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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DE EXECUÇÕES

PENAIS DA COMARCA DE CONTAGEM-MG

Processo nº xxxx

JOAQUIM DAS DORES, nacionalidade; estado civil; profissão; CPF;


RG; residente e domiciliado na Rua, número, Bairro, Cidade, Estado, por seu advogado
que a esta subscreve, conforme procuração anexa a este instrumento, vem respeitosamente
à presença de Vossa Excelência, requerer

PEDIDO DE LIVRAMENTO CONDICIONAL E PROGRESSÃO DE PENA

 com fulcro nos arts. 83 do CP e art. 112 da Lei de Execução Penal nº


7.210/84, pelos motivos de fato e direito a seguir expostos:

1. DOS FATOS

O apenado em epígrafe foi condenado pelo crime de homicídio simples,


sob a pena de seis anos de reclusão em regime semiaberto e o sentenciado se encontra,
nesse momento, em fase de execução penal na Comarca de Contagem, em Minas Gerais.

Em virtude de ser o apenado primário, ter bons antecedentes e tinha


cumprido 1/6 (um sexto) de sua reprimenda, foi solicitado em juízo o pedido de saída
temporária e autorização para trabalhar, o que foi deferido, por cumprir os requisitos.

Dessa forma, o sentenciado encontra-se trabalhando em uma feira livre


vendendo frutas e verduras. Contudo, Joaquim conseguiu colocação como pedreiro em
uma empresa de engenharia civil, mas, de acordo com o contrato de trabalho, ele deverá
exercer as suas atividades de segunda a sábado, o que é incompatível com a autorização de
trabalho externo, que pode ser realizado apenas de segunda a sexta-feira.
Cumpre esclarecer que o sentenciado é casado, pai de dois filhos e possui
endereço certo na cidade de Contagem, local em que reside há 15 anos.

Além do mais, já cumpriu dois anos e dois meses de pena privativa de


liberdade, de acordo com atestado emitido pela Secretaria da Vara de Execuções, além de
não ser reincidente em crime doloso nem possuir maus antecedentes

Joaquim nunca se atrasou no retorno ao presídio em suas saídas


temporárias ou trabalho externo, sendo extremamente pontual em sua chegada. Além disso,
mantém um comportamento harmônico com os demais detentos e agentes penitenciários,
tratando todos com urbanidade e respeito, conforme declaração do diretor do
estabelecimento prisional.

Sendo que uma vez preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos,


previstos no art. 112 da LEP e 83 do CP, torna-se imperiosa a concessão tanto da
progressão de regime quanto do livramento condicional, como será exposto.

2. DO DIREITO

2.1 DO PEDIDO DE LIBERDADE CONDICIONAL

A liberdade condicional é a possibilidade do sentenciado tem de cumprir


em liberdade o tempo restante da pena a que foi condenado, desde que cumpra as
condições impostas pelo juiz da Vara de Execuções Penais na sentença que concede a
liberdade condicional.
Conforme exposto nos fatos, constata-se que estão presentes os requisitos
necessários para o deferimento do benefício Livramento Condicional, senão vejamos o que
estabelece o art. 83, I do CP:

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena


privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:

 I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em


crime doloso e tiver bons antecedentes;

(...)
III- Comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom
desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria
subsistência mediante trabalho honesto;

O sentenciado, até a presente data, já cumpriu dois anos e dois meses de


pena privativa de liberdade, prazo necessário à concessão do livramento condicional, já
que ele é primário e não possui maus antecedentes, além de ter bom comportamento
carcerário e comprovada possibilidade imediata de trabalho.
A Lei nº 7.210/84 (LEP), sobre o assuntado, assim preceitua:

Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo juiz da execução,
presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal,
ouvidos o Ministério Público e o Conselho Penitenciário

Portanto, tendo em vista que o condenado já cumpriu mais de 1/3 da pena


ostenta todos os requisitos exigidos, bem como é detentor de bom comportamento
carcerário, conforme certidão de bom comportamento carcerário, fazendo jus à concessão
do citado Livramento Condicional, devendo ser deferido o pedido, ficando o sentenciado
subordinado as condições impostas na forma do artigo 132 da Lei nº 7.210/84.

2.2 DO PEDIDO DE PROGRESSÃO DE PENA

Caso V. Exa. entenda não ser cabível a concessão do benefício do


livramento condicional, requer que seja concedida a Progressão de Regime, com base nos
argumentos fáticos e jurídicos a seguir esboçados:
Como já exposto, o apenado já cumpriu dois anos e dois meses de pena
privativa de liberdade, de acordo com atestado emitido pela Secretaria da Vara de
Execuções, bem como é primário e tem bons antecedentes.
Assim, diante do suporte fático apresentado, urge invocar, ao caso, o
art. 112 da Lei de Execuções Penais, que dispõe o seguinte:

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva


com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz,
quando o preso tiver cumprido ao menos:

III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime
tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça;
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se
ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento,
respeitadas as normas que vedam a progressão. 

Em respeito ao inciso III do art. 112 da LEP, será possível que se consiga
a progressão do regime semiaberto para aberto, pois Joaquim já cumpriu mais de 25% da
pena imposta, possui bom comportamento carcerário, como determina o §1º do dispositivo
citado, além de ter comprovado a possibilidade imediata de trabalho, cumprindo assim com
o previsto no art. 114, I da mesma Lei, in verbis:

Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:

I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;

O Requerente conseguiu uma oportunidade de emprego, com uma


colocação como pedreiro em uma empresa de engenharia civil e de acordo com o contrato
de trabalho, ele deverá exercer as suas atividades de segunda a sábado.
Nesse sentido, cabe a progressão de regime do semiaberto para o regime
aberto, podendo o juiz condicionar a progressão ao cumprimento de regras específicas,
previstas nos art. 115 e 116 da LEP, in verbis:

Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de


regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:

I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;

II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;

III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;

IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for


determinado.

Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a


requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do
condenado, desde que as circunstâncias assim o recomendem.

Portanto, requer a progressão de regime, estando o sentenciado de acordo


e se comprometendo a aceitar e cumprir as condições estabelecidas por este Juízo.
3. DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, requer, depois de ouvido o Ministério Público e


o Conselho Penitenciário, que seja concedido o livramento condicional. E, de acordo com
o princípio da eventualidade, caso não se entenda pela liberdade condicional, seja
concedida a progressão do regime semiaberto para o regime aberto.

Nesses termos, pede deferimento.

Local, data

ASSINATURA ADVOGADO
OAB Nº

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