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CONHEÇA SISTEMA DE

as informações FRANCHISING
essenciais

GUIA DO
EMPREENDEDOR
FRANQUEADO
SUMÁRIO
1. Introdução 03
2. Quem é quem na 04
franchising?

3. O que é uma franquia? 07


4. Negócio e oportunidade 08
5. Vantagens 09
6. Passo a passo para se 12
tornar um franqueado

7. Avaliação financeira 21
8. Orientação sobre 26
financiamentos

9. Os principais cuidados 32
10. A lei de franquias 38
11. Circular de Oferta de 40
Franquia

12. Conclusão 45
1. INTRODUÇÃO

O universo das franquias atrai o interesse de mui-


tos empreendedores. Talvez seja pelo fato do setor
apresentar crescimento e ter bons índices de fatu-
ramento. No entanto, mesmo com esse panorama
positivo, os interessados em investir neste tipo de
negócio devem estar preparados para avaliar as
oportunidades.

Apesar de terem muitas vantagens, os modelos


já testados não dispensam a análise de risco. Por
isso, conhecer bem o sistema de franquias evita
decepções em relação ao negócio e à opção de ser
um empresário.

Neste e-book você verá quais são os passos que


deverá seguir antes de adquirir uma franquia e
conferirá dicas para alcançar o sucesso.

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2. QUEM É QUEM
NA FRANCHISING?

Para entender como funcionam as franquias, veja


quais são os integrantes deste sistema de negócio.

▌Franqueadora

É a empresa que detém a marca, a tecnologia ou o


modelo de negócio e, em alguns casos, a fabrica-
ção e/ou o fornecimento dos produtos. É ela que
seleciona, se relaciona no dia a dia e dá suporte ao
franqueado.

▌Franquia

É o direito, concedido pela franqueadora ao fran-


queado, de operar um negócio sob uma marca es-
tabelecida. Também representa um conjunto de
conhecimentos em relação à operação e gestão do
negócio, envolvendo desde a implantação de uma
unidade do negócio, sua divulgação, o relaciona-
mento com fornecedores de produtos e serviços
necessários para o funcionamento e atendimento
aos clientes.

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▌Franqueado

É a pessoa que adquire uma franquia e se torna o


responsável por sua implantação, operação e ges-
tão. Ao adotar o modelo de negócio criado pela fran-
queadora, o franqueado deve seguir suas orienta-
ções e regras.

▌Fornecedores

São empresas que vendem produtos e prestam


serviços para a franquia. Algumas franqueadoras
indicam fornecedores selecionados para atender
às franquias, e até mesmo conseguem fazer nego-
ciações especiais de preços e condições de paga-
mentos em benefício dos franqueados, resultando
em benefícios para o negócio.

▌Clientes ou consumidores finais

São pessoas ou empresas que compram os produ-


tos revendidos pela franquia ou contratam os seus
serviços. Tudo o que o franqueado faz deve ter o
objetivo de atender bem e deixar o cliente satisfei-
to.

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▌Associação Brasileira de Franchising – ABF

A ABF é uma entidade sem fins lucrativos, fundada


em 1987, e tem como objetivo contribuir, fomen-
tar e primar pelo desenvolvimento técnico do sis-
tema de franchising no Brasil. Hoje, a associação
possui diversos associados, entre franqueadores,
franqueados e colaboradores do sistema de fran-
chising. Ela promove atividades com foco em agre-
gar valor e gerar benefícios para seus associados
e aos interessados no sistema de franquias. Para
isso são realizadas conferências, simpósios, semi-
nários, palestras, cursos, encontros de formação
técnica, celebração de convênios, feiras e conven-
ções.

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3. O QUE É UMA FRANQUIA?

A Lei de Franquias estabelece o conceito de Fran-


quia como a concessão do direito de uso de uma
marca ou patente realizada, através de contrato,
para outra pessoa ou empresa.

