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7 de Outubro de 2021
RESUMO
ABSTRACT
CF Constituição Federal
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO..............................................................................
...................11
1.1.
JUSTIFICATIVA...............................................................................................
12
1.2.
OBJETIVOS.....................................................................................................1
4
1.4. ESTRUTURAÇÃO DO
ESTUDO.....................................................................16
2. REVISÃO DE
LITERATURA...........................................................................17
2.1. PRINCÍPIOS
gerais......................................................................................17
2.2. O
JUIZ..............................................................................................................19
2.3. A FUNÇÃO DO
PROCESSO...........................................................................21
2.6. IMPARCIALIDADE E
NEUTRALIDADE..........................................................34
3. ESTUDO DE
CASO.........................................................................................4
5
4. RESULTADOS E
DISCUSSÕES....................................................................52
CONSIDERAÇÕES
FINAIS........................................,....................................56
REFERÊNCIAS.............................................................................
...................59
1. INTRODUÇÃO
Logo, falar em juiz imparcial, significa dizer que o mesmo não deve obter
para si qualquer interesse em relação as partes do processo, preocupando
tão somente com a concretização da justiça. Em sentido contrário está a
neutralidade, que dispõe àquele que se fecha a qualquer influência, seja
ideológica ou subjetiva.
1.1. JUSTIFICATIVA
Desta forma, não pode mais progredir esse mito de que todo juiz neutro, é
indiferente a todos os acontecimentos, é apolítico ou acrítico, pois o juiz
tem sim um engajamento axiológico, acredita em algo, possui princípios;
sendo assim, suas decisões são motivadas por aquilo em que julga
acreditar, pela sua experiência profissional e de vida, portanto, a atividade
do julgador tem um engajamento ideológico, mesmo sendo considerada por
muitos que desejam a manutenção do “status quo”, uma atividade neutra,
em que o julgador não pode levar em consideração os fatos sociais de sua
época e demonstrar valores na motivação de sua sentença.
1.2. OBJETIVOS
1.3. METODOLOGIA
2. REVISÃO DE LITERATURA
Neste capítulo será abordado de forma teórica os conceitos referentes ao
princípio da imparcialidade e outros fundamentos relativos ao mesmo.
2.2. O JUIZ
O papel do magistrado não se limita a aplicação restrita da lei, mas que vai
além dela.
Do ponto de vista de Dallari (2017, p.89), um juiz não pode ser escravo de
ninguém, nem de nada, nem mesmo da lei.
Assim, entre tantos critérios com relação a conduta social, o contato com a
sociedade é imprescindível para um bom juiz, já que de modo geral, têm-se
a ideia de um juiz distante, restrito e que aparentemente limita-se apenas o
que é trazido aos autos.
Dallari (2017) diz que, o afastamento do juiz revela uma certa
superioridade quanto às demais pessoas, assim, prejudicando a visão da
sociedade a respeito do judiciário.
Nesse sentido, o juiz deve estar sempre atento, quanto a eficiência de cada
processo, e mesmo se houver uma limitação de sua atuação, deve o
magistrado ser participativo, ao passo que, chamando a atenção das partes
para as suas obrigações, bem como, cooperando para que ao final, o
resultado seja satisfativo.
O processo tem como função primordial a tutela plena, efetiva e útil dos
direitos e interesses legalmente resguardados. O direito de impugnar
implica o direito de obter uma decisão que aprecie a pretensão, que só é
possível por meio do processo.
2.3.1. Jurisdição
Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige
e às exigências do bem comum. (LINDB - Decreto Lei nº 4.657 de 04 de
Setembro de 1942)
Art. 9º. Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida. (Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015)
Este princípio diz que o juiz tem liberdade de avaliação e decisão, quanto
aos fatos trazidos e produzidos no processo, tendo a autonomia do seu livre
convencimento. Destaca Portanova que o juiz é livre para basear seu
convencimento tanto naquilo que as partes fazem (ativamente) no
processo, como naquilo que elas deixam de fazer. Sem dúvida, é em relação
à liberdade de examinar as provas e crer ou não no que elas pretendem
provar que a doutrina mais se detém (PORTANOVA, 1999, p. 245).
Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art.
371, indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a
deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método
utilizado pelo perito. (BRASIL. CPC. Lei nº 13.105/2015)
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (BRASIL,
CPP, art. 155)
Assim, o juiz é a peça principal, pois está diretamente ligado e não pode ter
nenhum relacionamento com as partes do processo e os advogados,
defensores, para que não se envolva de modo a ficar em alguma situação de
dúvida quanto a sua isenção para o julgamento do caso concreto.
Na Declaração dos Direitos Humanos, que foi adotada pelas Nações Unidas
em 1948, em seu artigo 10, já trata de forma objetiva esse relevante tema:
Artigo 10º Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que a sua
causa seja equitativa e publicamente julgada por um tribunal independente
e imparcial que decida dos seus direitos e obrigações ou das razões de
qualquer acusação em matéria penal que contra ela seja deduzida.
(BRASIL, DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS)
Art. 8º. O magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade
dos fatos, com objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o
processo uma distância equivalente das partes, e evita todo o tipo de
comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição ou
preconceito.
Desse modo, é fundamental que o juiz seja ativo no processo, para garantir
que se concretize os direitos e garantias fundamentais dispostos na
Constituição Federal (BRASIL, CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988).
Imparcial deve ser o juiz, que está acima dos contendores; mas os
advogados são feitos para serem parciais, não apenas porque a verdade é
mais facilmente alcançada se escalada de dois lados, mas porque a
parcialidade de um é o impulso que gera o contra-impulso do adversário, o
estímulo que suscita a reação do contraditor e que, através de uma série de
oscilações quase pendulares de um extremo a outro, permite ao juiz
apreender, no ponto de equilíbrio, o justo.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
Ter isonomia entre as partes significa a igualdade real, uma vez que os
sujeitos processuais são distintos, devendo assim serem respeitados em
suas diferenças. Como já dizia Aristóteles, assegurar a igualdade é tratar
igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, como medida da
desigualdade deles.
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes (...) (BRASIL, Constituição Federal de
1988)
Júpiter é o juiz inteiramente legalista, sendo o foco a lei, que expressa sua
visão de direito, cabendo-lhe procedimentos técnicos e legalistas para seu
fiel cumprimento. Ele aplica literalmente as leis e códigos, adstrito à
hierarquia e pirâmide de normas (Hans Kelsen) sem preocupação com a
realidade social.
Hércules é o juiz assistencialista, típico do estado social. Esse juiz, faz com
que a efetividade seja conquistada na existência de lacunas, via aplicação
dos princípios, é um juiz proativo, não se contenta como o modo positivista.
Ele inverte a pirâmide mostrando-se um operador que transforma a
generalidade e abstração da lei em algo concreto.
Ost destaca: “o censo comum como sendo, muitas das vezes, julgador de
nossas atitudes e formador de nossos conceitos enquanto seres atuantes na
sociedade. Vai mais adiante quando diz que as mentes de todos sujeitos
societários são guiados por estes conceitos pré-estabelecidos, não se
excluindo então a figura do juiz, no exercício de sua função. (2013, p. 5)”
E por fim se lembra de Azdak (1992 apud STRECK, 2015, p.234), na peça
de Brecht (2015):
É bom para a justiça funcionar ao ar livre. O vento lhe levanta a saia e pode-
se ver o que está por baixo. [...]Contam a meu respeito que um dia, antes de
pronunciar a sentença, eu saí para respirar o cheiro de uma roseira. [...]Me
traga aquele livro grosso, que eu sempre faço de almofada para sentar!
