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Artigo 180 e 180- A Artigo 184
S U J E I T O AT I V O :
Q UALQUER PESSOA
Trata-se de crime
S U J E I T O PA S S I V O : comum tanto em relação
Q UALQUER PESSOA,
I N C L U I N D O, N Ã O S O M E N T E ao sujeito ativo quanto
O P R O P R I E TÁ R I O, M A S ao sujeito passivo, haja
TA M B É M O P O S S U I D O R D A
COISA, QUE SE CONFUNDIRÁ vista que o tipo penal
C O M O S U J E I T O PA S S I V O D O não exige nenhuma
CRIME ANTERIOR DE ONDE
SURGIU O PROVEITO D O qualidade ou
CRIME. condição especial
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA – Art. 180, caput
Considerando o delito de receptação encontrado no caput
do art. 180 do Código Penal, podemos concluir tratar-se de
crime comum tanto em relação ao sujeito ativo quanto ao
sujeito passivo, haja vista que o tipo penal não exige
nenhuma qualidade ou condição especial; doloso; comissivo,
pode também ser praticado via omissão imprópria, na
hipótese de o agente gozar do status de garantidor;
omissivo próprio quando tiver ocultação, dependendo do
caso concreto; material em ambas as espécies, própria e
imprópria, embora, para a maioria dos autores, a receptação
imprópria seja considerada crime formal; instantâneo
quando falamos a respeito dass condutas de adquirir,
receber; permanente enquanto o agente estiver
transportando, conduzindo ou ocultando a coisa;
monossubjetivo; plurissubistente; não
transeunte como regra.
Verbo e Objeto jurídico
... Verbo: Adquirir; Receber;Transportar; Objeto Jurídico e Objeto Material
Conduzir e Ocultar.
Adquirir tem o significado legal, como bem salientado por Luiz
Regis Prado: “De obter a propriedade da coisa, de forma
onerosa, como na compra, ou gratuita, na hipótese de doação. Objeto jurídico: Patrimônio.
Receber é utilizado pelo tipo penal em estudo no sentido de ter
o agente a posse ou a detenção da coisa, para o fim de utilizá-
la em seu proveito ou de outrem. A conduta de transportar, foi Objeto Material: Coisa móvel produto
inserida no caput do art. 180 do Código Penal pela Lei nº 9.426, de crime.
de 24 de dezembro de 1996. Tal inserção se deu,
principalmente, em razão do crescimento dos casos de roubo de
cargas transportadas em caminhões, pessoas eram contratadas
para, depois da prática da subtração anterior, fazer o seu
transporte até o local determinado por aquele que as havia
adquirido. Dessa forma, o transporte passou a ser reconhecido
como mais uma modalidade de receptação. Conduzir é guiar,
dirigir. Somente o caso concreto, na verdade, é que nos
permitirá, talvez, apontar o comportamento que melhor se
amolde à conduta levada a efeito pelo agente. A ação de
ocultar pressupõe aquisição ou recebimento. É sucessiva a uma
destas, vindo indicar atuação posterior sobre a coisa que se
detém.
Elemento
O caput e o § 1º do art. 180 do
Código Penal traduzem as
modalidades dolosas do delito de
receptação, sendo que o seu § 3º
RECEPTAÇÃO eventual, e impor sanção penal mais branda à receptação simples (artigo 180, §
1º), cuja tipificação requer dolo direto, como ainda disse o próprio Damásio de
QUALIFICADA
Jesus[14], para quem o parágrafo primeiro do artigo 180 do Código Penal,
descrevendo crime próprio, pune o comerciante ou industrial que comete a
receptação, empregando a expressão ¨que deve saber ser produto do crime¨.
Como o caput prevê o conhecimento pleno (coisa que sabe ser produto do crime),
onde doutrina e jurisprudência conectam ao dolo direto, e o parágrafo terceiro
descreve a forma culposa, o parágrafo primeiro só pode tratar de crime doloso com
o chamado conhecimento parcial da origem ilícita da coisa, seja por dúvida,
insegurança, incerteza, o que faz a doutrina ligar ao dolo eventual.
EQUIPARADA
comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer
forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o
exercido em residência.
S U J E I T O AT I V O : S O M E N T E
AQUELES QUE ESTIVEREM NO
E X E R C Í C I O D E AT I V I D A D E
COMERCIAL OU INDUSTRIAL,
SEJA ELA IRREGULAR OU
CLANDESTINA, AINDA QUE
P R AT I C A D A E M R E S I D Ê N C I A .
