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Título II
Capítulo VII
RECEPTAÇÃO
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a
um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a
denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que
autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
BEM JURÍDICO
Ex: meu relógio foi objeto de furto e encontro para vender no mercado de
pulgas e compro de volta, não configura receptação, porque não estava na
posse legitima.
Ex: meu relógio foi objeto de penhor (garantia pignoratícia) e alguém furta
o meu credor, e eu vou lá e compro o relógio de quem furto, neste caso
configurará receptação, porque foi tirado da posse legitima.
SUJEITO PASSIVO
TIPO OBJETIVO
Nem sempre a receptação se dá por título injusto. Ex: credor que aceita do
devedor coisa produto de crime (ilícita).
Receptação Simples Imprópria - art. 180 caput, 2º parte: está punindo o
intermediário, aquele que se coloca entre o autor do crime anterior e o
adquirente de boa-fé.
Análise Conjunta
*Este crime anterior não tem que ser necessariamente contra o patrimônio,
podendo ser crime contra a administração pública, por exemplo. Ex:
adquirir coisa sabendo ser produto de Peculato (crime contra a
administração pública) é receptação.
Existe receptação de coisa produto de ato infracional?
1º Corrente: (Fragoso) A coisa deve ser produto de crime. Se for produto de
ato infracional, será fato atípico.
TIPO SUBJETIVO
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Na Receptação Própria
Receptação Imprópria
RECEPTAÇÃO QUALIFICADA
TIPO SUBJETIVO
RECEPTAÇÃO CULPOSA
TIPO OBJETIVO
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Requisitos:
*Criminoso primário
* Pequeno valor da coisa
OBS: não importa o valor da coisa, o valor da
coisa não influencia na concessão ou não do
beneficio.
OBS: De acordo com a maioria, aplica-se o
privilégio também para a receptação qualificada.
QUALIFICADORA OU MAJORANTE
RECEPTAÇÃO DE ANIMAL
ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS
Art. 181 CP - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos
neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo,
seja civil ou natural.
NATUREZA JURÍDICA
NATUREZA JURÍDICA
Cesar Roberto Bitecourt faz uma critica, dizendo que a natureza jurídica é
de alteração de ação penal, ou seja, impõe condição de procedibilidade.
Sendo assim, não escusa nada, somente impõe uma condição de
procedibilidade.
Temos 2 correntes:
1º Corrente: De acordo com Maria Berenice Dias, a partir da nova
definição de violência doméstica, não se aplicam as imunidades absolutas e
relativas quando a vítima é mulher e o crime ocorre no ambiente doméstico
e familiar.
2º Corrente: Mesmo com a lei Maria da Penha as escusas patrimoniais
permanece para o caso de vítima mulher no ambiente doméstico e familiar.
Deve ser alertado que o Estatuto do Idoso, para impedir as escusas, foi
expresso, o que não ocorreu com a lei nº 11.340/2006.
OBS: Prof. Rogério Sanches não concorda com Maria Berenice, pois
enxerga integração da lei (analogia in malam partem).
GABARITO B
Correção.
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título
(Título II - Dos crimes contra o patrimônio), em prejuízo:
[...]
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos.
Questão 2
Observe que mesmo que o sequestrador devolva o menor após ter completado 18
anos a consumação do delito perdura no tempo e se iniciou quando o sequestrado
ainda era menor, de modo que não faz diferença quando ele devolveu a pessoa.
C) CORRETA Art. 168-A § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar
somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde
que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para
o ajuizamento de suas execuções fiscais.
Questão 3
Rita, depois de convencer suas colegas Luna e Vera, todas vendedoras em uma
joalheria, a desviar peças de alto valor que ficavam sob a posse delas três, planejou
detalhadamente o crime e entrou em contato com Ciro, colecionador de joias, para
que ele adquirisse a mercadoria. Luna desistiu de participar do fato e não foi trabalhar
no dia da execução do crime. Rita e Vera conseguiram se apossar das peças conforme
o planejado; entretanto, como não foi possível repassá-las a Ciro no mesmo dia, Vera
levou-as para a casa de sua mãe, comunicou a ela o crime que praticara e persuadiu-a
a guardar os produtos ali mesmo, na residência materna, até a semana seguinte.
