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EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X

Processo: ...

Agravante: Norberto

Agravado: ESTADO X

Norberto, brasileiro, estado civil .., desempregado, portador da identidade de número..., com
CPF sob o número..., residente e domiciliado em ..., vem, respeitosamente, perante V. Exa.,
através de seu procurador, conforme instrumento de mandato anexo (doc. I) advogado ...,
devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o número ..., com escritório na
rua ..., número ..., bairro ..., cidade ...., estado X, onde recebe citações e intimações, interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO LIMINAR

contra decisão do Exmo Sr. Juiz de Direito, em processo em tramite perante a ... Vara da
Fazenda Pública na Comarca ..., contra o Estado X, pessoa jurídica de direito público, com sede
na rua ..., número..., bairro..., Cidade..., Estado..., devidamente representado pelo Sr. Dr.
Procurador de Estado..., devidamente inscrito na OAB sob número..., com endereço para
citação na rua..., número ..., bairro..., cidade..., estado ..., requerendo desde já o seu
recebimento e processamento regular. Na oportunidade, o agravante informa que os
documentos que acompanham a esta foram autenticados na forma do art. 525 do CPC,
juntamente com o devido preparo que esta acompanha. Requer, ainda, a intimação do
agravado para manifestar no presente feito no prazo legal.

Nestes termos,

requer deferimento.

Cidade ..., dia... mês ... do ano de ....

Assinatura...

Advogado...

OAB ....

_____________________________________________________ (outra página)


MINUTA DE AGRAVO

Processo: ...

Agravante: Norberto

Agravado: ESTADO X

Colenda Turma,

Nobres desembargadores.

1. DA DECISÃO AGRAVADA

O recorrente, candidato em concurso público para a vaga de médico de hospital público do


Estado X, tendo logrado êxito na fase inicial do concurso, foi submetido a exames médicos,
através dos quais se constatou a existência de tatuagem em suas costas. Diante disso, o
recorrente foi eliminado do certame com a justificativa de que o cargo de médico não era
compatível com indivíduos portadores de tatuagem.

Foi ajuizada ação com pedido liminar para que fosse deferida a direito de realizar as demais
etapas do certame. Ocorre que em decisão de primeiro grau, proferida pelo Exmo Senhor
Juiz..., da ... Vara da Fazenda Pública, foi negado a medida cautelar. O juízo a quo, ao negar,
fundamentou a decisão nos argumentos de que os pedidos de anulação do ato de eliminação e
de reserva de vaga não seriam possíveis, pois significariam atraso na conclusão do concurso e
de que a Administração Pública atuou, no caso, no exercício do discricionário que detém
legitimamente.

2. DA TEMPESTIVIDADE E DO CABIMENTO

Conforme se extrai dos autos, o recorrente foi intimado da decisão aos dias ..., interpondo o
presente recurso no dia ..., dentro, portanto, do prazo legal previsto no art. 522 do CPC de dez
dias. A decisão recorrida tem poder de causa lesão grave e de difícil reparação, motivo pelo
qual se mostra necessário o presente recurso, na forma do art. 522 do CPC. Se a decisão não
for reformada, o recorrente será excluído definitivamente do certame, sem a possibilidade de,
em caso de procedência da ação, vir a tomar posse do cargo. Desse modo, não deve este
presente agravo de instrumento ser convertido em agravo retido.

3. DAS RAZÕES PARA REFORMA

A decisão recorrida padece de fundamento jurídico, vez que viola o princípio do livre acesso
aos cargos públicos, nos termos que dispõe o art. 37, I e II, da CRFB. Devem ser garantido a
todos o acesso aos cargos públicos, somente se justificando as limitações em relevante
fundamento, a depender da natureza e complexidade do cargo. Não se mostra, portanto,
legítimo a exclusão do concurso do recorrente em decorrência tão somente da presença de
tatuagem nas costas.

