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DIREITO PENAL III – M3

Galera do Fundão – 4ª Fase

FURTO – Art 155

Elementos (segundo Nelson Hungria)


1. Subtração
2. Fim do assenhoramento definitivo
3. Coisa alheia móvel.

Bem Jurídico  Propriedade

Sujeito
Ativo
Passivo Dominus

Coisa Móvel
 Bens: imóveis, móveis ou semoventes
* imóveis por ficção legal

Tipo Subjetivo
“Animus rem sibi habendi”
Dolo de senhorio

Furto de Uso
Atipicidade
Requisito
 Intenção de uso “Ab ovo”
 Coisa não consumível
 Restituição imediata e integral a vítima

Furto Famélico
 Estado de necessidade
 Requisitos:
o Fato para mitigar a fome
o Ultima Ratio
o Subtração direta para emergência
o Insuficiência de recursos

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FURTO

 É o crime que ocorre pela retirada do bem sem a autorização do dono, sem que este
perceba. De acordo com o código, é subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.

Elementos:
 Subtrair: pegar algo da outra pessoa
 Assenhoramento definitivo: pegar pra “mim”
 Coisa móvel

Bem Jurídico protegido: se protege a propriedade

Sujeito
 Ativo: qualquer pessoa (comum

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Galera do Fundão – 4ª Fase

 Passivo: aquele que possui o “dominus”, o dono, aquele que tem a propriedade do
bem.

Coisa Móvel
 Coisa Imóvel: não pode ser movimentado, sem alterar sua substancia. (não pode
ser furtado)
 Coisa Móvel: pode ser movimentado, sem alterar sua substancia. (pode ser
furtado)
 Semoventes: são aqueles que são transportados de um lugar para outro, pela
própria força. (depende)
 Bens imóveis por ficção legal: são bens móveis que são tratados pela lei
brasileira civil como imóveis. Exemplos: navios, aeronaves e outros. (pode ser
furtado)
 Obs.: O ser humano não pode ser objeto de furto, mas o seu cadáver pode ser.

“As responsabilidades civis e penais são paralelas, ou seja, não se encontram. Elas não se
encontram e ou se relacionam.”

Tipo Subjetivo
 “Animus rem sibi habendi”: significa a intenção de ter a coisa para si, ou seja,
"intenção de exercer sobre a coisa um poder no interesse próprio" (Wikipedia).
 É pegar a coisa com dolo “dolo de senhorio”: ter na mente a coisa como “minha”, e
não mais do dono. É a vontade de sentir dono do bem alheio.
 Isso se comprova através do processo penal.

Furto de Uso
 Não é crime... Conduta atípica sim! É o uso não autorizado de um bem de outrem,
para “impressionar” alguém, com posterior devolução. Desde que tenha os
seguintes requisitos:
o Intenção de uso “ab ovo”: desde o inicio tinha intenção de somente para
usar o bem, e devolver posteriormente. Se comprova no processo penal
o Coisa não consumível: se consumível, não se tem como devolver.
o Restituição imediata do bem: necessite devolver o bem logo após o uso.

Furto Famélico
 Necessitas contra legem (contra a necessidade não há lei). É o caso do furto para
alimentar os filhos. Aceito como estado de necessidade, desde que haja os
seguintes requisitos (que é necessário ser comprovado para configurar o furto
famélico):
o Ato para mitigar a Fome
o Ultima ratio (ultima alternativa que a pessoa tem)
o Subtrair para atender emergência
o Pessoa muito pobre, sem recursos.

