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Novembro de 2019.

Intensivo Rede LFG


Direito Penal
Processor: Rogério Sanches.
Aluno: Alan Viegas Navega.

Título II

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

Capítulo VII

RECEPTAÇÃO

Existe uma classificação de crimes, que os classifica em Crimes Principais


e Crimes Acessórios:

*Crimes Principais: não pressupõe outros para existirem.


*Crimes Acessórios: pressupõe outros para existirem.

Ex: receptação, favorecimento pessoal (art. 348 CP), favorecimento real


(art. 349 CP) e lavagem de dinheiro.

Vamos estudar a receptação, uma espécie de crime acessório.

Art. 180 CP - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em


proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir
para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996).

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº


9.426, de 1996).

*Trata-se de crime de médio potencial ofensivo- vide artigo 89 da lei


9.099/95. Admite-se a Suspenção Condicional do Processo.

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a
um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a
denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que
autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

        § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do


Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo
o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:

        I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

        II - proibição de frequentar determinados lugares;

        III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização


do Juiz;

        IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para


informar e justificar suas atividades.

        § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada


a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.

        § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário


vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo
justificado, a reparação do dano.

        § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser


processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer
outra condição imposta.

        § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a


punibilidade.

        § 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do


processo.

        § 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o


processo prosseguirá em seus ulteriores termos.

BEM JURÍDICO

O bem jurídico tutelado é o patrimônio.

OBS: Para Noronha, de forma mediata, protege-se também a administração


da justiça, cuja a atuação fica embaraçada pela ação do receptador.
SUJEITO ATIVO

Não exige qualidade ou condição especial do agente. É crime comum,


qualquer pessoa pode praticá-lo, salvo o concorrente (co-autor ou partícipe)
do crime anterior (este irá responder só pelo crime anterior).
Ex: Rogério e Lígia furtam um veículo. Depois Lígia compra a metade do
veículo que pertencia ao Rogério, por ter participado do roubo. A Ligia não
responde por receptação, pois ela participou do furto. Responde somente
pelo furto.

* É possível receptação de coisa própria (coisa que já era da pessoa)?

Excepcionalmente pode figurar como sujeito ativo o proprietário do bem,


caso o objeto esteja na posse legítima de terceiro.

Ex: meu relógio foi objeto de furto e encontro para vender no mercado de
pulgas e compro de volta, não configura receptação, porque não estava na
posse legitima.

Ex: meu relógio foi objeto de penhor (garantia pignoratícia) e alguém furta
o meu credor, e eu vou lá e compro o relógio de quem furto, neste caso
configurará receptação, porque foi tirado da posse legitima.

SUJEITO PASSIVO

Será o mesmo do delito antecedente. A vítima do furto continua vítima da


receptação.

TIPO OBJETIVO

Receptação Simples Própria - art. 180 caput, 1º parte: Está punindo o


receptador (que adquiri, recebe, transporta... o objeto do crime
antecedente).
“Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou
alheio, coisa que sabe ser produto de crime...”

Não é necessário ajuste entre o autor do crime antecedente e o receptador.


Ex: indivíduo que se apodera de bem dispensado por ladrão em fuga. Este
indivíduo será receptador e não houve ajuste entre os 2 personagens.

Nem sempre a receptação se dá por título injusto. Ex: credor que aceita do
devedor coisa produto de crime (ilícita).
Receptação Simples Imprópria - art. 180 caput, 2º parte: está punindo o
intermediário, aquele que se coloca entre o autor do crime anterior e o
adquirente de boa-fé.

Este intermediário é chamado de Receptador Impróprio.


“...ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte”

Se o adquirente estiver de má-fé (sabe que a coisa que está adquirindo é


produto de crime) ele responderá pelo art. 180 caput, 1º parte CP e o
intermediário passa a ser um partícipe desta receptação.

Análise Conjunta

Considerações que servem tanto para a receptação simples própria quanto


para a imprópria.

*É imprescindível a existência de crime anterior. A receptação pressupõe


crime anterior.