De uma forma simplificada, a franquia é uma estra-


tégia empresarial para distribuição e comercializa-
ção de produtos e serviços. Assim trata-se de um
modelo de negócio formatado e que representa a
maioria dos sistemas comercializados hoje em dia.

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4. NEGÓCIO E OPORTUNIDADE

As franquias costumam ser vistas como uma opor-


tunidade. Isto pode ser verdade, mas é preciso en-
tender que empreender significa investir dinheiro
para trabalhar, assumir custos e despesas de um
negócio, e se submeter ao risco dele não dar cer-
to. Em troca disso tudo, está a possibilidade de ter
bons ganhos.

Logo, há muito trabalho em uma franquia. Por isso,


é essencial ter o perfil adequado para ser empresá-
rio, ou seja, aceitar correr riscos, assumir respon-
sabilidades adicionais, entre outros. Além disso,
uma franquia, não cria oportunidades apenas para
o empresário. Ao empregar pessoas, ela tem um
efeito multiplicador: tende a aumentar a renda e
melhorar a qualidade de vida destas pessoas.

Segundo dados do Ministério do Trabalho


e Emprego, as micro e pequenas empresas
no Brasil geram mais empregos do que as
empresas de médio e grande porte.

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5. VANTAGENS

A principal vantagem de adquirir uma franquia


é que o negócio já foi testado e se mostrou lu-
crativo. Junto a isso, o empreendedor que op-
tar por uma franquia, irá atuar com uma marca
que já está estabelecida no mercado.

A franqueadora repassará ao franqueado, por meio


de treinamentos e materiais de apoio, o seu conhe-
cimento – em detalhes – sobre a operação do ne-
gócio.

Ter este conhecimento no início da abertura de


uma franquia é outra grande vantagem. Isso permi-
te que o franqueado domine a operação mais rápi-
do, o que pode contribuir para gerar mais receitas
e aumentar suas chances de sucesso.

O suporte da franqueadora pode variar de franquia


para franquia, e também do quanto cada negócio
exige que o franqueado tenha de conhecimentos
técnicos e habilidades específicas para tocar o ne-
gócio.

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Alguns dos itens que podem ser oferecidos pela
franqueadora para os seus franqueados são:

▌Apoio para a busca e seleção de pontos comer-


ciais.

▌Capacitação sobre produtos e serviços da fran-


quia e processos da operação do negócio.

▌Software e outras ferramentas de apoio para ope-


ração e gestão do negócio.

▌Consultoria de campo (visitas periódicas à fran-


quia para ajudá-la a avaliar o desempenho do ne-
gócio e orientá-la sobre como melhorar os seus re-
sultados).

▌Apoio na divulgação da marca e dos produtos e


serviços.

10
▌Desenvolvimento e atualização dos conhecimen-
tos e técnicas de operação e gestão do negócio.

▌Negociação com fornecedores de produtos e ser-


viços que sejam necessários para a operação das
franquias, buscando descontos nos preços e condi-
ções especiais de pagamentos.

▌Pesquisa, monitoramento e atualização de in-


formações sobre o mercado de atuação das fran-
quias, que sejam importantes para o seu contínuo
desenvolvimento e manutenção de suas vantagens
competitivas.

11
6. O PASSO A PASSO PARA
SE TORNAR UM FRANQUEADO

No mercado existem centenas de franquias em diversos


ramos de atuação, oferecendo oportunidades de ter um
negócio de sucesso para diferentes perfis de empresários.

Ao considerar a aquisição de uma franquia, a orientação


mais importante é a de não tomar uma decisão por impul-
so. É preciso dedicar um tempo para pesquisar e buscar
informações. Assim será possível decidir com maior segu-
rança qual é a melhor franquia, considerando o seu perfil.

Acompanhe o passo a passo a seguir para ter maiores


chances de ser um franqueado de sucesso.

12
1
Pense no que você gosta de
fazer e no que você quer para
a sua vida.
Reflita sobre o que você gosta de fazer, qual tipo
de atividade lhe dá prazer, e sobre o que você real-
mente quer para sua vida. Será a partir desta refle-
xão que sua decisão deve começar a ser tomada.