APROPRIAÇÃO INDÉBITA - ART 168

Objeto Jurídico: Patrimônio

Sujeito: Ativo e Passivo

Requisito

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 Entrega voluntaria do bem pela vitima


 Posse ou detenção do bem, desvigiada (se for vigiada, é furto)
 Boa fé do agente ao receber o bem
 Inversão de animus, que se dá de 2 formas:
o Praticar atos exclusivos do proprietário.
o Recusa na restituição

Elementos Subjetivo: Dolo – animus rem sibi habendi

Consumação

Tentativa
 Apropriação indébita própria
 Apropriação indébita imprópria

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APROPRIAÇÃO INDÉBITA – ART 168

 Ocorre uma entrega voluntaria de um bem. É valida somente a partir dos 18 anos, para
o sujeito passivo.
 Para configurar a tipicidade, é necessária a ocorrência de 4 requisitos cumulativos:
1. Entrega voluntaria do bem
2. Posse ou detenção desvigiada (de acordo com Pierangel e Luis Flavio
Gomes), existe um período de atenção desvigiada (tempo que a pessoa perde o
objeto de vista, sendo um período juridicamente relevante, que é definido pelo
principio da razoabilidade, no caso concreto, definido pelo Juiz).
3. Boa fé do agente, dolo inicial??? Quando emprestou, tinha a intenção de
devolver, mas ocorreu uma inversão do dolo, pois mudou de ideia, e decidiu
ficar com o objeto.
A presunção de boa fé pode ser presumida, já a má fé deve ser comprovada (Iuris
tantum)
4. Mudança de Animo: Animus = vontade. Pode se dividir em 2 formas:
 Prática de atos exclusivos do proprietário: ocorre quando se pratica
tais atos. Na cabeça do criminoso, ele já é o dono do objeto.
 Recusa em entregar: quando ocorre a recusa em devolver, mesmo com
a cobrança por parte do proprietário.
 Não existe a apropriação indébita na modalidade culposa, sendo somente a conduta
dolo. O crime acontece quando o criminoso trata o objeto alheio como se fosse seu.
 A Consumação ocorre de 2 formas:
1. Quando o sujeito ativo pratica os atos como se fosse dono.
2. Quando não devolve.
Se consuma no animus rem sibi habendi.
 Tentativa: Ocorre na Apropriação Indébita própria cabe tentativa. Não existe
tentativa na Apropriação Indébita imprópria. Assim, só ocorre tentativa quando ocorre
a recusa da devolução.
o Apropriação indébita própria – quando o sujeito pratica atos de disposição,
vendendo, desviando, doando, consumindo, ocultando ou alugando o bem;
o Apropriação indébita imprópria – com a negativa de entrega do bem, por
exemplo, quando a vítima requer a devolução do bem e o agente recusa em
devolver. Neste caso não se admite tentativa.

Apropriação Indébita Privilegiada (Art. 170)

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Neste caso, ocorre uma pena menor para o réu. Necessite 2 requisitos, previstos no art.
155 §2º.
 Sujeito Ativo ser primário (não reincidente).
 Pequeno valor da coisa subtraída (valores relativos, de acordo com o caso
concreto).
o O Juiz verifica no caso concreto, a condição patrimonial das partes.
o Um salário mínimo (entendimento majoritário).

ESTELIONATO – Art. 171

ELEMENTOS:
1. Conduta dirigida a obtenção de vantagem ilícita.
2. Vantagem ilícita para o agente ou terceiro.
3. Vitima induzida ou mantida em erro.
4. Execução por artificio, ardil ou outro meio.

STÉLIO: Intelectual do Direito Penal

Bem Juridico Protegido: O patrimônio e a confiança nas relações sociais.

Sujeito
 Ativo: determinado
 Passivo: se indeterminado

Conduta Típica: Obter para si ou para outrem + Vantagem Ilícita + Por Artificio
(documento) ou por Ardil (verbalização).

Fraude civil versus Estelionato


 Dolus Bonus
 Dolus Manus

Elemento Subjetivo: Dolo

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ESTELIONATO – Art. 171

 Tem quatro elementos:


o Conduta dirigida a obtenção de vantagem ilícita: visa a obtenção de vantagem
ilícita.
o Vantagem ilícita para o agente ou terceiro:
o Vitima induzida ou mantida em erro: induzida ou mantida em erro (erro: saber
falso, noção falsa da coisa , segundo WBM), ignorância (é não saber).
 Induzir: coloca a vitima em erro.
 Manter: ela já está em erro, tem oportunidade de muda-la, mas prefere
manter no erro.
o Execução por artificio, ardil ou outro meio.
 Engano mediante fraude (parece que é, mas não é... DENOREX).
 Estelionatário é perito em escolher suas vitimas (segundo Pierangelli). Ele se adapta a
vitima para dar o golpe. Ele escolhe bem sua vitima.