*Este crime anterior não tem que ser necessariamente contra o patrimônio,
podendo ser crime contra a administração pública, por exemplo. Ex:
adquirir coisa sabendo ser produto de Peculato (crime contra a
administração pública) é receptação.
 Existe receptação de coisa produto de ato infracional?
1º Corrente: (Fragoso) A coisa deve ser produto de crime. Se for produto de
ato infracional, será fato atípico.

2º Corrente: (Noronha) A coisa deve ser produto de fato previsto como


crime, abrangendo ato infracional, porque o ato infracional não deixa de ser
fato previsto como crime. *Prevalece esta Corrente!

* Coisa produto de contravenção penal não gera receptação.

 Existe receptação de coisa imóvel?

O art.180 Caput CP não restringe o objeto material a coisa móvel.


Exemplo de receptação de coisa imóvel: pessoa faz uma doação de um
imóvel para a pessoa errada, e esta pessoa se faz passar por outra. houve
receptação de coisa imóvel, a doação foi fruto de um estelionato cometido.
Pela letra da lei pode ser móvel ou imóvel. Mas a limitação (restrição) é
dada pela doutrina:
1º Corrente: O legislador não limitou o objeto material à coisa móvel
(falando em coisa).

2º Corrente: A Receptação pressupõe coisa móvel. Esta conclusão se extrai


da leitura do tipo que, implicitamente, pressupõe deslocamento do objeto.
Prevalece esta corrente! Já

TIPO SUBJETIVO

O art. 180 caput CP pune a modalidade dolosa. Prevalece que a expressão


“que sabe ser produto de crime” indica somente dolo direto. Então, para a
maioria, o caput só pune o dolo direto, não pune o dolo eventual.

CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Na Receptação Própria

Art. 180 Caput, 1º parte CP

Consuma-se no momento em que a coisa é incluída na esfera de


disponibilidade do agente.
Cuidado! Temos hipóteses de crime permanente. Os verbos transportar,
conduzir e ocultar configuram crime permanente, ou seja, sua consumação
se protrai no tempo (aplicação da súmula 111 STF, prescrição só começa a
contar quando cessa, admite flagrante a qualquer tempo).
Admite tentativa.

Receptação Imprópria

Consuma-se com a mera influencia sob terceiro de boa-fé, ou seja, a


receptação imprópria é delito formal. Isto significa que dispensa que
terceiro efetivamente adquira, receba ou oculte a coisa.
É crime formal ou de consumação antecipada.
De acordo com a maioria não admite tentativa. Para Rogério Sanches a
tentativa é perfeitamente possível na forma escrita (carta que busca
influenciar terceiro e é interceptada antes de chegar ao terceiro).

RECEPTAÇÃO QUALIFICADA

Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996).


§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial
ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: (Redação dada
pela Lei nº 9.426, de 1996).
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.426, de
1996)
O que justifica a qualificadora é o agente no exercício de atividade
comercial ou industrial. O agente no exercício desta atividade consegue
repassar a coisa produto de crime para terceiros de boa-fé mais facilmente.
Estamos diante de crime próprio, pois exige do agente esta qualidade ou
condição especial (não é mais crime comum).
O agente tem que estar no exercício de atividade comercial ou industrial,
isto é, deve praticar o crime agindo e valendo-se da qualidade de
comerciante ou na atividade industrial.
Ex: eu tenho um comercio de veículos e uma pessoa me vende um relógio
produto de crime que adquiro no meu comercio. Não índice a qualificadora
porque não existe nexo na atividade que eu exerço. Não comprei na
qualidade de comerciante. Mas se eu adquirir um carro produto de roubo e
utilizar para trabalhar na revenda neste caso tem nexo, índice a
qualificadora.

TIPO SUBJETIVO

Também é punido a título de dolo. Mas diferentemente do caput, o §1º traz


a expressão “coisa que deve saber ser produto de crime”.

