b) o condenado não reincidente, cuja pena seja
DIA 149 superior a 4 anos e não exceda a 8, poderá, desde o
Código Penal: art. 32-48
Código de Processo Penal: art. 41-62
CÓDIGO PENAL
TÍTULO V - DAS PENAS
CAPÍTULO I - DAS ESPÉCIES DE PENA
Art. 32 - As penas são:
I - privativas de liberdade (PPL);
II - restritivas de direitos (PRD);
III - de multa.
SEÇÃO I - DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
(PPL)
Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em
regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de
detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo
necessidade de transferência a regime fechado.
§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em
estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia
agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de
albergado ou estabelecimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser
executadas em forma progressiva, segundo o
mérito do condenado, observados os seguintes
critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a
regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 anos deverá
começar a cumpri-la em regime fechado;
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual
ou inferior a 4 anos, poderá, desde o início, cumpri-la
em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de
cumprimento da pena far-se-á com observância dos
critérios previstos no art. 59 deste Código
(circunstâncias judiciais).
§ 4o O condenado por crime contra a administração
pública terá a progressão de regime do cumprimento
da pena condicionada à reparação do dano que
causou, ou à devolução do produto do ilícito
praticado, com os acréscimos legais.
Dadas as peculiaridades do caso concreto,
admite-se que ao réu primário, condenado à
pena igual ou inferior a 4 (quatro) anos de
reclusão, seja fixado o regime inicial aberto,
ainda que negativada circunstância judicial. STJ.
6ª Turma. REsp 1970578-SC, Rel. Min. Olindo
Menezes (Desembargador convocado do TRF1ª
Região), julgado em 03/05/2022 (Info 735).
Regras do regime fechado
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do
cumprimento da pena, a exame criminológico de
classificação para individualização da execução.
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período
diurno e a isolamento durante o repouso noturno.
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do
estabelecimento, na conformidade das aptidões ou
ocupações anteriores do condenado, desde que
compatíveis com a execução da pena.
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime
fechado, em serviços ou obras públicas.
Regras do regime semi-aberto
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código,
caput, (exame criminológico de classificação para
1
individualização da execução) ao condenado que inicie
o cumprimento da pena em regime semi-aberto.
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em Legislação especial
comum durante o período diurno, em colônia Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria
agrícola, industrial ou estabelecimento similar. prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem como
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a especificará os deveres e direitos do preso, os critérios
freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, para revogação e transferência dos regimes e
de instrução de segundo grau ou superior. estabelecerá as infrações disciplinares e
correspondentes sanções.

Regras do regime aberto

Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina
e senso de responsabilidade do condenado.
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e
sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou
exercer outra atividade autorizada, permanecendo
recolhido durante o período noturno e nos dias de
folga.
§ 2º - O condenado será transferido do regime
aberto, se praticar fato definido como crime
DOLOSO, se frustrar os fins da execução ou se,
podendo, não pagar a multa cumulativamente
aplicada.
Superveniência de doença mental
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença
mental deve ser recolhido a hospital de custódia e
tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro
estabelecimento adequado.
Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade
e na medida de segurança, o tempo de prisão
provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão
administrativa e o de internação em qualquer dos
estabelecimentos referidos no artigo anterior.

Regime especial
É possível considerar o tempo submetido à
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em
medida cautelar de recolhimento noturno, aos
estabelecimento próprio, observando-se os deveres e
finais de semana e dias não úteis,
direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como,
supervisionados por monitoramento eletrônico,
no que couber, o disposto neste Capítulo.
com o tempo de pena efetivamente cumprido,
para detração da pena. STJ. 3ª Seção. HC
455097/PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
Direitos do preso
14/04/2021 (Info 693).
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não
atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas
as autoridades o respeito à sua integridade física e
moral. SEÇÃO II - DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
(PRD)

Trabalho do preso Penas restritivas de direitos

Art. 39 - O trabalho do preso será SEMPRE Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da I (PP) - prestação pecuniária;
Previdência Social. II (PBV)- perda de bens e valores;

