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receptação.
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....
PROCESSO-CRIME Nº .....
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG
n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º .....,
Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e
bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório
profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde
recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa
Excelência apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS
DOS FATOS
Que o réu ...., responde à presente AÇÃO PENAL como incurso às penas do artigo
180 do Código Penal Brasileiro, por ter no dia .... de .... de ...., adquirido do
primeiro denunciado ...., por quantia aquém dos valores de mercado e ciente da
ilicitude da origem dos mesmos, os seguintes objetos: .... (apreendidas a fls. .... e
avaliadas em R$ ...., à fls. ....) e ....., marca .... (apreendida a fls. .... e avaliada à
fls. ...., em R$....); objetos esses subtraídos da residência da vítima ....;
Certidão de antecedentes criminais vieram aos autos à fls. ...., na qual o réu não
registra antecedentes criminais;
Em seu interrogatório de fls. ...., o denunciado ...., afirma que: ".... não tem nada
a ver com a história, apenas os três beberam no bar dele e não tinham como
pagar, deixando as .... e a .... como pagamento";
Às fls. .... ,a testemunha ...., ilustre Delegado de Polícia da cidade, afirma que "....
compareceu na delegacia de polícia devolvendo a .... e as .... furtadas";
Em alegações finais o Ministério Público, à fls. ...., pugna pela procedência da peça
acusatória, no que tange ao réu ....
b) Que, quando .... tomou ciência de que ditos objetos tinham origem ilícita, de
imediato os entregou na Delegacia de Polícia local, conforme se comprova pelo
próprio depoimento prestado pelo Delegado de Polícia, em Juízo.
DO DIREITO
Art. 180 - "Adquirir, receber ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que
sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba
ou oculte:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa."
Seria a hipótese em que o sujeito adquirisse a coisa de boa-fé, vindo depois a saber
que é produto de crime.
Hipótese esta que se amolda perfeitamente ao fato aqui descrito, pois .... adquiriu
os objetos de boa-fé e tão logo suspeitou que tais eram provenientes de crime, de
imediato entregou-os junto à Delegacia de Polícia local, numa atitude louvável.
Não existe receptação dolosa quando o sujeito comete o fato com dolo eventual, i.
e., quando adquire o objeto material tendo dúvida a respeito de sua procedência.
RF, 192:382; RT, 486:321, 495:353, 517:362 e 619:347; JTA Crim SP, 51:207 e
60:309. Neste caso, segundo Damásio E. de Jesus, responde por receptação
culposa.
A última hipótese aqui trazida (dolo eventual), não se amolda no presente caso,
mas serve para refletirmos sobre a figura descrita no artigo 180. Seria a intenção
do legislador de que, somente após comprovada ao extremo a vontade de adquirir
o objeto proveniente de conduta ilícita, é que se poderia tipificar uma conduta como
sendo de receptação (art. 180 caput), como quer nos fazer entender o Ministério
Público em sua denúncia e, posteriormente, em alegações.
Mas tal figura delituosa, a qual transcrevemos, a nosso ver também não se amolda
ao caso presente, senão vejamos:
Quanto, às ...., (acreditamos até prova em contrário tratar-se de ....) eis que
avaliadas em R$ ...., qualquer sujeito, por mínima que seja sua renda, poderia
adquirir para uso em sua residência, tais objetos.
b) Desproporção entre valor e preço: pelo que se observa pela avaliação feita às
fls. ...., a qual avalia as .... pelo valor de R$ .... e a .... em R$ ...., podemos
verificar que não se constata uma desproporção entre valor e preço, tal o valor
ínfimo e irrisório dos mesmos, e que qualquer dívida realizada em um bar, por mais
modesto que seja poderia facilmente alcançar tal valor.
Ademais Excelência, como já dito alhures, qualquer pessoa, por mais difícil situação
econômica que se encontre, tem condições de ter em sua casa uma .... e ...., tal o
valor ínfimo de tais objetos.
DOS PEDIDOS
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]