Neste caso, existem 2 correntes discutindo se o tipo abrange somente o


dolo eventual ou também abrange o dolo direto:
1º Corrente: Abrange somente o dolo eventual, em decorrência da
expressão “deve saber”. Entende que o art. 180 §1º CP fere o princípio da
proporcionalidade, sendo portanto inconstitucional. Para a 1º corrente o
dolo direto vai para o tipo do caput. Portanto se torna desproporcional
porque se estaria punindo dolo direto com pena de 1 a 4 anos e o dolo
eventual com pena de 3 a 8 anos (se esta punindo o mais com o menos e o
menos com mais). Logo, incidindo o dolo direto no caput, o art. 180 §1º é
inconstitucional, ferindo o princípio da proporcionalidade.
*Tem julgado no STF e STJ neste sentido.
2º Corrente: Entende que o dolo direto está implícito, pois se pune-se o
dolo eventual, também se pune o dolo direto (implicitamente). O art. 180
§1º CP abrange dolo direto (implicitamente) e o dolo eventual, não
violando o princípio constitucional da proporcionalidade. * Tem julgado no
STF e STJ neste sentido.
*Portanto, a questão não está consolidada nos tribunais Superiores!
RECEPTAÇÃO EQUIPARADA

§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior,


qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício
em residência.
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996).
Esta qualificadora abrange camelô, desmanche, ou seja, quem exerce
atividade comercial irregularmente, pois o art. 180 §2º CP trás uma
cláusula de equiparação.

RECEPTAÇÃO CULPOSA

§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção


entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-
se obtida por meio criminoso: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996).

Temos o agente agindo com manifesta negligência. O legislador já


anunciou as 3 hipóteses de negligência, fechando o tipo penal.

TIPO OBJETIVO

Adquirir ou receber coisa que:


1. Por sua natureza; ou
2. Pela desproporção entre o valor e o preço; ou
3. Pela condição de quem oferece.
Em regra o tipo culposo é aberto, mas neste caso o legislador fechou o tipo
penal em 3 circunstâncias alternativas (não cumulativas, basta uma delas)

CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Se dá quando o agente efetivamente adquiri ou recebe a coisa. Estamos


diante de delito material.
Tratando-se de crime culposo, a tentativa não é possível.

INDEPENDÊNCIA TÍPICA DO CRIME DE RECEPTAÇÃO


A receptação é um exemplo de crime acessório, isto é, pressupõe outro
delito para existir. Porém, apesar de ser crime acessório, na punição da
receptação não é necessário que se comprove a autoria do crime passado
nem que o autor do crime pretérito seja punido.
Basta que exista o crime. Então, no que diz respeito a punição, estamos dia
te de uma independência típica.
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o
autor do crime de que proveio a coisa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996).

PERDÃO JUDICIAL E PRIVILÉGIO

§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em


consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação
dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei nº 9.426,
de 1996).

ART. 180 §5º

RECEPTAÇÃO CULPOSA RECEPTAÇÃO DOLOSA


Prevê o Perdão judicial Prevê o Privilégio (o mesmo do art. 155 §2º CP)
Requisitos:
*Criminoso primário
* Culpa levíssima

Requisitos:
*Criminoso primário
* Pequeno valor da coisa
OBS: não importa o valor da coisa, o valor da
coisa não influencia na concessão ou não do
beneficio.
OBS: De acordo com a maioria, aplica-se o
privilégio também para a receptação qualificada.

QUALIFICADORA OU MAJORANTE

§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito


Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços
públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017).

Discute-se se é uma qualificadora ou causa de aumento de pena. A doutrina


é divergente.
Se for qualificadora não entra no critério trifásico, ela é ponto de partida,
dobra a pena antes do cálculo do critério trifásico Se for causa de aumento,
ela dobra a pena apenas na 3º fase do critério trifásico.􀀱 Tem
Jurisprudência em ambos sentidos.
Aplica-se somente para a receptação dolosa simples (só incide no caput).
Não se aplica na receptação dolosa qualificada.

RECEPTAÇÃO DE ANIMAL

A Lei º 13.330/2016 acrescenta o art. 180-A ao Código Penal, criando uma


nova espécie de receptação envolvendo animais.

Art. 180-A.  Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em


depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização,
semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em
partes, que deve saber ser produto de crime: (Incluído pela Lei nº 13.330,
de 2016).

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

(Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016).