2
III (LFS)- limitação de fim de semana.
IV (PSC) - prestação de serviço à comunidade ou a
entidades públicas;
V (ITD)- interdição temporária de direitos;
Art. 44. As penas restritivas de direitos
autônomas e substituem as privativas
liberdade, quando:
I – aplicada pena privativa de liberdade (PPL) não
superior a 4 anos e o crime não for cometido com
violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer
que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
II – o réu não for reincidente em crime doloso;
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social
e a personalidade do condenado, bem como os
motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente (circunstâncias judiciais
favoráveis)
§ 2o Na condenação igual ou inferior a 1 ano, a
substituição pode ser feita por multa ou por uma
pena restritiva de direitos; se superior a 1 ano, a
pena privativa de liberdade pode ser substituída por
uma pena restritiva de direitos e multa ou por 2
restritivas de direitos.
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá
aplicar a substituição, desde que, em face de
condenação anterior, a medida seja socialmente
recomendável e a reincidência não se tenha operado
em virtude da prática do mesmo crime (não seja
reincidente específico)
A reincidência específica tratada no art. 44, § 3º,
do Código Penal somente se aplica quando forem
idênticos, e não apenas de mesma espécie, os
crimes praticados. STJ. 3ª Seção.
1.716.664-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
25/08/2021 (Info 706).
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em
privativa de liberdade quando ocorrer
descumprimento injustificado da restrição
imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a
executar será deduzido o tempo cumprido da pena
restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de
30 dias de detenção ou reclusão.
REQUISITOS CUMULATIVOS PARA A CONVERSÃO
DA PPL EM PRD
são
de 1º requisito (objetivo): Natureza do crime e
quantum da pena
a) Crime doloso:
• igual ou inferior a 4 anos;
• sem violência ou grave ameaça a pessoa.
b) Crime culposo: qualquer que seja a pena aplicada.
2º requisito (subjetivo): Não ser reincidente em
crime doloso
Regra: não ser reincidente em crime doloso
Exceção:
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá
aplicar a substituição, desde que, em face de
condenação anterior, a medida seja socialmente
recomendável e a reincidência não se tenha
operado em virtude da prática do mesmo crime.
3º requisito (subjetivo): A substituição seja
indicada e suficiente
A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
a personalidade do condenado, bem como os
motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente (Princípio da suficiência
da resposta alternativa ao delito).
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Juiz não deve decretar o arresto dos bens do
condenado como forma de cumprimento forçado da prestação pecuniária
(pena restritiva de direitos). Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
AREsp <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/eb2e9dffe
58d635b7d72e99c8e61b5f2>
Em caso de descumprimento injustificado da
pena restritiva de direitos (ex: prestação
pecuniária), o CP prevê, como consequência, a
o
reconversão da pena restritiva de direitos em
privativa de liberdade. Logo, o juiz não deve
3
 decretar o arresto dos bens do condenado como Crime culposo: qualquer que seja a PPL aplicada
forma de cumprimento forçado da pena
Não reincidente em crime doloso
substitutiva. A possibilidade de reconversão da pena
OBS: Mesmo reincidente, o juiz pode substituir se a
já é a medida que, por força normativa, atribui
medida for socialmente recomendada e não seja
coercividade à pena restritiva de direitos. STJ. 6ª
reincidente específico
Turma. REsp 1699665-PR, Rel. Min. Maria Thereza de
Assis Moura, julgado em 07/08/2018 (Info 631). Circunstâncias judiciais favoráveis