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Bem Jurídico Protegido: Segundo Luis Flávio Gomes, protege-se 2 bens:


1. Protege-se o patrimônio do sujeito passivo.
2. Mas o principal bem protegido, é a confiança nas relações sociais. E
XXXXXXXXXX fidúcia (baseados na confiança).

Sujeito
 Ativo: Qualquer pessoa maior de 18 anos
 Passivo: Qualquer pessoa determinada, maior de 18 anos.
Se a vitima for indeterminada, torna-se crime contra a economia popular (ex.: gasolina
batizada em posto, balança adulterada em açougue).
Determinado pode ser definido.

Fraude civil versus Estelionato


Silvio Rodrigues, grande civilista brasileiro, faz a diferenciação:
 Dolus Bonus (Fraude Civil) é aquela mentira aplicada na hora de vender um produto
(falta de ética, elegância)
 Dolus Manus (Estelionato) é quando existe interesse em causar prejuízo a outrem.

Conduta Típica
 Vantagem ilicita é diferente do exercício arbitrário das próprias razões (licita, art
345).

Execução – Consumação
Normalmente ocorrem nas duas formas, na mesma vez:
 Por artifício: meio fraudulento (estelionato documental)
 Por ardil: por meio de conversa, oratória (verbalizar) contando um história triste,
ou uma história de prêmios, para convencer a pessoa a dar sua contribuição.

Elemento Subjetivo
 Crime doloso, porque é planejado, montado.

EXTORÇÃO MEDIANTE SEQUESTRO – ART 159

Bem Jurídico protegido – IUS EUNDI. Direito Absoluto?

Sujeito
Ativo
Passivo: Animal racional

Tipo Objetivo
Impedir “ir e vir” (Ius Eundi) de terceiros + mediante qualquer meio (vis absoluta
ou vis relativa) + com finalidade de obtenção de vantagem

Sequestro é diferente de Cárcere Privado.

Tipo Objetivo

Consumação  crime formal  privação do Ius Eundi  por quanto tempo?


Existem 2 correntes:
o Qualquer tempo
o Tempo juridicamente relevante

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Conatus

Qualificadora

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EXTORÇÃO MEDIANTE SEQUESTRO – ART 159

IUS EUNDI – Direito de ir e vir. Pierangeli fala no deslocamento pessoal, que é o segundo
maior direito da pessoa (pois o 1º é a liberdade).

IUS EUNDI é um direito relativo. Sua privação ocorre de 2 formas:


1. Pela ação do Estado, que pode impedir o direito de ir e vir, através da prisão
temporária, etc. De acordo com o art. 312 do CPP, é a forma preventiva do Estado
suspender a Ius Eundi (prisão preventiva – stricto senso). A gravidade do ato delitivo
não é motivo para manter a prisão, pois sempre que possível, o réu deve responder o
processo solto. Priva-se somente se necessário.
2. Pela vontade própria do agente (quando opta pela clausura em mosteiros)
Não se pode dispor da liberdade alheia. Somente da própria liberdade.

Sujeito
 Ativo: qualquer pessoa
 Passivo: qualquer pessoa
Animal não pode ser sequestrado. Nesse caso, sofre-se extorsão.

Tipo Objetivo
 Impedir o IUS EUNDI (direito de ir e vir) de terceiro
+
 Mediante VIS ABSOLUTA (mediante violência) ou VIS RELATIVA (mediante grave
ameaça, chantagem
+
 Com finalidade obtenção de vantagem (pela doutrina, a vantagem tem que ser
econômica).

Sequestro é diferente de Cárcere Privado


 Sequestro: é a restrição de liberdade em local aberto (ex. ilha, fazenda, etc)
 Cárcere Privado: é a restrição de liberdade em local fechado (ex. cela)
A distinção jurídica é que tendo teto sobre a cabeça, é um lugar fechado. Caso contrário, é
um local aberto.

Tipo Subjetivo: Crime Doloso.