Antes da Lei nº 13.330/2016, se o agente praticasse a conduta descrita


atualmente no art. 180-A do CP, ele não responderia pela receptação
simples do art. 180, caput, do CP (Reclusão de 1 a 4 anos e multa) e sim
pela receptação qualificada prevista no § 1º do art. 180 (Reclusão de 3 a 8
anos e multa). No dispositivo legal do art. 180-A do CP exige-se a
finalidade de produção ou de comercialização, exigência essa que não está
descrita no caput do art. 180, mas sim presente no § 1º do art. 180 “no
exercício de atividade comercial ou industrial”. Note-se que a pena base do
art. 180-A é de reclusão de 2 a 5 anos e multa.

ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS

Art. 181 CP - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos
neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo,
seja civil ou natural.

São as imunidades patrimoniais absolutas.


É a impunibilidade de quem comete crime patrimonial, sem violência ou
grave ameaça, em prejuízo do cônjuge, na constância da sociedade
conjugal, de ascendente ou descendente, seja qual for o parentesco, civil ou
natural

NATUREZA JURÍDICA

1º Corrente: Causa de Extinção da punibilidade (extingue o direito de punir


que um dia existiu). *prevalece esta corrente!
2º Corrente: Causa de Exclusão da Punibilidade, isto é, jamais o estado teve
direito de punir este fato (impede-se o direito de punir).

HIPÓTESES DE ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS

Inciso I: Crime Cometido em prejuízo do Cônjugue na constância da


sociedade conjugal: Prevalece que abrange o cônjugue separado de fato e a
união estável (analogia in bonam partem). A união estável abrange
inclusive relações homoafetivas (devido a decisão do STF).
Inciso II: Crime Cometido em prejuízo do Ascendente ou Descendente:
Abrange os parentes em linha reta sem grau de limitação, o seja, não
abrange irmãos, colaterais em geral e parentes afins.

8.7.14 ESCUSAS RELATIVAS


Art. 182 CP- Somente se procede mediante representação, se o crime
previsto neste título é cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
São casos de imunidades patrimoniais relativas.

É a previsão de ação pública condicionada à representação da vítima se o


crime patrimonial, cometido sem violência ou grave ameaça, é cometido
em prejuízo do cônjuge separado judicialmente, de irmão, de tio ou
sobrinho, com quem o agente coabita

NATUREZA JURÍDICA
Cesar Roberto Bitecourt faz uma critica, dizendo que a natureza jurídica é
de alteração de ação penal, ou seja, impõe condição de procedibilidade.
Sendo assim, não escusa nada, somente impõe uma condição de
procedibilidade.

HIPÓTESES DE ESCUSAS RELATIVAS

Inciso I: Crime cometido em prejuízo do Cônjuge Separado Judicialmente:

CONJUGUES CASADOS CÔNJUGUES SEPARADOS


JUDICIALMENTE
CÔNJUGUES DIVORCIADOS
ESCUSA DO ART. 181, I CP ESCUSA DO ART. 182, I CP NÃO HÁ
IMUNIDADE

Inciso II: Crime cometido em prejuízo do Irmão.


Inciso III: Crime cometido em prejuízo do Tio ou Sobrinho com quem o
agente Coabita:
Não basta o tio subtrair sobrinho ou vice-versa, é imprescindível a
coabitação. Mas o crime
não precisa ocorrer sob o teto da coabitação.

HIPÓTESES DE NÃO APLICAÇÃO DAS ESCUSAS


PATRIMONIAIS

Art. 183 CP - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:


I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja
emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003).
Não se aplica a escusa absolutória e a relativa no casos dos incisos I, II e
III.

Inciso II: São Imunidades personalíssimas incomunicáveis.


􀀢 Art. 7, IV da Lei nº 11.340/2006 (Maria da penha): Violência
Patrimonial como espécie de violência doméstica e familiar contra a
mulher.

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre


outras:
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que
configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos,
instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou
recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas
necessidades;
*Fica proibida as escusas (art. 181 e 182 CP) nos crimes patrimoniais
contra a mulher no ambiente doméstico e familiar?

Temos 2 correntes:
1º Corrente: De acordo com Maria Berenice Dias, a partir da nova
definição de violência doméstica, não se aplicam as imunidades absolutas e
relativas quando a vítima é mulher e o crime ocorre no ambiente doméstico
e familiar.
2º Corrente: Mesmo com a lei Maria da Penha as escusas patrimoniais
permanece para o caso de vítima mulher no ambiente doméstico e familiar.
Deve ser alertado que o Estatuto do Idoso, para impedir as escusas, foi
expresso, o que não ocorreu com a lei nº 11.340/2006.
OBS: Prof. Rogério Sanches não concorda com Maria Berenice, pois
enxerga integração da lei (analogia in malam partem).