A reconversão da pena restritiva de direitos em

pena privativa de liberdade depende da ocorrência EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE PRD
dos requisitos legais (descumprimento das
● STF: O cumprimento da pena somente pode ter
condições impostas pelo juiz da condenação), não
início com o esgotamento de todos os recursos. É
cabendo ao condenado, que nem sequer iniciou o
proibida a chamada execução provisória da
cumprimento da pena, escolher ou decidir a forma
pena STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF, ADC
como pretende cumprir a sanção, pleiteando aquela
54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em
que lhe parece mais cômoda ou conveniente. STJ. 6ª
07/11/2019
Turma. REsp 1524484-PE, Rel. Min. Reynaldo Soares
● STJ: Não é possível a execução da pena restritiva
da Fonseca, julgado em 17/5/2016 (Info 584).
de direitos antes do trânsito em julgado da
condenação. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.619.087-SC,
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de
julgado em 14/6/2017 (Info 609).
liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
decidirá sobre a conversão, podendo deixar de
aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena
É lícito ao Juiz estabelecer condições especiais para a
substitutiva anterior.
concessão do regime aberto, em complementação
daquelas previstas na LEP (art. 115 da LEP), mas não
Sobrevindo condenação por pena privativa de
poderá adotar a esse título nenhum efeito já
liberdade no curso da execução de pena restritiva
classificado como pena substitutiva (art. 44 do CPB),
de direitos, as penas serão objeto de unificação,
porque aí ocorreria o indesejável bis in idem,
com a reconversão da pena alternativa em
importando na aplicação de dúplice sanção. (Tema
privativa de liberdade, ressalvada a possibilidade
Repetitivo: 20)
de cumprimento simultâneo aos apenados em
regime aberto e vedada a unificação automática É possível considerar o tempo submetido à medida

nos casos em que a condenação substituída por cautelar de recolhimento noturno, aos finais de

pena alternativa é superveniente. STJ. REsp semana e dias não úteis, supervisionados por

1.918.287-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. monitoramento eletrônico, como tempo de pena

Acd. Min. Laurita Vaz, Terceira Seção, por maioria, efetivamente cumprido, para detração da pena. STJ.

julgado em 27/04/2022 (info 736) 3ª Seção. HC 455.097/PR, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 14/04/2021 (Info 693).

Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de

Conversão PPL em PRD
direitos depende do trânsito em julgado da
Crime doloso: PPL não superior a 4 anos + crime condenação.
cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa

4
Conversão das penas restritivas de direitos
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo
anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46,
47 e 48.
§ 1o A PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA consiste
pagamento em dinheiro à vítima, a seus
dependentes ou a entidade pública ou privada com
destinação social, de importância fixada pelo juiz, não
inferior a 1 salário mínimo nem superior a 360
salários mínimos. O valor pago será deduzido do
montante de eventual condenação em ação de
reparação civil, se coincidentes os beneficiários.
o
§ 2 No caso do parágrafo anterior, se houver
aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode
consistir em prestação de outra natureza.
o
§ 3 A PERDA DE BENS E VALORES pertencentes aos
condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial,
em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu
valor terá como teto – o que for maior – o montante
do prejuízo causado ou do provento obtido pelo
agente ou por terceiro, em consequência da prática do
crime.
A partir de uma interpretação teleológica,
pode-se concluir que o art. 45, § 1º, do CP previu
uma ordem sucessiva de preferência entre os
beneficiários elencados. Assim, havendo vítima
determinada, o valor fixado como prestação
pecuniária deve ser a ela destinado. Se não
houver vítima, quem recebe são
dependentes ou a entidade pública ou privada. A
prestação pecuniária prevista no art. 45, §1º, do CP
pode ser compensada com o montante fixado com
fundamento no art. 387, IV, do CPP, ante a
coincidência de beneficiários. STJ. 5ª Turma. REsp
1882059-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em
19/10/2021 (Info 714).
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades
públicas
Art. 46. A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
ou a entidades públicas é aplicável às condenações
superiores a 6 meses de privação da liberdade.
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a
no entidades públicas consiste na atribuição de tarefas
gratuitas ao condenado.
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em
entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e
outros estabelecimentos congêneres, em programas
comunitários ou estatais.
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas
conforme as aptidões do condenado, devendo ser
cumpridas à razão de 1 hora de tarefa por dia de
condenação, fixadas de modo a não prejudicar a
jornada normal de trabalho.
§ 4o Se a pena substituída for superior a 1 ano, é
facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva
em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade
da pena privativa de liberdade fixada.
Interdição temporária de direitos
Art. 47 - As penas de INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE
DIREITOS são:
I - proibição do exercício de cargo, função ou
atividade pública, bem como de mandato eletivo;
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou
ofício que dependam de habilitação especial, de
licença ou autorização do poder público;
III - suspensão de autorização ou de habilitação para
seus
dirigir veículo (revogado tacitamente pelo CTB)
IV – proibição de frequentar determinados lugares.
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação
ou exame públicos.
INTERDIÇÃO EFEITOS DA
TEMPORÁRIA DE CONDENAÇÃO (NÃO
DIREITOS AUTOMÁTICOS)
I - proibição do exercício I - a perda de cargo,
de cargo, função ou função pública ou
atividade pública, bem mandato eletivo:
5
como de mandato a) quando aplicada PPL seja compatível com o
eletivo; por tempo ≥1 ano, nos seu rendimento lícito
II - proibição do crimes praticados com
exercício de profissão, abuso de poder ou
atividade ou ofício que violação de dever para Limitação de fim de semana
dependam de habilitação com a Administração Art. 48 - A LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA consiste
especial, de licença ou Pública; na obrigação de permanecer, aos sábados e
autorização do poder b) quando for aplicada domingos, por 5 horas diárias, em casa de
público; PPL por tempo > a 4 albergado ou outro estabelecimento adequado.
III - suspensão de anos nos demais casos. Parágrafo único - Durante a permanência PODERÃO
autorização ou de II - a incapacidade para ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou
habilitação para dirigir o exercício do poder atribuídas atividades educativas.
veículo (revogado familiar, da tutela ou da
tacitamente pelo CTB) curatela nos crimes
IV – proibição de dolosos sujeitos à pena
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
frequentar determinados de reclusão cometidos
lugares. contra outrem Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a EXPOSIÇÃO
V - proibição de igualmente titular do DO FATO criminoso, com todas as suas circunstâncias,
inscrever-se em mesmo poder familiar, a QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO ou esclarecimentos
concurso, avaliação ou contra filho, filha ou pelos quais se possa identificá-lo, a CLASSIFICAÇÃO
exame públicos. outro descendente ou do CRIME e, quando necessário, o ROL DAS
contra tutelado ou TESTEMUNHAS.
curatelado;
III - a inabilitação para No momento da denúncia, prevalece o PRINCÍPIO
dirigir veículo, quando DO IN DUBIO PRO SOCIETATE. STF. 1ª Turma. Inq
utilizado como meio 4506/DF, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min.
para a prática de crime Roberto Barroso, julgado em 17/04/2018 (Info 898).
doloso.

Na hipótese de
Art. 42. O Ministério Público NÃO PODERÁ DESISTIR
condenação por
da ação penal.
infrações às quais a lei
comine pena máxima
superior a 6 anos de
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador
reclusão, poderá ser
com poderes especiais, devendo constar do
decretada a perda,
instrumento do mandato o nome do querelante e a
como produto ou
menção do fato criminoso, salvo quando tais
proveito do crime, dos
esclarecimentos dependerem de diligências que
bens correspondentes à
devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
diferença entre o valor do
patrimônio do
Para o STJ, “menção ao fato criminoso” significa que,
condenado e aquele que
na procuração, basta que seja mencionado o tipo

6
 penal ou o nomen iuris do crime, NÃO § 2o O prazo para o aditamento da queixa será de

PRECISANDO IDENTIFICAR A CONDUTA. 3 dias, contado da data em que o órgão do Ministério

Para o STF, “menção ao fato criminoso” significa que, Público receber os autos, e, se este não se pronunciar

na procuração, DEVE SER INDIVIDUALIZADO O dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que

EVENTO DELITUOSO, não bastando que apenas se aditar, prosseguindo-se nos demais termos do

mencione o nomen iuris do crime. processo.

Caso haja algum vício na procuração para a

queixa-crime, esse vício deverá ser corrigido antes DENÚNCIA
do fim do prazo decadencial de 6 meses, sob pena
RÉU PRESO RÉU SOLTO
de decadência e extinção da punibilidade.
5 dias 15 dias
STF. 2ª Turma. RHC 105920/RJ, Rel. Min. Celso de
Mello, julgado em 8/5/2012 (Info 665).

