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FADIPA/UNIANCHIETA

DIREITO PENAL II - 2023-1


TURMA A – 4/5 Semestre
Material de Apoio – Aula 03 de 28.02.2023 - Das penas: introdução histórica das penas nos Códigos Penais brasileiros e análise
jurídico-penal da legislação vigente
Referência: livro digital
BITENCOURT, Cezar R. Tratado de direito penal: Parte geral - arts. 1º a 120 (vol. 1). 28 ed. [revista eletrônica]. [São Paulo]: Editora
Saraiva, 2022. E-book. ISBN 9786555597172
Capítulo XXIX
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555597172/
Terceira Parte – Consequências jurídicas do delito
• CÓDIGO CRIMINAL DE 1830: previsão de 11 espécies de pena

1. Pena de morte 7. Desterro

2. Pena de galés (perpétua ou temporária) 8. Multa

3. Prisão com trabalho 9. Suspensão de emprego

4. Prisão simples 10. Perda de emprego

5. Banimento 11. Açoites em escravos

6. Degredo
• PENAS NO CÓDIGO CRIMINAL DE 1830 (CONTINUAÇÃO)

BANIMENTO (art.50): o condenado era privado dos seus direitos de cidadão e


proibido, para sempre, de morar no território do Império

DEGREDO(art.51): o condenado obrigava-se a morar por tempo determinado em


lugar estabelecido na sentença, não podendo sair dali

DESTERRO (art.52): impunha ao condenado a saída dos lugares onde havia ocorrido
o delito, de sua principal residência e da principal residência da vítima, permitindo
seu retorno somente após o tempo determinado na sentença
PENAS NO CÓDIGO PENAL DE 1890

• Abolição da escravatura em 1888 alavancou a necessidade de revisão do Código Criminal de 1830


1. Prisão celular: aplicada a quase todos os tipos de delitos e algumas contravenções; consistia em isolamento
em célula e trabalho obrigatório, admitindo-se transferência para colônia agrícola

2. Reclusão para alguns delitos políticos; encarceramento do delinquente em fortalezas, praças de guerra ou
estabelecimentos militares

3. Prisão com trabalho obrigatório aplicado aos vadios e capoeiras


4. Prisão disciplinar: para menores até 21 anos
5. Interdição: privação de cargos púbicos e distinções honoríficas
6. Suspensão e perda de emprego público, com ou sem inabilitação para exercer outro
PENAS NO CÓDIGO PENAL DE 1940 (REDAÇÃO ORIGINÁRIA DERROGADA PELA NOVA PARTE GERAL – LEI 7.209/1984)

I. PENAS PRINCIPAIS (art.28) II. PENAS ACESSÓRIAS (art.67)

1.Reclusão 1. Perda de função pública,


eletiva ou de nomeação;
2.Detenção

3.Multa 2. Interdições de direitos;

3. Publicação da sentença
•I - reclusão;
• reclusão;
•II I- -detenção;
• detenção;
•IIIII- -multa.
•III - multa.

CÓDIGO PENAL DE 1940 (REDAÇÃO ORIGINÁRIA


DERROGADA PELA NOVA PARTE GERAL – LEI 7.209/1984)

1. O rigor na aplicação do CP/1940 determinou o acúmulo de condenados


em poucas prisões ou penitenciárias então existentes

2. A concessão do sursis (suspensão condicional da execução da pena -


art.57) era a fórmula encontrada para libertar o sentenciado do
encarceramento

2. Era previsto o livramento condicional (art. 60)


•I - reclusão;
• reclusão;
•II I- -detenção;
• detenção;
•IIIII- -multa.
•III - multa.

Década de 1940 do século passado:

1. Época da II Guerra Mundial (1939-1945)


2. Época da edição do CP de 1940 (não havia previsão de penal alternativas)
3. Sociedade era predominantes rural
Década de 70:

1.Crescimento econômico/industrialização

2. Urbanização

3. Aumento da criminalidade
• AUMENTO DA CRIMINALIDADE NOS CENTROS URBANOS/CAPITAIS – atrofia do
direito natural à segurança pública

1. Situação caótica do sistema carcerário


2. 1975/1976 – instaurada CPI/CD, Rel. Dep. Federal Ibrahim Abi-Ackel, com o intuito de
“levantar a situação penitenciária nacional

3. Superpopulação carcerária impulsionou nova reforma com a promulgação da Lei n.º


6.416/1977 (ampliação do sursis e do livramento condicional; instituição dos regimes
fechado, semi-aberto e aberto; preocupação em deixar a prisão para os sentenciados de
maior periculosidade; a lei 6.416/1977 alterou o CP/1940, malgrado, não atingiu o objetivo
de resolver o problema carcerário ou da execução da pena.