S U J E I T O PA S S I V O :
Q UALQUER PESSOA POD ERÁ Crime próprio com
FIGURAR COM O SUJ EITO relação ao sujeito ativo e
PA S S I V O D A R E C E P TA Ç Ã O
QUALIFICADA, NÃO comum quanto ao
HAVENDO NENHUMA sujeito passivo
QUALIDADE OU CONDIÇÃO
ESPECIAL EXIGIDA PELO TIPO
P E N A L D O § 1 º D O A R T. 1 8 0
D O D I P L O M A R E P R E S S I V O.
CLASSIFICAÇÃO
DOUTRINÁRIA –
Art. 180, § 1
Crime próprio com relação ao sujeito ativo, uma
vez que o tipo penal exige a qualidade de
comerciante ou industrial, mesmo que essas
atividades sejam irregulares ou clandestinas, e
comum quanto ao sujeito passivo; doloso;
comissivo e omissivo próprio e podem também
vim a ser praticado, através da omissão
imprópria sendo o agente considerado como
garantidor; material; de dano; instantâneo;
permanente; monossubjetivo; plurissubsistente;
não transeunte, como regra.
CONSUMAÇÃO
Consuma-se o delito de receptação
qualificada (§ 1º do art. 180 do CP)
quando o agente, efetivamente,
adquire, recebe, transporta, conduz,
oculta, tem em depósito, desmonta,
monta, remonta, vende, expõe a
venda ou de qualquer forma utiliza,
em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou
industrial, coisa que deve saber ser
produto de crime.
CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO DE ANIMAL
Artigo 180-A
ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou
de comercialização, semovente domesticável de produção,
ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser
produto de crime:
S U J E I T O AT I V O :
Q UALQUER PESSOA
S U J E I T O PA S S I V O :
Q UALQUER PESSOA,
I N C L U I N D O, N Ã O S O M E N T E
Crime comum tanto em
O P R O P R I E TÁ R I O, M A S relação ao sujeito ativo
TA M B É M O P O S S U I D O R D O
SEM OVENTE D OM ESTICÁV EL
quanto ao passivo, haja
D E P R O D U Ç Ã O, A I N D A Q U E vista que o tipo penal
A B AT I D O O U D I V I D I D O E M
PA R T E S , Q U E S E
não exige nenhuma
CONFUNDIRÁ COM O qualidade ou
S U J E I T O PA S S I V O D O C R I M E
ANTERIOR DE ONDE SURGIU
condição especial
O PRODUTO DO CRIME.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Crime comum tanto em relação ao sujeito ativo
quanto ao sujeito passivo, haja vista que o tipo
penal não exige nenhuma qualidade ou condição
especial; doloso; comissivo podendo,
excepcionalmente, ser praticado via omissão
imprópria, na hipótese de o agente gozar do
status de garantidor; omissivo próprio na
hipótese de ocultação, dependendo do caso
concreto; material; permanente quando o
agente estiver transportando, conduzindo,
ocultando ou tendo em depósito;
monossubjetivo; plurissubsistente; não
transeunte em regra.
Verbo e Objeto jurídico
... Verbo: Adquirir; Receber; Transportar; Objeto Jurídico e Objeto Material
Conduzir, Ocultar, Ter em Depósito e
Vender.
Adquirir tem o sentido de se tornar proprietário do semovente
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em Objeto jurídico: Patrimônio.
partes, seja de forma onerosa ou mesmo gratuita. Receber
importa em tomar posse, sem contudo, ser proprietário, ou Objeto Material: O semovente
seja, sem o caráter de aquisição. Transportar significa carregar
domesticável de produção, ainda que
de um lugar para outro. Conduzir é guiar, dirigir. Ocultar importa
em esconder o objeto da receptação, impedindo que outras abatido ou dividido em partes.
pessoas tenham acesso a ele. Ter em depósito significa
armazenar, guardar, manter, conservar a coisa recebida em
proveito próprio ou de terceiro. Vender é entregar a outrem o
objeto material da receptação mediante remuneração.
Elemento
O dolo é o elemento subjetivo
exigido pelo tipo penal que
prevê o delito de receptação de
Subjetivo
animal, não havendo previsão
para a modalidade de
natureza culposa.
MEIOS DE
EXECUÇÃO
Quando o agente adquiri, recebe, transporta, conduz,
oculta, tem em depósito ou vende, com a finalidade de
produção ou de comercialização, semovente domesticável
de produção, ainda que abatido ou dividido em partes,
estes que são animais criados em grupos (bovinos, suínos,
caprinos etc.) que integram o patrimônio de alguém,
passíveis, portanto, de serem objetos de negócios jurídicos.
