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CRIME DE RECEPTAÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO ANGOLANO

A receptação na modalidade ocultar é crime permanente. Assim enquanto a gente


estiver guardando ou escondendo o objecto que sabe ser produto de crime, consuma-se a
infração penal perdurando o flagrante delito.

A vítima de crime de receptação o sujeito passivo da receptação é o mesmo do


delito antecedente, ou seja, a vítima do bem roubado ou furtado. Não se pode confundir
receptação com favorecimento real, pois na receptação o agente adquire a coisa em
proveito próprio onde terceiro que não o autor do crime antecedente.

No caso de receptação definida no artigo 435º do código penal Angolano, ao


lermos este artigo percebemos que não simplesmente o ato de comprar que irá tipificar o
crime, mas também receber transportar conduzir ou portar algo que sabe ser produto de
crime, até mesmo o ato de influenciar um terceiro para que este adquira receba ou oculta
objecto que é produto de um crime anterior é tipificado como crime de receptação.

Coisas que sabe ser produto de crime automaticamente lembramos ser produto de
um elemento criminal o “Dolo” pois o indevido que aquela coisa que está adquirindo que
está recebendo ou ocultando é produto de um crime.

Então, de maneira geral o crime de prescrição é um crime Doloso. Porem ele


também admite a possibilidade culposa, com algumas condições.

A partir de agora iremos organizar as modalidades de crime de receptação na sua


forma dolosa e culposa.

Podemos dividir a receptação dolosa em 5 partes:

1. Própria
2. Improprias
3. Privilegiadas
4. Agravadas
5. Qualificadas

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Receptação culposa é do tipo único estando prevista no artigo 435º do código penal
Angolano juntamente a receptação dolosa própria. Em outras palavras o agente sabe que
aquela coisa em questão é fruto de um crime, coisa roubada, mesmo assim não se importa
adquirir diretamente. Por fim existe a possibilidade receptação culposa, ou seja, quando
não a presença de Dolo.

Neste caso o agente possui duvidas sobre a origem delituosa da coisa, mas ainda
assim assume o risco de adquiri-la.

Há três elementos que podem conduzir o elemento a esta situação:

1. A natureza da coisa;
2. A desproporção entre o valor e o preço;
3. E a condição de quem oferece a coisa;

Além disso na receptação culposa é possível obter o perdão Judicial, o qual culminará
na extinção da Punibilidade, desde que o Réu seja primário e as circunstancias do crime
forem favoráveis. Está prevista no nº 1 do artigo 399º da alínea (a)

Receptação Privilegiada esta modalidade só acontecera mediante de duas


condições:

Se o agente do crime de receptação for Réu primário, ou seja, que nunca foi
condenado com sentença transitada em julgada e se coisa em questão for de baixo valor
a primeira condição e bastante clara e objetiva, já a segunda, que diz a respeito a valor da
coisa, é mais subjetiva e será determinada pelo Juiz, levando em consideração a condição
econômica do agente.

A receptação privilegiada está prevista no artigo 399º sobre a restituição ou


reparação do nº 1 do mesmo artigo e na alínea (a) do código penal Angolano na hipótese
se o criminoso é primário, pode um Juiz ter em consideração em circunstância, deixar de
aplicar a pena. Se o criminoso é primário e é de pequeno valor a coisa furtada, o Juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminui-la de um a dois terços ou aplicar
somente a pena de multa (Hipótese do Perdão Judicial).

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Isso remete-nos ao artigo 400º do código penal Angolano sobre o procedimento
criminal

1. Depende da queixa nos crimes de furto descritos nos artigos 394º.

Receptação agravada se a coisa em questão for um bem de caráter Público, ou seja,


de:

1. Patrimônio da união,
2. Estado
3. Município
4. Sociedade de economia mista estaremos diante de uma receptação agravada.

Trata-se de uma forma qualificada da receptação, e a pena será aplicada em dobro.


Esta modalidade está prevista no artigo 397 do código penal Angolano, tratando-se de
bens e patrimônio da união, do estado, município economia mista de empresa serviços
públicos aplica-se em dobro a pena prevista deste artigo.

Receptação Qualificada para fecharmos os tipos de receptação na modalidade dolosa


temos a forma qualificada que está prevista

Neste caso receptor, ou seja, o agente ativo da receptação devera exercer uma
actividade comercial ou industrial, portanto, um empresário.

Os produtos adquiridos pelo facto de serem furtados ou roubados, são vendidos a


preços baixos, e adquirindo tais produtos, neste caso o empresário possuirá uma maior
quantidade de lucro, porém, de forma imoral e criminosa.

Complementa a ideia de actividade comercial e diz que:

“Equipara-se à actividade comercial, qualquer forma de comércio irregular ou


clandestino, inclusive o exercício em residência”.

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Conclusão

Chegamos a conclusão que Receptação é o ato de transportar coisa ou produto de


crime em proveito próprio ou alheio. Resumidamente falando Receptação é o ato de
receber algo que seja produto de crime

Estas são as modalidades de receptação presentes no nosso ordenamento jurídico. Por


muitos este crime é conhecido como “crime dos inocentes, só que não“ porque é muito
fácil se falar e é o que mais acontece na pratica o autor afirma que não sabia a origem
criminosa do produto.

Espero que este tema (Receptação) tenha ajudado a compreender quando é que
estamos diante de um crime.

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REFERÊNCIA

Diário da República, quarta feira 11 de novembro de 2020/ 1 série – Nº 179

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