Ler a Lei seca por 5 vezes.


Questões:
Questão 1:
Em relação aos crimes contra o patrimônio, assinale a alternativa
correta.

 A É isento de pena o agente que pratica o crime de roubo contra seu


cônjuge, na constância da sociedade conjugal.
 B É isento de pena o agente que pratica o crime de furto em prejuízo
de seu cônjuge, que possui 50 anos de idade, na constância da
sociedade conjugal.
 C A pena do delito de receptação é reduzida de um a dois terços se o
crime for praticado contra descendente, seja o parentesco legítimo ou
ilegítimo.
 D A pena do delito de furto é aumentada de um terço se o crime for
praticado em prejuízo do cônjuge, na constância da sociedade
conjugal.
 E É isento de pena quem pratica o crime de extorsão em prejuízo do
cônjuge judicialmente separado.

GABARITO B
Correção.

A) e E) A isenção não se aplica ao Roubo e Extorsão;

C) e D) Há isenção de pena;

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título
(Título II - Dos crimes contra o patrimônio), em prejuízo:            

B)   I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou


natural.

[...]       

Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:

I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave


ameaça ou violência à pessoa;

II - ao estranho que participa do crime.

III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos.

Questão 2

Quanto aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que

 A conforme entendimento sedimentado do Superior Tribunal de Justiça,


aplicam-se às qualificadoras objetivas e subjetivas do furto a causa de aumento
de pena do repouso noturno e a forma privilegiada.
 B qualifica a extorsão mediante sequestro se o sequestrado é menor de 18
(dezoito) anos ou maior de 60 (sessenta) anos, de sorte que se restituído à
liberdade depois de completar 18 (dezoito) anos, ou sequestrado antes de
completar 60 (sessenta) anos, embora libertado a partir dessa idade, não incide
a qualificadora.
 C na Apropriação Indébita Previdenciária, é facultado ao juiz deixar de aplicar a
pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons
antecedentes, desde que tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes
de ser oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social
previdenciária, inclusive acessórios.
 D a absolvição pelo crime pressuposto da receptação impede a condenação do
receptador quando não existir prova de ele ter concorrido para a infração
penal, ficar provada a inexistência do fato, não houver prova da existência do
fato, não constituir o fato infração penal ou existir circunstância que exclua o
crime.
A) INCORRETA A causa de aumento de pena prevista no § 1° do art. 155 do CP
(repouso noturno) é aplicável tanto na forma simples (caput) quanto na forma
qualificada (§ 4°) do delito de furto. a posição topográfica do § 1º (vem antes do § 4º)
não é fator que impede a sua aplicação para as situações de furto qualificado (§ 4º).
STJ. 6ª Turma. HC 306.450-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
4/12/2014 (Info 554).

Súmula 511/STJ: É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do


art. 155 do CP nos casos de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade
do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva”

Admite-se o privilégio no caso de qualificadoras de ordem OBJETIVA.

B) INCORRETA Art. 159 § 1 o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se


o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é
cometido por bando ou quadrilha.  

Observe que mesmo que o sequestrador devolva o menor após ter completado 18
anos a consumação do delito perdura no tempo e se iniciou quando o sequestrado
ainda era menor, de modo que não faz diferença quando ele devolveu a pessoa.

C) CORRETA Art. 168-A § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar
somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde
que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o


pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000)

II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para
o ajuizamento de suas execuções fiscais. 

D) INCORRETA Art. 180 § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou


isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. 

Artigos extraídos do CP.