CONSUMAÇÃO
A receptação de animal é crime
material, que só se consuma com
a produção do resultado
consistente na lesão ao
patrimônio alheio. Se consuma
quando o agente, efetivamente,
adquire, recebe, transporta,
conduz, oculta, tem em depósito
ou vende semovente
domesticável de produção, ainda
que abatido ou dividido em parte.
Ação Penal
A ação penal é pública incondicionada, a competência poderá
ser da Justiça comum estadual ou federal, dependendo de
quem seja o proprietário do semovente domesticável de
produção, ainda que abatido ou dividido em partes.
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 181
Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes
previstos neste título, em prejuízo: I – do cônjuge, na
constância da sociedade conjugal; II – de ascendente ou
descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil
ou natural.
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 182
Art. 182. Somente se procede mediante representação, se o
crime previsto neste título é cometido em prejuízo: I – do
cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II – de irmão,
legítimo ou ilegítimo; III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 183
Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando
haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II – ao estranho que participa do crime;
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos.
O Capítulo VIII do Título II do Código Penal cuida das chamadas imunidades
penais de caráter pessoal. Essas imunidades podem ser absolutas ou relativas.
Quando absolutas, isentam o agente de pena, sendo, nesse caso, reconhecidas
como escusas absolutórias; se relativas, fazem a ação penal depender de
representação do ofendido ou de seu representante legal.
IMUNIDADES PENAIS
ABSOLUTAS OU Também será aplicada a imunidade penal absoluta quando a infração
patrimonial for cometida em prejuízo de ascendente ou descendente,
ESCUSAS conforme determina o inciso II do art. 181 do Código Penal, seja o parentesco
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
ABSOLUTÓRIAS
As imunidades penais reconhecidas como relativas encontram-se arroladas nos
incisos I, II e III do art. 182 do Código Penal, que diz, verbis: Art. 182. Somente
se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido
em prejuízo: I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II – de
irmão, legítimo ou ilegítimo; III – de tio ou sobrinho, com quem
o agente coabita.
E RELATIVAS
TÍTULO III DOS CRIMES CONTRA A
PROPRIEDADE IMATERIAL
CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A
PROPRIEDADE INTELECTUAL
S U J E I T O AT I V O :
Q UALQUER PESSOA
Crime comum no que diz respeito
S U J E I T O PA S S I V O :
ao sujeito ativo e próprio quanto
O AUTOR DA OBRA ao sujeito passivo, pois só o autor
LITERÁRIA, ARTÍSTICA OU
CIENTÍFICA, SEUS
da obra literária, artística ou
HERDEIROS E SUCESSORES, científica, seus herdeiros e
OU Q UALQUER OUT RA
sucessores ou o titular do direito
PESSOA QUE SEJA TITULAR
DOS DIREITOS SOBRE ESSA sobre a produção de
PRODUÇÃO INTELECTUAL.
outrem podem
figurar nessa condição
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Crime comum no que diz respeito ao sujeito
ativo e próprio quanto ao sujeito passivo, pois
só o autor da obra literária, artística ou
científica, seus herdeiros e sucessores ou o
titular do direito sobre a produção de outrem
podem figurar nessa condição; doloso;
comissivo porém podendo ser praticado via
omissão imprópria na hipótese de o agente
gozar do status de garantidor; material;
instantâneo ou permanente dependendo de
como o delito for praticado, podendo se
prolongar no tempo; de forma livre;
monossubjetivo; plurissubsistente; não
transeunte, como regra.
Verbo e Objeto jurídico
... Verbo: Violar. Objeto Jurídico e Objeto Material
O núcleo violar é utilizado pelo texto legal no sentido Objeto jurídico: Propriedade Intelectual.
de transgredir, infringir.
Objeto Material: A obra literária, artística
ou científica.
Elemento
O delito de violação de direito
autoral somente pode ser
praticado dolosamente, não
Subjetivo
havendo previsão para a
modalidade de
natureza culposa.
CONSUMAÇÃO
O momento consumativo acontece
no ato da transgressão do direito
autoral, cabendo ao intérprete
observar em que consiste
exatamente a violação, socorrendo-
se da legislação civil, para definir o
exato instante da violação, que
ocorre, por exemplo, com a
publicação de obra inédita ou
reproduzida, com a exposição
pública de uma pintura ou com a
execução ou representação de uma
obra musical ou teatral.
