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RESUMO
A figura do juiz das garantias, inserida no Código de Processo Penal – CPP pela Lei
13.964, de 24 de dezembro de 2019, suscitou uma série de polêmicas, e, neste
artigo serão examinados os possíveis impactos decorrentes da implementação
desse instituto no combate ao crime organizado. A análise parte da redação
Constitucional dos princípios da imparcialidade e da eficiência. Após apresentados
conceitos e explanações dos dois princípios, busca-se estabelecer um paralelo da
aplicação prática do instituto do juiz das garantias e as consequências
sistematizadas das vantagens e desvantagens em relação a esses princípios. Como
metodologia, foi utilizada a análise documental e a literatura sobre os fundamentos
constitucionais da atuação estatal no que concerne ao novo instituto para o processo
penal. Na conclusão sustenta-se que a implementação do juiz das garantias para o
processo penal causará impactos intensos na eficiência da atividade judicante que
combate o crime organizado.
ABSTRACT
The figure of the judge of guarantees, inserted in the Code of Criminal Procedure -
CPP by the Federal Law n. 13.964, of December 24, 2019, has raised a number of
controversies and this article will examine the possible impacts arising from the
implementation of this institute in the fight against organized crime. The analysis
starts with the Constitution relating to the principles of impartiality and efficiency.
After presenting the concepts and explanations of the two principles, the article seeks
to establish a parallel between the practical application of the institute of the judge of
guarantees and the systematized consequences of the advantages and
disadvantages with regards to these principles. As methodology, this article used the
documental analysis and the literature on the constitutional foundations of state
action regarding this new institute in the criminal process. It concludes by sustaining
that the implementation of the judge of guarantees for the criminal process will cause
intense impacts on the efficiency on the fight against organized crime.
1 INTRODUÇÃO
1
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2
Antes mesmo de entrar em vigor, nesse ano normativo houveram três ações
diretas de inconstitucionalidade.
Por isso, tendo em vista o caráter robusto das alterações propostas a serem
analisadas pelos questionamentos judiciais a Presidência do Superior Tribunal
Federal suspendeu a eficácia de diversos artigos da chamada "Lei Anticrime",
somado ao recesso judiciário.
Já em 2020, decisão do Ministro Dias Toffoli, cautelarmente, suspende o
prazo para aplicação da lei em 180 dias. (Luiz..., 2020). Posteriormente, ocorrendo a
suspensão pela mesma presidência, agora na figura do ministro Luiz Fux por prazo
indeterminado (Luiz...).
Ressalte-se, ainda, que esse parecer aprovado com tempo surpreendente
possuía 4 páginas com o parecer e 42 páginas com o texto que substituiria a
proposta legislativa anterior. Sendo aprovado com os dizeres do trâmite comum de
uma nova lei analisada e aprovada de acordo a constitucionalidade, técnica
legislativa e juridicidade, além de citar aspectos referentes à adequação financeira e
orçamentária.
De acordo com o professor Antônio Suxberger não houve indicação de estudo
técnico ou mesmo referência a inserção do juiz das garantias no nosso ordenamento
jurídico (SUXBERGER, 2019, p. 13).
Isso reflete diretamente nas reações judiciais ocorridas e já referidas.
Demonstrando uma dificuldade do próprio legislativo e elaborar uma lei que na
prática seja o máximo eficiente possível, atendendo aos critérios do devido processo
legal e da imparcialidade, sem esbarrar em aspectos que impactem a eficiência da
lei penal.
As alterações referentes ao juiz das garantias trazem um caráter ainda mais
evidente de ruptura com o sistema inquisitorial, se trata de uma confirmação desse
viés no sistema acusatório.
No bojo dessas alterações, há ainda em se falar em aspectos que dificultarão
a eficiência do punitivismo Estatal, tendo em vista as dificuldades geradas no
trâmite, especialmente em crimes complexos de organizações criminosas em que a
cognição tanto do juiz das garantias quanto do juízo processual requerem maior
tempo e empenho por parte do operador.
Dentre as razões que trouxeram o instituto a ser incluído no nosso
ordenamento jurídico está a premissa de maior imparcialidade nos julgamentos
criminais nas sentenças do judiciário brasileiro. Essa maior imparcialidade será
destrinchada tomando por base a teoria da dissonância cognitiva.
Para análise desse quesito devemos observar alguns aspectos da decisão
judicial.
Quando nos referimos à uma decisão judicial, estamos diante de diversos
resultados possíveis, tanto de acertos quanto de erros, é plenamente possível a má
interpretação dos fatos, uma avaliação das provas ou até mesmo da lei, que geraria
por si só decisões distanciadas da justiça. Somada a essas características, há ainda
a possibilidade de um defeito resultante da dissonância cognitiva.
8
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MORAIS, Alexandre de. Direito constitucional. 37. ed. Grupo GEN, 2021. 1048 p.
SOUZA, Artur César de. A Parcialidade Positiva do Juiz. Grupo Almedina, 2018.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788584933631.
Acesso em: 2 jun. 2021.