilidade de conduta diversa, justificando que quando se rompe com essa é por
uma “contramotivação mais forte que a motivação de cumprir”, a contramotivação é
momentânea.

LIMITES DE SENTIDO DA NORMA –> os limites são dados pela práxis, todas as ações têm
sentido e deve-se buscar este sentido por meio das normas, dos acontecimentos, do
contexto social, dos usos, dos costumes…

[liberdade de agir]
PRETENSÃO DE RELEVÂNCIA (TIPO DE AÇÃO)
AÇÃO - CRIME COMISSIVO

CRIME OMISSIVO / OMISSÃO –> PRÓPRIA: Omissão de socorro

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em
grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

IMPRÓPRIA art. 13, § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e


podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem

AUSÊNCIA DE AÇÃO

DEVER DE AGIR E POSSIBILIDADE DE AÇÃO –> avalição subjetiva no crime omissivo

CONSUMAÇÃO DE CRIME COMISSIVO

HÁ AÇÃO? HÁ RESPONSABILIDADE? JUSTIFICAR COM ARTIGOS DO CP (SE


POSSÍVEL)

• CRIME EM QUE HÁ CONSENTIMENTO DE NÃO PERSECUÇÃO POR


CONVENÇÕES SOCIAIS
• COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL
• COAÇÃO MORAL
• OMISSÃO NÃO REALIZADA
• ATO REFLEXO
• ATOS REALIZADOS EM ESTADO DE CONSCIÊNCIA - SONAMBULISMO E
HIPNOSE - NÃO TEM AÇÃO

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