Por outro lado, a decisão viola o princípio da proporcionalidade, que restringe o exercício do
poder discricionário, visto que a exigência não guarda qualquer relação com a função que seria
exercida. A medida não se mostra adequada, nem necessária ao bom desempenho da função
de médico.

Não merece prosperar o argumento de que haveria prejuízo com o atraso na conclusão do
concurso, caso fosse deferida a medida cautelar, visto que não foi requerida a suspensão ou
interrupção do certame, mas tão somente que fosse garantido ao recorrente o direito de
prestar as fases seguintes.

4. DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

Mostra-se evidente estar presente os requisitos para o deferimento da liminar da medida,


consubstanciando na plausibilidade do direito alegado e no perigo da demora. Conforme
sustentado acima, a restrição imposta ao recorrente viola o princípio do livre acesso aos cargos
públicos, da legalidade e da proporcionalidade. Por outro lado, o não deferimento da medida
significará a exclusão do recorrente do certame, o que lhe causará grave prejuízo.

5. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Ante ao exposto pede e requer:

Nestes termos,

Requer deferimento.

Cidade ..., dia... mês ... do ano de ....

Assinatura...

Advogado...

OAB ....
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL
DEJUSTIÇA DO ESTADO DO X

Processo nº...

NOBERTO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de


identidade nº...,inscrito no CPF/MF nº..., residente e domiciliado na..., nº..., bairro,
cidade, Estado, CEP:...,vem por seu advogado que esta subscreve (mandato anexo),
com endereço profissional na...,para fins do artigo 39 inciso I do código de processo
civil, interpor:

AGRAVO DE INSTRUMENTO C/C PEDIDO LIMINAR (TUTELA ANTECIPADA


RECURSAL)

com base nos arts 524 e 525 do CPC, consubstanciado nos termos da razões anexas,
contra a r. decisão proferida pelo Exmo. Sr. Juiz da _______, que indeferiu o
pedido liminar do agravante, requerendo desde já o seu recebimento e
processamento. Na oportunidade, o agravante informa que os documentos que
acompanham a presente foram autenticados na forma do art. 525 do CPC.
No mais, segue em anexo à cópia integral dos autos, incluindo, assim, os
documentos obrigatórios exigidos pelo art. 525, I do CPC (cópia da decisão
indeferida, sua respectiva intimação e a cópia da procuração), bem como os
facultativos (art. 525, II do CPC),preenchendo a regularidade formal.
Nos termos do art. 527, III c/c 558 do CPC, requer ao ilustre relator que seja
deferida antecipação de tutela recursal, em virtude da notória urgência existente,
pelas razões adiante sustentadas.
Por oportuno, informa o agravante que, a contar da interposição deste, no tríduo
legal, cumprirá o disposto no art. 526 do CPc, para fins de eventual retratação por
parte do juízo aquo.
Pede deferimento.
Local e Data
Advogado
OAB
RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
AGRAVANTE: NORBERTO
AGRAVADO: ESTADO X
I – DA LESÃO GRAVE E DE DIFÍCIL REPARAÇÃO
O Agravante faz jus ao Pedido de concessão de antecipação de tutela recursal (efeito
suspensivo ativo), nos termos do art. 527,III do CPC, pois existe a demonstração
concreta da presença dos requisitos para a concessão de tutela antecipada em sede
recursal, são eles:
O periculum in mora ocorre com a demora na prestação jurisdicional irá acarretar
lesão grave e de dificil reparação ao agravante, visto que o agravante não participará
das demais fases do concurso. Já quanto ao Fumus boni iuris a restrição de acesso
ao cargo de médico devido à existência de tatuagem nas costas é violadora dos
princípios da legalidade, do livre acesso aos cargos públicos e dos princípios da
proporcionalidade e razoabilidade, tendo em vista que a exigência não tem
qualquer relação com o desempenho do cargo pretendido

