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DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS/SC.
Autos nº xxxxxx
RECURSO DE APELAÇÃO
Requerendo seja o presente recurso recebido, na forma da lei, postulando, desde já, a juntada
das razões anexas.
Pede deferimento.
Florianópolis, 20/04/2021.
XXX
ADVOGADA
OAB Nº XXX
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA
Ação nº xxxxxx
Origem: 3ª Vara Cível da Comarca de Florianópolis/SC
Apelante: Gabriela
Apelados: Bela Musa
RAZÕES DE APELAÇÃO
COLENDA CÂMARA
PRECLAROS DESEMBARGADORES
EMINENTE DESEMBARGADOR RELATOR
I – DO CABIMENTO DO RECURSO
Ajuizou a apelante a presente ação de indenização por danos morais e estéticos em face da
apelada, objetivando sua condenação à reparação dos danos sofridos em decorrência de
falha em procedimento estético.
Em sede de inicial, a ora apelante pleiteou a restituição do valor pago pelo procedimento
estético, bem como o reembolso dos gastos com tratamento médico, indenização pelos
danos morais e pagamento dos lucros cessantes.
Prolatada a sentença, o magistrado entendeu pela extinção do processo com resolução do
mérito, com base no artigo 487, inciso II, do Código de Processo Civil, reconhecendo a
decadência e condenando a parte autora ao pagamento das despesas processuais e dos
honorários advocatícios.
Contudo, máxima vênia, a sentença merece reforma, conforme será demonstrado.
Inconformada, a Apelante passa a expor as razões para a reforma da sentença, nos termos do
inciso III, do art. 1.010, do CPC.
Segundo a sentença proferida pelo MM. Juiz de Direito da 3ª Vara Cível da Comarca de
Florianópolis, a apelante decaiu em seu direito, uma vez que, “ em se tratando de prestação
de serviço durável, consistente no tratamento a laser para retirada de uma marca (ou
sinal) da pele da autora, caberia a esta, ao identificar o vício na prestação do serviço, ter
realizado a reclamação dentro do prazo de 90 dias, contados do momento em que
finalizada a execução dos serviços, conforme predispõe o artigo 26, inciso II, e § 1º, da Lei
8.078/90.” Deste modo, considerando que a autora buscou a prestação jurisdicional por
volta de 4 anos após finalizados os serviços, entendeu o magistrado pelo reconhecimento da
decadência, restando fulminado o próprio direito da consumidora acerca de reclamar
qualquer postura referente à prestação dos serviços supostamente viciados.
O art. 14, do Código de Defesa do Consumidor dispõe que o fornecedor de serviços
responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. Assim sendo, não basta que o
produto ou serviço apresente impropriedades em si mesmos, mas é necessário que a parte
consumidora sofra danos patrimoniais ou extrapatrimoniais, de ordem física, psíquica,
estética ou outra.
No presente caso, a falha na prestação dos serviços pela recorrida causou diversos prejuízos
à autora, conforme demonstrado na peça inicial e provas colhidas durante a instrução
processual.
O caso em comento, portanto, configura fato do produto (defeito), não abarcado pelo prazo
decadencial do artigo 26 do CDC. Considera-se em tal hipótese o prazo prescricional
previsto no artigo 27 do CDC, correspondente a cinco anos, contado do conhecimento do
dano e de sua autoria.
Postula, portanto, que seja reformada a sentença, julgando procedentes os pedidos autorais.
IV – DO PEDIDO
Termos em que,
pede e espera deferimento.
Florianópolis, 20/04/2021.
XXX
ADVOGADA
OAB Nº XXX