O vício na representação processual do querelante é

Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários
sanável, desde que dentro do prazo decadencial. STJ.
maiores esclarecimentos e documentos
5ª Turma. AgRg no REsp 1392388/MG, Rel. Min. Felix
complementares ou novos elementos de convicção,
Fischer, julgado em 18/08/2015.
deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer
É desnecessário o reconhecimento de firma em autoridades ou funcionários que devam ou possam
procuração outorgando poderes especiais para a fornecê-los.
defesa de interesses em juízo. Precedentes. (HC
119.827/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma,
julgado em 15/12/2009) Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério
Público velará pela sua INDIVISIBILIDADE.

Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for

O PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE APLICA-SE
privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo
TAMBÉM PARA A AÇÃO PENAL PÚBLICA
Ministério Público, a quem caberá intervir em todos
(“DENÚNCIA”)?
os termos subsequentes do processo.
SIM NÃO

O princípio da O princípio da
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia,
indivisibilidade é aplicado indivisibilidade é
estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data
tanto para as ações aplicado apenas para as
em que o órgão do Ministério Público receber os autos
penais privadas como ações penais privadas,
do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver
para as ações penais conforme prevê o art. 48
solto ou afiançado. No último caso, se houver
públicas. do CPP.
devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16),
Havendo indícios de Ação penal privada:
contar-se-á o prazo da data em que o órgão do
autoria contra os princípio da
Ministério Público receber novamente os autos.
coautores e partícipes, o INdivisibilidade.
§ 1o Quando o Ministério Público dispensar o
Ministério Público deverá Ação penal pública:
inquérito policial, o prazo para o oferecimento da
denunciar todos eles. princípio da
denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as
DIvisibilidade.
peças de informações ou a representação

7
 É o entendimento de É a posição que
Renato Brasileiro, prevalece no STJ e STF.
Fernando da Costa Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração

Tourinho Filho, Aury assinada pelo ofendido, por seu representante legal

Lopes Jr. e outros. ou procurador com poderes especiais.

*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br

Parágrafo único. A renúncia do representante legal
do menor que houver completado 18 anos não
privará este do direito de queixa, nem a renúncia
O QUE ACONTECE SE A AÇÃO PENAL PRIVADA NÃO
do último excluirá o direito do primeiro.
FOR PROPOSTA CONTRA TODOS?

OMISSÃO VOLUNTÁRIA OMISSÃO

(DELIBERADA) INVOLUNTÁRIA
Art. 51. O PERDÃO concedido a um dos querelados
Se ficar demonstrado que Se ficar demonstrado que aproveitará a todos, sem que produza, todavia,
o querelante (aquele que a omissão de algum efeito em relação ao que o recusar.
propõe ação penal nome foi involuntária,
privada) deixou, de então, neste caso, o
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de
forma deliberada, de Ministério Público
18 anos, o direito de perdão poderá ser exercido por
oferecer a queixa deverá requerer a
ele ou por seu representante legal, mas o perdão
contra um ou mais intimação do
concedido por um, havendo oposição do outro, não
autores ou partícipes, querelante para que ele
produzirá efeito.
neste caso, deve-se faça o aditamento da
entender que houve de queixa-crime e inclua os
sua parte uma renúncia demais coautores ou Extirpada do ordenamento jurídico a figura do

tácita. partícipes que ficaram de representante legal do maior de 18 anos plenamente

Se o querelante deixou, fora. capaz, a legitimação para conceder e aceitar o

deliberadamente, de Se o querelante fizer o perdão, na vigência do novo Código Civil, agora passa

oferecer queixa contra aditamento: o processo a ser exclusivamente do querelante e do querelado

um dos autores ou continuará normalmente. maior, respectivamente.

partícipes, o juiz deverá Se o querelante se Nesse caso, só quem pode conceder ou aceitar o

rejeitar a queixa e recusar expressamente perdão é o ofendido que se encontra com 18 anos de

declarar a extinção da ou permanecer inerte: o idade, que é plenamente capaz para todos os atos,

punibilidade para todos juiz deverá entender que inclusive no âmbito processual penal. Do contrário,