Consumação
Ocorre a consumação quando se priva o IUS EUNDI. Mas por quanto tempo? Existem 2
correntes:
1. A partir do momento em que pessoa quer sair, ou seja, a qualquer tempo.
2. Por tempo juridicamente relevante, que depende de:
a. Das circunstâncias, no caso concreto.
b. Do Animus da vitima
c. Do próprio comportamento do sequestrado (agente).
A maioria da doutrina segue a 1ª corrente doutrinaria, porque “tempo juridicamente
irrelevante” é indefinido, gerando subjetividade do julgador.
Flagrante por extrapolar 24 horas. Tem casos em que dura dias.

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Assim, basta o fato ocorrer, para se ter o sequestro.

Conatus
Tentativa é possível, pois pode que o agente não consiga seu intento, por condições alheias
a sua vontade. A desistência voluntaria depende do auto, mas a tentativa não depende.

Qualificadoras
1. Mais de 24 horas de privação de liberdade
2. Vítima ser menor de 18 anos, pois o mentos não tem desenvolvimento completo e
tem menor capacidade de resistência.
3. Vitima com mais de 60 anos, pois são mais frágeis (segue a teoria da justiça
distributiva de São Tomas de Aquino).
4. Quadrilha ou bando. Hoje é chamada de associação criminosa. Necessita um
mínimo de 3 pessoas.

OMISSÃO DE SOCORRO – ART 135

 Solidariedade: Dever? Direito?


 Norma??? De Solidariedade
 Imperativo, e não proibição! Exceção?
 Objeto Jurídico: Segurança das Pessoas.
 Sujeito:
o Ativo: Comum
o Passivo: Comum
o Necessita de Vinculo Prévio?
 Necessita o sujeito ativo estar na presença da vitima?
o Sim: Bittencourt
o Não: Damásio
o Basta ser comunicado da situação
 Pessoas que devem receber assistência
o Criança Abandonada ou extraviada (até 12 anos)
o Invalido ou ferido ou desamparado (cego, paralitico)
o Quem se achar em grave ou eminente perigo
 Vitima nega o auxilio
o Há omissão?
 Sim. Bem irrenunciável
 Salvo se oposição impossibilita o auxilio
 Conduta
o Nihil Agere
o Duas formas
 Imediata
 Mediata
Deve ser imediata
 Risco Pessoal: torna a conduta irrelevante

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OMISSÃO DE SOCORRO – ART 135


 Vivemos em sociedade. Na pré-história não existia solidariedade. Após o Cristianismo
a sociedade cristã ocidental passou a considerar o auxílio a terceiro, sem retorno.

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Atualmente solidariedade é um direito, e não um dever (para ajudar), entretanto,


existe exceções, em que se é obrigado a ser solidário:
o Criança abandonada
o Pessoa invalida ou ferida.
o Aquele que se encontre em grave e eminente perigo
 Em Penal 3 e 4 se estuda normas negativas. Omissão de socorro é um crime omissivo
por excelência, Nesse crime se pune por não agir (Nihil Agere)
 Objeto Jurídico: segurança das pessoas, dos mais fracos, pois a sociedade deve
proteger aqueles que são mais fracos.
 Sujeito: É um crime comum, tanto para o sujeito ativo, como para o sujeito passivo.
Trata-se de ajuda sem XXXX (mesmo que não exista vinculo entre as partes, mas o
vinculo não é necessário).
 Presença do Sujeito Ativo: Segundo Bitencourt, que é a corrente majoritária, diz que
é necessária a presença da vitima para ser obrigado a prestar socorro. Pierangeli, diz
que não é necessário estar na frente da vitima, desde que se tenha conhecimento da
situação da pessoa. Damásio diz que também não é necessário estar na presença da
vitima.
 Pessoa que deve receber assistência: É obrigado a prestar juridicamente ajudar:
o Criança longe de quem detém pátrio poder. Naquele somente ela está fora do
campo de visão dos pais/responsáveis. Criança é menor de 12 anos, mas não
exclui a obrigação de presta socorro para maior de 12 anos. Para Pierageli,
maior de 12 anos também deve ser atendido, pois nesse caso, deve se levar em
conta o principio da razoabilidade.
o Cegos e paraplégicos
o Aquele que se encontra em grave e eminente perigo.
Essa obrigação é valida, desde que não ponha em risco a vida do autor.
 Vitima nega auxilio: há omissão, pois a vida é um bem irrenunciável e não disponível.
Salvo se a oposição da vitima impossibilitar o auxílio.
 Conduta: Não agir (Nihil Agere), é um crime omissivo por excelência, ocorrendo de 2
formas: Imediata ou direita: age no momento, intervém no ato. Mediata: pede auxílio
ao Estado (Samu, bombeiro, etc.)
LFG diz ser rápida ou imediata, na hora, se for demorada, é um “simulacro” (cópia mal
feita) de assistência. Imediata é sem XXXXX (sem parada para depois ajudar).
 Risco Pessoal: Quando a risco para a pessoa, não é obrigado a prestar socorro, mas
deve solicitar auxilio ao estado (forma mediata).
 Tipo Subjetivo: É doloso, pois não existe forma culposa.
 Consumação: Ocorre no momento em que o agente devendo agir, não age.
 Conatus: Não admite conatus, pois crimes omissivos não admitem tentativa