Se você busca maior liberdade, está disposto a cor-


rer alguns riscos, adquirir uma franquia pode ser
um bom caminho para alcançar esses planos.

No entanto, se você não abre mão de ter uma ren-


da mensal garantida ou não consegue lidar com
pessoas e clientes, talvez seja melhor investir sua
carreira trabalhando numa empresa que lhe ofere-
ça boas oportunidades de crescimento.

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2
Liste e selecione as franquias
existentes mais atrativas para
você.
Faça um levantamento das franquias que sejam do
ramo de atividade ou que estejam mais próximas
do que você definiu no passo 1.

Evite franquias que não estejam na área do que


você gosta de fazer, mas oferecem oportunidades
de ganhos bastante atrativas. Fazer algo que você
não gosta pode levá-lo a ter problemas pessoais
e até no negócio. Portanto, liste as franquias dos
tipos de negócios que você mais se identifique.

Além disso, avalie o cenário econômico do segmen-


to escolhido.

14
3
Avalie as franquias
selecionadas.
Da lista das franquias selecionadas no passo 2,
consulte o site de cada uma delas e verifique os
pré-requisitos para se tornar um franqueado. Os
primeiros itens a considerar são:

▌o perfil pessoal exigido;

▌o investimento inicial necessário;

▌as cidades e os bairros que estão disponíveis, em


cada rede, para a abertura de novas franquias.

Naquelas em que você se qualifica, levante outras


informações básicas que todas as franqueadoras
divulgam publicamente, como o faturamento mé-
dio de uma unidade, qual o lucro esperado e outras
características do negócio, como a necessidade de
ponto comercial para a operação, horários obriga-
tórios de funcionamento do negócio, entre outros.

15
3
Avalie se estas características estão dentro do que
você está disposto a assumir e se o lucro esperado
do negócio é compatível com suas necessidades
ou planos.

Para facilitar a avaliação das franquias seleciona-


das, monte uma tabela colocando lado a lado os
itens listados no passo 3. Compare cada item se-
paradamente e depois no conjunto. Você vai perce-
ber que ficará mais fácil organizar as informações e
avaliar qual é a melhor opção de negócio.

16
4
Entre no processo de seleção.
Contate a franqueadora e entre no processo de se-
leção da franquia melhor avaliada no passo 3. Se
houver mais de uma franquia selecionada, se ins-
creva em todas as seleções.

No processo de seleção acontecerá a avaliação


de ambos os lados. Do franqueador quanto a você
como candidato à franquia, e sua avaliação do fran-
queador como uma empresa que possui uma mar-
ca reconhecida, que está bem estruturada e que
mantém boa relação com os seus franqueados.

Ao longo da seleção, você deverá ter acesso a infor-


mações adicionais e mais detalhadas sobre o ne-
gócio e o que a franqueadora se propõe a oferecer
aos franqueados em termos de suporte.

17
4
Os pontos mais importantes são a ESTRUTURA e a
FORMA como a franqueadora repassará os conhe-
cimentos e técnicas do negócio; bem como quais
são as estruturas de apoio para a rede.

Dê atenção à Circular de Oferta de Franquia – COF


e certifique-se de que não exista nenhuma dúvida
em relação às regras, obrigações e a descrição do
negócio. A COF, de forma geral, costuma ser entre-
gue depois que você tiver avançado para as últimas
etapas do processo de seleção da franquia.

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5
Prepare-se, implante e inicie
o seu negócio.
Com a aprovação da franqueadora para você se
tornar um franqueado, e a assinatura do pré-con-
trato ou do contrato de franquia, haverá uma série
de medidas a serem tomadas para o início do seu
negócio. Entre elas estão:

▌Abertura de empresa.

▌Abertura da empresa na Junta Comercial e obten-


ção de um CNPJ na Receita Federal ou obtenção
do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ
e todos os registros e licenças necessárias para a
operação do negócio.

▌A contratação de pessoal para a formação da


equipe da franquia.