4. Debate nacional que levou à promulgação da nova parte geral do Código Penal pela Lei
7.209/1984 e promulgação da Lei de Execução Penal – LEP – Lei 7.210/1984
Lei 7.209/1984: nova parte geral do Código Penal

• Eliminação das penas acessórias do CP/1940


• Penas privativas de liberdade
• Penas restritivas de direitos
• Pena de multa
• Refletindo preocupações com a violência na nova PG/CP 1984 refere-se à violência e ameaça no
art. 16 (arrependimento posterior), art.71,§ único (crime continuado) e art. 83, §único
(livramento condicional); a violência e ameaça, duas formas de constrangimento, não eram
referidos na parte geral do CP/1940
PG do CP de 1984

     Art. 32 - As penas são: 


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        I - privativas de liberdade;

        II - restritivas de direitos;

        III - de multa.


• [...] Na verdade, a despeito da grande qualidade técnico-dogmática que representou essa
reforma da Parte Geral do Código de 1940, a maior transformação consagrada pela Reforma
Penal de 1984 — compelida pela síndrome da falência da pena de prisão — foi em relação à
sanção penal. Evidentemente, sem chegar ao exagero da radical “não intervenção”, apresentou
avanços elogiáveis na busca da desprisionalização de forma consciente e cautelosa. No
entanto, a falta de vontade política, de dotação orçamentária, de infraestrutura, entre outros
fatores, determinou a má aplicação das penas alternativas, ignorando-se os grandes avanços
que a reforma trazia, deixando-se de aplicar as alternativas à prisão, quando não as aplicando
equivocadamente. Afirmava-se que o juízes ofereciam resistência a impor as alternativas à pena
de prisão, invocando falta de estrutura e a dificuldade de fiscalizar referidas penas! [...]”
(Bitencourt, Cezar Roberto)

• [...] Enfim, essas dificuldades “interpretativo-operacionais” contribuíram para o crescimento da


criminalidade e da sensação de impunidade, e acabaram gerando, como subproduto, a
implantação de uma espécie de “movimento de Lei e Ordem”, que se iniciou com a malfadada
Lei dos Crimes Hediondos (Lei n. 8.072/90) [...] (Bitencourt, Cezar Roberto)
LEI 9.714/1998: ampliação das penas alternativas na nova PG CP/1940 (vide artigos 43/44 do
CP)
Penas restritivas de direitos
          Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
 (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
        I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
        III - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
        IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
        V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
        VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
LEI 9.714/1998: ampliação das penas alternativas na nova PG CP/1940 (vide artigos 43/44 do CP)
Penas restritivas de direitos
 Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de
liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
 I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena
aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
 II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
 III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição
seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
LEI 9.714/1998: ampliação das penas alternativas na nova PG CP/1940 (vide artigos 43/44 do CP)
Penas restritivas de direitos
 Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: 
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
 § 1o (VETADO)  (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
 § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena
restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena
restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.  (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
 § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação
anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática
do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
 § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento
injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo
cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.  
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
 § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá
sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva
anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
RECLUSÃO e DETENÇÃO:

• Na redação originária do CP/1940 havia diferenças entre as penas de reclusão e detenção, como, por exemplo,
o que dispunha o art. 30 do CP/1940 (redação originária):

Art 30. No período inicial do cumprimento da pena de reclusão, se o permitem as suas condições
pessoais, fica o recluso também sujeito a isolamento durante o dia, por tempo não superior a três
meses.

Art. 31. O condenado a pena de detenção fica sempre separado dos condenados a pena de
reclusão e não está sujeito ao período inicial de isolamento diurno.