MODALIDADES
QUALIFICADAS
Os §§ 1º, 2º e 3º do art. 184 preveem as modalidades
qualificadas de violação de direito autoral. Conforme determina
o § 1º do art. 184, o agente deverá atuar com a finalidade de
obtenção de lucro direto ou indireto. Pode a reprodução, ainda,
recair sobre interpretação ou execução ou fonograma, sem
autorização expressa do autor, do artista intérprete ou
executante, do produtor, conforme o caso, ou de
quem os represente.
PENA, AÇÃO PENAL, COMPETÊNCIA PARA
JULGAMENTO E SUSPENSÃO CONDICIONAL DO
PROCESSO
A pena é de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou
multa, para a violação de direito autoral prevista no caput do
art. 184 do Código Penal. Para as modalidades qualificadas,
constantes dos §§ 1º, 2º e 3º, a pena é de reclusão, de 2
(dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Nos termos do art. 186 do diploma repressivo, com a redação que lhe Para a hipótese constante do caput
foi dada pela Lei nº 10.695, de 1º de julho de 2003, procede-se do art. 184 do Código Penal, será
mediante: I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; II – competente, inicialmente, o Juizado
ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e Especial Criminal, haja vista tratar-
2º do art. 184; III – ação penal pública incondicionada, nos crimes se, in casu, de infração penal de
cometidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, menor potencial ofensivo,
empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída podendo-se levar a efeito, ainda,
pelo Poder Público; IV – ação penal pública condicionada à proposta de suspensão
representação, nos crimes previstos no § 3º do art. 184. condicional do processo.
EXCLUSÃO DA
TIPICIDADE
O § 4º do art. 184 assevera, verbis: § 4º O disposto nos §§ 1º, 2º e
3º não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito
de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto
na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra
intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do
copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. Deste modo são duas
as hipóteses constantes do parágrafo sub examen. Na primeira, a lei
penal faz menção expressa às causas que excepcionam ou limitam os
direitos autorais. Na segunda parte observa-se que o legislador
pretendeu autorizar a cópia de obra intelectual ou fonograma, quando
feita em um só exemplar, para uso privado do copista, desde que não
haja intuito de lucro.
PROGRAMAS DE
COMPUTADOR
Os programas de computador foram objeto de
regulamentação específica por intermédio da Lei nº
9.609, de 19 de fevereiro de 1998, que, mediante
seu art. 2º, esclareceu que o regime de proteção à
propriedade intelectual de programa de computador
é o conferido às obras literárias pela legislação de
direitos autorais e conexos vigentes no País,
observado o disposto nesta Lei.
É importante destacarmos que no art. 12 da Lei nº
9.609/98, inserido no Capítulo V, relativo às infrações
e penalidades, foi criado um delito específico, cujo
tem por finalidade proteger os direitos do autor de
programa de computador.
O processo e o julgamento dos crimes contra a propriedade
EFEITOS DA imaterial são expostos através do Capítulo IV, inserido no Título II
SENTENÇA do livro II do Código de Processo Penal.
Os arts. 530-A a 530-I foram nele inseridos pela Lei nº 10.695, de
CONDENATÓRIA 1º de julho de 2003.
Vale ressaltar, nesta oportunidade, somente o efeito da sentença
penal condenatória, constante do art. 530-G, que cita: Art. 530-G.
O juiz, ao prolatar a sentença condenatória, poderá determinar a
destruição dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos e o
perdimento dos equipamentos apreendidos, desde que
precipuamente destinados à produção e reprodução dos bens, em
favor da Fazenda Nacional, que deverá destruí-los ou doá-los aos
Estados, Municípios e Distrito Federal, a instituições públicas de
ensino e pesquisa ou de assistência social, bem como incorporá-
los, por economia ou interesse público, ao patrimônio da União,
que não poderão retorná-los aos canais de comércio.
COMPROVAÇÃO DO DELITO DE VIOLAÇÃO DE
DIREITO AUTORAL, BEM COMO SUA MATERIALIDADE
S U J E I T O AT I V O :
Q UALQUER PESSOA
Subjetivo
ou profanar sepultura ou urna funerária,
quer dizer, levar a efeito comportamentos
que denotam desrespeito pelo lugar de
descanso de partes do corpo ou mesmo das
cinzas do morto.
CONSUMAÇÃO
O delito de violação de sepultura se
consuma no instante em que a
sepultura ou a urna funerária é
violada ou profanada pelo agente
com a efetivação das ações físicas.