▌A participação nos treinamentos iniciais ofereci-


dos pela franqueadora e a busca por um ponto co-
mercial.
19
5
▌A compra de produtos, equipamentos e outros
materiais de apoio à operação do negócio.

Pela lei do franchising, a aplicação de treinamen-


tos pela franqueadora não é obrigatória. Portan-
to, não deixe de participar de todos os treinamen-
tos oferecidos. Aproveite as oportunidades para
se aperfeiçoar no negócio escolhido.

Caso sua franquia exija dedicação integral e exclu-


siva, você precisará se desvincular da sua ativida-
de profissional anterior.

Defina junto com a franqueadora um plano preven-


do todas as tarefas que precisam ser realizadas
para que sua franquia comece a funcionar, e esti-
me um prazo para cada uma.

O início das atividades dependerá muito da veloci-


dade com que você cumpra as tarefas de prepara-
ção do negócio.

20
7. AVALIAÇÃO FINANCEIRA

A avaliação financeira de uma franquia é um dos itens de


maior relevância para a decisão de investir ou não em uma
rede. Os principais itens que você deve considerar estão
explicados a seguir.

ENTRADAS OU RECEITAS

As receitas do negócio são obtidas pelas vendas. No caso


de um negócio de venda de produtos ou prestação de ser-
viços, as receitas serão a soma dos valores do total das
vendas ou do total de serviços prestados.

SAÍDAS DE DINHEIRO

As saídas de dinheiro são formadas por um conjunto de


obrigações financeiras de diferentes tipos, como, por
exemplo: impostos pagos para o governo. A maioria dos
impostos é paga mensalmente e calculados conforme as
receitas de vendas. Para conhecer os impostos a serem
pagos no negócio da franquia que você está investindo ou
avaliando, busque a franqueadora.

21
TAXAS DA FRANQUIA

São as taxas pagas à franqueadora, definidas na Circular


de Oferta de Franquia e no Contrato de Franquia. Cada
franqueadora pode ter uma regra específica para estas
taxas, que podem ter um valor fixo mensal (independente
das receitas da sua franquia), ou podem ser calculadas
sobre um percentual das receitas de vendas.

Taxa de royalties: remunera a franqueadora sobre a mar-


ca e o modelo de negócios que ela desenvolveu e cede
para o franqueado. Ela sustenta a estrutura de suporte
que a franqueadora mantém para oferecer treinamentos,
consultoria de campo e atendimento aos franqueados.

Taxa de marketing: forma um fundo de recursos que se-


rão investidos em ações de marketing da rede. Com toda a
rede contribuindo, é possível criar materiais e campanhas
de divulgação que as unidades franqueadas não conse-
guiriam sozinhas.

Taxa de franquia: também chamada de taxa inicial, é paga


somente uma vez na assinatura do Contrato de Franquia e
deve estar na conta do investimento inicial. Pode ser paga
novamente na renovação do Contrato de Franquia. Esta
regra pode variar de uma rede para outra, e deve estar
prevista no contrato.

22
CUSTOS E DESPESAS

Os custos são saídas relacionadas a gastos com


os produtos revendidos ou com materiais de apoio
para a prestação de serviços. Já as despesas se re-
ferem às saídas relacionadas aos recursos neces-
sários para a operação do negócio. As principais
despesas são:

▌Salários, encargos e benefícios.

▌Aluguel do ponto comercial.

▌Divulgação local do negócio.

▌Informática.

▌Manutenção de máquinas e equipamentos.

▌Manutenção predial do ponto comercial.

▌Financeiras (tarifas bancárias, taxas de máqui-


nas de cartão de crédito e de débito, juros pagos
por empréstimos de curto prazo).

▌Administrativas (contabilidade, material de escri-


tório e de limpeza).

▌Pró-labore (o “salário” do empresário).

23
INVESTIMENTO INICIAL

O investimento inicial envolve todo o dinheiro ne-


cessário para a entrada no negócio, implantação
e início da operação. Este investimento também é
chamado de capital inicial.

