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DOS EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE

a)    Embargos infringentes – recurso oponível contra decisão não unânime de


instância revisora (segundo grau), em recurso de apelação e em sentido estrito, desde
que desfavorável ao réu (sucumbência e interesse), ou seja, desde que haja um voto
vencido favorável ao réu.

Histórico: introduzido pela Lei nº 1.720-B, de 3 de novembro de 1952.

Disciplina legal ou (cabimento): previsto no art. 609, parágrafo único, do CPP;

Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de


Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas
leis de organização judiciária.

Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância,


desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão
ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do
art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de
divergência.

a)- Quanto aos embargos infringentes - visam à modificação do acórdão sobre o


mérito da questão, ou seja, os embargos infringentes são privativos da defesa, e o
seu cabimento envolve dois aspectos:

1) – a natureza da decisão recorrida e, 2) – a existência de divergência.

b)- Os embargos de nulidade – visam à anulação do julgamento, versando sobre


matéria processual, capaz de invalidar o acórdão ou o processo.

Pressupostos dos embargos infringentes: decisão não unanime, com voto vencido;


recurso em sentido estrito e apelação (agravo em execução – jurisprudência admite).

Características: recurso ampliativo – pois possibilita o reexame da matéria que foi


objeto de divergência amplia a composição da turma julgadora; possui caráter de
retratação, pois os próprios julgadores de acórdão embargado participam do
julgamento do recurso.

Finalidade: fazer valer o voto vencido; possibilitar o reexame da matéria objeto de


discordância, ocorrida no julgamento de uma apelação ou de um recurso em sentido
estrito, por turma ampliada de juízes ou desembargadores.

Efeitos: devolutivo e suspensivo

Prazo: 10 dias contados da publicação do acórdão na imprensa oficial.

Legitimidade Ativa: recurso exclusivo da defesa por tratar-se de decisão


desfavorável ao réu, entretanto poderá o MP manejar os citados embargos, na
condição de custos legis (fiscal da lei).

Processamento: Interposição por petição dirigida ao relator do acórdão embargado,


peça onde se declara a vontade de recorrer acompanhada das razões dirigida ao
tribunal competente peça onde se declaram os motivos do inconformismo, e deverá
respeitar os limites impostos pelo voto divergente, ou seja, a argumentação não
poderá ultrapassar o que foi admitido pelo voto vencido. Devem ser dirigidas ao relator
do acórdão e entregues na secretaria do tribunal.

Procedimento:

            Apresentado o recurso, este é encaminhado ao relator do acórdão embargado,


que decidirá sobre a admissibilidade. Se denegado, caberá agravo regimental. Abra-
se vista à parte contrária, pelo prazo de 10 dias, para impugnação, em seguida por
igual prazo, os autos são encaminhados à Procuradoria de Justiça, para oferecer
parecer. Os embargos são, então, distribuídos a um relator sorteado dentre os juízes
ou desembargadores, não podendo ser nenhum dos juízes que tomaram parte no
julgamento. Concede-se ainda o prazo sucessivo de 10 dias ao relator e ao revisor
para estudo dos autos.

De acordo com o art. 613 do CPP - a apresentação dos embargos ao relator do


acórdão embargado - Remessa dos autos ao procurador geral para dar parecer em
dez dias, distribuição ao relator para elaborar relatório no prazo de 10 dias, e remessa
ao revisor para em 10 dias elaborar a revisão e pedir dia para julgamento. Na sessão
de julgamento, com o tempo de debates de um quarto de hora (possibilidade de
sustentação oral por 15 minutos); o querelante e assistente têm direito de
manifestação, em respeito ao contraditório, num prazo de 10 dias.

Observações:

- sugere-se que a defesa deverá opor embargos apenas em relação a parte cabível, e
poderá também interpor o recurso eventualmente cabível quer seja especial ou
extraordinário, concomitantemente antes do julgamento dos embargos.

DOS EMBARGOS DE NULIDADE

A previsão deste recurso encontra-se no art. 609 e parágrafo único do Código de


Processo Penal, e igualmente aos embargos infringentes é de interesse do réu
interpor os embargos de nulidades ao Tribunal de Justiça, câmara ou turmas criminais,
no prazo de dez dias a contar da data da publicação do acórdão.

Segundo Tourinho Filho  os embargos de nulidades são oponíveis contra a decisão de


segunda instância não unânime e desfavorável ao réu, entretanto, a divergência é
sobre matéria estritamente processual, capaz de tornar inválido o processo. Portanto
estes embargos não visam a modificação, mas à anulação do feito, possibilitando sua
renovação.

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