Consuma-se com qualquer ato de
devassamento arbitrário do sepulcro
ou da urna, ou qualquer ato de
ultraje ou vandalismo contra eles,
qualquer alteração de aviltamento
ou grosseira irreverência.
MODALIDADES
COMISSIVA E OMISSIVA
As condutas de violar e profanar pressupõem um comportamento comissivo por
parte do agente. O delito pode ser cometido via omissão imprópria, na hipótese
em que o agente, por exemplo, gozando do status de garantidor, dolosamente,
não impedir que alguém viole ou profane sepultura ou urna funerária. Podemos
imaginar a hipótese em que o vigia de um cemitério, percebendo que algumas
pessoas violariam a sepultura de seu antigo inimigo, nutrindo, ainda, um
sentimento de rancor por tudo aquilo que o morto lhe fizera no passado, nada
faça para impedir o sucesso da infração penal. Deste modo ele pode ser
responsabilizado pela violação de sepultura, por meio de sua omissão imprópria.
AGENTE QUE VIOLA SEPULTURA COM O
FIM DE SUBTRAIR PERTENCES
ENTERRADOS COM O MORTO
A violação de sepultura pressupõe que o agente atue no sentido de invadir ou macular o local
onde estão enterrados ou guardados os restos mortais do defunto. Portanto, esse deverá ser o
seu dolo, o seu elemento subjetivo, que terá o condão de atingir a memória do morto.
Porém pode o agente ter atuado impelido por outro sentimento, a exemplo daquele que viola a
sepultura de um morto à procura de bens de valor que com ele foram enterrados. Não é
incomum a hipótese de pessoas que violam os túmulos em busca de extrair dentes de ouro, ou
objetos que foram enterrados com o de cujus. Se tratando disso, qual seria a infração penal
cometida? Entende-se que o agente deverá ser responsabilizado tão somente pelo delito de
violação de sepultura, haja vista que os objetos que foram ali deixados pela família do morto
não pertencem mais a ninguém tratando-se, pois, de res derelicta.
Guilherme de Souza Nucci entende que furto ocorrido em túmulos ou sepultura: cremos haver,
via deregra, apenas o crime de violação de sepultura ou, conforme o caso, destruição,
subtração ou ocultação de cadáver, pois os objetos materiais que estão dentro da cova não
pertencem a ninguém. Foram ali abandonados pela família. Porém, se o agente subtrai adornos
ou bens que guarnecem o próprio túmulo, como castiçais ou estátuas de bronze,
naturalmente há furto.
SEPULTURA OU URNA
FUNERÁRIA SEM CADÁVER OU
RESTOS MORTAIS
Se vim a ocorrer a hipótese em que o agente viole, por exemplo, uma sepultura
ou urna funerária sem que contenha qualquer cadáver ou mesmo seus restos
mortais, nesse caso, poderia o agente responder pelo delito tipificado no art. 210
do Código Penal? A resposta, aqui, só pode ser negativa, se, no caso a sepultura
estiver vazia ou a urna sem quaisquer restos mortais, deverá ser reconhecido o
crime impossível, nos termos do art. 17 do Código Penal, no que diz respeito à
infração penal de violação de sepultura. Nesse sentido, afirma Noronha: “Uma
sepultura vazia não está servindo a sua destinação, e, portanto, acha-se fora da
tutela do artigo.”
Dependendo da forma como o fato é praticado, poderá o agente ser
responsabilizado pelo delito de dano.
INUMAÇÃO OU EXUMAÇÃO
DE CADÁVER
A inumação ou a exumação de cadáver, com infração das
disposições legais, vai se configurar na contravenção penal
tipificada no art. 67 do Decreto-Lei nº 3.688/41. Inumar tem o
sentido de enterrar, sepultar, colocar cadáver, isto é, o corpo morto
na sepultura; exumar, ao contrário, significa tirar o corpo da
sepultura. Trata-se de norma penal em branco, uma vez que, para
que se reconheça a contravenção penal sub examen, faz-se
necessário recorrer a outro diploma legal que, in casu, é a Lei nº
6.015, de 31 de dezembro de 1973, que dispõe sobre os
registros públicos.
Ação Penal
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada. Será
possível a proposta de suspensão condicional do processo,
nos termos preconizados pelo art. 89 da Lei nº 9.099/95,
tendo em vista a pena mínima cominada ao elito em estudo.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO
AOS MORTOS
S U J E I T O AT I V O :
Q UALQUER PESSOA
S U J E I T O AT I V O :
Q UALQUER PESSOA