 Art. 57. A execução da pena de detenção não superior a dois anos, ou de


reclusão, no caso do art. 30, § 3°, pode ser suspensa, por dois a seis anos

• Todavia, não havia e não há diferença ontológica entre pena de reclusão e detenção, pois ambas são penas
privativas de liberdade

• Terminologia moderna: Pena unitária privativa de liberdade


PENA DE RECLUSÃO E DE DETENÇÃO: terminologia do CP (Nova PG/1984)

[...] A Reforma Penal brasileira de 1984, no entanto, adotou “penas pri­vativas de


liberdade”, como gênero, e manteve a reclusão e a detenção como es­pécies,
sucumbindo à divisão histórica do direito pátrio [...] (Bitencourt, Cezar Roberto)

Reclusão e detenção

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-


aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo
necessidade de transferência a regime fechado. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
REMANESCENTES DIFERENÇAS ENTRE RECLUSAO E DETENÇÃO

RECLUSÃO DETENÇÃO

- crimes mais graves são apenados com - crimes menos graves são apenados com
reclusão detenção
- o início de cumprimento da pena do delito - o crime apenado com detenção não poderá
apenado com reclusão pode ser o fechado ensejar início de cumprimento de pena em
regime fechado (cf. art.33, caput, CP)

------------ - o cumprimento insatisfatório da pena de


detenção poderá levá-la ao regime fechado
através da regressão

- maior dificuldade dos apenados com ------------------ 


reclusão em obter os denominados
“benefícios penitenciários”
RECLUSÃO E DETENÇÃO (REMANESCENTE DIFERENCIAÇOES CONSTANTES
DO CP/1984) - CESAR ROBERTO BITENCOURT):

1) Espécies de medidas de segurança: para infração penal punida com reclusão a medida
de segurança será sempre detentiva; já para autor de crime punido com detenção, a medida
de segurança poderá ser convertida em tratamento ambulatorial (art. 97 do CP).

2) Incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela: somente os crimes


punidos com reclusão, praticados pelos pais, tutores ou curadores contra os respectivos
filhos, tutelados ou curatelados, geram essa incapacidade. Na hipótese de prática de crimes
punidos com detenção, nas mesmas circunstâncias, não gerarão os mesmos efeitos. No
entanto, a incompatibilidade fática justificará a busca através de ação própria no juízo
competente (família e sucessões ou da criança, infância e juventude).
RECLUSÃO E DETENÇÃO (OUTROS ASPECTOS RELEVANTES – CEZAR ROBERTO
BITENCOURT):

3) Prioridade na ordem de execução (arts. 69, caput, e 76, ambos do Código Penal):
executa-se primeiro a reclusão e depois a detenção ou prisão simples.

Concurso material

Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em
que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de
detenção, executa-se primeiro aquela.

Concurso de infrações

Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave. 


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
RECLUSÃO E DETENÇÃO (OUTROS ASPECTOS RELEVANTES

[...] Como se vê, a manutenção dicotômica da pena privativa de liberdade obedece a toda
uma estrutura do nosso ordenamento jurídico-penal, que não se resume a uma simples
divisão terminológica [...] (Cezar Roberto Bitencourt)

[...] justifica-se a manutenção do dualismo, reclusão e detenção, com base dogmática e


prática, cabendo a pena de detenção aos crimes de menor reprovabilidade e a reclusão aos
crimes mais graves, recendo, no plano prático, tratamento diverso [...] (REALE JUNIOR,
Miguel. Fundamentos de direito penal. SP: Editora Gen. 2020, p. 267).
RECLUSÃO E DETENÇÃO - NOVAS DISPOSIÇÕES LEGAIS QUE SE REPORTAM À
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE NÃO DIFERENCIANDO RECLUSÃO DE
DETENÇÃO – Lei 9.099/1995 (JECRIIM) Lei n.º 11.719/2008 (alteração dos ritos
procedimentais no CPP) e Lei 12.403/2011 (alteração no regime de prisão cautelar e liberdade
provisória)

[...] o tempo da pena cominada e não a natureza do crime, passou a ser o critério fundamental
[...] (REALE JUNIOR, Miguel. Fundamentos de direito penal. SP: Editora Gen. 2020, p.268)

1) LEI 9.099/1995
Art. 61.  Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
RECLUSÃO E DETENÇÃO - NOVAS DISPOSIÇÕES LEGAIS QUE SE REPORTAM À PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE NÃO DIFERENCIANDO RECLUSÃO DE DETENÇÃO – Lei 9.099/1995 (JECRIIM) Lei n.º 11.719/2008
(alteração dos ritos procedimentais no CPP) e Lei 12.403/2011 (alteração no regime de prisão cautelar e liberdade provisória)