Questão 3

Rita, depois de convencer suas colegas Luna e Vera, todas vendedoras em uma
joalheria, a desviar peças de alto valor que ficavam sob a posse delas três, planejou
detalhadamente o crime e entrou em contato com Ciro, colecionador de joias, para
que ele adquirisse a mercadoria. Luna desistiu de participar do fato e não foi trabalhar
no dia da execução do crime. Rita e Vera conseguiram se apossar das peças conforme
o planejado; entretanto, como não foi possível repassá-las a Ciro no mesmo dia, Vera
levou-as para a casa de sua mãe, comunicou a ela o crime que praticara e persuadiu-a
a guardar os produtos ali mesmo, na residência materna, até a semana seguinte. 
Considerando que o crime apresentado nessa situação hipotética venha a ser
descoberto, julgue o item que se segue, com fundamento na legislação pertinente.

Ainda que não tenha sido informado de que as peças seriam produto de crime, Ciro
poderá responder criminalmente por uma das espécies de receptação, caso venha a
adquiri-las por valor muito abaixo do preço de mercado.

 Certo
 Errado

Certa.
 Segundo o artigo 180, um dos verbos para receptação é adquirir. 
 Questão comentada pelo Prof. Érico Palazzo.

Questão 4

No que diz respeito à extinção da punibilidade, julgue o item seguinte.

A extinção da punibilidade pela prática do crime de furto alcança o crime de


receptação, haja vista que este último só foi possível em razão do primeiro.

 Certo
 Errado

 ERRADO
  
 P - Art. 180, § 4º- A  receptação é punível, ainda que desconhecido ou
isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. 
 EXEMPLO: Filho que furta o celular da mãe e depois vende. O filho é
insento de pena, e quem comprou o celular responde por receptação. 

Questão 5

Rui e Lino, irmãos, combinaram a prática de furto a uma loja. Depois de subtraídos os
bens, Pedro, pai de Rui e de Lino, foi procurado e permitiu, em benefício dos filhos, a
ocultação dos objetos furtados em sua residência por algum tempo, porque eles
estavam sendo investigados.

Nessa situação hipotética, a conduta de Pedro configura


 A receptação.
 B favorecimento real.
 C favorecimento pessoal.
 D hipótese de isenção de pena.
 E furto.

Letra B.

b) Certa. Pedro pratica uma conduta para favorecimento de outro, ou seja, um


favorecimento real (art. 349). Pedro não ocultou o produto do crime em favor
próprio, portanto, não cometeu o crime de receptação. Como a ocultação foi em
favor de seus filhos, Rui e Lino, Pedro responderá pelo crime de favorecimento
real (art. 349, CP). Vale lembrar que, nesse crime, não há uma hipótese de escusa
absolutória pelo fato de Pedro ser pai dos criminosos, como acontece no crime
de favorecimento pessoal.

Obs.: Esse artigo não prevê isenção de pena por ser pai.

Questão comentada pelo Prof. Érico Palazzo.

Questão 6

Os crimes contra o patrimônio reservaram grande atenção por parte do


legislador, ao passo que este estipulou diversas condutas passíveis de sanção
criminal, com a finalidade de resguardar o bem jurídico pessoal. Sobre essa
modalidade de crime, assinale a alternativa correta:

 A Não constitui crime de estelionato emitir cheque sem provisão de fundos em


poder do sacado
 B A pena pelo crime de apropriação indébita é diminuída nos casos em que o
ato criminoso é perpetrado por tutor ou curador
 C O crime de receptação não admite a modalidade culposa
 D É isento de pena o cônjuge que comete crime furto em face do companheiro
durante a constância do casamento
 E Não será punido criminalmente quem, de qualquer modo, apropriar-se de
coisa alheia perdida
 LETRA A - Não constitui crime de estelionato emitir cheque sem provisão de
fundos em poder do sacado.
 Incorreta. Segundo o art. 171, VI - emite cheque, sem suficiente provisão de
fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
  
 LETRA B - A pena pelo crime de apropriação indébita é diminuída nos casos em
que o ato criminoso é perpetrado por tutor ou curador 
 Incorreta. Segundo o art. 168, no caso a pena será aumentada.
  
 LETRA C - O crime de receptação não admite a modalidade culposa
 Incorreta. Segundo art. 180, § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua
natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de
quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso (...)      
  
 LETRA D - É isento de pena o cônjuge que comete crime furto em face do
companheiro durante a constância do casamento
 Correta. Segundo art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes
previstos neste título, em prejuízo:
 I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
  
 LETRA E - Não será punido criminalmente quem, de qualquer modo, apropriar-
se de coisa alheia perdida
 Incorreta. Segundo art. 169, II - quem acha coisa alheia perdida e dela se
apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo
possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15
(quinze) dias.
  

