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AO JUÍZO DA __FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE FOZ DO IGUAÇU –

ESTADO DO PARANÁ.

ANTONIO PEREIRA, brasileiro, casado, estudante, inscrito no RG sob o nº e


CPF, residente e domiciliado em Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, na Rua, nº, vem
representar por seu procurador que a esta subscreve, mandato anexo (mov. 1.2),
advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do sob nº,
com endereço profissional, onde recebe as intimações, com fundamento no art. 5º,
inciso LXIX, da CF/88, em conformidade com a Lei nº 12.016/2009 impetrar,

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR

Em face do ato praticado pelo PRESIDENTE DA COMISSÃO DE CONCURSO


PÚBLICO, senhor Luiz Carlos Almeida, Presidente da Comissão de Concurso Público do
Município de Foz do Iguaçu, com sede de suas atividades na Rua, n., Foz do Iguaçu,
Paraná, o que faz pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

1 – Dos Fatos

O MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU tornou público a abertura do Edital de


Concurso Público nº 01/2022 (mov. 1.3), para o preenchimento do cargo efetivo de
Procurador, do quadro de servidores efetivos, sendo que as inscrições foram realizadas
no período de 14 a 25 de abril de 2022, e a prova escrita será realizada no próximo dia
30 de maio de 2022.

O Autor requereu a sua inscrição ao referido concurso, tendo apresentado os


documentos exigidos para a inscrição conforme dispõe a cláusula 34ª do edital, à
exceção do diploma de Bacharel em Direito devidamente reconhecido pelo MEC, uma
vez que somente terá este documento após ter colado grau.

Ocorre que, na data de 02 de maio de 2022, o Impetrado publicou o edital nº


02/2022 (mov. 1.4), de homologação das inscrições, sendo que no referido edital
consta o indeferimento da inscrição do Impetrante no concurso, sob o fundamento de
que o candidato não apresentou no ato da inscrição, o diploma de Bacharel em Direito,
deixando assim de atender à exigência da Cláusula 34ª do Edital.
_______________________________________________________________________________________
O Autor protocolou em data de 03 de maio de 2022, pedido de reconsideração
ao Presidente da Comissão de Concurso (mov. 1.5), requerendo que fosse
reconsiderado o despacho que indeferiu sua inscrição, argumentando que a exigência
prevista no edital, qual seja, a de que o candidato comprove possuir o diploma de nível
superior em direito no ato da inscrição, não era justa.

O pedido de reconsideração feito foi indeferido, conforme edital nº 03/2022


(mov. 1.6), de 10 de maio de 2022, alegando que pela ausência de apresentação de
diploma de nível superior em direito no ato da inscrição no concurso, não seria possível
a inscrição do candidato.

O Impetrante não concorda com a decisão proferida pelo Impetrado, bem como
ainda pretende realizar a 1ª prova escrita do concurso marcada para o próximo dia 30
de maio de 2022.

Sendo assim, visto a tentativa do pedido de reconsideração do Autor, o qual foi


indeferido, e a data marcada para ocorrer a prova escrita estar a menos de 7 (sete)
dias, não restaram alternativas senão a de buscar a proteção do Judiciário, visando ter
sua inscrição deferida, o que o faz pelos seguintes fundamentos.

2 - Fundamentos da pretensão

2.1 – Do cabimento do mandado de segurança

O artigo 5º, inciso LXIX, a Constituição Federal de 1988 assegura ao


administrado que sofre lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo em virtude de
ilegalidade ou abuso de poder por ato ou omissão de autoridade pública, a via
jurisdicional do mandado de segurança, direito público e subjetivo de levar ao judiciário
o justo reclame pela restauração da legalidade na administração dos interesses
públicos.

No caso em tela, a fim de evitar a continuidade da ilegalidade cometida pela


autoridade impetrada, resta apenas o remédio constitucional do Mandado de
Segurança, com intuito de que se invalide o ato ilegal por ela editado, que está a
impedir a participação do impetrante no Concurso Público para o preenchimento do
cargo público efetivo de Procurador no quadro de pessoal da Prefeitura Municipal de
Foz do Iguaçu.

2.2 – Do Direito Líquido e Certo

Conforme os fatos narrados, a inscrição do Impetrante fora indeferida por este


não apresentar o seu diploma de Bacharel em Direito no ato da inscrição, conforme a
cláusula 34ª do Edital de Concurso Público nº 01/2022.