2) RITO PROCEDIMENTAL DE ACORDO COM O “QUANTUM” DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE


COMINADA:

 Art. 394.  O procedimento será comum ou especial.           (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 1o  O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:           (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro)
anos de pena privativa de liberdade;           (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de
pena privativa de liberdade;           (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.           
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
RECLUSÃO E DETENÇÃO - NOVAS DISPOSIÇÕES LEGAIS QUE SE REPORTAM À PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE NÃO
DIFERENCIANDO RECLUSÃO DE DETENÇÃO – Lei n.º 11.719/2008 (alteração dos ritos procedimentais no CPP) e Lei 12.403/2011
(alteração no regime de prisão cautelar e liberdade provisória)

3) Limitação na concessão de fiança: a autoridade policial somente poderá conceder fiança nas infrações punidas com pena privativa de
liberdade não superior a quatro anos (art. 322 do CPP), independentemente de tratar-se de reclusão ou detenção. Quando a pena for
superior a quatro anos a fiança deverá ser requerida ao juiz.

Art. 322.  A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de
liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.           (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único.  Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito)
horas.           (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

4) Influência decisiva nos pressupostos da prisão preventiva (art. 313, I, do CPP).

 Art. 313.  Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:            
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;            
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
 

Reclusão e detenção

        Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou
aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de
transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou


média;

        b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou


estabelecimento similar;

        c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento


adequado.
 Reclusão e detenção

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em
regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

         § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;

        b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá,
desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

        c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto.

        § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos
no art. 59 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da
pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os
acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEP – LEI 7.210/1984 (Alterada pela Lei 13.964/2019 conhecida como “Pacote
Anticrime”)

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos
rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:    
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)

I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa
ou grave ameaça;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)

II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave
ameaça;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)

III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à
pessoa ou grave ameaça;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)

IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave
ameaça;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)

V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se
for primário;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao
menos:    (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
        (Vigência)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário,
vedado o livramento condicional;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada
para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        
(Vigência)
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;     
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo
ou equiparado;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou
equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional.     
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária,
comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.    
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)

§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de
manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão de
livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.     
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os
requisitos para progressão de regime são, cumulativamente:      (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;                 
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;                 (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;                 
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento;             
   (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

V - não ter integrado organização criminosa.                 (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
§ 4º  O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício previsto no § 3º
deste artigo.    (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)

§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no 
§ 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.       (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)

§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a
obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito
objetivo terá como base a pena remanescente.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)

§ 7º (VETADO).

§ 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento do
requisito temporal exigível para a obtenção do direito.           (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
Inconstitucionalidade do art. 112 da LEP com redação determinada pela Lei n.
13.964/2019 relativa à progressão de regime nos crimes hediondos

(Cezar Roberto Bitencourt)


. Regimes penais

[...] A Lei n. 7.209/84 manteve a classificação dos regimes de cumprimento de pena instituído pela Lei
n. 6.416/77. Abandonou, contudo, a periculosidade como fator determinante para a adoção deste ou
daquele regime, como fazia aquele diploma legal. Agora, os regimes são determinados
fundamentalmente pela espécie e quantidade da pena e pela reincidência, aliadas ao mérito do
condenado, num autêntico sistema progressivo. “O regime torna-se, agora, o estado de cumprimento de
pena, em que se coloca o condenado, no tocante à intensidade modulada de redução da liberdade”720.

O regime fechado será executado em estabelecimento de segurança máxima ou média; o semiaberto


será executado em colônia agrícola, industrial ou estabe­lecimento similar; e, finalmente, o regime
aberto será cumprido em casa de albergado ou em estabelecimento adequado.

Recentemente, a Lei n. 10.792/2003 instituiu o que denominou regime disciplinar diferenciado — a ser
cumprido em cela individual —, que poderá ter duração máxima de 360 dias, sendo possível sua
repetição, desde que não ultrapasse um sexto da pena [...] (Cezar Roberto Bitencourt)
Regras do regime fechado

        Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a


exame criminológico de classificação para individualização da execução. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento


durante o repouso noturno. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade


das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a
execução da pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras


públicas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEP (Lei n.º 7.210/1984)

Do Trabalho Externo

Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou
obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas,
desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.