Questão 7
Um indivíduo, sem antecedentes criminais, que, consertando e vendendo telefones
celulares novos e usados, exercia comércio clandestino no quintal de casa, expôs à
venda, em certa ocasião, um celular roubado avaliado em R$ 3.000. Ao ser indagado
sobre a procedência do bem, o comerciante alegou que o comprara de um
desconhecido, sem recibo ou nota fiscal. Embora não tenha ficado esclarecido como o
celular chegara às suas mãos ou quem o subtraíra, é inquestionável a procedência
criminosa, já que a vítima, quando do roubo, havia registrado na delegacia a
ocorrência do fato, o qual fora confirmado por testemunhas oculares.

Nessa situação hipotética, tal indivíduo responderá pela prática de crime de


receptação

 A preterdolosa, por ter agido com dolo na conduta e culpa no resultado.


 B qualificada, mesmo que a autoria do crime anterior não seja apurada, por
tratar-se de crime parasitário ou acessório.
 C culposa, já que agiu com imprudência ao comprar produtos sem exigir recibo
ou nota fiscal.
 D simples, porque não explorava comércio regular.
 E dolosa com forma privilegiada, por ser primário e ter bons antecedentes.

b) Certa. No crime de receptação, não é necessária a autoria do crime, e sim a


materialidade. No caso, havia materialidade. Além disso, o homem, que
exercia atividade comercial, ao receber o aparelho celular sem nota fiscal,
sabia ou deveria saber que era produto de crime. Com isso, é receptação
qualificada.
 Questão comentada pelo Prof. Érico Palazzo.

Questão 8
Desejando roubar um estabelecimento comercial, Celidônio rouba primeiramente um
carro, deixando-o ligado em frente ao estabelecimento para a facilitação de sua fuga.
Quando Celidônio se afasta, Arlindo casualmente passa pelo local e, vendo o veículo
ligado, opta por subtraí-lo, dirigindo ininterruptamente até ingressar em outro Estado
da Federação. Nesse contexto, é correto falar que Arlindo cometeu crime de:

 A receptação
 B furto qualificado.
 C roubo.
 D furto

 E roubo majorado

ALTERNATIVA B

Questão 9

Art. 155  Furto qualificado

§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor


que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. 

Sobre o crime de receptação, é correto afirmar que:

 A não é possível a receptação que tenha como crime prévio uma outra
receptação.
 B a receptação qualificada admite a modalidade culposa.
 C cuida-se de crime subsidiário ao delito de favorecimento real.
 D majoritariamente, entende-se que. se a infração penal prévia for um ato
infracional, não há receptação, pois esta tem como objeto material o produto
de um crime.
 E aquele que encomenda a prática de crime patrimonial prévio não responde
por receptação ao receber para si o produto do crime

 a) Errada. É possível a receptação em cadeia.


 b) Errada. A receptação qualificada admite o dolo eventual.
 c) Errada. O favorecimento real que é subsidiário em relação à
receptação.
 d) Errada. O ato infracional é análogo ao crime, porém praticado por
menor de idade. Caso ele cometa ato infracional e venda para um maior
de idade, há receptação.
 e) Certa. A pessoa que encomenda um roubo não responde pela
receptação.
 Questão comentada pelo Prof. Érico Palazzo.
Questão 10

Sobre o crime de receptação, é correto afirmar que:

 A majoritariamente. entende-se que. se a infração penal prévia for um ato


infracional, não há receptação, pois esta tem como objeto material o produto
de um crime.
 B cuida-se de crime subsidiário ao delito de favorecimento real.
 C não é possível a receptação que tenha como crime prévio uma outra
receptação.
 D a receptação qualificada admite a modalidade culposa.
 E aquele que encomenda a prática de crime patrimonial prévio não responde
por receptação ao receber para si o produto do crime.

a)majoritariamente. entende-se que. se a infração penal prévia for um ato


infracional, não há receptação, pois esta tem como objeto material o produto de
um crime. 

