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6. Degredo
• PENAS NO CÓDIGO CRIMINAL DE 1830 (CONTINUAÇÃO)
DESTERRO (art.52): impunha ao condenado a saída dos lugares onde havia ocorrido
o delito, de sua principal residência e da principal residência da vítima, permitindo
seu retorno somente após o tempo determinado na sentença
PENAS NO CÓDIGO PENAL DE 1890
2. Reclusão para alguns delitos políticos; encarceramento do delinquente em fortalezas, praças de guerra ou
estabelecimentos militares
3. Publicação da sentença
•I - reclusão;
• reclusão;
•II I- -detenção;
• detenção;
•IIIII- -multa.
•III - multa.
1.Crescimento econômico/industrialização
2. Urbanização
3. Aumento da criminalidade
• AUMENTO DA CRIMINALIDADE NOS CENTROS URBANOS/CAPITAIS – atrofia do
direito natural à segurança pública
4. Debate nacional que levou à promulgação da nova parte geral do Código Penal pela Lei
7.209/1984 e promulgação da Lei de Execução Penal – LEP – Lei 7.210/1984
Lei 7.209/1984: nova parte geral do Código Penal
• Na redação originária do CP/1940 havia diferenças entre as penas de reclusão e detenção, como, por exemplo,
o que dispunha o art. 30 do CP/1940 (redação originária):
Art 30. No período inicial do cumprimento da pena de reclusão, se o permitem as suas condições
pessoais, fica o recluso também sujeito a isolamento durante o dia, por tempo não superior a três
meses.
Art. 31. O condenado a pena de detenção fica sempre separado dos condenados a pena de
reclusão e não está sujeito ao período inicial de isolamento diurno.
• Todavia, não havia e não há diferença ontológica entre pena de reclusão e detenção, pois ambas são penas
privativas de liberdade
Reclusão e detenção
RECLUSÃO DETENÇÃO
- crimes mais graves são apenados com - crimes menos graves são apenados com
reclusão detenção
- o início de cumprimento da pena do delito - o crime apenado com detenção não poderá
apenado com reclusão pode ser o fechado ensejar início de cumprimento de pena em
regime fechado (cf. art.33, caput, CP)
1) Espécies de medidas de segurança: para infração penal punida com reclusão a medida
de segurança será sempre detentiva; já para autor de crime punido com detenção, a medida
de segurança poderá ser convertida em tratamento ambulatorial (art. 97 do CP).
3) Prioridade na ordem de execução (arts. 69, caput, e 76, ambos do Código Penal):
executa-se primeiro a reclusão e depois a detenção ou prisão simples.
Concurso material
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em
que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de
detenção, executa-se primeiro aquela.
Concurso de infrações
[...] Como se vê, a manutenção dicotômica da pena privativa de liberdade obedece a toda
uma estrutura do nosso ordenamento jurídico-penal, que não se resume a uma simples
divisão terminológica [...] (Cezar Roberto Bitencourt)
[...] o tempo da pena cominada e não a natureza do crime, passou a ser o critério fundamental
[...] (REALE JUNIOR, Miguel. Fundamentos de direito penal. SP: Editora Gen. 2020, p.268)
1) LEI 9.099/1995
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos
desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não
superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
RECLUSÃO E DETENÇÃO - NOVAS DISPOSIÇÕES LEGAIS QUE SE REPORTAM À PENA PRIVATIVA DE
LIBERDADE NÃO DIFERENCIANDO RECLUSÃO DE DETENÇÃO – Lei 9.099/1995 (JECRIIM) Lei n.º 11.719/2008
(alteração dos ritos procedimentais no CPP) e Lei 12.403/2011 (alteração no regime de prisão cautelar e liberdade provisória)
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro)
anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de
pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
RECLUSÃO E DETENÇÃO - NOVAS DISPOSIÇÕES LEGAIS QUE SE REPORTAM À PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE NÃO
DIFERENCIANDO RECLUSÃO DE DETENÇÃO – Lei n.º 11.719/2008 (alteração dos ritos procedimentais no CPP) e Lei 12.403/2011
(alteração no regime de prisão cautelar e liberdade provisória)
3) Limitação na concessão de fiança: a autoridade policial somente poderá conceder fiança nas infrações punidas com pena privativa de
liberdade não superior a quatro anos (art. 322 do CPP), independentemente de tratar-se de reclusão ou detenção. Quando a pena for
superior a quatro anos a fiança deverá ser requerida ao juiz.