§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na obra.

§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.

§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso.

Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de
aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.

Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido
como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste
artigo.
REGIME FECHADO

[...] Quem cumpre pena em regime fechado não tem direito a frequentar cursos, quer de instrução,
quer profissionalizantes. E o trabalho externo só é possível (ou admissível) em obras ou serviços
públicos, desde que o condenado tenha cumprido, pelo menos, um sexto da pena [...] (Cezar Roberto
Bitencourt).

Em sentido contrário: vide STJ, Súmula 341 e artigo 126 da LEP ( 


Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) – vide próximos slides

[...] o contato com o mundo externo, destarte, é reduzido a essa possibilidade de trabalho, sob
vigilância, além das hipóteses excepcionais da permissão de saída em caso de falecimento ou doença
grave de cônjuge, ascendente ou descendente, e se houver necessidade de tratamento decorrente de
doença grave ... O trabalho constitui a espinha dorsal da execução da pena privativa de liberdade [...]
(REALE JUNIOR, Miguel. Fundamentos de direito penal. SP: Editora Gen. 2020, p. 269).
STJ, SÚMULA N. 341

A freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução


de pena sob regime fechado ou semi-aberto.

A edição de tal súmula foi levada a efeito porque a lei era omissa sobre tal questão.
Entretanto, a promulgação da Lei 12.422/2011 positivou a remição pelo estudo no texto
do artigo 126 da LEP

Art. 126.  O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou


semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de
execução da pena.                  (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).
HABEAS CORPUS N. 30.623-SP (2003/0170764-3) Relator: Ministro Gilson Dipp
Impetrante: Edvaldo Lino Pereira Advogado: Cristhianna de Magalhães Lescreck Impetrado:
Tribunal de Alçada Criminal do Estado de São Paulo Paciente: Edvaldo Lino Pereira (preso)
EMENTA Criminal. HC. Remição. Freqüência em aulas de curso oficial - Telecurso.
Possibilidade. Interpretação extensiva do art. 126 da Lei de Execução Penal. Ordem concedida.
I. A Lei de Execuções Penais previu a remição como maneira de abreviar, pelo trabalho, parte
do tempo da condenação. II. A interpretação extensiva ou analógica do vocábulo “trabalho”,
para abarcar também o estudo, longe de afrontar o caput do art. 126 da Lei de Execução Penal,
lhe deu, antes, correta aplicação, considerandose a necessidade de se ampliar, no presente caso,
o sentido ou alcance da lei, uma vez que a atividade estudantil, tanto ou mais que a própria
atividade laborativa, se adequa perfeitamente à finalidade do instituto. III. Sendo um dos
objetivos da lei, ao instituir a remição, incentivar o bom comportamento do sentenciado e a sua
readaptação ao convívio social, a interpretação extensiva se impõe in casu, se considerarmos
que a educação formal é a mais eficaz forma de integração do indivíduo à sociedade. IV. Ordem
concedida, para restabelecer a decisão de primeiro grau de jurisdição.
IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO DE CONDENADO – ARTIGO 9.º-A DA LEI DE
EXECUÇÃO PENAL
Art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado com violência grave contra a pessoa,
bem como por crime contra a vida, contra a liberdade sexual ou por crime sexual contra
vulnerável, será submetido, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante
extração de DNA (ácido desoxirribonucleico), por técnica adequada e indolor, por ocasião
do ingresso no estabelecimento prisional.           
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
§ 1o  A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso,
conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.    
(Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de proteção de dados
genéticos, observando as melhores práticas da genética forense.     
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
§ 2o  A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso
de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético.  
(Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO DE CONDENADO – ARTIGO 9.º-A DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus dados constantes nos bancos de perfis
genéticos, bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de maneira que possa
ser contraditado pela defesa.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não tiver sido submetido à identificação do
perfil genético por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser submetido ao procedimento durante
o cumprimento da pena.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
§ 5º A amostra biológica coletada só poderá ser utilizada para o único e exclusivo fim de permitir a identificação
pelo perfil genético, não estando autorizadas as práticas de fenotipagem genética ou de busca familiar.          
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a amostra biológica recolhida nos termos do caput deste artigo deverá
ser correta e imediatamente descartada, de maneira a impedir a sua utilização para qualquer outro fim.           
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
§ 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração do respectivo laudo serão realizadas por perito oficial.           
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de identificação do perfil
genético.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)        (Vigência)
TRABALHO DO PRESO
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade
educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três
quartos) do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por
outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a
ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em
Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
TRABALHO DO PRESO E REMIÇÃO DA PENA
Art. 126.  O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou
por estudo, parte do tempo de execução da pena.                  (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).