Os principais itens de investimento inicial são:

▌Taxa de franquia.

▌Abertura de empresa (obtenção do CNPJ e todos


os registros e licenças necessárias para a opera-
ção do negócio).

▌Obras e reformas do ponto comercial.

▌Máquinas, equipamentos e outros materiais de


apoio para a operação do negócio.

▌Compra de produtos para a formação do estoque


inicial.

▌Ações de divulgação inicial de abertura do negó-


cio.

Algumas franqueadoras podem cobrar pelo trei-


namento inicial. Nestes casos, os valores devem
ser considerados no investimento inicial.

24
LUCRO

O lucro da franquia é a diferença entre as receitas


de vendas e o conjunto formado pelos custos, des-
pesas e os investimentos. Na prática, é o dinheiro
que sobra após o pagamento de todas as contas
do negócio.

FLUXO DE CAIXA E CAPITAL DE GIRO

Como qualquer negócio, uma franquia deve ter


bastante atenção ao fluxo de caixa. Ele é o dinhei-
ro que sobra no caixa da empresa ao final de cada
dia. Dentro de um mês, mesmo que as receitas de
vendas sejam maiores que todas as saídas de di-
nheiro (portanto havendo lucro), é possível que ao
longo do mês falte dinheiro para o pagamento de
contas nas datas de vencimento, e a conta corren-
te fique negativa no banco.

RETORNO DO INVESTIMENTO

É o retorno sobre o capital investido na franquia.


Fazendo uma comparação com o dinheiro investi-
do na poupança ou em um fundo de investimento,
é como se o retorno fosse os juros recebidos sobre
o investimento. No caso da franquia é a soma dos
lucros a cada ano de operação do negócio em rela-
ção ao investimento realizado.

25
8. ORIENTAÇÕES SOBRE
FINANCIAMENTOS

Uma questão importante para o sistema de fran-


chising é quanto ao investimento necessário para
a abertura de uma franquia. Nem sempre o futu-
ro franqueado terá todo o dinheiro necessário, ou
seja, recursos próprios para iniciar o negócio e se
manter até que ele se desenvolva.

Nestes casos, o interessado em investir na franquia


poderá buscar um financiamento bancário. Porém,
é preciso estar ciente de que o financiamento se
tornará uma dívida e deverá ser pago em dia.

Veja a seguir as principais questões acerca da bus-


ca de financiamento bancário para uma franquia.

26
Os financiamentos bancários
são concedidos para todos?
Não. Os bancos possuem critérios para avaliar as
solicitações de financiamentos. Eles avaliam o his-
tórico de crédito do solicitante, seu histórico bancá-
rio, sua capacidade de pagamento, bens que pos-
sui, entre outros aspectos.

Qual o valor máximo que eu pos-


so conseguir de financiamento?
Cada banco possui sua regra quanto ao valor má-
ximo, que é definido caso a caso ou como um per-
centual do valor total necessário para abrir o negó-
cio. Em geral, os bancos financiam um valor menor
que o total necessário.

27
Quanto custa um financiamento
bancário?
O custo são os juros cobrados pelo banco. Os juros
são os valores pagos além do próprio valor empres-
tado. Desta forma, os juros são o “preço” a ser pago
pelo financiamento, além da devolução do próprio
valor emprestado.

Saiba que o prazo para pagamento também in-


fluencia no valor total dos juros. Quanto maior for
o prazo, mais juros serão pagos e, consequente-
mente, maior será o preço pago pelo empréstimo.
Portanto, tome cuidado com prazos muito longos.
Muitas vezes eles até têm parcelas mensais bai-
xas, mas no valor total da dívida o preço pago será
bem maior.

28
Qual é o valor que eu devo finan-
ciar para abrir uma franquia?
Quanto menor for o valor a ser financiado, menos
juros serão pagos. Assim, selecione uma franquia,
e compare a necessidade de investimento inicial
com os recursos financeiros que você tem. O inves-
timento na franquia deverá ser compatível com os
seus recursos disponíveis e com sua capacidade
de pagamento após a implantação da franquia.