(arts. 104 e 107, V, do CP). houve renúncia (art. 49 haverá, por força da lei processual penal, um

do CPP). Assim, deverá retrocesso social, ou seja, continuará o ofendido

extinguir a punibilidade sendo tratado como menor no processo penal e

em relação a todos os dependendo dos pais para tudo, mas não mais o

envolvidos. será e dependerá pelo NCC. (RANGEL, 2005, p. 241)

*http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&arti
*Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br
go_id=143

Art. 49. A RENÚNCIA ao exercício do direito de

Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou
queixa, em relação a um dos autores do crime, a
retardado mental e não tiver representante legal, ou
todos se estenderá.
colidirem os interesses deste com os do querelado, a

8
aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz lhe prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 dias,
nomear. qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo,
ressalvado o disposto no art. 36 - CADI;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, motivo justificado, a qualquer ato do processo a que
observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o deva estar presente, ou deixar de formular o pedido
disposto no art. 52. de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica,
esta se extinguir sem deixar sucessor.
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador
com poderes especiais.

Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se

reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual
de ofício.
expresso o disposto no art. 50.
Parágrafo único. No caso de requerimento do
Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz
mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito
contrária e, se o julgar conveniente, concederá o
admitirão todos os meios de prova.
prazo de 5 dias para a prova, proferindo a decisão
dentro de 5 dias ou reservando-se para apreciar a
matéria na sentença final.
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração
expressa nos autos, o querelado será intimado a
dizer, dentro de 3 dias, se o aceita, devendo, ao
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente
mesmo tempo, ser cientificado de que o seu SILÊNCIO
à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o
IMPORTARÁ ACEITAÇÃO.
Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta
a punibilidade.
JDPP 6 É possível aditar a denúncia para requerer a
perda de bens cujo conhecimento se der após
iniciada a ação penal, caso em que, recebido o
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo
aditamento, deverão ser ouvidos os interessados e
constará de declaração assinada pelo querelado, por
propiciada a dilação probatória.
seu representante legal ou procurador com poderes
especiais.
AÇÃO DE Aplica medida de segurança
PREVENÇÃO
Art. 60. Nos casos em que somente se procede PENAL
mediante queixa, considerar-se-á PEREMPTA a ação
AÇÃO PENAL Processo judicial judicialiforme e HC
penal:
EX OFFICIO de Ofício
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de
promover o andamento do processo durante 30 Havendo inércia do MP, outro
AÇÃO PENAL
dias seguidos; órgão oficial poderia promover a
PÚBLICA
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo ação penal. Ex: no DL 201, se o MPE
sua incapacidade, não comparecer em juízo, para

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 SUBSIDIÁRIA for inerte, o MPF pode iniciar a
DA PÚBLICA persecução penal.

AÇÃO PENAL MP assume a ação penal privada

INDIRETA subsidiária.

Primariamente o crime é
processado mediante ação privada
AÇÃO PENAL
e, secundariamente, por ação penal
SECUNDÁRIA
pública. Ex: S714/STF (crimes contra
a honra de funcionário público)

-MP propõe ação privada, quando

AÇÃO PENAL vislumbrar interesse público
ADESIVA -Conexão entre delitos de ação
penal pública e ação privada.

AÇÃO PENAL HC e crimes de responsabilidade.

POPULAR

SÚMULAS SOBRE AÇÃO PENAL

STF

Súmula 594-STF: Os direitos de queixa e de

representação podem ser exercidos,
independentemente, pelo ofendido ou por seu
representante legal.

Súmula 714-STF: É concorrente a legitimidade do

ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público,
condicionada à representação do ofendido, para a
ação penal por crime contra a honra de servidor
público em razão do exercício de suas funções.

STJ

Súmula 234-STJ: A participação de membro do

Ministério Público na fase investigatória criminal
NÃO ACARRETA O SEU IMPEDIMENTO OU
SUSPEIÇÃO para o oferecimento da denúncia.

Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de

lesão corporal resultante de violência doméstica
contra a mulher é PÚBLICA INCONDICIONADA.

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