§ 1o  A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:                   


(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio,
inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3
(três) dias;                 (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.                  (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 2o  As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma
presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais
competentes dos cursos frequentados.                    (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
TRABALHO DO PRESO E REMIÇÃO DA PENA (Artigo 126 da LEP)

§ 3o  Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se
compatibilizarem.                     (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 4o  O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a
remição               .(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 5o  O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino
fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema
de educação.                    (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 6o  O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir,
pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período
de prova, observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.         (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 7o  O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar.                .(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 8o  A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa.               
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
TRABALHO DO PRESO E REMIÇÃO DA PENA (Artigo 126 da LEP)
Art. 127.  Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57,
recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.                   (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

Art. 128.  O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.                     
(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

Art. 129.  A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de todos os
condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de frequência escolar
ou de atividades de ensino de cada um deles.                  (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 1o  O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por meio de
declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar.               
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

§ 2o  Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos.                   (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)

Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de
instruir pedido de remição.
LOCAL DE CUMPRIMENTO DA PENA (VIDE CP COMENTADO) Luciano
Anderson de Souza – Coord.) – COMENTÁRIOS AO ART. 34
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO – RDD (VIDE CP COMENTADO)
Luciano Anderson de Souza – Coord.) COMENTÁRIOS AO ART. 34
ESTABELECIMENTOS PENAIS:

1. Penitenciária (regime fechado)

2. Colônia penal agrícola, industrial ou similar (regime semi-aberto)

3. Casa de albergado (regime aberto)

4. Cadeia Pública e Centros de Detenção Provisórios - CDPs (presos provisórios)


REGIME SEMI-ABERTO:

 Regras do regime semi-aberto

        Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que
inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno,
em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos


supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
REGIME SEMI-ABERTO:

 Regras do regime semi-aberto

        Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que
inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno,
em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos


supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Regras do regime fechado  Regras do regime semi-aberto

Art. 34 - O condenado será submetido, no início do Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código,
cumprimento da pena, a exame criminológico de caput, ao condenado que inicie o cumprimento da
classificação para individualização da execução.  pena em regime semi-aberto. 
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum
diurno e a isolamento durante o repouso noturno.  durante o período diurno, em colônia agrícola,
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do industrial ou estabelecimento similar. 
estabelecimento, na conformidade das aptidões ou § 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a
ocupações anteriores do condenado, desde que freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de
compatíveis com a execução da pena. instrução de segundo grau ou superior.
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime ANOTAÇÕES MARGINAIS:
fechado, em serviços ou obras públicas.  Não há previsão de isolamento durante o período
noturno
 O trabalho externo é permitido, inclusive na
iniciativa privada
 Art. 92 da LEP - O condenado poderá ser alojado
em compartimento coletivo
O investimento da Política Penitenciária brasileira tem sido inclinada para a
construção de penitenciárias (regime fechado), investindo-se menos na criação de
estabelecimentos para cumprimento de pena em regime semi-aberto (Colônia penal
agrícola, industrial ou similar).

Isso criou um impasse sistêmico no modelo progressivo de cumprimento da pena


privativa de liberdade: falta de vagas para progressão de regime

Essa situação esdrúxula foi judicializada e levada ao STF que se manifestou sobre tal
situação formando o importante precedente veiculado no julgamento do RE
641.320/RS (com repercussão geral), bem assim editando, em seguida, Súmula
Vinculante n.º 56
RE 641.320/RS (com repercussão geral) - Tema: 423

• Título:
Cumprimento de pena em regime menos gravoso ante a falta de vagas em estabelecime
nto penitenciário adequado.

• Descrição: Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos artigos 1º, III, e 5º, II, XLVI,
LXV, da Constituição Federal, a possibilidade, ou não, de se determinar o cumprimento
de pena privativa de liberdade em prisão domiciliar, ante a inexistência de vagas em
estabelecimento penitenciário adequado à execução no regime semi-aberto.