II – DOS FATOS
Norberto, brasileiro, desempregado e passando por sérias dificuldades econômicas,
domiciliado no Estado “X”, resolve participar de concurso público para o cargo de
médico de hospital estadual. Aprovado na fase inicial do concurso, Norberto foi
submetido a exames médicos, através dos quais se constatou a existência de
tatuagem em suas costas. Norberto, então, foi eliminado do concurso, com a
justificativa de que o cargo de médico não era
compatível com indivíduos portadores de tatuagem.
Inconformado, Norberto ajuizou ação ordinária em face do Estado, de competência
de vara comum, com pedido liminar, na qual requereu (i) a anulação do ato
administrativo que o eliminou do concurso; e (ii) que lhe fosse deferida a
possibilidade de realizar as demais etapas do certame, com vaga reservada. O juízo
de 1ª instância indeferiu o pedido liminar, em decisão publicada ontem, pelos
seguintes motivos:
1. Os pedidos de anulação do ato de eliminação e de reserva de vaga não seriam
possíveis, pois significariam atraso na conclusão do concurso;
2. A Administração Pública possui poder discricionário para decidir quais são as
restrições aplicáveis àqueles que pretendem se tornar médicos no âmbito do
Estado, de forma que o autor deverá provar que a decisão foi equivocada.
III – DO DIREITO
Trata-se de um recurso que visa a reforma da decisão de indeferimento da liminar
proferida pelo juízo aquo, ou senão a retratação deste juízo, após a comunicação do
agravo pelo agravante.
Sabe-se que o indeferimento da liminar viola o princípio do livre acesso aos cargos
públicos que determina que só podem ser exigidos requisitos diferenciados de
acesso quando a natureza ou complexidade do cargo a ser ocupado o exigirem.
Outrossim ocorre a violação do principio da legalidade tendo em vista que as
restrições de acesso aos cargos e empregos públicos devem estar previstas em lei, o
que não acontece no caso concreto.
“Apenas a lei em sentido formal (ato normativo emanado do Poder Legislativo)
pode estabelecer requisitos que condicionem ingresso no serviço público. As
restrições e exigências que emanem de ato administrativo de caráter infralegal
revestem-se de inconstitucionalidade.” (Jose Celso de Mello Filho em “Constituição
Federal Anotada”).
Além disso, se tem a violação aos princípios da proporcionalidade/razoabilidade,
que delimitam o exercício do poder discricionário, tendo em vista que a referida
restrição/exigência não tem qualquer relação com o desempenho do cargo
pretendido.
Por fim, não há que se falar em prejuízo com o atraso na conclusão do concurso,
pois não foi formulado qualquer pedido de suspensão ou interrupção do mesmo,
mas tão somente que fosse garantido ao agravante o direito de prestar as fases
seguintes do concurso
Nesse sentido existe jurisprudência em favor dos argumentos supracitados nesses
casos, então vejamos:

O tema foi enfrentado pelo Supremo Tribunal Federal, no AI 811.752, de relatoria da Ministra
Ellen Gracie, estabelecendo-se que o edital de concurso público não pode restringir o que a lei
em sentido formal não limitou, referindo-se, expressamente, ao caso dos aprovados que
possuem tatuagens.

Ademais, embora não caiba ao Judiciário adentrar na análise do mérito administrativo, é


possível que o ato seja judicialmente examinado quando violar princípios constitucionais, como
a razoabilidade. (...) Sendo assim, a restrição imposta pelo edital do concurso para formação
de soldados da polícia militar mostra-se ilegal e desarrazoada, o que legitima a atuação do
Judiciário no sentido de declarar a sua nulidade. (TJ-RJ - APL: 02357749020098190001 RJ
0235774-90.2009.8.19.0001,)

IV– DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a vossa excelência:
A - o CONHECIMENTO e DEFERIMENTO, da TUTELA ANTECIPADA RECUSAL
(art. 527, III do CPC), para autorizar o candidato a participar das futuras provas do
concurso público.
B - A intimação da parte agravada para, querendo contrarrazoar.
C - O provimento do presente agravo para reformar da decisão agravada.

Nestes termos, espera deferimento.


ADVOGADO – OAB

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