O recomendado é que você financie somente até


50% do valor total do investimento necessário da
franquia, dessa forma evita-se que seu endivida-
mento fique muito alto.

29
O que o banco vai exigir para me
conceder um financiamento?
O banco pode exigir garantias de pagamento do
empréstimo, desde um fiador até um imóvel ou um
carro. Esses bens serão alienados ao banco até
que a dívida seja quitada.

Tenho alguma vantagem ao in-


vestir em uma franquia em vez
de abrir um negócio próprio?
Sim, há várias franqueadoras que firmam convê-
nios com bancos que possuem financiamentos
para franquias, oferecendo aos seus franqueados
condições diferenciadas ou até melhores que em
um financiamento para um negócio próprio. No
Brasil, tanto os bancos públicos quanto os bancos
privados oferecem linhas de financiamento especí-
ficas para franquias.

30
DICAS SOBRE FINANCIAMENTO

▌Procure analisar todas as opções oferecidas pe-


los bancos para verificar a que melhor se enquadre
na sua necessidade.

▌Questione e avalie junto ao franqueador se um


empréstimo é compatível com a realidade do negó-
cio da franquia que você está adquirindo.

31
9. OS PRINCIPAIS CUIDADOS

O franqueado deverá conhecer bem o negócio em


que está entrando e quais são os desafios que
enfrentará, isso evitará surpresas. Veja os princi-
pais pontos que o interessado em ser franqueado
deve conhecer antes de investir.

HISTÓRIA DO NEGÓCIO E DA FRANQUEADORA

Busque informações sobre como surgiu o negócio


e a franqueadora. Qual foi sua trajetória até ago-
ra? Quanta experiência tem com o negócio? Quan-
do iniciou no sistema de franchising? A Circular de
Oferta de Franquia deve trazer estas informações,
mas não se limite somente a ela.

IMAGEM DA MARCA DA FRANQUIA

Investigue qual é a imagem que a marca tem no


mercado e o quanto ela é divulgada. Nem todas as
franquias possuem uma marca muito conhecida. É
possível em alguns casos que seja uma marca ain-
da nova e pouco conhecida, e até mesmo que você
venha a ser um dos primeiros franqueados.

32
Saiba que os franqueados exercem um papel fun-
damental na construção da marca da rede. É im-
portante que ela tenha ou que venha a ser formada
de modo positivo como resultado do esforço con-
junto da franqueadora com os seus franqueados.

A COF deve informar a situação da marca perante o


INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
Você também poderá consultar o registro da marca
gratuitamente no site do INPI – Instituto Nacional
de Propriedade Industrial (www.inpi.gov.br).

RESULTADOS ECONÔMICOS

Levante informações sobre o quanto uma unidade


da franquia costuma faturar, o quanto se paga de
impostos e de taxas à franqueadora, quais são os
custos e despesas da operação e quanto sobra no
final do mês. A franqueadora lhe dará algumas re-
ferências de quanto uma unidade atinge de fatu-
ramento e de lucro. Mas considere que os dados
fornecidos pela franqueadora são valores médios,
podendo variar bastante de unidade para unidade,
e que bons resultados dependem de muito esforço
e dedicação, além de fatores de mercado.

33
RELAÇÃO COM OS FRANQUEADOS DA REDE

Verifique como a franqueadora lida com seus fran-


queados em situações adversas. Como em todo ne-
gócio, as franquias também possuem problemas e
dificuldades a resolver no dia a dia, e muitas delas
podem envolver os franqueados.

A diferença está na forma como estas dificuldades


são tratadas. Numa relação ideal entre a franquea-
dora e os franqueados são buscados os interesses
comuns e coletivos da rede, e cada uma das partes
cumpre com as suas obrigações. Daí a importância
de haver uma definição clara desde o início do pa-
pel de cada parte no negócio.