(Schauva apanha em cima da cadeira de juiz um grande livro, que Azdak se
põe a folhear). Isto aqui é o Código das Leis, e você é testemunha de que eu
sempre fiz uso dele, sentando-se sobre o livro.
Assim, justiça exige sempre imparcialidade. Aquele que tem como tarefa
punir, distribuir, corrigir ou recompensar segundo certas normas precisa
aplicá-las colocando em primeiro plano os interesses que estão em jogo e
não as pessoas que possuem tais interesses. Pode ser que, em um conflito
qualquer, quem julga proteja os meus interesses e não os da outra parte,
mas aí “não será porque sejam meus, mas porque são mais importantes de
acordo com o seu conteúdo”, como diz Spaemann (2010, p. 65), ou seja,
porque naquela situação os meus interesses são mais valiosos que os da
outra pessoa segundo os padrões normativos socialmente válidos.
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha
relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou
colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por
advogado de outro escritório;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu
cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro
grau, inclusive;
Art. 252
O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por
qualquer das partes:
Art. 254
A neutralidade, pode ser vista como a não pendência do juiz a qualquer das
partes, devendo julgar e prolatar sua decisão de acordo com o que foi
apresentado no processo, em matéria probatória, com imparcialidade,
embasando a sua decisão no todo lógico evidenciado. Dessa forma, deve o
juiz racionalizar o irracional, dar cientificidade ao sentimento, ou seja, deve
passar a imagem de que julga com racionalidade e cientificidade, mesmo
que seja improvável julgar sem ser influenciado por seu subconsciente.
“Disso resulta que todos esses requisitos retóricos podem ser resumidos em
duas linhas de argumentação que têm por fim conciliar os dois valores
máximos entre os quais se situam as ideologias jurídicas: segurança e
equidade.” (1980, p. 87)
3. ESTUDO DE CASO
3.1. ENTREVISTAS
Ao perguntar qual o papel do juiz, foi respondido que o juiz tem um papel
preponderante na sociedade, sendo um pacificador de conflitos, quando as
pessoas não conseguem resolver entre si os seus problemas, como qualquer
pessoa civilizada pode, não resolverem os seus problemas com suas
próprias mãos, então se recorre ao judiciário e no judiciário o juiz é quem
apresenta o poder do estado de julgar.
Quando questionado foi dito que, a imparcialidade do juiz significa não ter
interesse na solução pessoal da causa, não ter interesse que o autor saia
vencedor ou que o réu saia vencedor, a busca no processo é de se aproximar
ao máximo da verdade, para dar a quem tem direito, um resultado
favorável, em relação a imparcialidade no momento em que o juiz não é
compatível com a causa, ele se torna parcial.
Foi dito também, que a análise da imparcialidade hoje, tem que seguir um
caminho de interpretação, para não se tornar um princípio rígido, tem que
ser interpretado de acordo com o caso concreto, para não acabar numa
violação a ele mesmo, pois o objetivo dele, é manter o juiz e forma neutro
em relação aos pólos, imparcial, “mas acaba que o juiz neutro, se for seguir
a risca muito afasta a justiça para o caso concreto.” (sic)
Logo, a imparcialidade do juiz representa um pressuposto processual, tanto
do ponto de vista moral e ético, quanto do ponto de vista técnico, só existe
justiça se houver a imparcialidade, que pressupõe o distanciamento das
partes, de modo a legitimar o pronunciamento judicial.
Ao ser indagado, foi respondido que imparcialidade não deve ser fria, tem
que ser vista no caso concreto, se nele for ponderada todas as situações
específicas, “acredito que tenha uma imparcialidade razoável, totalmente
imparcial acho que não, todos usam um pouco da história da vida dele, das
experiências, adaptada a legislação e ao caso concreto; então, totalmente
imparcial não, mas não significa que seja uma decisão injusta ou violadora
da lei, qualquer pessoa que traz um juízo de valor ela traz em si, e acaba
influenciando, mas não acho que isso, de levar em consideração a
experiência, não comprometa a sua decisão” (sic).