(ERRADA). A questão tenta confundir ato infracional com contravenção penal, que
afastaria a incidência da receptação.

§ 2º A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do


crime de que proveio a coisa.

b)cuida-se de crime subsidiário ao delito de favorecimento real.

(ERRADA). É justamente o contrário, só haverá favorecimento real quando não for caso
de receptação.

c)não é possível a receptação que tenha como crime prévio uma outra
receptação.

(ERRADA). Não há óbice para configuração de receptação da receptação. Somente o


dono da coisa não pode ser sujeito ativo do crime de receptação.

d)a receptação qualificada admite a modalidade culposa. 

( ERRADA) receptação qualificada é aquele desenvolvida com finalidade comercial. Só


admite dolo direto ou eventual.

§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,


montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve
saber ser produto de crime:(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

e) aquele que encomenda a prática de crime patrimonial prévio não responde


por receptação ao receber para si o produto do crime. CORRETA.
Questão 11

Sobre o crime de receptação, é correto afirmar que:

 A aquele que encomenda a prática de crime patrimonial prévio não responde


por receptação ao receber para si o produto do crime.
 B não é possível a receptação que tenha como crime prévio uma outra
receptação.
 C cuida-se de crime subsidiário ao delito de favorecimento real.
 D a receptação qualificada admite a modalidade culposa.
 E majoritariamente. entende-se que. se a infração penal prévia for um ato
infracional, não há receptação, pois esta tem como objeto material o produto
de um crime.
 Correta, A:

 Aquele que encomenda a prática de crime patrimonial prévio não responde


por receptação ao receber para si o produto do crime, entretanto, responde
pelo crime anteriormente cometido, um furto ou roubo por exemplo, na
condição de co-autor ou participe, dependendo do caso concreto. 

Sujeitos do delito.

Sujeito ativo da receptação é aquele que adquire, recebe, transporta, conduz


ou oculta, em proveito próprio ou alheio, coisa produto de crime; a pessoa que
adquire um bem de boa fé, não comete receptação, pois, como já salientado, é
exigível que o agente tenha conhecimento que o bem seja produto de crime.

É um crime comum, isto é, qualquer pessoa pode cometê-lo; todavia, o


receptador não pode ter intervindo de nenhuma forma no crime anterior, pois,
se assim o fez, responde, não por receptação, mas pelo delito
antecedente, como co-autor ou partícipe, dependendo do caso concreto.

Ex.: aquele que encomenda um carro a um furtador não comete receptação,


mas responde como partícipe do furto, uma vez que influenciou o autor da
subtração a praticá-lo.

O proprietário do bem pode cometer receptação?


Em regra, não.

O tipo penal da receptação não exige que a coisa seja alheia  – diversamente


como ocorre no furto, roubo -, entretanto, é evidente que a vítima de um crime
de furto, ou de roubo, não pode cometer receptação, ao adquirir um bem que
lhe pertencia, que foi objeto do crime antecedente.

Excepcionalmente, por seu turno, pode ocorrer que o agente venha a ser
receptador da própria coisa, como no caso do bem se achar na posse do
credor pignoratício e, furtada por terceiro, é receptada pelo proprietário.

Sujeito passivo é o mesmo do delito anterior, ou seja, a receptação não faz


surgir uma nova vítima, um novo sujeito passivo.

Para quem quer uma leitura mais aprofundada sobre a Receptação, sugiro
o  seguinte artigo:

 F O N T E da informação: http://robertoinfanti.com.br/?p=217

1) Por que, para o STJ, talonário de cheques e cartão de crédito não podem
ser objeto de receptação?
 Por não possuírem, em si, o valor econômico indispensável à caracterização de
crime contra o patrimônio.
  
 2) Na receptação, o crime anterior precisa ser necessariamente contra o
patrimônio?
 Não! Podendo ser crime v.g. contra a administração pública (peculato), contra os
direitos autorais (pirataria), etc.
  
 3) É possível receptação de coisa produto de ATO INFRACIONAL?
 SIM!
  
 4) É possível receptação de coisa produto de CONTRAVENÇÃO?
 NÃO!
  
 5)É possível receptação de receptação?
 SIM!

Fazer 60 questões sobre o tema.


Fazer resumo com as questões.

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