A responsabilidade de cada parte pode ser dividida


da seguinte maneira:

34
FRANQUEADORA

▌Desenvolver e atualizar conhecimentos e técnicas


da operação e da gestão do negócio, assim como dos
produtos e serviços.

▌Aplicar treinamentos para a rede de franquias, des-


de que previsto na Circular de Oferta de Franquia ou
Contrato.

▌Trabalhar no marketing da marca e na divulgação


em nível nacional.

▌Oferecer consultoria de campo, por meio de visitas


periódicas às franquias e contatos à distância, para
apoiar os franqueados na avaliação
e melhoria contínua dos resulta-
dos do negócio, desde que pre-
visto na Circular de Oferta de
Franquia ou Contrato.

▌Acompanhar o mercado, ava-


liar tendências, gerar informa-
ções relevantes para a rede e
tomar decisões estratégicas
que permitam às franquias
manter seus diferenciais
competitivos.

35
FRANQUEADO

▌Implantar sua unidade franqueada.

▌Participar de todos os treinamentos aplicados


pela franqueadora.

▌Gerir a equipe da sua unidade.

▌Operar sua unidade.

▌Fazer a gestão da sua unidade;

▌Pagar as taxas acordadas (inicial, royalties, mar-


keting e outras).

▌Fazer a divulgação local da


franquia, assim como participar
das campanhas de marketing
da rede, conforme as regras e
orientações repassadas pela
franqueadora.

▌Zelar pela imagem da marca


em sua região de atuação.

36
CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO

Informe-se sobre todos os treinamentos que a fran-


queadora oferece ao franqueado. O que é explicado,
a forma como são ministrados, quando e com que
frequência. É importante que haja um treinamento
inicial e outros periódicos, conforme a necessidade
de cada negócio, para a atualização de técnicas, o
lançamento de novos produtos e serviços etc.

É comum que as franqueadoras entreguem ma-


nuais ou guias da operação do negócio, que ser-
vem como material de consulta dos franqueados
no dia a dia do negócio. Para as franquias que te-
nham uma equipe, é fundamental que o franquea-
do repasse os conhecimentos e técnicas aprendi-
das para os integrantes que não possam participar
dos treinamentos da franqueadora.

37
10. A LEI DE FRANQUIAS

A relação entre franqueadora e franqueado é regida pela


Lei 8.955 de 1994. Dentro dela, há dois objetivos se des-
tacam:

1. Garantir que não haja vínculo empregatício entre a


franqueadora e o franqueado.

2. Garantir que o candidato a uma franquia tenha acesso


a todas as informações relevantes sobre o negócio, an-
tes de assinar o contrato de franquia e pagar quaisquer
valores.

Para cumprir esses objetivos, a lei torna obrigatório que:

▌A cessão ao franqueado do direito de uso de marca ou


patente esteja associada ao direito de distribuição EXCLU-
SIVA ou SEMIEXCLUSIVA de produtos ou serviços.

▌A Circular de Oferta de Franquia – COF seja ENTREGUE


com antecedência.

▌A assinatura de um Contrato de Franquia entre as partes


(e de um pré-contrato, se for o caso), após o PRAZO MÍNI-
MO de 10 dias a partir da entrega da Circular de Oferta de
Franquia.

38
No contrato de franquia não poderá existir víncu-
lo empregatício esse vínculo entre o franqueado e
a franqueadora, nem dos funcionários da franquia
com a franqueadora. A regra fundamental é:

O negócio do franqueado
tem que viver de suas
próprias receitas, e não
pode ser remunerado
pela franqueadora.

39
11. CIRCULAR DE OFERTA
DE FRANQUIA – COF

A Circular de Oferta de Franquia – COF contém as


informações fundamentais para apoiar a tomada
de decisão de investir ou não em uma franquia.

Por isso, leia a COF atentamente. Se possível, bus-


que auxílio de um advogado para analisar as infor-
mações. Anote todas as dúvidas que tiver para bus-
car as respostas junto à franqueadora.