Destarte, o magistrado deve respeitar as normas em vigor, ele vai ter que
ter o bom senso, ele vai ter que ter todo o cuidado para analisar, também já
disse cada caso concreto, que é cada um diferente do outro e se todos os
casos fossem tratados de forma igual não se chegaria a soluções justas,
porque são pessoas diferentes que vivenciaram situações diferentes e tem
que ser analisadas de forma diferente, então, o norte dele tem que ser a lei,
principal a constituição, e os princípios que estão nela e muitas vezes o juiz
se ver em saia-justa, sim no sentido de se deparar com casos onde ambos
estão certos ou onde existem conflitos de direitos igualmente relevantes, e
aí é que ela tem o desafio de enfrentar, desafio de ponderar, qual o
interesse que vai prevalecer naquela situação e é interessante que isso
assim, colocar por exemplo, um direito à intimidade de um lado e o direito
à liberdade de informação de outro, são direitos que invariavelmente eles
vão estar em conflito, porque em alguns casos vai responder a qual é a
finalidade, e por que foi feito aquilo então, esse é um exemplo.
Logo, não significa dizer que o juiz não seja sensível as causas que ele está
julgando, a sensibilidade também é um sentimento que juiz tem que ter,
aprende-se dentro de bancos escolares, que se você aplicar cegamente o
direito, as vezes vai cometer injustiça, tanto a doutrina, quanto a
jurisprudência falam muito sobre isso, os estudantes que vão a diante, vão
ver a respeito, que o direito cegamente aplicado não significa justiça.
Justiça é o juiz sopesar os valores morais, valores éticos e colocar isso na
sua decisão, se não fosse assim, com a tecnologia atual, o próprio
computador podia examinar a causa, mas não é assim, o juiz tem que
colocar a sua sensibilidade, a sua experiência, a sua vivência a favor da
Justiça.
Ao ser indagado, disse, que o fato que torna o direito uma ciência, não exata
em constante mutação, em constante aprimoramento, percebe-se isso pelas
próprias decisões dos tribunais superiores, nem decisões de épocas tão
distintas, porque de fato se for pegar um caso da década de 70, o juiz
mesmo com as mesmas normas vigentes, o juiz decidirá de uma maneira,
que não seria a maneira que ele provavelmente decidiria na década de 80,
na década de 90 e por aí adiante.
Em algumas situações pode ser que interfiram e não é visto isso de uma
forma ruim, porque é humano, o que não pode é ser parcial, tendencioso
para um lado ou para o outro, para isso é importante ter os institutos do
impedimento e da suspeição para o juiz, inclusive se sentir à vontade, não
se sentir constrangido com a parte, isso vai repercutir na imparcialidade
dele, quando o juiz é parente, amigo ou não gosta, o impedimento vai
isentá-lo de uma decisão. Às vezes as pessoas acham que por ser amigo, vai
dar uma decisão favorável, mas às vezes ele pode ser até mais duro, buscar
uma decisão mais justa, do que se não fosse iria parcial possível, pode ser
que até que vai prejudicar, talvez com outro juiz teria se saído melhor. A
ausência de vínculo ajuda essa imparcialidade, justamente pelo fato de não
ser neutro.
Quando questionado sobre, foi respondido que todo juiz acaba sendo um
pouco parcial, seja por questões culturais, pela família dele, questões
religiosas, pode ser que ele sofra influência por esses tais aspectos,
passando a ser parcial sim, cabe ao juiz, quando ele perceber que está sendo
influenciado e não julgando conforme a lei, mas julgando com as suas
convicções, o que eu acho que é justo, pode ser que outro juiz não ache
justo, o julgamento por equidade pode ser usado apenas por razões
extraordinárias.