Percebe-se, vossa Excelência, que este não é motivo suficiente para


indeferimento da inscrição do candidato, visto que, conforme súmula 266 do STJ, o
diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não
na inscrição para o concurso público.
É de conhecimento geral que a nomeação para posse de cargo público não é
efetuada rapidamente, devendo seguir todo o trâmite do processo seletivo até que seja
oficializado o novo funcionário público, assim, este somente deverá estar em posse de
seu diploma ao momento da nomeação para o cargo.

A CF/88, passou a ser regido pelos princípios da legalidade, da isonomia, da


impessoalidade, razoabilidade, eficiência, e outros, os quais vinculam todos os atos da
Administração Pública. Nesse sentido, todo cidadão tem o direito de, em igualdade de
condições, participar amplamente das provas para ingresso em um cargo, emprego ou
função públicos.

A partir daí, percebe-se que todos os cargos, empregos e funções públicas estão
disponíveis aos cidadãos brasileiros, desde que estes preencham todos os requisitos
presentes em lei, conforme consta no artigo 37, inciso I da CF/88.

O princípio constitucional que assegura a livre acessibilidade aos cargos públicos


pela via legítima do concurso público, desde que preenchidos os requisitos inscritos em
lei, deve ser concebido sem restrições de caráter formal, dando-se prevalência aos seus
fins teleológicos.

Visto isso, não restam dúvidas que o ato jurídico praticado pelo Impetrado está
em claro confronto com o princípio da razoabilidade, pois para entrar em um cargo de
função pública, deve ocorrer a investidura, na forma do artigo 37, inciso II, e tal cargo
deve ser acessível aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,
conforme artigo 37, inciso I, que ambos requisitos restam preenchidos pelo Impetrante.

Assim, considerando o indeferimento da inscrição do Impetrante para realizar a


prova escrita do supracitado concurso público, que ocorrerá no dia 30 de maio de 2022,
requer-se a desconstituição do ato administrativo praticado pelo Impetrado, a fim de
permitir ao primeiro que efetue a prova, na data referida.

3 – DO PEDIDO LIMINAR

O art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009, que regulamenta o mandado de


segurança, dispõe que a liminar será concedida, suspendendo-se o ato que deu motivo
ao pedido, quando for relevante o fundamento do pedido e do ato impugnado puder
resultar a ineficácia da medida.

No presente caso, como já explanado anteriormente, o Impetrante está impedido


de realizar o concurso público, conforme os editais n. 02 e 03, que ocorrerá em menos
de uma semana, pela falta de apresentação de Diploma de Bacharel em Direito ao
momento da Inscrição.

Considerando os fatos narrados e os fundamentos apresentados, que mostram


os motivos pelos quais o ato administrativo deve ser anulado, não resta dúvidas quanto
à necessidade de acolhimento do pedido liminar, visto que caso este não seja
concedido, não terá eficácia nenhuma a medida, pois resta evidente o “periculum in
mora”.
Assim, requer-se o acolhimento do pedido liminar de anular o ato praticado, visto
a proximidade de realização do concurso e assim, garantindo a eficácia da medida
judicial.

4 - PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Face ao exposto, requer a Vossa Excelência:

1 – Concessão de liminar para suspensão dos atos administrativos “Edital de


Concurso Público nº 02/2022” e “Edital de Concurso Público nº 03/2022”, que
indeferiram a inscrição do impetrante, mediante a expedição de ofício à Comissão de
Concurso Público de Foz do Iguaçu, possibilitando que este participe do concurso
público;

2 - Acate as provas que demonstram o direito líquido e certo do impetrante que


acompanham a presente petição inicial, conformando a prova pré-constituída como
exigência do mandado de segurança;

3 - Que se notifique o Município de Foz do Iguaçu do conteúdo da petição inicial,


enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que,
no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações

4 - Intime pessoalmente o representante legal da pessoa jurídica à qual está


vinculada a autoridade coatora, nos termos do art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009;

5 - Determine a oitiva do Ministério Público para oferecer parecer;

6 - Fixe multa para o caso de descumprimento da medida liminar e da segurança


concedida, nos termos do art. 77, IV, §§ 1º e 2º, CPC/15;

Dá-se à causa o valor de um salário mínimo, no valor de R$ 1.100,00 (mil e cem


reais).

Termos em que, dede deferimento.

Foz do Iguaçu, 24 de maio de 2022.

Advogado João Guilherme Jeronymo Lima Brasileiro


OAB nº

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