Este documento trata de um caso de furto qualificado por abuso de confiança no valor de R$30.000,00, que foi posteriormente restituído. O relatório conclui que (1) o princípio da insignificância não se aplica por se tratar de crime qualificado, (2) o direito de bagatela também não se aplica dado o valor significativo subtraído, e (3) a pena aplicada deve levar em conta o momento da restituição do valor furtado.
Este documento trata de um caso de furto qualificado por abuso de confiança no valor de R$30.000,00, que foi posteriormente restituído. O relatório conclui que (1) o princípio da insignificância não se aplica por se tratar de crime qualificado, (2) o direito de bagatela também não se aplica dado o valor significativo subtraído, e (3) a pena aplicada deve levar em conta o momento da restituição do valor furtado.
Este documento trata de um caso de furto qualificado por abuso de confiança no valor de R$30.000,00, que foi posteriormente restituído. O relatório conclui que (1) o princípio da insignificância não se aplica por se tratar de crime qualificado, (2) o direito de bagatela também não se aplica dado o valor significativo subtraído, e (3) a pena aplicada deve levar em conta o momento da restituição do valor furtado.
Este documento trata de um caso de furto qualificado por abuso de confiança no valor de R$30.000,00, que foi posteriormente restituído. O relatório conclui que (1) o princípio da insignificância não se aplica por se tratar de crime qualificado, (2) o direito de bagatela também não se aplica dado o valor significativo subtraído, e (3) a pena aplicada deve levar em conta o momento da restituição do valor furtado.
EMENTA: DIREITO PENAL. FURTO QUALIFICADO POR ABUSO DE CONFIANA, DIREITO DE BAGATELA, PRINCPIO DA INSIGNIFICANCIA E PRINCPIO DA IRRELEVANCIA PENAL DO FATO. I - RELATRIO Trata-se de consulta formulada por _______, brasileiro, solteiro acerca da aplicao do direito de bagatela, princpio da insignificncia e princpio da irrelevncia penal do fato em caso de infrao do Art. 155, caput combinado com pargrafo 3, inciso II do Cdigo Penal. Consta em denncia, que entre setembro de 2008 e junho de 2009, em datas diversas, subtraiu para proveio prprio quantias diversas no valor aproximado de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), abusando da confiana de chefe de equipe, sendo que a quantia citada foi posteriormente restituda. o relatrio. II FUNDAMENTAO Estabelece o ordenamento jurdico ptrio em seu Cdigo Penal (Decreto-Lei n 2.484/1940), em seu artigo 155, o tipo penal para o crime de furto, e em seu 4 pargrafo, no segundo inciso, a forma qualificada do caso em questo: Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel: Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.
[...] 4 - A pena de recluso de dois a oito anos, e multa, se o crime cometido:
II - com abuso de confiana, ou mediante fraude, escalada ou destreza . No caso em anlise, impossvel a aplicao do princpio da insignificncia, por tratar-se da modalidade qualificada do furto com abuso de confiana, conforme manifestao do Supremo Tribunal Federal:
PENAL. RECURSO ESPECIAL. FURTO. ABUSO DE CONFIANA. PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA. APLICAO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Para a incidncia do princpio da insignificncia, so necessrios a mnima ofensividade da conduta do agente, nenhuma periculosidade social da ao, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da leso jurdica provocada 2. No caso, a conduta perpetrada pela recorrida no pode ser considerada irrelevante para o Direito Penal. Sua atitude revela lesividade suficiente para justificar a ao, havendo que se reconhecer a ofensividade do seu comportamento, j que praticou furto de R$ 120 (cento e vinte reais), com ntido abuso de confiana de seu patro. 3. Princpio da insignificncia afastado (HC n. 84.412/SP, Ministro Celso de Mello, Supremo Tribunal Federal, DJ de 19/11/2004).
O princpio da insignificncia tem como base a mxima romana de que o pretor no cuida de minudncias, ou seja, caso o valor do dano causado seja nfimo, no de ser julgado com tanta dedicao. No caso em questo, o valor do furto pode ser equiparado a quase 49 salrios mnimos, o que no uma quantia irrelevante para qualquer empregador ou trabalhador. E ainda que o valor fosse irrisrio, o abuso de confiana no permite a aplicao do princpio, pelo significativo grau de reprovabilidade do comportamento do agente ao trair a confiana da vtima e praticar o ato diversas vezes, como posicionou a Sexta turma do Superior Tribunal de Justia, que tambm exclui o direito de bagatela: Assim, a atitude da r revela lesividade suficiente para justificar uma condenao, havendo que se reconhecer a ofensividade, a periculosidade social e o significativo grau de reprovabilidade do seu comportamento. A uma, porque a ao se deu com ntido abuso de confiana; a duas, porque no h como considerar o valor subtrado, R$ 120,00 (cento e vinte reais), de valor bagatelar, notadamente tomando-se por base o salrio mnimo vigente poca (ano de 2007), de R$ 380,00 (trezentos e oitenta reais); a trs, porque h notcias nos autos de que a ora recorrida j havia furtado da vtima, em ocasies anteriores, alm desses R$ 120,00 (cento e vinte reais), mais R$ 270,00 (duzentos e setenta reais) (e-fls. 3 e 124). Assim, tais circunstncias no podem ser ignoradas sob pena de se destoar por completo das hipteses em que esta Corte vem aplicando o princpio ora invocado No caso do furto, no se pode confundir bem de pequeno valor com de valor insignificante. [Acrdo, REsp 1.179.690/RS, Relator: Min. Og Fernandes]
Ao contrrio do Princpio da Insignificncia, o qual diz trata da tipicidade do fato, o Princpio da Irrelevncia Penal do Fato causa excludente da punio do fato. No Princpio da Irrelevncia Penal do Fato o crime existe para o ordenamento jurdico- penal, porm no h necessidade da pena em virtude do nfimo desvalor da culpabilidade do agente. Para adequar-se ao caso analisado, leva-se em considerao que o consulente restituiu o valor furtado, e dever ser analisado o momento em que houve a restituio, posto a sua influncia na aplicao da pena. O art. 16 do Cdigo Penal dispe que reparado o dano ou restituda a coisa at o recebimento da denncia, por ato voluntrio do agente, cabvel a reduo da pena de um a dois teros, como visto no julgado STJ: O arrependimento posterior causa de diminuio de pena objetiva, bastanto para sua configurao seja voluntrio e realizado antes do recebimento da denncia, mediante a devoluo ou reparao integral do bem jurdico lesado [HC 20051/RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, 5 T., DJ 05/02/2007, p; 264] Porm, contudo, caso a restituio ocorreu aps o recebimento a denncia, cabvel a aplicao da atenuante prevista no Art. 65, inciso III, alnea B, do Cdigo Penal, posicionamento reforado pela jurisprudncia: A reparao do dano circunstncia atenuante (CP, art.65, inc. III, b), quando se d antes do julgamento; ou causa de diminuio de pena, quando ocorre at o recebimento da denncia (CP, art. 6) [TRF 1 Reg., HC 11766-0/MT, Rel. Tourinho Neto, DJU 22/10/1990, p. 24.757]
II Concluso Ante o exposto, opinamos pela impossibilidade da aplicao do direito de bagatela e do princpio da insignificncia, em virtude do crime ter ocorrido com abuso de confiana, gravidade que exclui a adequao de tais direitos. Ademais, para aplicao da pena do agente dever ser levado em considerao o momento da restituio da quantia. o parecer, salvo melhor juzo.