MAUS TRATOS – ART. 136

 Sujeito
o Ativo: crime próprio “mantenedor” (marido x esposa / esposa x marido)
o Passivo: crime próprio “mantido” (marido x esposa / esposa x marido)
 Necessidade de vinculo (forma de custódia)?
 Objeto Jurídico: saúde e vida das pessoas
 Tipo Objetivo:
o Expor
o Colocar alguém em perigo
 Meio de Execução:
o Privação de alimentos absoluta (animus necandi)

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o Privação de cuidados necessários


o Sujeição a trabalho excessivo/trabalho inadequado
o Abuso nos meios de correção ou disciplina
Uso: norma de cultura – causa supra legal de exclusão de ilicitude
 Elemento subjetivo: dolo
 Consumação: momento da criação do perigo concreto. Basta um ato?
o Sim. Nucci  crime instantâneo
o Depende do caso em concreto (Pierangeli)

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MAUS TRATOS – ART. 136

 Expor alguém a perigo, a vida e ou a saúde


 Pessoa com vinculo de autoridade (pais/filhos, professor/aluno) e responsabilidade.
 Sujeito Ativo: necessário existir relação vertical (comandante/comandado).
Hierarquia (mantenedor alguém que tem a responsabilidade de sobre outrem).
Inclui aquele que mantenedor propriamente dito (pais/filhos), e o provisório
(professor)
 Sujeito Passivo: mantido (XXXXX). Entre mulher e marido não existe relação de
manutenção (mantenedor):
o Não existe parentesco com a mulher
o Não existe relação vertical ou hierárquica entre o casal.
 Tipo Objetivo: expor ou colocar alguém em perigo eminente e real (isso é apurado
através do processo penal).
 Meios de Execução:
o Privação de alimentos: Pode ser relativa, é maus tratos se absoluta (se
comprovado o animus necandi – intenção de maus tratos).
o Privação de cuidados necessários: cuidados básicos, privar do minimo
necessário.
o Sujeição a trabalho excessivo/trabalho inadequado: trabalhar mais do que
a capacidade da pessoa.
o Abuso nos meios de correção ou disciplina: o que extrapola é o excessivo na
educação. No caso é norma de cultura.
Para Rene Dotti, existem as excludentes de ilicitude legais (estado de
necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício
regular de direito). Entretanto existem as causas de excludente supra legais,
que é: inexigibilidade conduta diversa e a cultura. Na cultura brasileira, é
possível o uso de meios corretivos aos filhos, pois faz parte do processo de
educação do pais para com os filhos. O uso de meios de correção é XXX de
cultura, então pode ser considerado excludente. Em caso de excesso, configura
maus tratos.
 Tipo Subjetivo: Doloso, não existindo forma culposa.
 Consumação: de acordo com Nucci, basta 1 vez para ocorrer o maus tratos (corrente
majoritária. Pierangeli entende que depende de ser analisado no caso em concreto.

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