Considerando que o crime apresentado nessa situação hipotética venha a ser
descoberto, julgue o item que se segue, com fundamento na legislação pertinente.
Ainda que não tenha sido informado de que as peças seriam produto de crime, Ciro
poderá responder criminalmente por uma das espécies de receptação, caso venha a
adquiri-las por valor muito abaixo do preço de mercado.
Certo
Errado
Certa.
Segundo o artigo 180, um dos verbos para receptação é adquirir.
Questão comentada pelo Prof. Érico Palazzo.
Questão 4
Certo
Errado
ERRADO
P - Art. 180, § 4º- A receptação é punível, ainda que desconhecido ou
isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
EXEMPLO: Filho que furta o celular da mãe e depois vende. O filho é
insento de pena, e quem comprou o celular responde por receptação.
Questão 5
Rui e Lino, irmãos, combinaram a prática de furto a uma loja. Depois de subtraídos os
bens, Pedro, pai de Rui e de Lino, foi procurado e permitiu, em benefício dos filhos, a
ocultação dos objetos furtados em sua residência por algum tempo, porque eles
estavam sendo investigados.
Letra B.
Obs.: Esse artigo não prevê isenção de pena por ser pai.
Questão 6
Questão 7
Um indivíduo, sem antecedentes criminais, que, consertando e vendendo telefones
celulares novos e usados, exercia comércio clandestino no quintal de casa, expôs à
venda, em certa ocasião, um celular roubado avaliado em R$ 3.000. Ao ser indagado
sobre a procedência do bem, o comerciante alegou que o comprara de um
desconhecido, sem recibo ou nota fiscal. Embora não tenha ficado esclarecido como o
celular chegara às suas mãos ou quem o subtraíra, é inquestionável a procedência
criminosa, já que a vítima, quando do roubo, havia registrado na delegacia a
ocorrência do fato, o qual fora confirmado por testemunhas oculares.
Questão 8
Desejando roubar um estabelecimento comercial, Celidônio rouba primeiramente um
carro, deixando-o ligado em frente ao estabelecimento para a facilitação de sua fuga.
Quando Celidônio se afasta, Arlindo casualmente passa pelo local e, vendo o veículo
ligado, opta por subtraí-lo, dirigindo ininterruptamente até ingressar em outro Estado
da Federação. Nesse contexto, é correto falar que Arlindo cometeu crime de:
A receptação
B furto qualificado.
C roubo.
D furto
E roubo majorado
ALTERNATIVA B
Questão 9
A não é possível a receptação que tenha como crime prévio uma outra
receptação.
B a receptação qualificada admite a modalidade culposa.
C cuida-se de crime subsidiário ao delito de favorecimento real.
D majoritariamente, entende-se que. se a infração penal prévia for um ato
infracional, não há receptação, pois esta tem como objeto material o produto
de um crime.
E aquele que encomenda a prática de crime patrimonial prévio não responde
por receptação ao receber para si o produto do crime
(ERRADA). A questão tenta confundir ato infracional com contravenção penal, que
afastaria a incidência da receptação.
(ERRADA). É justamente o contrário, só haverá favorecimento real quando não for caso
de receptação.
c)não é possível a receptação que tenha como crime prévio uma outra
receptação.
Sujeitos do delito.
Em regra, não.
Excepcionalmente, por seu turno, pode ocorrer que o agente venha a ser
receptador da própria coisa, como no caso do bem se achar na posse do
credor pignoratício e, furtada por terceiro, é receptada pelo proprietário.
Para quem quer uma leitura mais aprofundada sobre a Receptação, sugiro
o seguinte artigo:
F O N T E da informação: http://robertoinfanti.com.br/?p=217
1) Por que, para o STJ, talonário de cheques e cartão de crédito não podem
ser objeto de receptação?
Por não possuírem, em si, o valor econômico indispensável à caracterização de
crime contra o patrimônio.
2) Na receptação, o crime anterior precisa ser necessariamente contra o
patrimônio?
Não! Podendo ser crime v.g. contra a administração pública (peculato), contra os
direitos autorais (pirataria), etc.
3) É possível receptação de coisa produto de ATO INFRACIONAL?
SIM!
4) É possível receptação de coisa produto de CONTRAVENÇÃO?
NÃO!
5)É possível receptação de receptação?
SIM!