Envolva sua família e amigos nessa análise. Mes-


mo que eles não venham a fazer parte da equipe
da franquia, de alguma forma eles estarão envolvi-
dos com o negócio, pois poderão apoiá-lo ou incen-
tivá-lo no dia a dia do negócio.

40
VÍDEO

A Circular de Oferta de Franquia, ou simplesmente


COF, é uma das peças mais importantes na relação
franqueador–franqueado. Portanto, que tal enten-
der melhor sobre ela? Assista ao vídeo e confira as
explicações.

41
A seguir estão listadas algumas informações que
devem estar na COF, que deverá ser construída
em linguagem simples e acessível. A forma de
descrever as informações é livre e cada franquea-
dora pode decidir detalhar mais ou menos. O que
não pode é faltar informações obrigatórias e nem
ficar dúvidas em relação ao negócio, regras a se-
rem seguidas, e as tarefas e responsabilidades de
cada parte. Confira o que estará no documento.

▌Indicação de pendências judiciais

É importante que o futuro franqueado saiba se al-


gum procedimento ou ação da franqueadora está
sendo questionada judicialmente.

▌Previsão de manuais ou guias de orientação da


franquia

Os manuais ou guias da operação da franquia são


colocados como parte integrante do contrato de
franquia, para garantir que franqueado cumprirá as
regras e orientações da franqueadora. Saiba que
os manuais poderão ser atualizados e alterados ao
longo do tempo, passando a ter novos conteúdos
e ter uma nova versão, que deverá ser respeitada
pelo franqueado.

42
▌Marketing da rede

O marketing costuma ser um tema polêmico nas


redes de franquias, pois em geral a franqueadora
utiliza o dinheiro pago pelos franqueados na taxa
de marketing para realizar suas campanhas de di-
vulgação. O uso deste dinheiro em ações que nem
todos na rede concordam é o que problematiza
a questão. Ou seja, as contribuições do fundo de
marketing vêm dos franqueados e é a franquea-
dora que decide o destino dos recursos. Portanto,
leia atentamente a COF e saiba quais são as regras
para o uso do dinheiro da taxa de marketing.

▌Auditoria e supervisão

O contrato de franquia pode prever que a franquea-


dora possa ter acesso a informações gerenciais da
franquia. Portanto, podem ocorrer auditorias e su-
pervisões. O objetivo é ajudar o franqueado a me-
lhorar sua operação e gestão do negócio, buscan-
do sempre melhores resultados.

A auditoria também pode ser realizada para fiscali-


zar se a franquia está cumprindo suas obrigações
e seguindo os padrões da franqueadora.

Assim, confira a COF sobre esse assunto!

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▌Obrigações de cada parte

O contrato de franquia define as obrigações não so-


mente do franqueado, mas também da franquea-
dora. As obrigações de cada parte são importantes
para a definição das responsabilidades e tarefas
de cada um no dia a dia do negócio. Veja se a COF
da franquia que você está analisando contém es-
sas obrigações.

▌Rescisão do contrato

A Circular de Oferta de Franquia e o Contrato de


franquia deverão prever as situações em que pode-
rá haver rescisão, ou seja, o encerramento anteci-
pado, por qualquer uma das partes, e se haverá a
cobrança de multas nestes casos.

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12. CONCLUSÃO

As franquias têm oferecido oportunidades de tra-


balho e aumento da renda a pessoas que querem
ter o seu próprio negócio e estão dispostas a tra-
balhar com dedicação e persistência.

A tomada de decisão sobre investir em uma fran-


quia ou não depende de uma série de fatores. Os
aspectos mais importantes são saber o que você
quer para a sua vida e as informações que você
terá acesso através da COF.

Como em qualquer negócio, o sucesso de uma


franquia depende de dedicação e persistência. É
claro que a construção de uma boa relação com a
franqueadora também ajudará no desempenho da
franquia.

Por fim, tenha atenção no atendimento aos clien-


tes, pois são eles que contribuirão e muito para o
sucesso da sua franquia.

Bons negócios!

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Para acessar outras
soluções educacionais,
acesse:

www.sebrae.com.br
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