Quando questionado, foi dito que o juiz neutro, tem que estar atento, não
isolado do mundo. Antigamente, tinha um brocardo latino, que dizia assim:
“faça justiça pereça o mundo, é uma visão passada, teve a sua razão de ser,
mas não tanto assim, mesmo que pereça o mundo, faça justiça sim, no caso
concreto atendendo o mundo ao seu redor.” (sic)
“Às vezes acabam por essas questões de ideologia e tal, que acaba sendo
levado em consideração, essas questões de formação da pessoa, não quebra
a imparcialidade, é mais uma questão de neutralidade, ele consegue sim ser
imparcial, no sentido que ele vai analisar uma questão de forma técnica,
olhando as partes do mesmo ângulo, com as mesmas condições, aferindo
quem tem mais direito.” (sic)
“E a neutralidade é uma questão curiosa” (sic), todo juiz tem que ser
imparcial, não pode ser neutro, porque o juiz é o guardião da Constituição,
não se refirindo a pessoa, mas ao órgão, o juízo.
Logo, faça justiça sim, ele tem direito a devolução, até da maior parte, pois
está devolvendo o imóvel. “A solução é: faça justiça, observando o que está
acontecendo. Para ser atingido um equilíbrio. Assim, decidir com
neutralidade, deve-se observar tudo ao seu redor para atingir um
equilíbrio.” (sic)
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Gomes diz que ser imparcial importa que o juiz conduza o processo de
modo a ser um efetivo instrumento da justiça, para que vença realmente
quem tenha razão, isso é a imparcialidade. Pode-se afirmar que seguir o
princípio da imparcialidade é não deixar as convicções sobrepujarem os
elementos constantes nos autos.
A discussão desses temas é constante, mas pode-se observar que são ideias
totalmente distintas, não dando margens a confusões acerca de seus
significados.
Hoje, a figura do juiz neutro não impera, tendo preferência a figura do juiz
ativo, interessado, que busca a verdade, podendo a se dizer “juiz-cidadão”.
Lopes Júnior (2008, p. 403) afirma que ao versar sobre a neutralidade, que
é impossível a produção de um julgamento livre de influências, quais sejam
dos mais diversos fatores, sociais, culturais e psicológicos.
Assim, quando o juiz toma a sua decisão, faz por meio de certas avaliações,
que poderão acabar revelando traços de sua individualidade e
personalidade. A imparcialidade nesse âmbito exprime a busca pelo
julgamento independente, no menor grau possível desse conjunto de traços
do julgador.
Portanova, em sua obra, preceitua que a justiça não é neutra, o direito não é
neutro, revelando por vezes vontades políticas, uma ampla dimensão de
valores. Afirma ainda, que o juiz que se diz neutro e declara que sus decisão
não tem valores pessoais, está assumindo “valores de conservação”.
Destarte, toda sentença traz consigo uma carga valorativa, de modo que é
previsível do juiz como uma “suposta” demonstração e emoções, são
fundamentos próprios da racionalidade, fundamentos próprios da
racionalidade, e sem eles, o ser humano é impossibilitado de raciocinar de
forma coerente.
Conforme as entrevistas, é possível concluir que a imparcialidade total na
decisão é desviada por uma parcialidade positiva, contribuindo para a
resolução justa da demanda, pois o conhecimento do juiz no processo não
se dá por uma atitude totalmente imparcial, mas pela interação do meio
processual, das partes, e de sua própria experiência do mundo, que é
construída por meio de vários fatores em sua formação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Contudo, pode-se aferir que em uma decisão, não se torna possível ser
totalmente imparcial, o juiz absorve as suas ideologias, experiências,
costumes, não se tornando neutro nem parcial, não se pode afirmar, se
representa um ponto positivo ou negativo para a demanda, sendo avaliado
no caso concreto.
REFERÊNCIAS
IHERING, Rudolf Von. A luta pelo direito. SP: Martim Claret, 2009.