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de
liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito)
horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou
aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de
transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em
regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá,
desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos
no art. 59 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da
pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os
acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEP – LEI 7.210/1984 (Alterada pela Lei 13.964/2019 conhecida como “Pacote
Anticrime”)
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos
rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa
ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave
ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à
pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave
ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se
for primário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao
menos: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário,
vedado o livramento condicional; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada
para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Vigência)
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo
ou equiparado; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou
equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária,
comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de
manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão de
livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os
requisitos para progressão de regime são, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento;
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
V - não ter integrado organização criminosa. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício previsto no § 3º
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no
§ 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a
obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito
objetivo terá como base a pena remanescente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 7º (VETADO).
§ 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento do
requisito temporal exigível para a obtenção do direito. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Inconstitucionalidade do art. 112 da LEP com redação determinada pela Lei n.
13.964/2019 relativa à progressão de regime nos crimes hediondos
[...] A Lei n. 7.209/84 manteve a classificação dos regimes de cumprimento de pena instituído pela Lei
n. 6.416/77. Abandonou, contudo, a periculosidade como fator determinante para a adoção deste ou
daquele regime, como fazia aquele diploma legal. Agora, os regimes são determinados
fundamentalmente pela espécie e quantidade da pena e pela reincidência, aliadas ao mérito do
condenado, num autêntico sistema progressivo. “O regime torna-se, agora, o estado de cumprimento de
pena, em que se coloca o condenado, no tocante à intensidade modulada de redução da liberdade”720.
Recentemente, a Lei n. 10.792/2003 instituiu o que denominou regime disciplinar diferenciado — a ser
cumprido em cela individual —, que poderá ter duração máxima de 360 dias, sendo possível sua
repetição, desde que não ultrapasse um sexto da pena [...] (Cezar Roberto Bitencourt)
Regras do regime fechado
Do Trabalho Externo
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou
obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas,
desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na obra.
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de
aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido
como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste
artigo.
REGIME FECHADO
[...] Quem cumpre pena em regime fechado não tem direito a frequentar cursos, quer de instrução,
quer profissionalizantes. E o trabalho externo só é possível (ou admissível) em obras ou serviços
públicos, desde que o condenado tenha cumprido, pelo menos, um sexto da pena [...] (Cezar Roberto
Bitencourt).
[...] o contato com o mundo externo, destarte, é reduzido a essa possibilidade de trabalho, sob
vigilância, além das hipóteses excepcionais da permissão de saída em caso de falecimento ou doença
grave de cônjuge, ascendente ou descendente, e se houver necessidade de tratamento decorrente de
doença grave ... O trabalho constitui a espinha dorsal da execução da pena privativa de liberdade [...]
(REALE JUNIOR, Miguel. Fundamentos de direito penal. SP: Editora Gen. 2020, p. 269).
STJ, SÚMULA N. 341
A edição de tal súmula foi levada a efeito porque a lei era omissa sobre tal questão.
Entretanto, a promulgação da Lei 12.422/2011 positivou a remição pelo estudo no texto
do artigo 126 da LEP
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio,
inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3
(três) dias; (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma
presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais
competentes dos cursos frequentados. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
TRABALHO DO PRESO E REMIÇÃO DA PENA (Artigo 126 da LEP)
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se
compatibilizarem. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a
remição .(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino
fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema
de educação. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir,
pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período
de prova, observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. .(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa.
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
TRABALHO DO PRESO E REMIÇÃO DA PENA (Artigo 126 da LEP)
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57,
recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.
(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de todos os
condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de frequência escolar
ou de atividades de ensino de cada um deles. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por meio de
declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar.
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de
instruir pedido de remição.
LOCAL DE CUMPRIMENTO DA PENA (VIDE CP COMENTADO) Luciano
Anderson de Souza – Coord.) – COMENTÁRIOS AO ART. 34
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO – RDD (VIDE CP COMENTADO)
Luciano Anderson de Souza – Coord.) COMENTÁRIOS AO ART. 34
ESTABELECIMENTOS PENAIS:
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que
inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno,
em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que
inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno,
em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código,
cumprimento da pena, a exame criminológico de caput, ao condenado que inicie o cumprimento da
classificação para individualização da execução. pena em regime semi-aberto.