• Link para acesso ao acórdão:


https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11436372
RE 641.320/RS - Teses de Repercussão Geral

● Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os
padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos
termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais,
comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições
legais de encarceramento.
[Tese definida no RE 580.252, rel. min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, P, j. 16-2-2017, DJE 204
de 11-9-2017, Tema 365.]

I — A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime
prisional mais gravoso;
II — Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes
semiaberto e aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis
estabelecimentos que não se qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou
“casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (art. 33, § 1º, b e c);
III — Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se:
(i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas;
(ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em
prisão domiciliar por falta de vagas;
(iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime
aberto. Até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão
domiciliar ao sentenciado.
[Tese definida no RE 641.320, rel. min. Gilmar Mendes, P, j. 11-5-2016, DJE 159 de 1º-8-2016, Tema 423.]
SÚMULA VINCULANTE DO STF N.º 56

A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção


do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar,
nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.
Concessão de trabalho externo, desde o início da pena

LEI 7.210 (LEP) - SEÇÃO III - Do Trabalho Externo

Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do


estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além
do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
REGIME SEMI-ABERTO - Concessão de trabalho externo, desde o início da pena SEM NECESSIDADE DE
CUMPRIMENTO DE 1/6 DA PENA (interpretação do jurista Cezar Roberto Bittencourt que aduz:

“É bom esclarecer que o juiz da condenação, na própria sentença, já deverá conceder o serviço externo, sendo desnecessário
o cumprimento de qualquer parcela da pena, pois, como veremos, o art. 35 do CP não faz essa exigência. Ou então,
posteriormente, quando, por algum fundamento, se considere desrecomendável o serviço externo de imediato, o juiz da
execução, que é o juiz natural da fase executória, poderá concedê-lo desde o início do cumprimento da pena. Ressalvada a
hipótese de concessão do trabalho externo na própria sentença, preferimos que o juiz da execução, pela segurança de sua
isenção, seja a autoridade apta a decidir sobre a concessão tanto do trabalho externo como da progressão de regimes”
(Bittencourt, Cezar Roberto)

Posição de Bittencourt referendada pelos seguintes precedentes:

1) STJ: HC 97.615/SP, Rel. Min. Og Fernandes, 6ª Turma, DJ de 10-11-2008

2) STF: Agravo Regimental na Execução Penal 2 – DF – ACÓRDÃO CONDENATÓRIO NO CASO MENSALÃO –


AÇÃO PENAL 470)

Acórdão do STF disponível em: https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7087412


• Regras do regime aberto

        Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de


responsabilidade do condenado. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância,


trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada,
permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

        § 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato


definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo,
não pagar a multa cumulativamente aplicada. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Regras do regime disciplinar diferenciado – LEP – Lei de Execução Penal

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou
disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao
regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características:   (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie;     
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - recolhimento em cela individual;       (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir o contato
físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2
(duas) horas;      (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos,
desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso;    (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas para impedir o contato
físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

VI - fiscalização do conteúdo da correspondência;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, garantindo-se a participação do defensor
Regras do regime disciplinar diferenciado – Artigo 52 da LEP

§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros:    (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada,
independentemente da prática de falta grave.   (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou
mais Estados da Federação, o regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o
preso:    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de origem ou da sociedade;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no
grupo criminoso, a operação duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais e os resultados do tratamento penitenciário.     
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar diferenciado deverá contar com alta segurança interna e externa, principalmente no que diz respeito à
necessidade de se evitar contato do preso com membros de sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais.    
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por agente
penitenciário.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não receber a visita de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio
agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
• REFERÊNCIAS:

BITTENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral. Volume 1.


Livro digital. 2022.

MUAKAD, Irene Batista. Pena privativa de liberdade. São Paulo. Atlas. 1996.

CHAVES CAMARGO, Antonio Luis. Sistema de penas, dogmática jurídico-penal


e política criminal. São Paulo: Cultural Paulista. 2002.
• LIVRO DIGITAL:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786555597172/epubcfi/
6/78[%3Bvnd.vst.idref%3Dmiolo36.xhtml]!/4/2/74/3:150[pen%2Ca.]

• LEITURA ATÉ página 647: continuar a leitura a partir do item 3.3. Regras do
regime aberto

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