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum
diurno e a isolamento durante o repouso noturno. durante o período diurno, em colônia agrícola,
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do industrial ou estabelecimento similar.
estabelecimento, na conformidade das aptidões ou § 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a
ocupações anteriores do condenado, desde que freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de
compatíveis com a execução da pena. instrução de segundo grau ou superior.
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime ANOTAÇÕES MARGINAIS:
fechado, em serviços ou obras públicas. Não há previsão de isolamento durante o período
noturno
O trabalho externo é permitido, inclusive na
iniciativa privada
Art. 92 da LEP - O condenado poderá ser alojado
em compartimento coletivo
O investimento da Política Penitenciária brasileira tem sido inclinada para a
construção de penitenciárias (regime fechado), investindo-se menos na criação de
estabelecimentos para cumprimento de pena em regime semi-aberto (Colônia penal
agrícola, industrial ou similar).
Essa situação esdrúxula foi judicializada e levada ao STF que se manifestou sobre tal
situação formando o importante precedente veiculado no julgamento do RE
641.320/RS (com repercussão geral), bem assim editando, em seguida, Súmula
Vinculante n.º 56
RE 641.320/RS (com repercussão geral) - Tema: 423
• Título:
Cumprimento de pena em regime menos gravoso ante a falta de vagas em estabelecime
nto penitenciário adequado.
• Descrição: Recurso extraordinário em que se discute, à luz dos artigos 1º, III, e 5º, II, XLVI,
LXV, da Constituição Federal, a possibilidade, ou não, de se determinar o cumprimento
de pena privativa de liberdade em prisão domiciliar, ante a inexistência de vagas em
estabelecimento penitenciário adequado à execução no regime semi-aberto.
● Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os
padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos
termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais,
comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições
legais de encarceramento.
[Tese definida no RE 580.252, rel. min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, P, j. 16-2-2017, DJE 204
de 11-9-2017, Tema 365.]
I — A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime
prisional mais gravoso;
II — Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes
semiaberto e aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis
estabelecimentos que não se qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou
“casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (art. 33, § 1º, b e c);
III — Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se:
(i) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas;
(ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em
prisão domiciliar por falta de vagas;
(iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime
aberto. Até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão
domiciliar ao sentenciado.
[Tese definida no RE 641.320, rel. min. Gilmar Mendes, P, j. 11-5-2016, DJE 159 de 1º-8-2016, Tema 423.]
SÚMULA VINCULANTE DO STF N.º 56
“É bom esclarecer que o juiz da condenação, na própria sentença, já deverá conceder o serviço externo, sendo desnecessário
o cumprimento de qualquer parcela da pena, pois, como veremos, o art. 35 do CP não faz essa exigência. Ou então,
posteriormente, quando, por algum fundamento, se considere desrecomendável o serviço externo de imediato, o juiz da
execução, que é o juiz natural da fase executória, poderá concedê-lo desde o início do cumprimento da pena. Ressalvada a
hipótese de concessão do trabalho externo na própria sentença, preferimos que o juiz da execução, pela segurança de sua
isenção, seja a autoridade apta a decidir sobre a concessão tanto do trabalho externo como da progressão de regimes”
(Bittencourt, Cezar Roberto)
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da ordem ou
disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao
regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie;
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para impedir o contato
físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2
(duas) horas; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos,
desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso; (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas para impedir o contato
físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, garantindo-se a participação do defensor
Regras do regime disciplinar diferenciado – Artigo 52 da LEP
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada,
independentemente da prática de falta grave. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou
mais Estados da Federação, o regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o
preso: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de origem ou da sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no
grupo criminoso, a operação duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais e os resultados do tratamento penitenciário.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar diferenciado deverá contar com alta segurança interna e externa, principalmente no que diz respeito à
necessidade de se evitar contato do preso com membros de sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de grupos rivais.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por agente
penitenciário. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não receber a visita de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio
agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
• REFERÊNCIAS:
MUAKAD, Irene Batista. Pena privativa de liberdade. São Paulo. Atlas. 1996.
• LEITURA ATÉ página 647: continuar a leitura a partir do item 3.3. Regras do
regime aberto